Ele se casou com Francisca Amaral (de Medeiros após o casamento), professora da rede estadual de ensino, filha de Sebastião Leopoldino do Amaral e de Maria Christina de Figueiredo. Francisca nasceu aos 14 de dezembro de 1919 em Varzea-PB e foi batizada no dia 29 de fevereiro de 1920, também na igreja Matriz de Santa Luzia-PB. No seu registro1 de batismo, pode-se ler:
“Aos vinte e nove de Fevereiro de mil novicentos e vinte nesta Matriz baptisei solenimente a FRANCISCA filha legitima de SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e MARIA CHRISTO DE FIGUEIREDO; nasceo aos quartorze de Dezembro de mil novicentos e dezenove. Foram padrinhos: Severino Genezio da Costa e Adelia Maria da Conceição. Do que para constar mandei fazer este assento em que me assigno. Vigr.o Belinaro Dantas”
O seu nascimento foi registrado aos 6 de março de 1920 em Santa Luzia-PB. No seu registro2 de nascimento civil, pode-se ler:
“Aos seis dias do mez de Março do anno de mil novecentos e vinte n’este Districto de Paz, Termo de Santa Luzia do Sabugy, comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu Cartório compareceu SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, na qualidade de pai e em presença as testimunhas abaixo nomeadas declarou: Que no dia quatorze de Dezembro do anno de mil novecentos e dezenove e pelas uma horas da manhã no loga Varzeas d’este Districto nasceu uma criança viva do sexo feminino à qual chamou-se FRANCISCA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, que não existe nem existiu outra irmã com o nome igual ao da registrada a qual é filha legitima d’elle declarante e de sua mulher MARIA CHRISTINA DE FIGUERÊDO ambos creadores e residentes no mesmo logar Varzeas deste Districto; que os seus avós paternos são: Francisco Januário do Amaral e Josepha Carolina de Jesus, creadores domiciliados e residentes em Varzeas d’este Districto; que o seus avós maternos são: Manoel Alexandrino de Jesus e Theodora Leopoldina de Figuerêdo, creadores domiciliados e residentes no desterro, município do Jardim do Seridó; que finalmente as testemunhas são: Antônio Aurelio de Medeiros e Gentil Geiciano Fernandes, ambos commerciantes e residentes n’esta Villa. Do que para constar lavrei este Termo em que me assigno com o declarante e as testemunhas (…)”
Luzia Amaral (primeira à direita) e sua irmã Francisca Amaral (primeira à esquerda) em foto tirada na década de 1930.
No registro mencionado, consta que ela se chamava Francisca Leopoldina de Medeiros, um nome que nunca utilizou ao longo de sua vida, seja pessoalmente ou em documentos. Esse equívoco pode ter várias explicações, como um erro do tabelião no momento do registro ou até mesmo um engano do pai, Sebastião Leopoldino do Amaral, ao escolher o nome da filha. Entretanto, o verdadeiro motivo da alteração permanecerá desconhecido.
Francisca se casou com Estevão Otalíbio de Medeiros foi agricultor, filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. Ele nasceu em Santa Luzia-PB aos 2 de janeiro de 1911 e foi batizado na Matriz da cidade aos 1 de março do mesmo ano. Ele era filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. No seu registro3 de batismo, pode-se ler:
“No dia primeiro de março de mil novencentos e onze, nesta Matriz de Santa Luzia, batizei solenemente a ESTEVÃO, filho legitimo de MANOEL SALVIANO DE LUCENA e FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, nasceu aos dois de janeiro deste mesmo ano. Goram padrinhos Francisco Sales de Medeiros e Inácia Vitalina de Medeiros. Do que para constar mandei fazer este assento e assino. Pe. João Batista de Albuquerque. Vigário”
O registro de nascimento de Estevão foi feito apenas anos depois, em 1917, junto com o registro de seus irmãos. Essa prática era comum na época, pois o registro civil não tinha a mesma relevância que o registro religioso para as pessoas, muitas vezes sendo adiado ou, em alguns casos, até mesmo negligenciado. No entanto, ao longo do tempo, essa situação começou a mudar. No seu registro4 de nascimento civil, pode-se ler:
“Aos doze de Novembro de mil novecentos e dezesete n’este Districto da Paz, Parochia e Municipio de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, em meu Cartorio compareceu MANOEL SALVIANO DE LUCENA na qualidade de pai da criança e em presença das testemunhas, abaixo, nomiadas e assignadas, declarou: Que no dia dois de janeiro de mil novecentos e onze, pelas dezesete horas, no logar Umburana d’este Districto, nasceu uma criança viva do sexo masculino, a qual se chama ESTEVÃO OTALÍBIO DE MEDEIROS; que não existe nem existio outro irmão com nome igual ao do recem-nascido, o qual é filho legítimo d’elle declarante e de sua mulher FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, creadores, naturaes e residentes n’este Districto; que os seus avós paternos são: SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA, agricultor, domiciliado e residente n’este Districto, E LEOCADIA MARIA DE JESUS, fallecida e sepultada no cemiterio publico d’esta Villa; que os seus avós maternos são: JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO e MAXIMIANA ANGELA DE JESUS, fallecidos e sepultados no cemiterio publico d’esta Villa; e que finalmente as testemunhas são: Antonio Aurelio de Medeiros e José Theodelo Fernandes, creadores, naturaes e recidentes n’este Districto. Do que para constar lavrei este termo em que commigo assinam-se o declarante e as testemunhas. Eu, Ignacio de Loyola Dantas, Official interino do Registro Civil, o escrevi. (…)”
Carteira de Identidade de Estevam Otalíbio de Medeiros
Essa é a tua!
Estevão costumava contar que no dia que conheceu Francisca Amaral, teria ido à negócios à casa de seu pai Sebastião Leopoldino do Amaral. Lá, teria visto Francisca, que passava as roupas com ferro à brasa. Dizia Estevão que no momento que à viu passar pelo corredor da casa para guardar as roupas, teria ouvido uma voz dizendo:
— Essa é a tua!
Logo tomou coragem para conhecer sua futura e única esposa. O namoro começou logo em Janeiro de 1938 e o casamento foi realizado meses depois, em Dezembro. Eles foram casados por quase 70 anos quando à morte de fato os separou.
O casamento ocorreu em uma terça-feira, às 13 horas, no dia 13 de dezembro de 1938, na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. No registro5 de casamento religioso, pode-se ler:
“Aos treze de Dezembro de mil novecentos e trinta e oito, ne’esta Matriz de Santa Luzia Assisti o concenso nupcial de meus freguezanos ESTEVÃO OTALIBIO DE MEDEIROS e FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS, solteiros e foram tistimunhas: João {?} da Silva e Pedro Valentino de Medeiros. E para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigário P. Manoel Firmino Gil”
Em suas anotações, Francisca relembrou do dia da seguinte forma:
“Data inesquecível o nosso enlace matrimonial aos 13 de dezembro de 1938, Terça-feira, a 1 hora da tarde em S. Luzia do Sabugy (…)”
Entretanto, o registro de casamento civil foi feito em Cabaceiras-PB, pois o casal vivia nos arredores da referida cidade. No registro6 civil de casamento, pode-se ler:
“Casamento Civil dos Conthahentes ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS e dona FRANCISCA AMARAL que passará a assinar-se FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS. Aos vinte e um dias do mêz de Agosto do ano de mil novecentos e quarenta (1940), nesta Povoação de Vêreda Grande da Comarca de Cabaceiras, deste Estado da Parahyba do Norte, as onze horas em na residencia do cidadão João Lopez Sobrinho, onde se achava presente o juiz de Direito Interino e Casamentos Doutor Manoel José Nunes Cavalcante Filho, comigo Oficial (…) e as testemunhas cidadãos José Lopez de Andrade e Roldão Claudio de Mello, funcionários públicos, residentes nesta mesma Povoação, reclamam-se em matrimonio por suas livres e expontaneas vontades sendo pela mesma autoridade dito “os declaro casados em nome da Lei”; ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS e dona FRANCISCA AMARAL; o contrahente solteiro, nascido em Santa Luzia do Sabugy, deste mesmo Estado, no lugar Varzea a doze de janeiro de mil novecentos e onze, agricultor, residente nesta dita Povoação, filho do cidadão MANOEL SALVIANO DE LUCENA e dona FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, naturaes e residentes no mesmo lugar Varzea; e a contrahente, solteira, nascida no mesmo logar Varzea, a quartorze de dezembro de mil novecentos e dezenove, funcionaria pública, residente nesta mesma Povoação, filha do cidadão SEBASTIÃO LEOPOLDINO DE AMARAL e dona MARIA CHRISTINA DE FIGUEIRÊDO, naturaes do mesmo logar Varzea e residentes no logar Ribeira desta mesma Comarca. Pelo Meretissimo Juiz foram dispençados os proclamar do casamento dos contrahentes (…) Os contrahentes declararam neste auto serem casados catolicamente, tendo nascido {?} auto, uma filha de nome Maria Saléte de Medeiro, nascida aos dezenove de Agosto de mil novecentos e trinta e nove e que não há impedimento algum, que os {?} de se cazarem. Em firmeza do que eu Severino Francisco de Assis lavrei este auto que vai por todos assinados. Eu Severino Francisco de Assis Oficial privativo do Registro Civil, o escrevi e assino”
No registro civil de casamento, pode-se ver as assinaturas de Francisca e Estevam.
O casal se estabeleceu inicialmente em Várzea Grande, chegando a essa localidade em 15 de fevereiro de 1939. Em seguida, mudaram-se para Vereda Grande em 7 de outubro de 1941, conforme anotações de Francisca. Posteriormente, residiram pela primeira vez em Barra de Figueira (“A Barra”), nas proximidades de São João do Cariri-PB, antiga propriedade de Manoel Salviano de Lucena, pai de Estevão, a partir de 8 de fevereiro de 1944.
Adquiriram então a Fazenda Poço de Pedras, localizada às margens do rio Taperoá, na divisa entre os municípios de Cabaceiras-PB e São João do Cariri-PB. Em 15 de fevereiro de 1951, mudaram-se novamente para a Fazenda Barra de Figueira, onde viveram até maio de 1956. Nesse ano, transferiram-se para Campina Grande-PB, estabelecendo-se na Rua Doutor de Vasconcelos, nº 250/260. Por fim, em 1976, o casal se mudou definitivamente para Brasília-DF, acompanhados de sua filha mais nova, Suely (outros filhos já haviam se instalado na capital nos anos anteriores), onde residiram até seus últimos dias de vida.
Casa de Estevam e Francisca na “Barra” (São João do Cariri-PB). O sítio se chamava Barra de Figueiras.
Filhos e filhas de Francisca Amaral de Medeiros e Estevão Otalíbio de Medeiros.
Primeira residência de Estevão Otalíbio de Medeiros e Francisca Amaral na cidade de Brasilia-DF.
O Instituto Professora Francisca Amaral
O Instituto Professora Francisca Amaral foi oficialmente inaugurado em 1968 por Francisca Amaral de Medeiros, professora aposentada do estado da Paraíba, e sua filha mais velha, Salete Amaral de Medeiros. No entanto, suas atividades já haviam começado anos antes.
Como professora, começou a dar aula aos 14 anos de idade, em Ribeira, povoado de Cabaceiras. A foto foi tirada na época em que ela dava aulas no Instituto Prof.ª. Francisca Amaral, no Alto Branco, bairro de Campina Grande-PB.
Ao longo de sua existência, o Instituto acolheu e alfabetizou inúmeras crianças, incluindo filhos, filhas, netos e netas de Estevão e Francisca. Algumas das filhas do casal também contribuíam no cotidiano da escola, atuando como monitoras.
Após anos em funcionamento, o Instituto encerrou suas atividades em 1973.
Das bodas de ouro até as de diamante
O casal comemorou suas bodas de ouro (50 anos de casamento) no ano de 1988. A comemoração ocorreu em um culto realizado na Igreja Batista Filadélfia do Guará-DF no dia 13 de dezembro do dito ano.
Comemoração das bodas de ouro de Francisca Amaral e Estevão Otalíbio de Medeiros. Da esquerda para a direita: Cloves, Cristovam, José, Francisca, Estevão, Suely, Maria de Fátima, Dolores, Judith, Marinete e Salete.
10 anos depois, no ano de 1998, o casal comerou suas incríveis bodas de diamante (60 anos de casados). A cerimônia também foi realizada na mesma igreja onde foram comemoradas as bodas de ouro.
Comemoração das bodas de diamante, simbolizando incríveis 60 anos de matrimônio.
Abaixo, segue a transcrição de um texto escrito por um neto em comemoração das Bodas de Diamante de Francisca e Estevão:
História de um Amor Perene
Parece que foi ontem. Uma bela garota morena, de olhar vivo, cabelos anelados, dez anos de idade. Era tempo de demacação das terras. A equipe chegou, chefiada pelo Dr. Samual Machado, e abrigou-se na casa de Sebastião do Amaral, pai da garota morena.
A bela menina viu com naturalidade aqueles omens, pessoas comuns, mas atentou para o auxiliar do Dr. Samuel, o jovem Estevam, na época com dezenove. Seus olhos ingênuos estudaram aquele belo espécime de homem: alto, esbelto, branco, cabelos negros, costeletas apaixonantes. Vou repetir o que ela falou esta semana sobre aquela visão que permanece viva, mesmo evolvida pelas brumas do tempo: ‘Era um rapaz muito diferente de todos os outros; eu nunca tinha visto uma pessoa assim. Tão lindo que parecia um anjo’.
Aos quinze anos, ela viu novamente o sonho de sua infância. Quando completou dezoito, já professora, e ele, vinre e sete, começaram a namorar, casando-se oito meses depois.
Sem dúvida, o Soberano Deus já dirigia estas duas vidas naquela época. Ele promoveu o encontro dos dois e os uniu, por isso niguém jamais os separará.
Da união, vieram quinze filhos. O Senhora achou por bem levar três para morar no céu. Os outros foram agraciados por Ele com a bênção da integridade moral, com a oportunidade de estudar, com casamentos indissolúveis. A salvação veio muito depois.
Acho maravilhos o modo como Deus planeja as nossas vidadas. Vovó foi criada pela avó materna, que era católica, mas que tinha uma Bíblia. Diariamente, ela colocava a netinha Francisca no colo e lia as Sagradas Escrituras pra ela.
Assim, o embrião do Evangelho já existia no lar de meus avós, desde sua fundação.
Perto de comemorarem as bodas de prata, a filha primogênita, Salete, recebeu Jesus como Senhora e Salvador por intermédio do tio João Mendonça. Ela foi o raio de luz celestial que abriu o caminho da graça para toda a família. Cumprou-se a promessa de Atos 16:31 – ‘Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa.’
Hoje, sessenta anos após a concretização dessa história de uma amor perene, já são quatro gerações, representadas por 89 membros, quase todos salvos por Jesus, e muitos deles, despenseiros da graça de Deus.
Que Deus os abençoe, vovô e vovó, com paz, harmonia e saúde, como também às suas gerações.
Bodas de Diamante, 12/12/1998″
Estevão Otalíbio de Medeiros veio a falecer aos 25 de outubro de 2005 em Brasília-DF, com 94 anos de idade. Na certidão7 civil de óbito, pode-se ler:
“(…) Certifico que, sob os números e na data acima, foi registrado o óbito de: ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS do sexo masculino, falecido(a) aos vinte e cinco dias do mês de outubro do ano de dois mil e cinco (25/10/2005), às 01:00 horas, no(a) em domicilio […], com 94 anos de idade, estado civil casado, profissão trabalhador rural, natural de Santa Luzia-PB, residente e domiciliado(a) no(a) […] filho(a) de MANOEL SALVIANO DE LUCENA e de FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS. – (…) O falecido era casado com a Senhora FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS, pelo cartório de Cabaceiras-PB, livro 12, fls 98 e 99, Termo 866. Deixou doze filhos (…), maiores e não interditados. Não deixou bens a inventariar. Não deixou testamento conhecido. (…)”
Ela faleceu em 26 de maio de 2015 em Brasília-DF com 95 anos de idade. Na sua certidão8 civil de óbito, pode-se ler:
“(…) Nome: FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS […] Naturalidade Várzea-PB […] Filiação e residência SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, MARIA CRISTINA DE FIGUERÊDO. […] Data e Hora de falecimento aos vinte e seis dias do mês de maio do ano de dois mil e quinze […] Observações averbações Era viúva de ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS, casados pelo cartório de cabaceiras – PB (…)”
Árvore genealógica feita a mão por Francisca Amaral de Medeiros com as informações sobre parentesco, casamento e filhos. Esse documento foi a primeira chama para o começo das pesquisas que levaram à descoberta de todos os registros e datas que aqui estão nesse livro.
Foram filhos de Francisca Amaral de Medeiros e de Estevão Otalíbio de Medeiros:
MARIA SALETE DE MEDEIROS.
MARINETE DE MEDEIROS.
MARINALDO AMARAL DE MEDEIROS.
MARIO MEDEIROS DO AMARAL.
JOSÉ AMARAL DE MEDEIROS.
JOÃO AMARAL DE MEDEIROS.
JUDITE AMARAL DE MEDEIROS.
MARINA AMARAL DE MEDEIROS.
MARIA DE LOURDES AMARAL DE MEDEIROS.
MARIA DOLORES DE MEDEIROS.
SALVIANO AMARAL DE MEDEIROS.
CRISTOVAM AMARAL DE MEDEIROS.
JOSÉ CLOVES AMARAL DE MEDEIROS.
MARIA DE FÁTIMA AMARAL DE MEDEIROS.
SUELY AMARAL DE MEDEIROS.
Capítulo II – Os Pais
Sebastião Leopoldino do Amaral e Maria Cristina de Figueiredo
Sebastião Leopoldino do Amaral, ou mais conhecido como Padrinho Bastião, nasceu no dia 7 de abril de 1894, em Santa Luzia-PB. A data não é precisa, pois ele foi registrado mais de 20 anos após o seu nascimento e os registros paroquiais relativos a esse período foram perdidos com o tempo. Sebastião era filho de Francisco Januário do Amaral e de Josefa Carolina de Jesus. No seu registro9 de nascimento, pode-se ler:
“Aos dezessete de novembro de mil nove centos e dezessete, n’este Distrito de Paz, Parochia e Município de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, em meu Cartório compareceu FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL na qualidade de pai da criança em presença das testemunhas, abaixo mencionadas, declarão: que no dia sete de abril de mil oito centos noventa e quatro, pelas quatro horas da tarde, no lugar Cacimbinha, d’este Districto, nasceo uma criança viva, de sexo masculino, a qual se chamou SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, que não existe nem existiu outro irmão com nome igual ao do recem-nascido, a qual é filho legítimo d’elle declarante e de sua MULHER JOSEFA CAROLINA DE JESUS, creadores, naturais e residentes n’este Districto; que os seus avós paternos são: PEDRO PAULO DO AMARAL e ROFINA MARIA DE JESUS, falecidos e sepultados no cemitério d’esta Villa; que os seus avós maternos são: JOSÉ FERNANDES DA COSTA e MARIA CLEMENTINA DA CONCEIÇÃO, falecidos e sepultados: elle no cemitério da Povoação de São João do Sabugy do Districto de Serra Negra do Estado do Rio Grande do Norte, e ella no d’esta Villa; e que finalmente as testemunhas são: Antônio Aurélio de Medeiros e Nicolao Galentino da Costa, naturais, comerciantes e residentes n’esta Villa. Do que para constar lavrei este termo em que comigo assignarão-se o Declarante e as testemunhas. Eu Ignacio de Loyola Dantas, Official interino do Civil o escrevi.”
Pode-se inferir do registro acima que no ano de 1917, Francisco e Josefa, pais de Sebastião, moravam na fazenda Cacimbinha, próximo à cidade de Santa Luzia-PB. Também consta que na data do registro de nascimento (1917), seus avós paternos já estavam mortos e sepultados no cemitério de Santa Luzia-PB, assim como seus avós maternos, sendo o seu avó José Fernandes sepultado no cemitério de São João do Sabugi-RN e sua avó Maria Clementina, sepultada no cemitério de Santa Luzia-PB.
Sebastião se casou com Maria Luzia da Conceição ou Cristina de Figueiredo, mais conhecida como Mãe Nenem. Maria nasceu no dia 1 de dezembro de 1896 em Santa Luzia-PB e era filha de Manoel Alexandrino Dias de Araújo e de Theodora Leopoldina de Figueiredo. No seu registro10 de nascimento, pode-se ler:
“Aos dois do mez de dezembro de mil oito centos noventa e seis (…) da Republica dos Estados Unidos do Brazil, nesta villa de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba em meu Cartório compareceu MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO na qualidade de pai em presença das testemunhas abaixo assignadas declarou que pelas oito horas da noite do dia um do mesmo mez no Iprenatam deste termo, nasceu uma criança do sexo feminino a qual se chamou MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, em não existe outro nome com o mesmo e igual as da mesma e filha legítima do declarante e de THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, criadores n’este termo, e os avós paternos SERAFIM DIAS DE ARAÚJO e ANNA MARIA DE JESUS, criadores e residentes n’este termo, os avós maternos Pedro Paulo da Costa e BÁRBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO, criadores e residentes n’este termo, e que para constar (…)”
Como pode-se verificar, Maria foi registrada com um sobrenome diferente do que encontramos em seus documentos posteriormente. Ambos os sobrenomes serão considerados, pois foram utilizados em inúmeros registros, civis e paroquiais.
Sebastião Leopoldino do Amaral e sua esposa Maria Cristina de Figueiredo.
Sebastião Leopoldino do Amaral com seus netos, filhos de Francisca Amaral de Medeiros.
O casamento ocorreu no dia 17 de novembro de 1916, tendo sido registrado em cartório somente no dia 24 de dezembro de 1917, ambos em Santa Luzia-PB. No momento do casamento, ambos moravam em Várzea-PB. No registro11 de casamento religioso, pode-se ler:
“SEBASTIÃO E MA Aos desesette de Novembro de mil novecentos e deseseis, nesta Matriz, previamente despensados no 4º gr. de {?}, convessados, assisti perante as testemunhas Pedro Alexandrino da Costa e Antônio Dias de Araújo, elle desta freguesia, filho legítimo de FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL e JOSEPHA CAROLINA DE JESUS, ella da Conceição do Syrêdo, ? do Natal, filha legítima de MANOEL ALEXANDRINO DIAS D’ARAÚJO e THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO; dando-lhes, intra missam, as benções nupciais. Do que para constar faço este Assento que assigno. Cônego Emygdio Cardoso.”
“Aos vinte e quatro dias do mez de dezembro do anno de mil novecentos e dezesete, n’esta Villa de Santa Luzia do Sabugy, Comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu Cartório de Registro Civil dos Casamentos, às portas abertas e pelas onze horas presentes o cidadão Manoel Emiliano de Medeiros, primeiro supplente, em exercicio do Juiz Municipal d’este Termo, commigo Escrivão interino do Registro Civil e dos Casamentos, abaixo nomeiado, as testemunhas José Pedro Dantas e José Dantas Trindade adiante qualificados, receberam-se de livre e espontânea vontade, por marido e mulher, SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, não impedidos de casar um com o outro, conforme declararam e constata da respectiva habilitação devidamente processada e instruida com duas certidões do respectivo registro civil, comprobatorios da idade de ambos; declaração assignada pelos mesmos sobre o seu estado, domicilio e residencia natural, como sobre a sua filiação, domicilio e residencia dos paes; declaração das testemunhas maiores Anastácio José Dantas e Nicolau Tolentino da Costa, attestando conhecer os nudentes que não estão inhibidos de casar. O contrahente SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL solteiro, com vinte e quatro anos de idade, natural, criador, domiciliado e residente no lugar Varzeas d’este Termo, é filho legítimo de FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL e JOSEFA CAROLINA DE JESUS, naturaes, criadores, domiciliados e residentes no referido lugar Varzeas. A contrahente MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, solteira, com vinte e três anos de idade, de serviços domésticos, natural, domiciliada e residente no mesmo lugar Varzeas, é filha legítima de MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO e THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, creadores, domiciliadoes e residentes no lugar Disterro do Termo do Jardim do Estado do Rio Grande do Norte. A testemunha José Pedro Dantas, solteiro, com vinte e oito annos de idade, é natural de Pedra Lavada, profissional e residente n’esta Villa; e a de nome José Dantas da Trindade, solteiro, com trinta e um annos de idade, é natural, creador e residente n’esta Villa. E, para inteira validade do acto, ora celebrado, mandou o Juiz lavrar este termo que vai assinado pelo mesmo, conjuges, testemunhas e por mim Ignacio de Loyola Dantas, Escrivão interino do Registro Civil e dos Casamentos, que o escrevi.”
Maria Cristina de Figueiredo e suas filhas Hercília e Elvira.Sebastião e Maria.
O nascimento do primeiro filho
Quando Mãe Nenê estava para dar à luz ao seu primeiro filho, Firmino, ela e Padrinho Bastião foram caminhando para a casa de Theodora, sua mãe, mesmo com fortes dores e contrações. No caminho, Padrinho Bastião falou:
— Vá na frente que eu vou tomar uma cama emprestada.
Sua mulher aguardava juntamente com a parteira à chegada do marido. Ao chegar, Sebastião carregava uma cama na cabeça, cama que foi usada para dar à luz ao seu primeiro filho.
Fale senão eu passo o fogo!
Conta uma de suas filhas que Padrinho Bastião viajou para vender as coronas que fabricava na cidade de Itabaiana-PB. Na época, não havia energia elétrica na Ribeira de Cabaceiras. A única forma de iluminação eram os lampiões e a lua, cujo a luz entrava pelas janelas que tinham uma espécie de tela de pano removível. Naquela noite, os filhos de Sebastião e Maria viram através do pano uma sombra que abaixava e levantava repetidamente. Todos amedrontados foram contar para Mãe Nenê que imediatamente pegou a espingarda e foi para a sala cautelosamente, posicionando-se em frente à janela. Mãe Nenem então falou:
— Quem está lá…. Fale senão eu passo fogo!
Após o ultimato de Mãe Nenê, ninguém pronunciou uma só palavra. A sombra continuava a se movimentar do lado de fora da casa. De repente, ouviu-se um relincho, desvendando-se o mistério. Todos riram e admiraram a coragem de Mãe Nenê.
Pensamento a frente de sua época e a criação da primeira escola da Ribeira
Segundo relato de sua filha Francisca do Amaral de Medeiros, Sebastião e sua família moravam em Campina Grande-PB por volta de 1934 quando soube que a Fazenda Ribeira, localizada no município de Cabeceiras-PB estava à venda. A fazenda pertencia ao Dr. Acácio de Figueiredo. Em janeiro de 1935, Sebastião visitou o local e logo tomou todas as providências para comprá-la.
Em maio do mesmo ano, Sebastião “fretou um ônibus, contratou uma banda (instrumentistas e vocalistas), e convidou vários amigos, de sorte que lotou o ônibus. A festança durou o domingo inteiro e a noite.”, escreveu Francisca em seu relato. A mudança efetiva só ocorreu em 5 de agosto de 1935. A fazenda por mais bela que fosse, contava com pouca ou nenhuma infraestrutura. Francisca escreveu “(…) chegamos à noite, escuridão total. Desta vez, foi grande o impacto nas nossas vidas, visto que ainda não havia energia elétrica por lá. Saímos de Campina Grande, cidade bastante desenvolvida, para nos darmos conta de que aquela escuridão faria parte da nova realidade de nossas vidas.”.
Visita de Francisca Amaral e Estevam Otalíbio (seu esposo) à Ribeira por volta de 1980.Luzia Amaral (Lilia) em frente à antiga casa de seus pais. A casa ainda se encontra de pé e em bom estado de preservação.
Em dezembro de 1935, Sebastião levou suas duas filhas mais velhas, Luzia Amaral e Francisca Amaral para estudar em Campina Grande-PB. O objetivo de Sebastião era construir uma escola em Ribeira, o que ajudaria a desenvolver a comunidade local. No local já habitavam inúmeras famílias compostas de muitos filhos e onde a maioria nunca havia sido alfabetizada. Sebastião disse segundo sua filha: “Esses jovens e crianças precisam estudar. Não podem continuar imersos no analfabetismo. Se Deus me ajudar, vou fundar uma escola neste local.”.
A escola foi fundada em setembro de 1936, contanto com alunos de várias idades, homens e mulheres de toda a região, inclusive todos os filhos de Padrinho Bastião e Mãe Nenem. Além disso, o ensino foi gratuito por muito tempo. O salário era sem sombra de dúvida a gratidão em ensinar e a mudar a vida das pessoas da região.
Primeira escola criada por Padrinho Bastião onde suas filhas Francisca Amaral e Luzia Amaral eram professoras.Professora Francisca Amaral de Medeiros e alguns dos seus alunos. Não se sabe ao certo se a foto era ou não em Ribeira de Cabaceiras-PB.
As Bodas de Ouro
Comemoração do aniversário de casamento (muito provavelmente bodas de ouro) de Sebastião Leopoldino do Amaral e Maria Christina de Figueiredo.
Segue um texto escrito por Judite Amaral de Medeiros, neta de Sebastião e Maria Christina, para as Bodas de Ouro do casal:
“Queridos Avós
Há cinquenta anos um casal de jovens era unido pelos laços matrimoniais. Quanta felicidade habia naquelas vidas e que grande amor coroava aquela uni`ão. E, quem seriam aqueles jovens, aquele casal feliz? São nossos avós-Sebastião e Matia Cristina.
Mas, ouçamos algo mais que aconteceu: O tempo foi passando: surgiram entào, os filhos. Sim, eles vieram completar aquelas vidas e, o pai enérgico soube educar pacientemente seus dez filhinhos, ao lado da esposa abnegada. Durante anos seguidos, nenhum contratempo veio turbar a harmonia divina daquele lar. Um dia, porém, nossos avós choravam amargamente nos corredores de um hospital. Que estaria acontecendo? Uma de suas filhas, talvez a mais querida, estava gravemente enferma. Médico à cabeceira, preces incessantes foram feitas, contudo o Senhor Deus estava decidido a levar a inesqueçiel Elvira para seu reino. Assim, veio a primeira amargura daquela família. Com os anos, aquela dor foi sepultada e hoje, ainda sois felizes, queridos avós. Tendes netos, quase oitenta netos, uma geração brilhante, um nome louvável.
Hoje, bodas de ouro, cinquoenta anos de casados, é algo belo que não sabemos definir. Queremos parabenizar-vos por tão grande acontecimento, e pedir a Deus que vos dê uma longa vida, sempre unidos, sempre de mãos dadas. Deixo-vos um pequeno versículo bíblico para que sirva de conforto nas horas difícies: ‘Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.’ Livro de Salmos 23:1
Campina Grande, 17 de novembro de 1966 Judite Amaral de Medeiros”
Judite, neta do casal, também escreveu um poema para as comemorações:
“Bôdas de Ouro
Cinquenta anos de veneração e amor E a felicidade reina em vosso coração Cresdendo sempre vossa unisão, com ardor, Amando-vos com a mesma estimação
Vosso lar tem sido um paraiso Cheio de prazer e alegria Transformando a vida num sorriso Tranbordante de imensa harmonia
Tudo passa, mas vossa união Cada dia é mais segura Concretizando assim vossa afeição Numa vida de doçura
Parabéns a meus queridos avós De haverem alcançado esta vitória Tornando-se felizes com os gira-sóis Que vivem repletos de glória”
Padrinho Bastião faleceu em 25 de fevereiro de 1973 em Campina Grande-PB com 78 anos de idade, segundo nota pessoal escrita por sua filha Francisca Amaral de Medeiros. Após pesquisa nos registros de óbito da cidade de Campina Grande, pode-se encontrar o registro de óbito de Sebastião. No registro13 de óbito, pode-se ler:
“Aos dias vinte e cinco do mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e quatro, nêste cartório compareceu José da Costa Barros, exibindo em atestado de óbito firmado pelo Doutor [EM BRANCO] e disse que no dia vinte e cinco do corrente mês às 17:00 horas e [EM BRANCO] minutos em nesta cidade, faleceu Sebastião Leopoldino do Amaral devido a sem assistência médica. Do sexo masculino de côr branca, natural de Santa Luzia, PB, com setenta e nove anos de idade, de profissão agricultor, domiciliado e residente neste cidade de estado civil casado, filho de Francisco Januario do Amaral e Josefa Januario do Amaral e que será sepultado no cemitério local. (…)”
Isso comprova o dia que sua filha havia anotado, tendo se equivocado somente no ano do falecimento do pai.
Mãe Nenem em seus últimos anos de vida. Ao seu redor, pode-se identificar sua filha Luzia (camisa verde escura), entre netos e bisnetos.
Já Mãe Neném faleceu no dia 9 de setembro de 1982, em Campina Grande-PB com 85 anos de idade. No seu registro14 de óbito, pode-se ler:
“Ao dia nove do mês de setembro de mil novecentos e oitenta e dois neste cartório compareceu José Beltraudo de Farias, motorista, paraibano, exibindo em atestado de óbito firmado pelo Doutor (em branco) e disse que no dia nove do corrente mês às 4:00 hora e (em branco) minutos em nesta cidade faleceu MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, devido a sem assistência médica (…) do sexo feminino de côr (em branco) natural de Santa Luzia-PB com oitenta e sete anos de idade, de profissão doméstica domiciliado (em branco) e residente nesta cidade de estado civil viúva, filha de Manoel Alexandrino Dias de Araújo e Teodora Leopoldina de Figueiredo e que será sepultado no cemitério local. Observações a extinta era viúva de SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e deixa filhos. (…)”
Padrinho Bastião e Mãe Nenem com os seus três filhos mais novos, Hercília (à esquerda), Severino (centro) e Eliza (à direita).No ano de 1945, o Brasil participava ativamente da 2º Guerra Mundial. Firmino Leopoldino da Costa iria se juntar a outros soldados brasileiros na Itália. Ao chegar no Rio de janeiro para o embarque, a guerra havia terminado. Na foto pode-se ver o batalhão na qual Firmino fazia parte.
Foram filhos de Maria Luzia da Conceição e Sebastião Leopoldino do Amaral:
FIRMINO LEOPOLDINO DA COSTA nasceu em 25 de setembro de 1917 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Anna Maria de Andrade, filha de Antonio de Andrade e de Izabel Maria de Andrade no dia 31 de dezembro de 1950 em Cabaceiras-PB. Ele faleceu em 18 de janeiro de 1996 em Campina Grande-PB.
LUZIA AMARAL (Lilia) nasceu em 1 de dezembro de 1918 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com José Galdino, filho de José Galdino dos Santos e de Maria Josefa dos Santos, aos 22 de janeiro de 1944 em Campina Grande-PB. Luzia veio a falecer por volta de 2016 em Campina Grande-PB.
MARIA ISABEL DE FIGUEIREDO nasceu em 6 de setembro de 1921 em Santa Luzia-PB. Ela faleceu em 4 de maio de 1922 em Santa Luzia-PB, com 8 meses de idade.
LOURIVAL CAETANO DO AMARAL nasceu em 3 de maio de 1923 em Santa Luzia-PB, segundo consta em sua carteira de identidade. Entretanto, no seu registro de batismo, consta que teria nascido aos 31 de maio de 1923. Foram padrinhos Joaquim Maria da Silva e Maria Candida Virgulina. Ele se casou com Maria do Socorro de Oliveira. Lourival faleceu em 29 de julho de 1989, em Campina Grande-PB.
OLÍVIA AMARAL nasceu em 3 de dezembro de 1924 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Epitácio Gomes Taveira em 27 de dezembro de 1946 como consta escrito sobre o seu registro de batismo. Ela faleceu em 8 de agosto de 1990 em Campina Grande-PB.
JÚLIO CAETANO DO AMARAL, nascido aos 12 de abril de 1926 em Santa Luzia-PB. Júlio se casou com Maria Rita (Lora). Ele veio a falecer em 4 de novembro de 2011 e foi enterrado no dia seguinte em Campina Grande-PB.
ELIZA AMARAL DE MEDEIROS, nascida aos 27 de setembro de 1927 em Santa Luzia-PB. No seu registro de batismo, consta que foi batizada aos 31 de outubro do mesmo ano na capela de Varzeas, freguesia de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Alexandrino de Araújo e Maria do Carmo de Araújo. Ela se casou com José Antônio de Medeiros, filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. Ela veio a falecer aos 27 de janeiro de 1997, em Campina Grande-PB.
HERCILIA AMARAL, nascida aos 22 de março de 1931 em Santa Luzia-PB. Hercília veio a falecer em 7 de janeiro de 2005 em Campina Grande-PB.
ELVIRA AMARAL nasceu entre 1933 e 1934. Por mais que tenha sido registrada no cartório de Santa Luzia-PB, é mais provável que tenha nascido aos Campina Grande-PB, pois antes de seus pais se mudarem para Ribeira, moravam em Campina Grande. Elvira veio a faleceu aos 19 de abril de 1956 em Campina Grande-PB.
SEVERINO LEOPOLDINO DO AMARAL nasceu em 9 de setembro de 1936 em Cabaceiras-PB. Severino se casou com Maria de Lourdes da Silva em 17 de dezembro de 1970 em Campina Grande-PB. Severino veio a falecer aos 19 de dezembro de 2022 em Campina Grande-PB.
Capítulo III – Os Avós
Francisco Januário do Amaral e Josefa Carolina de Jesus
Francisco Januário do Amaral era filho de Pedro Paulo do Amaral e Rufina Maria do Sacramento. Ele nasceu no dia 8 fevereiro 1860 e foi batizado no dia 16 de fevereiro de 1860, em Santa Luzia-PB, tendo como padrinhos os avós maternos. No seu registro15 de batismo, pode-se ler:
“Aos dezenove de fevereiro de mil oito centos e sessenta foi por mim batizado solenemente n’esta Matriz de Santa Luzia o pavulo FRANCISCO, branco, nascido à oito de fevereiro do mesmo anno, filho legítimo de Pedro Paulo do Amaral e Rufina Maria de Sacramento, forão padrinhos Francisco Freire d’Araújo e Rufina Maria de Jezus, sua mulher, de que para constar fiz este assento”.
Ele se casou com Josefa Carolina de Jesus (ou do Amor Divino), nascida por volta de 1863, filha de José Fernandes da Costa e Maria Clementina da Silva. O casamento ocorreu por volta de 1885, pois o primeiro filho do casal nascera um ano depois, em 1886. Entretanto, os livros paroquiais de Santa Luzia-PB com os registros de casamento nesse período não foram encontrados ou não mais existem.
Lampião está na terra!
Conta sua neta que Josefa Carolina chegava à casa de Sebastião e Mãe Nenem com um pinico enrolado na saia, larga e comprida e falava:
— Comadre Nenê, eu vim para cá, porque soube que Lampião está na terra.
Bichinho e bichinha
Costumava enrolar uma galinha em sua saia para presentear o seu neto mais velho e preferido, Firmino. Josefa o chamava de Bichinho. A galinha sempre chegava morta, sufocada entre as dobras longas e compridas da saia de Josefa. Sua irmã Lilia, por sua vez, ficava com ciúmes e em um belo dia não aguentou e falou para sua avó:
— Por que a senhora só chama ele de bichinho? E sua avó Josefa respondeu:
— Tá bem, a partir de agora será o bichinho e a bichinha.
Josefa Carolina de Jesus veio a falecer aos 9 de outubro de 1944, na Ribeira, município de Cabaceiras-PB, com 81 anos de idade. No seu registro16 de óbito, pode-se ler:
“Aos dez dias do mês de Outubro do ano de mil novecentos e quarenta e quatro (1944), n’esta Cidade e Comarca de Cabaceiras, d’este Estado da Paraiba do Norte, compareceu em meu cartório na qualidade de espôso, Francisco Januário do Amaral, agricultor, natural dêste Distrito e em presença das testemunhas, Ignácio Firmino de Castro e Pedro da Silva Barros, guncionários publicos, domiciliados e residentes n’esta Cidade, declarou: Que no dia nove do corrente mês, as quatorze horas, em à sua residencia, no dito logar Ribeira, faleceu de congestão, sua espôsa dona Josefa Carolina de Jesus, com oitenta e um anos de idade, profissão domestica, natural de Santa Luzia, dêste Estado e residente no dito logar Ribeira, filha legitima de José de Barros da Costa e de dona Maria de Barros da Costa. Faleceu deichando os seguintes filhos: Joana, com cincoenta e seis anos de idade, Maria, com cincoenta e tres anos de idade, Sebastião, com cincoenta e um anos de idade, Severino, com quarenta e oito anos de idade, Jovina, com quarenta e sete anos de idade, Adélia, com quarenta e cinco anos de idade, e foi sepultado o cadaver no cemitério publico d’esta Cidade. Do que para constar lavrei este termo em que conmigo assina o declarante e as testemunhas. Eu Severino Francisco de Assiz, Oficial do Registro Civil, o escrevi e assino.”
Francisco Januário do Amaral, por sua vez, faleceu no dia 11 de agosto de 1947, em Campina Grande-PB, com 87 anos de idade. No seu registro17 de óbito, pode-se ler:
“Em onze de Agosto de mil novecentos e quarenta e sete, nesta cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba, em cartório compareceu Sebastião Leopoldino do Amaral, artista e exibiu uma guia de óbito, firmada pelo médico Doutor Julio Jofili, digo, José (…) atestando têr falecido (…) as dezenove horas, na rua do sol 452, desta cidade, FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL, operário, aqui residente, sexo masculino, côr branca, com oitenta e sete anos de idade, natural deste Estado em consequência de Arteiro Esclerose, filho de PEDRO PAULO DO AMARAL e RUFINA MARIA DE JESUS, paraibanos e já falecidos, viúvo de JOSEFA CAROLINA DE JESUS, deixou seis filhos maiores de idade seguintes: Severino, Joana, Maria, Adelia, Juvena e o declarante e nada deixa para inventariar. O cadáver será sepultado no cemitério desta cidade. Para constar lavrei este termo que lido e achado conforme assina o declarante […]”
Foram filhos de Josefa Carolina de Jesus e Francisco Januário do Amaral:
JOÃO, nascido aos 24 de junho de 1886 e foi batizado aos 24 de dezembro do mesmo ano na fazenda Poço da Pedra (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Caetano de Souza e Silva e Maria Jacinta da Conceição, moradores na freguesia de Santa Luzia-PB. João veio a falecer em 5 de abril de 1888 em Santa Luzia-PB.
JOANA BATISTA DE JESUS, nasceu aos 23 de julho de 1887 e foi batizada aos 17 de julho do mesmo ano na matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel da Silva Marinho e sua mulher Firmina Maria de Jesus. Ela se casou com Antônio Dias de Araújo, filho de Serafim Dias de Araújo e de Anna Maria de Jesus. Joana veio a falecer aos 1 de junho de 1971 em Várzea-PB.
ANANIAS, nascido aos 9 de agosto de 1888 e foi batizado aos 2 de setembro do mesmo ano na igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Florêncio Augusto de Araújo e Petronília Maria de Jesus. Ananias veio a falecer em 13 de março de 1889 em Santa Luzia-PB.
SIMEÃO JOVENTINO DO AMARAL, nascido por volta de 1889. Ele veio a falecer no dia 22 de setembro de 1904 em Santa Luzia-PB.
MARIA RUFINA DE JESUS, nasceu aos 6 de março de 1891 e foi batizada aos 29 do mesmo mês e ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Firmino Francisco da Nóbrega e Maria Constante de Jesus. Ela se casou com Francisco Malaquias de Araújo, filho de Antônio Malaquias de Araújo e de Mariana Izabel de Jesus, em 24 de novembro de 1916, em Santa Luzia-PB.
AMÉLIA ANÁLIA DA TRINDADE SALTIMA nasceu aos 7 de dezembro de 1893 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Benigno Alves da Nobrega, filho de Antônio Alves da Nobrega e de Maria Valentina da Nobrega, em 21 de fevereiro de 1912, em Santa Luzia-PB. Amélia veio a falecer aos 13 de janeiro de 1927 também em Santa Luzia-PB.
JUSTINO JOSÉ DO AMARAL, nascido por volta de 1895 e que veio a falecer no Sítio Cacimbinhas no dia 3 de março de 1899, com idade de 4 anos.
SEVERINO GENESIO DO AMARAL, nascido aos 23 de outubro de 1896 no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Casou-se com Águida Maria da Conceição, filha de Antônio Mateus d’Araújo e de Joaquina Maria da Conceição, em 22 de dezembro de 1922, em Santa Luzia-PB. Severino veio a falecer em 6 de novembro de 1962, em Campina Grande-PB.
MARCELINO ANELINO (CAETANO) DO AMARAL, nascido aos 7 de maio de 1898 e foi batizado aos 22 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos João Joaquim de Araújo e Maria Virginia do Sacramento. No registro civil de nascimento consta que Marcelino nasceu em 6 de abril de 1898 no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Marcelino veio a falecer aos 4 de agosto de 1942 em Várzea-PB. Era solteiro na data de sua morte.
LEOPOLDINA ALICE DE JESUS DO AMARAL, nascida aos 27 de junho de 1899 e foi batizada aos 18 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Lucio Dantas e Izabel Leogilda Dantas. No registro civil de nascimento consta que Leopoldina nasceu no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Leopoldina se casou com José Paulino de Araújo em 28 de janeiro de 1921. Tudo leva a crer que o seu primeiro marido veio a falecer, pois conta segundo registro de casamento três anos depois com Manoel Malaquias de Araújo, filho de Antônio Malaquias de Araújo e de Mariana Izabel de Jesus, em 1 de agosto de 1924, em Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 29 de agosto de 1934 em Santa Luzia-PB.
JOVINA MARIA DE JESUS, nascida aos 17 de novembro de 1901 e foi batizada aos 13 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Aniceto de Medeiros e Sabina Maria da Conceição. No registro civil de nascimento consta que Jovina nasceu no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Casou-se com Manoel Marcellino d’Araújo, filho de Manoel Francisco d’Araújo e de Maria Benta do Amor, em 1 de dezembro de 1922, em Santa Luzia-PB.
ADELIA AMELIA DE JESUS, nascida aos 6 de dezembro de 1903 e foi batizada aos 24 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Florêncio Augusto de Araújo e Gertrudes Anália de Araújo. No registro civil de nascimento consta que Adélia nasceu em 7 de dezembro de 1903 no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Ela se casou com Benigno Alves da Nobrega, filho de Antônio Alves da Nobrega e de Maria Valentina de Medeiros. Adélia veio a falecer aos 10 de janeiro de 2007, com 107 anos de idade, em João Pessoa-PB.
LUZIA MARIA DE JESUS, nascida aos 4 de janeiro de 1906 e foi batizada aos 27 de fevereiro do mesmo ano. Foram padrinhos Francisco Leandro de Medeiros e Maria Maricita da Silva Machado. Luzia veio a falecer em 16 de novembro de 1906, em Santa Luzia-PB.
Manoel Alexandrino Dias De Araújo e Theodora Leopoldina De Figueiredo
Manoel nasceu em 28 de março de 1864 sendo batizado aos 5 de abril de 1864 em Santa Luzia-PB. Ele era filho de Serafim Dias de Araújo e Anna Maria de Jesus. No seu registro18 de batismo, pode-se ler:
“MANOEL, filho legítimo de SERAFIM DIAS DE ARAÚJO, e de ANNA JOAQUINA DE MARIA, naturais e moradores n’esta Freguesia de Santa Luzia, nasceu a vinte e oito de março de mil oito centos e sessenta e quatro, e foi por mim solemnemente baptizado no Papagaio a cinco d’abril do mesmo anno, sendo Padrinhos Manoel Freire d’Araújo e Ignácia Maria da Fé. O Vigr.º Gil Braz de Maria Santíssima. ”
Ele se casou com sua prima de 1° grau Theodora Leopoldina de Figueiredo, filha de Pedro Paulo da Costa e Bárbara Generosa do Amor Divino. Theodora nasceu em 9 novembro 1867 e foi batizada aos 22 de novembro de 1867 em Jardim do Seridó-RN. Teve como padrinhos o seu avô paterno, Paulo Tavares da Costa e a sua avó materna, Maria Joaquina de Figueiredo. No seu registro19 de batismo, pode-se ler:
“THEODORA, filha legítima de PEDRO PAULO DA COSTA FILHO, e de BARBARA GENEROSA DE JESUS, d’esta Freguesia, nasceo aos nove de novembro de mil oitocentos e sessenta e sete, e foi batizada com os Santos óleos, nessa Matriz de Santa Luzia, aos vinte e dois do mez seguinte pelo Reverendo Vigário Antônio Germano Barbalho Serême, de minha licença: forão Padrinhos Paulo Tavares da Costa, d’esta Freguesia, e Maria Joaquina de Figueiredo, ella de Santa Luzia, cazados. De que foi este assento, que assigno. O Vigr.º Francisco Justino Pereira de Brito”.
Eles se casaram em 25 de outubro de 1888 em Jardim do Seridó-RN. No registro20 do casamento, pode-se ler:
“Aos vinte e cinco de outubro de mil oitocentos e oitenta e oito no Sítio Desterro, d’esta Freguesia, perante as testemunhas Manoel Augusto de Araújo e José Antônio (…) Nobrega, assisti ao recebimento matrimonial MANOEL ALEXANDRINO DE ARAÚJO, filho legítimo de SERAFIM DIAS DE ARAÚJO e ANNA MARIA DA CONCEIÇÃO, com THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, filha legítima de PEDRO PAULO DA COSTA e BARBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO. O nutente é natural e morador na Freguesia de Santa Luzia e a nutente n’esta. De que fiz este assento em que assigno. ”
Manoel Alexandrino Dias de Araújo faleceu no dia 25 de março de 1937 em Ouro Branco-RN, município e comarca de Jardim do Seridó-RN. No registro21 de óbito, pode-se ler:
“Aos vinte e seis dias do mez de Março de mil novecentos e trinta e sete, nesta povoação de Ouro Branco, município e comarca de Jardim do Seridó, em meu cartorio veio Severino Ramos da Costa e perante testimunhas declarou: Que no lugar “Passagem” deste distrito falleceu homtem as vinte e uma horas em consequencia de uma ulcera cancerosa, Manoel Alexandrino Dias de Araújo, do sexo masculino, de cor branca, natural de Parahyba, casado, agricultor, com setenta e treis annos de idade, filho legitimo de Seraphim Dias de Araújo e de Anna Maria da Conceição, ambos fallecidos. Do que fiz este termo que assigna o declarante com as testimunhas Eugenio Borges Dantas e José Grancisco da Silva. Eu, Fausta Dantas Villar, official interina do registro o escrevi.”
Manuel teve seus bens inventariados logo depois de sua morte. O inventário se encontra no Fórum Municipal de Jardim do Seridó, Inventário no 26, caixa no 306, anos de 1937 à 1938, no processo: 1397/1937. A transcrição do documento ainda está por ser feita.
Já Theodora faleceu aos 20 de outubro de 1958 em Cabaceiras-PB, na casa de seu genro Sebastião Leopoldino do Amaral, com aproximadamente 87 anos de idade. No registro22 de óbito, pode-se ler:
“Aos vinte dias do mês de Outubro de mil novecentos e cincoenta e oito (1958), nesta Cidade e Comarca de Cabaceiras, dêste Estado da Paraíba do Norte, em cartório compareceu na qualidade de genro o senhor Sebastião Leopoldino do Amaral, artista, natural do Estado do Rio Grande do Norte, domiciliado e residente no logar Ribeira, dêste Distrito de Cabaceiras, e em presença das testemunhas Alexandre de Oliveira, funcionário público e Hermes de Almeida Castro, enfermeiro, domiciliados e residentes nesta Cidade declarou: Que em sem assistencia médica Teodora Leopoldina de Figuerêdo, do sexo femenino, côr branca, com setenta e oito anos de idade, viuva, de profissão domestica, natural do Estado do Rio Grande do Norte, domiciliada e residente no dito logar Ribeira, filha legitima de Pedro Paulo da Costa e de Barbara Leopoldina da Costa, ambos já falecidos. Faleceu deichando os seguintes filhos: Maria, Manoel, Serafim e Nascimento, todos de maior idade e foi sepultado o cadaver no cemitério público desta Cidade. Para constar labrei este termo que lido e achado conforme assina o declarante e as testemunhas. Eu, Severino Francisco de Assiz, Oficial do Registro Civil o escrevi e assino.”
Foram filhos de Theodora Leopoldina de Figueiredo e Manoel Alexandrino Dias de Araújo:
IGNÁCIO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 18 de outubro de 1889 e foi batizado aos 13 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Pedro Paulo da Costa Filho (irmão de Theodora) e Anna Maria de Jesus.
MARIA THEODORA DIAS (LEOPOLDINA DA NOBREGA), nascida aos 9 de fevereiro de 1891 e foi batizada aos 29 de março do mesmo ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Serafim Dias de Araújo e Barbara Generosa do Amor Divino, avós paternos. No registro civil de nascimento consta que Maria nasceu em 9 de janeiro de no lugar Pedra d’Água (Santa Luzia-PB). Maria se casou com Joaquim Vieira da Nobrega, filho de José Antônio Alves da Nobrega e de Maria Neomizia de Jesus, em 26 de agosto de 1937, em Santa Luzia-PB. Maria veio a falecer em 4 de maio de 1951, com 60 anos de idade, em Várzea-PB.
PEDRO ALEXANDRINO DE ARAÚJO (DA COSTA), nascido aos 3 de junho de 1892 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Maria Juvina de Araújo, filha de José Francisco dos Santos e de Juvina de Deus Bezerra, aos 2 de janeiro de 1924 em Ouro Branco-RN. Ele veio a falecer aos 31 de março de 1957, em São Mamede-PB.
ANNA MARIA DE JESUS, nascida por volta de 1894 e faleceu no dia 18 de agosto de 1905 em Santa Luzia-PB com 11 anos de idade.
JOSÉ ALEXANDRINO DE ARAÚJO, nascido aos 22 de março de 1895 em Santa Luzia-PB.
MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO FILHO, nascido aos 18 de maio de 1898 e foi batizado aos 14 de agosto do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Luiz Leoncio de Medeiros de Pais e outro padrinho da freguesia da Conceição. Ele se casou com Elisa de Souto Araújo (Hermelinda de Santo), filha de Manoel Pereira de Santo e de Bevenita Hermelinda de Araújo, em 15 de outubro de 1938 em Santa Luzia-PB. O casal teve 5 filhos sendo eles: Francisco das Chagas Araújo, José Walter Araújo Souto, Roosevelt de Araújo Souto, Gleide de Araújo Souto e Baruch de Araújo Souto. Manoel veio a falecer em 29 de julho de 1966, em Campina Grande-PB.
SERAFIM ALEXANDRINO DE ARAÚJO, nascido em 28 de agosto de 1900, em Santa Luzia-PB. Ele faleceu no dia 10 de novembro de 1967, em Campina Grande-PB. Tinha uma pequena mercearia na cidade de Campina Grande-PB.
BARBARA, nasceu aos 6 de fevereiro de 1902 e foi batizada no Sítio da Pedra d’Agua no dia 15 de maio do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Pedro Paulo de Figueiredo e Izabel Leopoldina de Jesus.
FRANCISCO ALEXANDRINO DE ARAÚJO, nascido por volta de 1906 e faleceu 7 anos após, em 23 de agosto de 1914 em Santa Luzia-PB.
MANOEL ALEXANDRINO DO NASCIMENTO, nascido aos 24 de dezembro de 1908 e foi batizado na Capela do Espírito Santo aos 28 de março de 1909 em Jardim do Seridó-RN. Foram padrinhos Francisco Pequetino de Araújo e Gertrudes Amelia de Araújo. Existe outro registro na mesma freguesia onde os padrinhos são diferentes. Nesse registro, consta que foram padrinhos Claudio Thomaz da Silva e sua mulher Maria Ernestina de Britto. Manoel veio a falecer aos 14 de julho de 1962 em Caicó-RN.
Capítulo IV – Os Bisavós
Pedro Paulo do Amaral e Rufina Maria do Sacramento
Sabe-se que Pedro Paulo do Amaral era paraibano e comerciante, segundo alguns registros de nascimento de seus netos. Especula-se que tenha nascido em Várzea-PB, cidade a cerca de 15 km de Santa Luzia-PB, local referenciado nos registros de casamento e batismo de seus filhos. Várzea era também a cidade onde seu neto, Sebastião Leopoldino do Amaral, morava no momento do seu casamento com Maria Cristina de Figueiredo, em 1916.
Pedro era filho de Caetano Gomes de Oliveira e de Vicência Maria de São Pedro. A primeira vista, por não portar o nome do pai, poderia se pensar que a informação acima não seria verdadeira. Entretanto, a filiação foi comprovada mediante um registro no alistamento eleitoral de 1892 de Santa Luzia-PB.
Registro eleitoral de Pedro Paulo do Amaral, onde é citado que era filho de Caetano Gomes de Oliveira.
A origem do sobrenome “do Amaral” em nossa família
A origem do sobrenome “do Amaral” carregado por Pedro Paulo do Amaral e grande parte de sua descendência ainda é incerta. A hipótese mais provável é que tenha sido herdado de sua mãe, Vicência Maria de Sam Pedro, descendente do português Antônio Garcia de Sá. Segundo Olavo de Medeiros Filho, foi Antônio Garcia de Sá quem deu origem, no Seridó, às famílias Garcia de Sá, Garcia do Amaral e Garcia de Araújo.
Contudo, mesmo em sua obra “Velhas Famílias do Seridó”, Olavo não detalha o surgimento repentino desse sobrenome na região. Alguns genealogistas defendem que Antônio Garcia de Sá seria natural dos Açores e teria vínculos com a família Medeiros, que, por sua vez, estava conectada à família Amaral por meio de Maria do Amaral, bisavó dos irmãos Sebastião e Rodrigo.
Trecho que indicaria o parentesco de Antonio Garcia de Sá e o Cônego Manuel Garcia Velho do Amaral.
Por outro lado, há quem argumente que Antônio Garcia de Sá teria ligações com o sobrenome Amaral a partir da família do Cônego Visitador Manoel Garcia Velho do Amaral. Em documento23 datado de 1769 referente ao testemunho contra atos ilícitos do citado Cônego na região do Seridó, Thereza Lins de Vasconcellos, cunhada de Antônio Garcia de Sá, informa em seu depoimento que Antonio Garcia (de Sá) era compadre, parente e amigo de Manoel Garcia Velho do Amaral.
Manuel Garcia Velho do Amaral nasceu era natural de Recife. Era filho de Antônio Garcia Velho do Amaral e de Angélica Luísa da Assunção, conforme consta na habilitação para o cargo de familiar do Santo Ofício de seu irmão, João Garcia Velho do Amaral. Segundo o historiador George Cabral, o pai de Manuel era natural de Lisboa, e a mãe, Angélica Luísa, era natural da vila de Santo António do Recife e filha de João Batista Ribeiro e de Violante Tavares. Os avós paternos de Manuel eram João Garcia Velho, natural de Hamburgo, Alemanha (filho de Roque Grisley e Gracia Meris), e Luísa Amaral, natural de Tomar (filha de Manuel Ferreira Ramos do Amaral e Simoa das Neves). Pelo lado materno, seus avós eram João Batista Ribeiro, natural de Baião (filho de Jerónimo Francisco e Joana da Assunção), e Violante Tavares, natural de Goiana (filha de Manuel de Brito Tavares e Ana Teixeira). Infelizmente não foi ainda encontrado o elo entre Antonio Garcia de Sá e a família do Cônego Manoel Garcia Velho do Amaral.
O que se sabe, por fim, é que Pedro Paulo do Amaral recebeu esse sobrenome de forma inesperada. Seguindo as tradições da época, era mais comum que os filhos homens herdassem apenas o sobrenome paterno. Nesse caso, Pedro Paulo deveria ter recebido o sobrenome “Gomes de Oliveira”, ou simplesmente “de Oliveira”. Contudo, esse não foi o desfecho. Pode-se especular que seus pais, sobretudo sua mãe, tenham escolhido o sobrenome “do Amaral” para homenagear um padrinho, um amigo importante ou, talvez, para resgatar a memória de um sobrenome que sua família portara décadas ou até séculos antes.
No que diz respeito à origem24 geral do nome em Portugal, credita-se que o sobrenome Amaral tenha surgido nas regiões do norte do país (Beira, Minho e Douro). A palavra estaria relacionada ao cultivo de uma variedade de uvas chamada amara (ou Azal Tinto), conhecida pelo sabor amargo. O sufixo “al” indica “plantação de”, de modo que “do Amaral” significaria “da plantação de amaras”. Assim, os primeiros portadores do sobrenome possivelmente eram cultivadores dessas uvas, incorporando o nome à sua identidade.
Pedro Paulo do Amaral se casou com Rufina Maria do Sacramento (alguns registros constam como Rufina Maria de Jesus ou Rufina Maria da Conceição), nascida em novembro de 1842 e batizada no dia 28 do mesmo mês e ano, com um mês de vida. Rufina era filha de Francisco Freire de Araújo e Rufina Maria de Jesus. No seu registro25 de batismo, pode-se ler:
“Aos vinte e oito dias do mez de novembro de mil oito centos e quarenta e dous na Capella de Santa Luzia, o Reverendo Frei Ignácio da Conceição, Coadjunto d’este Freguesia, baptizou solenemente com os santos óleos RUFINA, branca, com hum mez, filha legítima de FRANCISCO FREIRE DE ARAÚJO, e RUFINA MARIA DE JEZUS, moradores na Cacimbinha, forão Padrinhos José de Araújo Pereira, cazado, e Anna Joaquina do Sacramento, cazada, d’esta Freguesia, de que para constar mandei fazer este termo em que me assigno. O Vigr.° Antônio Dantas Correia de Gois.”
O casamento entre Pedro Paulo e Rufina ocorreu no dia 3 de março de 1859, em Santa Luzia-PB. No registro26 de casamento, pode-se ler:
“As quatro horas da tarde do dia três de Março de mil oito centos cincoenta nove, no lugar Cacimbinha d’esta Freguesia de Santa Luzia, em minha presença e das testemunhas João Soares Pereira e Sabinna José de Medeiros que também comigo assignarão, se receberão em matrimônio juxta Trindintino PEDRO PAULO DO AMARAL e RUFINA MARIA DO SACRAMENTO; de que para constar escrevi este assento, em que me assigno. O Vigr.º Antero Estanislao Ourique e Vasconcellos”
O registro de casamento infelizmente não traz muitas informações sobre o casal, como idade e parentesco, o que era relativamente incomum para os registros da época. Sabe-se que se casaram na fazenda Cacimbinha, a mesma em que seu filho, Francisco Januário do Amaral, morava quando registrou seus filhos em 1917.
Foram filhos de Rufina Maria do Sacramento e Pedro Paulo do Amaral:
THERÊZA (THEODORA), nascida aos 13 de outubro de 1863 e foi batizada aos 18 de outubro de 1863 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Salviano José de Medeiros e Cândida Maria do Espírito Santo, esposa de Manoel Salustiano Dantas.
LUZIA MARIA DE JESUS, nascida aos 12 de fevereiro de 1865 e foi batizada aos 19 de abril de 1865 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Quitino de Medeiros e Isabel Christina de Jesus, ambos solteiros. Luzia se casou com Francisco Virgulino Cavalcante.
MANOEL FERNANDES DE OLIVEIRA, nascido aos 21 de agosto de 1867 e foi batizado aos 22 de agosto do mesmo ano no Sítio Quixaba (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos José Luiz de Medeiros e sua esposa Emília Maria de Araújo. Manoel foi casado com Josefa Maria da Conceição, filha de João Bento de Maria e Josefa Engrácia do Amor Divino. Ele veio a falecer aos 23 de janeiro de 1920 em Santa Luzia-PB.
FIRMINA VIRGINIA DE JESUS, foi casada com Manoel Marinho da Silva, filho de José Marinho da Silva e Maria Virgínia da Silva. Ela veio a falecer antes de 1911, pois consta já falecida na certidão de nascimento de um de seus netos.
Não foram encontrados mais registros de batismo de filhos do casal em Santa Luzia-PB após 1875. Após essa data, foram encontrados registros de batismo de filhos de Pedro Paulo do Amaral, mas com Maria Constantina de Jesus. Isso indica que Rufina teria falecido após 1875 e que Pedro Paulo do Amaral teria se casado novamente.
Pedro Paulo do Amaral veio a falecer no dia 5 de novembro de 1915 em Santa Luzia-PB, com aproximadamente 76 anos idade. No seu registro27 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos cinco de novembro de mil novecentos e quinze, no Cemitério d’esta Villa, sepultou-se em habito preto o adulto PEDRO PAULO DO AMARAL cazado que foi com MARIA CONSTANTINA DE JESUS; morreu de uma ferida canserosa com setenta e seis annos de idade. Do que para constar mandei fazer este assento e assigno. (…)”
Já Maria Constantina, não se sabe ainda a data e local de falecimento. Com ela, Pedro Paulo do Amaral teve os seguintes filhos (Pedro Paulo teria em torno de 66 anos quando teve seu último filho com Maria Constantina de Jesus):
MARIA, nascida aos 2 de setembro de 1887 e foi batizada aos 18 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Joaquim José de Maria e Constância Maria de Jesus, ambos moradores na freguesia de Santa Luzia-PB.
FRANCISCO, nascido aos 5 de fevereiro de 1890 e foi batizado aos 17 do mesmo mês e ano na fazenda São Nicolao (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Manoel Avelino de Oliveira Nobrega e sua esposa Joanna Avelina de Oliveira Nobrega, ambos moradores na freguesia de Santa Luzia-PB.
JOSÉ PAULO DO AMARAL, nasceu no início de 1902 em Santa Luzia-PB. Veio a falecer em 9 de outubro de 1902, com 9 meses de idade, em Santa Luzia-PB, de morte natural causada por espasmos.
JOÃO PEDRO DO AMARAL, nascido aos 8 de março de 1905 e foi batizado aos 22 de abril do mesmo ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Joaquim Aprijo Baptista e Maria Assumpção da Silva. Ele se casou com Maria de Lourdes Vieira de Azevedo, filha de Rochan Pedro de Azevedo e de Deolinda Vieira de Azevedo. Ele veio a falecer aos 3 de fevereiro de 1972 em Recife-PE.
José Fernandes da Costa e Maria Clementina da Silva
José Fernandes da Costa (ou Tavares da Costa como consta no registro de batismo sua primeira filha) seria filho de Francisco Tavares da Costa e de Josefa Maria da Conceição. A filiação de José não pode ainda ser comprovada com total certeza, pois no seu registro de casamento, não constam os nomes dos pais.
Na busca por uma comprovação indireta, outras fontes e hipóteses podem ser consideradas. Conforme Olavo de Medeiros Filho, em seu livro Velhas Famílias do Seridó (1981)28, os supostos pais de José, Francisco e Josefa, tiveram um filho chamado José Tavares da Costa, que se casou com Maria Clementina de Souza, filha de José Gomes de Souza e de mãe desconhecida, residindo o casal na Fazenda Cachoeira, em Caicó-RN. Foi possível localizar o registro de batismo desse José nos livros da freguesia de Caicó-RN. No registro29 de batismo, pode-se ler:
“JOZÉ, filho legítimo de FRANCISCO TAVÁRES DA COSTA e de JOSEFA MARIA DE MEDEIROS, naturais e moradores nesta Frequezia do Siridó, nasceo à des e Julho de mil oito centos e trinta e oito e foi baptizado com os sanso oleos na capella de Santa Luzia da Freguezia dos Patos à vinte nove do dito mez e anno pelo Padre Estevão Jozé da Costa Peramboba de minha licença: forão Padrinhos Carlos Tavares da Costa e Anna Joaquina da Conceição, solteiros. De que para constar mandei fazer este Assento que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”
Chama atenção a similaridade entre os nomes de José e sua esposa, especialmente considerando que, em alguns documentos, José já foi referido com o sobrenome Tavares da Costa. Além disso, Francisco Tavares da Costa e sua esposa Josefa Maria da Conceição foram padrinhos do primeiro filho homem de José e Maria Clementina, o que reforça a possibilidade de parentesco entre as famílias.
O que se sabe com certeza é que José Fernandes da Costa se casou com Maria Clementina da Silva no dia 26 de junho de 1859 em Santa Luzia-PB. No registro30 de casamento, pode-se ler:
“As oito horas do dia vinte seis de junho de mil oito centos cincoenta nove n’esta Matriz de Santa Luzia em minha presença e das testemunhas Caitano Gomes d’Oliveira e Francisco Vicente d’Oliveira, que comigo assignarão se receberão em matrimonio JOSÉ FERNANDES DA COSTA e MARIA CLEMENTINA DA SILVA, de que para constar escreví este assento. O Vigr.º Antero Estanislao Ourique e Vasconcellos.”
Apesar do casamento ter ocorrido em Santa Luzia-PB, o casal habitou em outra localidade, pois não foram encontrados os registros de nascimento de seus filhos na dita Freguesia. Após buscas nos registros da antiga Freguesia de Santa’Anna (Caicó-RN), pôde-se encontrar os referidos registros, esclarecendo-se de vez a questão.
José faleceu em São José do Sabugi-RN antes de 1887, pois consta como falecido no registro de casamento de seu filho José Rafael da Costa. Já Maria Clementina, falaceu antes de 1902.
Foram filhos de Maria Clementina da Silva e José Fernandes da Costa:
MARIA JACINTA DA SILVA, nascida aos 3 de julho de 1860 e foi batizada aos 1 de agosto de 1861 na Fazenda Desterro (Jardim do Seridó-RN). Foram padrinhos José Gomes de Oliveira e sua esposa Lira Maria da Conceição. Ela se casou com Antônio Galdino de Lucena, filho de Galdino José de Lucena e de Josefina Silveira de Morais, aos 12 de julho de 1887 em Serra Negra do Norte-RN.
LUIZA FRANKLINA DE MARIA, nascida aos 8 de setembro de 1861 e foi batizada aos 25 de outubro do mesmo ano no Oratório do Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos Feliciano de Araújo Costa e sua esposa Maria Magdalena da Silva. Ela se casou com Francisco Alexandre de Maria, filho de Manoel Alexandre de Maria e Florência Maria da Conceição. Luiza veio a falecer aos 30 de junho de 1943 em Parelhas-RN.
JOSÉ RAFAEL (SILVA) DA COSTA, nascido aos 24 de novembro de 1862 e foi batizado aos 8 de dezembro do mesmo ano no Oratório do Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos Francisco Tavares da Costa e sua mulher Josefa Maria da Conceição. José se casou com Anna Engrácia de Maria em 12 de setembro de 1887, em Serra Negra do Norte-RN. José veio a falecer no dia 17 de julho de 1919 em Jardim do Seridó-RN.
JOÃO, nascido aos 30 de maio de 1867 e foi batizado aos 14 de junho do mesmo ano na fazenda Cordeiro (Caicó-RN). Foram padrinhos Francisco José de Araújo Bastos e Clementina Avelina de Maria, ambos residentes na freguesia de Caicó-RN.
ANANIAS, nascido aos 24 de setembro de 1868 e foi batizado aos 1 de janeiro de 1869 no Oratório do Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos Florêncio Augusto e Custódia Maria do Sacramento.
JUSTINO, nasceu aos 12 de dezembro de 1869 e foi batizado aos 25 de fevereiro de 1870 em Caicó-RN. Foram padrinhos João Saturnino de Maria e Mandarina MAria da Conceição.
FRANCISCO FERNANDES DA COSTA, nasceu por volta de 1872 em Serra Negra-RN e faleceu no dia 1 de abril de 1957 em Canguaretama-RN.
Após a morte de José Fernandes da Costa, Maria Clementina da Silva se casou novamente, dessa vez com Galdino José de Lucena, filho de Manoel de Assumpção de Lucena e de Maria José de Jesus. No registro de casamento, é mencionado que ambos eram viúvos, sendo a primeira esposa de Galdino, Josefina Silveira de Morais, filha de Manoel Félix de Morais e de Joana Maria de Jesus. O casamento ocorreu aos 25 de outubro de 1887, em Serra Negra do Norte-RN. No registro31 de casamento, pode-se ler:
“Aos 25 dias do mez d’outubro d’anno de 1887 pelas as duas horas do dia n’Egreja de S. João do Sabugi da Freguesia de Serra Negra, uni em matrimonio a Galdino José de Lucena e MARIA CLEMENTINA DA SILVA, ambos viúvos, perante as testemunhas: José Maia Guerreira e Francisca Onofre de Lucena, tendo se antes despensados na 4a g. ou 3a e 4a gs de sange. Para constar mandei escrever o presente, em que eu assino. Vigro Manoel Salviano de Medeiros.”
Maria Clementina da Silva teria morrido após o segundo casamento e antes de 1902, onde consta falecida em um registro de nascimento de uma de suas netas. O local da morte é muito provavelmente São João do Sabugi-RN (com os registros em Serra Negra do Norte-RN – a confirmar).
Serafim Dias de Araújo e Anna Maria de Jesus
Serafim nasceu por volta de 1834, pois havia sessenta e cinco anos de idade no momento de sua morte em 1899. Pouca informação restou sobre os pais de Serafim Dias de Araújo, pois não foram encontrados os registros de batismo e de casamento relacionados à pessoa de Serafim até o momento.
Através da pesquisa na obra genealógica No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste (1955)32 do autor Sebastião de Azevedo Bastos, pôde-se encontrar referências que levavam a crer que Serafim Dias de Araújo era irmão de Manoel Freire de Araújo, sendo, portanto, filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé.
Através de um registro de batismo ocorrido no sítio Várzeas, em Santa Luzia no ano de 1862, Serafim foi padrinho de uma criança exposta (sem pais conhecidos) na casa de Dona Ignácia Maria da Fé, já viúva, sendo ela também madrinha da criança. Poderiam os dois ter alguma relação? No registro33 pode-se ler:
“Aos sete de janeiro de mil oito centos e sessenta, e dois, de licença minha baptizou solenemente o Padre Gil Braz de Figueiredo no Sítio Varzeas ao (?) Manoel, exposto na noite de vinte e quatro de dezembro de mil oito centos e sessenta e um em casa de D. IGNÁCIA MARIA DA FÉ. Padrinhos SERAFIM DIAS DE ARAÚJO e D. Ignácia Maria da Fé, de que fez este asseto em que assigno. O Vigr.° Marculino Rogério dos Santos Freire.”
Até aqui, não se poderia atestar com cem por cento de certeza o parentesco de Serafim Dias de Araújo. Entretanto, a partir da análise do registro de alistamento eleitoral de 1892 de Santa Luzia-PB34, pôde-se encontrar o seguinte:
Pode-se ver que Serafim Dias de Araújo era filho de Nicácio Freire de Araújo (a coluna da direita corresponde à filiação) e, portanto, a teoria levantada a respeito de seus pais estava correta.
Serafim Dias de Araújo se casou com Anna Maria de Jesus, sua sobrinha por parte de pai, nascida aos 2 de março de 1847 em Santa Luzia-PB. Anna era filha de Manoel Freire de Araújo e de Maria Joaquina de Figueiredo. No registro35 de batismo, pode-se ler:
“ANNA, filha legítima de [MANOEL FREIRE DE ARAÚJO e MARIA] JOAQUINA DE FIGUEIREDO, naturais e moradores n’esta Freguesia de Nossa Senhora da Guia de Patos, nasceo a 23 de março de mil oitocentos e quarenta e sete e foi por mim baptizada com os Santos Óleos em Desobrigo na Fazenda Papagaio à 2 de junho do mesmo anno; forão Padrinhos Manoel da Costa de Figueiredo, cazado, e Luísa Veneranda de Jesus, (?) cazada, moradores na mesma Freguesia; de que para constar mandei fazer este Termo que me assigno. O Vigr.° Antônio Dantas Garcia de Souza.”
O matrimônio entre Serafim e Anna ocorreu por volta de 1863, muito provavelmente em Santa Luzia-PB, mas sem registros que comprovem a referida data.
Anna Maria de Jesus veio a falecer no dia 25 de março de 1922 em Santa Luzia-PB. No seu registro36 de óbito, pode-se ler:
“Aos vinte e cinco dias do mez de março de mil novecentos e vinte e dous, n’este Districto de Paz, Termo de Santa Luzia do Sabugy, Comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu cartório compareceu Antônio Dias de Araújo, na qualidade de filho e em presença das testemunhas abaixo assignadas declarou: que no dia de hoje pelas quatro horas no lugar Pedra d’Água d’este Termo, falleceu ANNA MARIA DE JESUS, natural d’este Termo, com setenta e cinco annos de idade, de profissão doméstica, e residente (?) lugar Pedra d’Água, viúva por fallecimento de SERAPHIM DIAS DE ARAÚJO; que deixou os seguintes filhos: Manoel Alexandrino Dias de Araújo, com cincoenta e oito annos; Maria Neomizia de Jesus, com cincoenta e quatro annos; Francisco Dias de Araújo, com quarenta e nove annos; João Augusto, digo, Antônio Dias de Araújo, com quarenta e seis annos de idade, finalmente, a sua morte proveniente de uma esirefella? e que foi sepultada no cemitério público d’esta Villa (…)”
“Aos vinte e cinco de março de mil novecentos e vinte e dois falleceu ANNA MARIA DE JESUS, com setenta e cinco annos de idade, viúva que foi de SERAFIM DIAS DE ARAÚJO, em consequência de erisepila e foi sepultada no dia seguinte no cemitério publico des freguesia e para constar mandei fazer este assento em que me assigno Pelo Vigario Pe Geraldo M. V. d. (?)”
Já Serafim faleceu em 7 de março de 1899 e foi sepultado no dia 8 de março de 1899 em Santa Luzia-PB, com idade de 65 anos. No seu registro38 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos oito de março de mil oitocentos e noventa e nove, n’este Cemitério sepultou-se em hábito preto o adulto SERAFIM DIAS DE ARAÚJO, cazado que foi com ANNA MARIA DE JESUS morreu de (…) com idade de sessenta e cinco annos, foi encomendado. E para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigr.º Pe. João Baptista de Albuquerque. ”
“Aos oito dias do mez de março de mil oito centos e noventa e nove (…) compareceu João Augusto de Araújo na qualidade de filho em presença das testemunhas abaixo assinadas, declarou que pelas duas horas do dia oito do mesmo mez no Sítio Pedra d’Água d’este Termo, falleceu SERAFIM DIAS DE ARAÚJO com idade de sessenta cinco annos, criados natural e rezidente n’este Termo, Cazado com Anna Maria de Jesus deixou cinco filhos legítimos os quais, Manoel Alexandrino Dias de Araújo com idade de trinta e cinco annos, Maria (?) de Jesus, idade trinta e um annos, Francisco Dias de Araújo, vinte seis annos, João Augusto de Araújo, idade vinte cinco annos, e Antônio Dias de Araújo idade vinte dois annos de idade, e finalmente a morte foi natural proveniente de uma (?) e foi sepultado no Cemitério d’esta Villa, (…) ”
Foram filhos de Anna Maria de Jesus e Serafim Dias de Araújo:
JOÃO, nascido aos 21 de julho de 1867 e batizado aos 23 de agosto de 1867 no Sítio Varzeas (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Amâncio Freire de Araújo, viúvo e Maria Joaquina de Figueiredo.
MARIA NEOMIZIA DE JEZUS, nascida aos 25 de julho de 1868 e foi batizada aos 30 de julho do mesmo ano no Sítio Papagayo (Santa Luzia-PB).
GERTRUDES, nascida aos 10 de fevereiro de 1870 e batizada aos 17 de abril de 1870 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Pedro Paulo da Costa, residente na Freguesia de Jardim do Seridó, e Maria Joaquina de Araújo. Ela faleceu antes de 1899, pois não foi citada no registro de óbito de seu pai.
JOÃO, nascido aos 10 de abril de 1871 e batizado aos 2 de junho de 1871 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Cassiano Pedro de Araújo de Maria e Barbara do Amor Divino. Ele faleceu antes de 1899, pois não foi citado no registro de óbito de seu pai.
FRANCISCO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 14 de fevereiro de 1873 e foi batizado aos 20 de julho do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Piburo de Araújo e Izabel Maria de Medeiros. Ele se casou com Anna Roza de Figueiredo, filha (Página 163) de Pedro Paulo da Costa Filho e de Bárbara Generosa do Amor Divino em nove de março de 1895 em Santa Luzia-PB. Segundo consta no registro do casamento, Francisco e Anna era primos de primeiro grau.
JOÃO AUGUSTO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 4 de fevereiro de 1874 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Otávia Amélia da Silva e veio a falecer no dia 14 de outubro de 1905, em Santa Luzia-PB.
FILHO ANÔNIMO, faleceu em 2 de setembro de 1875 em Santa Luzia-PB, com 15 dias de vida.
ANTÔNIO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 2 de outubro de 1876 em Santa Luzia-PB. Ele era criador e se casou com Maria Isabel Bezerra, filha de José Alves da Paixão e de Izabel Bezerra da Conceição em 6 de janeiro de 1900 em Santa Luzia-PB.
Pedro Paulo da Costa e Bárbara Generosa do Amor Divino
Pedro nasceu em 17 de fevereiro de 1840 e foi batizado aos 24 do mesmo mês e ano no Sítio Desterro, em Jardim do Seridó-RN. Entretanto, o registro de batismo foi feito em Caicó-RN. Ele era filho de Paulo Tavares da Costa e de Anna Joaquina de Bittencourt. No registro40 de batismo, pode-se ler:
“PEDRO, filho legítimo de PAULO TAVARES DA COSTA e de ANNA ROZÁLIA DE BITTENCOURT, naturaes e moradores n’esta Freguesia do Seridó, nasceo à dez e sete, e foi baptizado com os santos óleos à vinte quatro de fevereiro de mil oito centos e quarenta no Sítio Desterro, pelo Padre Joaquim Felis de Medeiros de minha licença; forão Padrinhos Jozé Dias de Araújo e Paula Ursulina da Fonsêca, casados; do que para constar mandei fazer este Assento, que assigno, O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”
Já Bárbara nasceu em 26 de abril de 1848, sendo batizada no mesmo dia em Santa Luzia-PB. Ela era filha de Manoel Freire de Araújo e de Maria Joaquina de Figueiredo. No seu registro41 de nascimento, pode-se ler:
“BARBARA Branca fa legítima de MANOEL FREIDE DE ARAÚJO, nascida a vinte seis de abril de mil oito centos e quarenta e oito e batizada solenemente pelo Rdo Vigro Antônio Dantas Corrêia de Souza aos vinte de abril do dito anno; forão Padrinhos Antônio Tavares da Costa, Cazado, e Sebastiana Rodrigues da Silva, Maria de José Freire. O Vigr.° Antônio Dantas Corrêia de Souza.”
Eles se casaram em 20 de fevereiro de 1867 em Santa Luzia-PB. No registro42 de casamento, pode-se ler:
“As onze horas e cincoenta minutos da noite do dia vinte de fevereiro de mil oitocentos e sessenta e sette, no Sítio Papagaio, d’esta Freguesia de Santa Luzia do Sabugy, uni em matrimonio, e dei logo as benções nupciais, aós contrahentes PEDRO PAULO DA COSTA, moradôr na Freguesia do Jardim, no Rio Grande do Norte, e BARBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO, minha Parochianna; elle filho legítimo de PAULO TAVARES DA COSTA, e ANNA JOAQUINA DE BITANCOURT; e ella filha legítima de MANOEL FREIRE D’ARAÚJO, e de MARIA JOAQUINA DE FIGUEIREDO; e em tendo observei o disposto pelo ? Concilio di Trento, e leys do Imperio: forão testemunhas o Capitão Januncio Salustianno da Nobrega, Cazado, e moradôr na Freguesia de Caicó, também no Rio Grande do Norte, e Serafim Dias d’Araújo, também casado, e moradôr n’esta mesma Freguesia de Santa Luzia do Sabugy: do que , para constar, foi este assento, em que me assigno. O Vigr.º Antônio Germano Barbalho Besêrra.”
Uma das testemunhas, o Capitão Januncio Salustiano da Nobrega foi uma figura de muita importância na sociedade seridoense. Várias fontes relatam um confronto ocorrido em sua fazenda Pedreira, entre policiais e o grupo de cangaceiros, comandado por Antônio Silvino. O evento ficou conhecido como o “Fogo na Pedreira” e é detalhada em [10]. A outra testemunha era Serafim Dias de Araújo, que seria pai do futuro esposo de sua filha Theodora Leopoldina de Figueiredo.
Pedro faleceu em 8 de agosto de 1903 em Santa Luzia-PB com aproximadamente 63 anos de idade (consta 60 em seu registro de sepultamento e 77 no de óbito, o que não condiz com a realidade). Ele foi sepultado em 8 agosto 1903 em Santa Luzia-PB. No seu registro43 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos oito de agosto de mil novecentos e três, n’este Cemitério sepultou-se em habito preto o adulto PEDRO PAULO DA COSTA, viúvo por falecimento de BARBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO, morreu de uma ferida com idade de sessenta annos, foi encomendado. E para constar mandei fazer este em que assigno. O Vigr.º P. João Baptista d’Albuquerque. ”
“Aos oito dias do mez de agosto de mil nove centos e trêz (…) em meu Cartório compareceu Francisco Pedro de Figueiredo Costa, na qualidade de filho, em presença das testemunhas abaixo assignadas, declarou: lá pelas nove horas da noite do dia sete de mesmo mez no Sítio Desterro d’este Termo, falleceu PEDRO PAULO DA COSTA com idade de setenta e sete annos, viúvo por fallecimento de BARBARA GENEROZA DO AMOR DIVINO, deixou cinco filhos legítimos os quais são: THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, Cazada, Francisco Pedro de Figueiredo Costa, Solteiro com idade de trinta e dois annos, Anna Roza de Lima, Cazada, Manoel Pedro da Costa com idade de vinte e nove annos, Pedro Paulo da Costa, Solteiro de vinte sete annos, finalmente a morte foi natural por (?) de uma ferida encolhida e vai ser sepultado no Cemitério d’esta Villa. Do que para constar assignei este termo (…)”
Já Bárbara foi sepultada em 9 abril 1901 em Santa Luzia-PB. No seu registro45 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos nove de abril de mil novecentos e um, n’este Cemitério se sepultou em habito preto a adulta BARBARA GENEROZA DO AMOR DIVINO, casada que foi com PEDRO PAULO DA COSTA, morreu de uma malissa com idade de cincoenta e dois anos. E pra constar mandei fazer este em que assigno. O Vigr.º P. João Baptista d’Albuquerque. ”
Ambos foram inventariados no ano de 1908, pelo seu filho Francisco, no município de Jardim do Seridó-RN. O inventário se encontra no Fórum Municipal de Jardim do Seridó, Inventário no 12, caixa no 292, anos de 1908 à 1909, no processo: 708/1908.
Foram filhos de Bárbara Generosa do Amor Divino e Pedro Paulo da Costa:
FRANCISCO PEDRO DE FIGUEIREDO COSTA (DIAS DE ARAÚJO), nasceu aos 19 de novembro de 1868, muito provavelmente no Desterro, atual município de Ouro Branco-RN. Ele se casou com Amélia Leopoldina da Costa, filha de Antônio Fernandes da Costa e de Honorina Maria de Lucena, aos 16 de novembro de 1914 no Jardim do Seridó-RN. Ele veio a falecer no dia 9 de maio de 1951, em Ouro Branco-RN.
ANNA THEREZA (ROZA) DE FIGUEIREDO, nascida aos 17 de abril de 1871 e foi batizada aos 2 de junho de 1871 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Soares da Costa e Anna Joaquina de Araújo. Ela se casou com Francisco Dias de Araújo, filho de Serafim Dias de Araújo e de Anna Maria de Figueiredo (Capítulo IV – Os Bisavós), aos 24 de outubro de 1884 em Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 2 de maio de 1944 em Ouro Branco-RN.
MANOEL PEDRO DA COSTA, nasceu aos 20 de janeiro de 1873 em Desterro, no município de Ouro Branco-RN. Ele se casou com Francisca Justina de Lucena, filha de Francisca das Chagas de Lucena e Rosa Maria da Conceição no dia 28 de agostro de 1931 em Santa Luzia-PB. Ele veio a falecer aos 27 de abril de 1963 em Ouro Branco-RN.
PEDRO PAULO DA COSTA (2°), nasceu aos 7 de setembro de 1874 em Desterro, no município de Ouro Branco-RN. Ele foi casado com Maria Rosa Trindade, filha de João Batista de Araújo e de Maria Eulina Trindade. Ele veio a falecer aos 3 de julho de 1965 em Campina Grande-PB.
Capítulo V – Os Trisavós
Caetano Gomes de Oliveira e de Vicência Maria de São Pedro
Caetano Gomes de Oliveira nasceu por volta de 1808, e era muito provavelmente natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele era filho de Cosme Gomes de Oliveira e de Thereza Maria de Jesus. Ele se casou com Vicência Maria de São Pedro, filha de Alexandre Renovato Silva (ou de Sá) e de Josefa Maria do Nascimento. O casamento ocorreu aos 23 de outubro de 1826 na fazenda Salgado, situada na freguesia de Santa’Anna de Caicó-RN. No registro46 de casamento, pode-se ler:
“Aos vinte trêz dias do mêz de Outubro de mil oit centos e vinte seis annos pelas nove horas do dia na Fazenda Salgado desta Freguezia do Siridó, tendo procedido as canónicas denunciações e sem impedimento e confisão comunhão e ? doutrina christã o Reverendo Ignacio Gonçalves Mello de minha licença casou e abençou aos meu Paroquianos CAETANO GOMES DE OLIVEIRA, filho legitimo de COSME GOMES DE OLVIERA e de THERÊZA MARIA DE JESUS e VICENCIA MARIA DE SAM PEDRO, filha legitima de ALEXANDRE RENOVATO SILVA e de JOSEFA MARIA DO NASCIMENTO, naturaes e moradôres nesta Freguezia; sendo testemunhas Francisco Corrêa de Avila; e Sebastião José de Medeiros, casados, moradôres nesta Freguezia, que com o dito Padre afirmarão o assento, que me foi remettido, pelo qual foi copiado o presente, em que me assigno. Vigro Francisco de Brito Guerra”
Podemos ver o nome de Caetano Gomes de Oliveira em muitos registros de casamento da freguesia de Santa Luzia-PB, o que leva a crer que habitava nas proximidades, muito provavelmente em Várzea-PB. Caetano também foi testemunha do casamento de José Fernandes da Costa e de Maria Clementina da Silva (Página 152).
Foram filhos de Vicência do Amaral Caetano Gomes de Oliveira:
ANTÔNIO nasceu 26 de outubro 1827 e foi batizado no dia 25 de dezembro do mesmo ano no Oratório São João, atual São João do Sabugi-RN. Não constam os padrinhos no registro de batismo. Ele veio a falecer de feridas na boca (estomatite) no ano de 1828, sendo sepultado no dia 28 de setembro do dito ano na Igreja Matriz de Caicó-RN.
JOSEFA nasceu no dia 1 de outubro de 1828 e foi batizada aos 25 de dezembro do mesmo ano no Oratório São João (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos Francisco Corrêa de Avila e sua mulher Maria do Carmo.
ANTÔNIO JERÔNIMO DE OLIVEIRA nasceu aos 27 de novembro de 1829 e foi batizado aos 7 de dezembro do mesmo ano no Sítio Riacho de Fora (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos Alexandre Renovato da Silva e sua mulher Josefa Maria de Araújo. Antonio teve seu nome em homenagem ao irmão de mesmo nome que faleceu no ano de 1828. Ele foi casado com Pastora Tavares da Costa, filha de Francisco Tavares da Costa e de Josefa de Araújo Nóbrega. O casal morou na fazenda Angola, em Santa Luzia-PB.
Não foram encontrados mais registros de batismo nos livros de Caicó-RN nos anos seguintes à 1829. Isso pode indicar que se mudaram. O último batismo foi realizado no Sítio Riacho de Fora, que fica há alguns quilômetros de Várzeas-PB. Sabe-se que o ramo Amaral de nossa família é proveniente dessa localidade. É de se pensar que tenham ido para essa região e os registros subsequentes estariam escritos ou em Santa Luzia-PB ou em Patos-PB. O que pode corroborar com essa teoria é que foram encontrados alguns registros onde Caetano foi testemunha em casamentos na matriz de Santa Luzia-PB.
Francisco Freire de Araújo e Rufina Maria de Jesus
Francisco Freire de Araújo nasceu entorno de 1815. Ele se casou com Rufina Maria de Jesus, nascida por volta de 1820, filha de Francisco Tavares da Costa com a sua primeira esposa, Maria José de Medeiros. O casal habitou o no sítio Cacimbinha, situada em Santa Luzia-PB.
Algumas fontes informam que Francisco seria filho de Sebastião Dias de Araújo, mas nenhum documento foi encontrado que pudesse confirmar essa informação. É muito mais provável que Francisco seja filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé. Essa suposição vem do fato que a irmã de Rufina, Maria Benta de Araújo (de Medeiros) se casou com Amâncio Freire de Araújo, filho de Nicácio e Ignácia. Era muito comum na época irmãos e irmãs se casarem com irmãos e irmãs de outras famílias. Mais registros são necessários a fim de provar essa informação.
Foram filhos de Rufina Maria de Jesus e Francisco Freire de Araújo:
MANOEL, nasceu aos 8 de janeiro de 1844 e foi batizada na Fazenda Várzeas (Várzeas-PB) aos 13 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Manoel Joaquim de Araújo, casado, e Thereza Maria de Jesus. É muito provável que Manoel tenha falecido ainda bebê, pois um ano depois, os pais colocaram o nome de Manoel para outro filho (informação ainda a ser confirmada).
MANOEL, nasceu aos 2 de janeiro de 1845 e foi batizado na Fazenda São Domingos aos 26 de março do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Alexandre de Araújo Guerra, casado, e Sebastiana Rozalina dos Santos, solteira.
MARIANA ISABEL MARIA DE JESUS, nasceu no dia 1 de maio de 1847 e foi batizada na Fazenda Santa Guixaba (Santa Luzia-PB) aos 11 de junho do mesmo ano. Foram padrinhos Amaro Tavares da Costa, solteiro e Honorata Brasilina do Amor Divino, casada. Ela se casou com Antonio Malaquias de Araújo, filho de Malaquias Freire de Araújo e Joaquina Francisca do Espírito Santo.
CANDIDA, nasceu aos 15 de novembro de 1848 e foi batizada aos 25 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos José do Vale Baptista e sua mulher Balbina Onofre de Brancanxe.
ANNA, nascida em 9 de outubro de 1852 e foi batizada no dia 12 do mesmo mês no Sítio das Várzeas, em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Josefa de Jesus e Francisco Máximo da Costa.
ANTONIA, nasceu em janeiro de 1854 e foi batizada na capela de Santa Luzia-PB. A informação sobre os padrinhos não está legível o suficiente no registro para se determinar com precisão.
FRANCISCO, nasceu em 25 de fevereiro de 1855 e foi batizado em 9 de agosto do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Maximiano da Nobrega e sua mulher Porfira Augustina da Nobrega.
JOSÉ, nasceu no dia 2 de abril de 1856 e foi batizado no dia 23 de outubro do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Silvino Alves da Nobrega e Maria Leocádia da Conceição.
Manoel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo
Manoel nasceu por volta de 1820. Segundo a obra “No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias Do Nordeste” escrita por Sebastião Azevedo Bastos, Manoel Freire de Araújo era filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé, e, portanto, irmão de Serafim Dias de Araújo (Capítulo IV – Os Bisavós). Ele se casou com Maria Joaquina de Figueiredo, filha de pais desconhecidos até então. Maria teria nascido em Santa Luzia-PB, segundo consta o registro de batismo de sua neta Theodora Leopoldina de Figueiredo (Capítulo III – Os Avós), que na época, fazia parte da freguesia de Nossa Senhora dos Patos.
É possível que Maria Joaquina de Figueiredo seja filha de João Bento de Figueiredo e Luiza Rodrigues da Silva. Rosa Benvinda de Figueiredo e Antônio Baptista de Figueiredo, ambos filhos de João Bento e Luiza Rodrigues da Silva, casaram-se com João Manoel de Araújo Costa e Luiza Rodrigues de Figueiredo, respectivamente, que são irmãos de Manoel Freire de Araújo, marido de Maria Joaquina. Naquela época, era comum que irmãos se unissem em matrimônio com irmãos de outras famílias, o que pode ter ocorrido neste caso. Além disso, nos registros de terras de 1855-56 da freguesia de Patos-PB, Maria é mencionada como herdeira de duas partes de terras no Sítio Papagaio, juntamente com outros herdeiros. Essas terras pertenciam a João Bento de Figueiredo e Luiza Rodrigues da Silva.
O casamento aconteceu antes de 1842, já que Manoel é mencionado como casado em um registro onde foi padrinho da filha de seu irmão José Freire de Araújo naquele ano. O casal residia no Sítio Papagaio, situado os municípios de Santa Luzia-PB e Patos-PB.
O casal foi dono de terras no Seridó. Em um dos livros de registros de títulos de propriedade dos anos de 1855 & 1856 da Freguesia de Nossa Senhora da Guia de Patos-PB47, pode-se ler:
Nº450 Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos, uma parte de terras na Data São Mamede no Sítio Lagamar, meia légua da parte do poente em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Tapera, ao sul com a mesma Data, ao nascente com a mesma Data, ao poente com as sobras de São Mamede. Papagaio, 20/05/1856.
Nº451 Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos, uma parte de terra de agricultura no Sítio Cafundó na Data dos Araújo ou Cabaço, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com os Oliveiras, ao sul com o Tauá, ao nascente com a Data do Teixeira, ao poente com a Data do Olho d ́Água das Cajazeiras. Papagaio, 20/05/1856.
Nº452 Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos uma parte de terra na Data de sobra de São Mamede, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Tapera, ao sul com os Oliveiras, ao nascente com São Mamede, ao poente com os Oliveira. Papagaio, 20/05/1856.
Nº453 Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos 2 partes de terras no Sítio Papagaio na Data dos Oliveiras, em comum com os herdeiros, confinando ao norte com a Carnaúba da mesma Data, ao sul com a Pedra Branca, ao nascente com as Sobras de São Mamede, ao poente com os Oliveiras. Papagaio”
Foram filhos de Maria Joaquina de Figueiredo e Manoel Freire de Araújo:
JOÃO, nascido aos 3 de maio de 1843 no Sítio Papagaio, em Santa Luzia-PB.
MARIA FREIRE DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1844. Ela se casou com Ignácio Maria de Moraes, filho de Manoel de Moraes Rocha e de Francisca Salles do Nascimento. O casamento foi em Santa Luzia-PB, aos 28 de março de 1900.
ROSA, nasceu no dia 29 de junho de 1856 e foi batizada em 9 de julho do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Braz José de Mello e Mariana Evarista de Medeiros.
IGNÁCIA MARIA DA FÉ DE JESUS (ARAÚJO), nasceu por volta de 1857 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Antônio Ribeiro de Araújo (que foi Capital da Força Pública de Santa Luzia-PB) em 24 de outubro de 1870, no Sítio Papagaio, em Santa Luzia-PB. Ela veio falecer com 75 anos aos 17 de janeiro de 1926, em Santa Luzia-PB.
MANOEL, nascido aos 19 de fevereiro de 1861 e foi batizado aos 7 de março de 1861 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Florêncio Antônio de Figueiredo e sua mulher Maria Cezaria de Jesus.
JOSÉ, nascido aos 9 de março de 1866 e foi batizado aos 2 de abril de 1866 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Silvestre Freire de Araújo e sua esposa Nicácia Rosalina de Maria.
Paulo Tavares da Costa e Anna Rosalina de Bittencourt
Paulo nasceu por volta de 1810. Ele era natural de Jardim do Seridó-RN, segundo consta no registro de batismo Theodora Leopoldina de Figueiredo, sua neta. Ele era filho de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. Ele se casou com Anna Rosalina de Bittencourt (também conhecida como Aninha do Poção), nascida por volta de 1820, filha de Manoel Baptista de Araújo e Joaquina Francisca de Jesus. O casamento ocorreu após 1832, pois Paulo Tavares da Costa aparece solteiro em alguns registros de batismo dos anos anteriores.
Na obra de Olavo de Medeiros Filho, consta que Anna Rosalina seria filha de Francisco Baptista dos Santos e Joanna Diniz de Bittencourt. Entretanto, através do inventário de Anna Joaquina da Purificação, descobrimos que Anna Rosalina de Bittencourt é citada entre os beneficiados dos bens. Nesse registro, consta que era casada com Paulo Tavares da Costa e que era filha de Joaquina Francisca de Jesus, já falecida na data do inventário (março de 1865). No inventário, pode-se ler:
1865
Anna Joaquina da Purificação – Inventariada Manoel de Medeiros Rocha – Inventariante
Villa do Acary Juizo de Orfãos
Defunta Dona Anna Joaquina da Purificação, casada que foi com o Capitão Manoel de Medeiros Rocha morador no Sitio da Varsia deste Termo.
Auto
Anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos sessenta e cinco, aos quatorze dias do mez de Março do dicto anno nesta Villa do Acary Comarca do Siridó, e Provincia do Rio Grande do Norte em caza de residência do Juiz de Orfaós em exercício o Tenente Coronel João Joze Dantas, onde ai Escrivão de seo cargo fui vindo, pelo dicto me foi dicto que lhe constara haver fallecido Dona Anna Joaquina da Purificação cazada que foi com o Capitão Manoel de Medeiros Rocha, sem deixar filhos, e porque era de seo dever proceder o inventario e Partilhas com os seos herdeiros colaterais, me ordenou que sem perda de tempo notificasse do dicto viúvo inventariante, para em vinte quatro horas compareceu em Juizo com pena de prisão, reaver juramento e fazer as (…) declarações para as vistas delas de prosseguir como for (…) e instruir (…). Assim o promete fazer de que para constar fiz este acto em que (…). Eu Manoel Victoriano da Silva Santos, Escrivão o escrevi.
“Aos quinze dias do mez de Março de mil oito centos sessenta e cinco, nesta Vila do Acari, em caza de residência do Juiz Municipal e Orfão em exercício o Tenente Coronel João José Dantas, (…) a hi presente o viúvo Manoel de Medeiros Rocha, por elle juiz lhe foi deferida o juramento aos santos evangelhos, que declarasse o dia em que havia falledica sua finada mulher, se tinha feito algum (…) constaria, quais são os seus herdeiros, que lhe havião deixado, que idade tinhão, e que disse a cassignacação todos os seos bens sem acrescentar alguns, (…). Sendo por elle aceito o dicto juramento declarou que sua dicta mulher Anna Joaquina da Purifiação tinha fallecido no dia dois de Abril do anno de mil oito centos sessenta e quatro sem testamento, mais que na sua Meeição tivera libertado os seus escravos Bernardino, Francisca, Marciana, Maria e Anna, na quantia de trez contos e sete centos mil reis, assim tivera achado, a seo enteado José Pedro de Medeiros a quantia de cento e oitenta mil reis, sem deixar filhos, existindo muitos herdeiros collateraes e alguns em lugares não sabidos e incertos, cujos nomes declararia no título de herdeiros, (…).”
Título de Herdeiros
Inventariante meeiro Manoel de Medeiros Rocha, viúvo, 87 anos
Herdeiros Colaterais
JOAQUINA FRANCISCA DE JESUS, falecida que por ela representa seus onze filhos, a saber:
1 – Manoel Baptista de Araújo, casado com Ângela Gersina; 2 – João Baptista do Amparo de Maria, casado com Izabel Maria de Jesus; 3 – Joaquim Baptista de Araújo, casado com Genoveva Rosa de Aguiar; 4 – Elias Pereira Homem, viúvo; 5 – José Baptista de Araújo, solteiro, emancipado; 6 – Elias Gomes Baptista, solteiro, emancipado; 7 – ANNA ROSALINA DE BITANCOURT, casada com PAULO TAVARES DA COSTA; 8 – Thereza Maria de Jesus, casada com José Alves dos Santos; 9 – Maria Joaquina de Jesus, casada com Bartholomeu Elias de Oliveira Campos; 10 – Josefa Joaquina de Jesus, casada com Manoel Francisco; 11 – Vicência Joaquina de Jesus, de idade de 22 anos; (…)
Paulo Tavares da Costa faleceu em 25 de junho de 1882 com aproximadamente 72 anos. No seu registro48 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos vinte e cinco de junho de mil oito centos e oitenta e dous, neste Cemitério sepultou-se com habito preto, o adulto PAULO TAVARES DA COSTA, casado que foi com ANNA ROSALINA BITENCOURT, ambos d’esta Freguesia, morreu de hydropesia com setenta e dois annos de idade e foi encomendado. E para constar mandei fazer este assento, em que me assigno. O Vigr.º Encarregado Jovino da Costa Machado”.
Paulo Tavares da Costa teve seus bens inventariados no ano de 1883. O inventário se encontra no Fórum Municipal de Jardim do Seridó, Inventário no 07, caixa no 287, anos de 1883-1884, no processo SN/1883.
Foram filhos de Ana Joaquina de Bittencourt e Paulo Tavares da Costa:
MARIA ROSALINA DE JESUS, nascida aos 24 de março de 1836 e foi batizada aos 2 de abril do mesmo ano na Fazenda Patos (Caicó-RN). Foram padrinhos Manoel Baptista de Araújo e sua esposa Joaquina Francisca de Jesus (avós maternos). Ela se casou com Paulino Freire de Araújo, filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé. Ela veio a falecer em decorrência de uma inflamação uterina aos 24 de novembro de 1909 em Patos-PB.
ANTÔNIA ROSALINA DE BITANCOURT, nascida aos 18 de abril de 1837 e foi batizada aos 9 de maio do mesmo ano em Caicó-PB. Foram padrinhos João Baptista de Araújo, solteiro, e Josefa Rodrigues, viúva. Ela se casou com José Ribeiro de Araújo. Ela faleceu no dia 29 de setembro de 1932, em Várzea-PB.
PAULA MARIA DO SACRAMENTO, nascida aos 24 de agosto de 1838 e foi batizada aos 28 de outubro do mesmo ano na capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Baptista de Araújo Júnior e Tereza Francelina do Amor Divino. Ela se casou com Antônio do Carmo de Maria, filho de Damázio Freire de Araújo e de Maria José do Carmo.
JOSÉ SOARES DA COSTA, nascido aos 17 de julho de 1841 e foi batizado aos 24 de setembro de 1841 na capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Antônio Tavares da Costa e Sebastiana Rodrigues da Silva. Ele se casou com Jovina Maria da Conceição, filha de Francisco Tavares da Costa e de Josefa Maria de Medeiros no dia 28 de junho de 1862, em Jardim do Seridó-RN.
JOAQUINA ROSALINA DE MARIA, nasceu aos 20 de agosto de 1842 e foi batizada na Fazenda Poço da Pedra, aos 4 de outubro do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Tavares da Costa (provavelmente avô paterno) e Innocencia Maria da Fé. Ela se casou com José Quirino de Maria (natural de Santa Luzia-PB), filho de Damásio Freire de Araújo e de Maria José do Carmo, no dia 25 de novembro de 1864, em Jardim do Seridó-RN. Ela veio a falecer aos 6 de setembro de 1932 em Desterro, Jardim do Seridó-RN.
JOSEFA ROSALINA DE MARIA que se casou com Manoel Fernandes de Maria, filho de Carlos Tavares da Costa e de Paula Ursulina da Fonseca, aos 23 de janeiro de 1866, na Fazenda Desterro (Jardim do Seridó-RN).
LAURENTINO LEOPOLDINO DA COSTA nasceu aos 9 de novembro de 1846 e foi batizado aos 11 de janeiro de 1847 no Sítio Varzeas, que se localizava na época na freguesia de Patos. Foram padrinhos Victor Tavares da Costa, casado e Antonia Rozalina dos Santos, solteira. Ele se casou com Maria Benigna de Medeiros, filha de João José de Araújo e de Benigna Maria da Conceição em 25 de outubro de 1888 no sítio Desterro (Jardim do Seridó-RN).
ELISEU GENUÍNO DA COSTA nasceu aos 30 de abril de 1848 e foi batizado aos 21 de maio do mesmo ano no sítio Varzeas, freguezia dos Patos, atual município de Varzeas-PB. Foram padrinhos José do Valle Baptista e sua mulher Balbina Honeria. Ele se casou com Isabel Maria de Jesus, filha de Carlos Tavares da Costa e de Paula Ursulina da Fonseca, aos 2 de dezembro de 1871 em Jardim do Seridó-RN.
THEREZA ROSALINA DE BITANCOURT nasceu aos 11 de novembro de 1853 e foi batizada na Capela de Santa Luzia-PB aos 28 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Domingos Alves Gameiro e sua mulher Maria Jovina da Nobrega. Ela se casou com Manoel Maria de Lucena, filho de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina dos Prazeres aos 20 de outubro de 1873, na Fazenda Desterro (Jardim do Serido-RN).
PEDRO, nasceu aos 26 de novembro de 1855 e foi batizado na Fazenda Desterro (Jardim do Seridó-RN) aos 26 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Paulino Freire de Araújo e sua mulher Maria Roza de Jesus.
ALEXANDRE FERNANDES DA COSTA, nasceu por volta de 1856. Foi casado com Luisa Rosalina de Figueiredo, filha de Justiniano Dias de Araújo e de Rosalina Joaquina de Figueiredo. Ele faleceu aos 14 de setembro de 1900 em Santa Luzia-PB.
AMARO LEOPOLDINO DA COSTA, nascido aos 12 de junho de 1857 e foi batizado no dia 5 de julho do mesmo ano na capela de Santa Luzia. Foram padrinhos Manoel Maximiano da Nobrega e sua mulher Gertrudes Cristina da Nobrega. Ele se casou com Amélia Maria da Conceição, filha de Antonio do Carmo de Maria e de Paula Maria do Sacramento, aos 20 de maio de 1880 no Sitio Desterro, em Jardim do Seridó-RN.
MANOEL FERNANDES DA COSTA, nascido por volta de 1858. Foi casado com Rosalina Maria da Anunciação, filha de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina dos Prazeres, aos 9 de novembro de 1870, no Sítio Maravilha, em Caicó-RN. Ele faleceu aos 2 de maio de 1938 em Itabaiana-PB.
MARIA OLINDINA DO AMOR DIVINO, nascida aos 5 de fevereiro de 1860 e batizada aos 10 de junho de 1860 em Caicó-RN. Ela se casou com João Baptista de Araújo, filho de João Baptista do Amparo de Maria e de Isabel Maria de Jesus, aos 20 de novembro de 1883, no Sítio Desterro (Jardim do Seridó-RN).
ISABEL LEOPOLDINA DE BITTENCOURT, nascida aos 2 de janeiro de 1863 e foi batizada na igreja Matriz de Santa Luzia-PB aos 30 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Januario Alves da Nobrega e sua mulher Theodora de Araújo da Nobrega.
ROSA MARIA DA CONCEIÇÃO, nascida aos 8 de dezembro de 1864 e foi batizada na Matriz de Santa Luzia-PB aos 16 de abril de 1865. Foram padrinhos Justino Alvaes da Nobrega e sua mulher Maria Joaquina do Sacramento (moradores em Santa Luzia-PB). Ela se casou com Francisco das Chagas de Lucena, filho de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina dos Prazeres, aos 29 de setembro de 1887 no sítio Desterro (Jardim do Seridó-RN).
PAULINO TAVARES DA COSTA, nascido aos 6 de abril de 1867 e foi batizado no oratório do Maracujá da freguesia de Caicó-RN, aos 26 de maio do mesmo ano. Foram padrinhos Joaquim José de Lucena e sua mulher Maria Joaquina dos Prazeres. Ele se casou com Josefa Justiniana de Figueiredo, filha de Justiniano Dias de Araújo e de Rosalina Justiniana das Dores aos 30 de setembro de 1889 no sítio Tembauba (Jardim do Seridó-RN). Ele veio a falecer em 10 de junho de 1959, em Ouro Branco-RN.
JOÃO FERNANDES DA COSTA que se casou com Maria Magdalena de Jesus, filha de João Baptista do Amparo e de Izabel Maria de Jesus, aos 18 de fevereiro de 1873 em Caicó-RN.
ANTÔNIO FERNANDES DA COSTA, que se casou Honorina Maria de Lucena, filha de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina do Carmo, aos 26 de julho de 1875 no sítio Maracujá, em Caicó-RN.
Capítulo VI – Os Tetravós
Cosme Gomes de Oliveira e Thereza Maria de Jesus
Cosme Gomes de Oliveira nasceu por volta de 1745 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Segundo o livro “Pelos Caminhos da Família Macedo” do autor Eliton Medeiros, ele seria filho de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Valcácer.
Cosme se casou Thereza Maria de Jesus, filha do português Caetano José Coelho e de Maria Thereza de Jesus. O casamento deve ter ocorrido entre os anos de 1775 e 1787 em Caicó-RN. Infelizmente, os livros de matrimônio da dita freguesia anteriores à 1788 já não existem ou não foram encontrados.
Segundo o mesmo livro de Eliton Medeiros, Cosme veio a falecer de esquinancia, aos 30 de janeiro de 1840, sendo sepultado na Igreja Matriz de Caicó-RN. No seu registro49 de sepultamento, pode-se ler:
A trinta de Janeiro de mil oito centos e quarenta foi sepultado nesta Matriz do Seridó o cadaver de COSME GOMES DE OLIVEIRA, casado com THÊREZA MARIA DE JESUS, morador que era nesta Freguezia, falecido de esquinancia, com os Sacramentos na idade de noventa e cinco annos; foi involto em habito branco e encomendado por mim; de que para constar fiz este assento, que assigno. Manoel José Fernandes, ? Vigro, do Seridó
Foram filhos de Thereza Maria de Jesus e de Cosme Gomes de Oliveira:
LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO, nasceu por volta de 1787 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com João de Souto Quaresma, filho de Manoel de Souto Quaresma e de Antônia Maria da Conceição, aos 5 de setembro de 1802 na igreja matriz de Caicó-RN.
IZABEL ALVARES DA ASSUNÇÃO, nasceu por volta de 1790 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com Antônio de Souto Quaresma, filho de Manoel de Souto Quaresma e de Antônia Maria da Conceição, aos 16 de setembro de 1806 no sítio Riacho de Fora, situado na freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Izabel veio a falecer aos 7 de novembro de 1814 em Caicó-RN.
MARIA DE JESUS MADALENA, nasceu por volta de 1798 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com Raimundo José Freire, filho de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Valcácer aos 26 de novembro de 1814 na igreja Matriz de Caicó-RN.
THEREZA ALVARES DA ASSUNÇÃO, nasceu por volta de 1800 e natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com Francisco Xavier dos Santos, filho de Raimundo José Freire (cunhado de Anna através de sua irmã Maria de Jesus de Madalena) e de Ana Maria de Carvalho. O casamento ocorreu na igreja matriz de Caicó-RN aos 27 de novembro de 1815.
MARIA BENTA DO NASCIMENTO, nasceu por volta de 1801 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com José Vicente Ferreira, filho de José Vicente Ferrera e de Rosa Maria, aos 3 de junho de 1819 na fazenda Riacho de Fora, pertencente à época à freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN.
JOSÉ TIMÓTEO DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1802 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele se casou com Isabel Maria de Jesus, filha de Antônio Pereira Camelo e de Apolônia Maria de Jesus aos 13 de agosto de 1820 na igreja matriz de Sant’Anna de Caicó-RN.
ANNA FRANCISCA DO SACRAMENTO, nasceu por volta de 1803 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com João Raimundo, filho de Raimundo José Freire (cunhado de Anna através de sua irmã Maria de Jesus de Madalena) e de Ana Maria de Carvalho aos 8 de setembro de 1820 na igreja matriz de Caicó-RN.
COSME GOMES DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1805 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele se casou com Thereza de Jesus Maria, filha de Manoel de Souto Quaresma e de Maria da Conceição aos 8 de janeiro de 1821 na fazenda do Cordeiro, Caicó-RN.
Alexandre Renovato de Sá e Josefa Maria do Nascimento
Alexandre Renovato Garcia era filho Antônio Renovato de Sá Barroso e de Francisca Lins (ou Xavier). Ele se casou com Josefa Maria do Nascimento, filha de Vicente Ferreira de Mello e Vicência Lins. No registro50 de casamento, pode-se ler:
“Aos vinte seis dias do mez de Novembro de mil oito centos e sette annos na Fazenda do Saquinho desta Freguezia, pelas nove horas do dia, feitas as denunciações sem impemento, procedendo confissão, comunhão […] da Doutrina Christan […] a dispença do parentesco de sanguinidade o Padre Manoel Teixeira da Fonsêca de minha licença ajuntou em matrimmonio e deu as bençãos nupciais A ALEXANDRE RENOVATO DE SÁ e JOSEFA MARIA DO NASCIMENTO, ambos naturaes e moradôres nesta Freguezia, elle filho legitimo de ANTONIO RENOVATO DE SÁ BARROZO, já defuncto, e de FRANCISCA LINS; ella filha legitima de VICENTE FERREIRA DE MELLO e de VICENCIA LINS, já defunctos; Sendo presentes as testemunhas Francisco Freire de Medeiros, solteiro, e Ignacio Ferreira Bitencourt, moradôres desta Freguezia […] com o deste Padre […] que me fez […] daqui dou Fé e para constar fiz o presente que assigno. Francisco Brito Guerra, Paroco do Siridó.”
Josefa veio a falecer antes de 1842, pois seu marido teria contraído núpcias com outra mulher no dito ano. Entretanto, o registro de óbito não foi encontrado.
Foram filhos de Josefa Maria do Nascimento e de Alexandre Renovato de Sá:
VICÊNCIA MARIA DE SAM PEDRO (Quarta Geração – Página 174).
JOÃO nasceu aos 18 de março de 1814 e foi batizado no dia 12 de abril do mesmo ano na Capela do Acari, em Acari-RN. Foram padrinhos Manoel Rodrigues da Cruz e Maria Rosa do Nascimento.
MANOEL GARCIA DO NASCIMENTO se casou com Maria Francisca de Jesus, filha de Francisco dos Santos Lima e de Maria Joaquina de Vasconcellos, aos 25 de julho de 1836 em Acari-RN.
JOSÉ nasceu aos 2 de junho de 1815 e foi batizado na capela do Acari, em Acari-RN, aos 6 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Antônio Pessoa e Maria do Nascimento, solteiros.
ADRIANA ROSALINA DO AMOR DIVINO nasceu aos 18 de julho de 1816 e foi batizada aos 27 de outubro do mesmo ano. Foram padrinhos Vicente Rodrigues da Cruz e Maria José de Medeiros. Ela se casou com Amador Francisco dos Santos, filho de Amador Francisco dos Santos e Antônia Maria da Conceição, aos 9 de maio de 1834 na fazenda Trapiá, Caicó-RN.
ANA HONORATA DOS SANTOS nasceu aos 5 de junho de 1818 e foi batizada na Capela do Acari, em Acari-RN, aos 5 de julho do mesmo ano. Foram padrinhos Antônio Pereira de Araújo e Theodora Maria. Ela se casou com Francisco dos Santos Lima, filho de Francisco dos Santos Lime e de Maria Joaquina de Vasconcellos, aos 2 de dezembro de 1837 em Acari-RN.
JOÃO GARCIA ROLIM nasceu aos 24 de junho de 1819 e foi batizado na Capela do Acari, em Acari-RN, aos 12 de setembro do mesmo ano. Foram padrinhos José Thomas de Araújo e Josefa Maria da Encarnação, viúva. Ele se casou primeiramente com Anna Maria de Jesus e em seguida com Maria Magdalena da Conceição, filha de Caetano Baptista dos Santos e Guilhermina Umbelina de Araújo, aos 26 de setembro de 1850 em Acari-RN.
THEREZA MARIA DE JESUS que se casou com Damião Soares de Mello, aos 14 de outubro de 1841 no sítio Bico da Arara, em Acari-RN.
MARIA JOSÉ DE SANTANA, nasceu aos 14 de abril de 1821 e foi batizada no dia 1 de julho do mesmo ano na Fazenda Carapatira, em Acari-RN. Foram padrinhos Francisco Corrêa Silva e sua mulher Maria do Carmo Vasconcellos. Ela se casou com Simplício José Ribeiro, filho de Alexandre Rodrigues da Cruz e Rita Maria da Conceição, aos 22 de setembro de 1836, no sítio Bico da Arara, Acari-RN.
ANTÔNIO FRANKLIN DO AMOR DIVINO, nasceu aos 14 de abril de 1822 e foi batizado aos 4 de junho do mesmo ano. Foram padrinhos Bartholomeu da Costa Pereira Corrêa da Silva e sua mulher Maria do Nascimento. Ele se casou com Francisca Luiza do Carmo, filha de Miguel Soares de Mello e Eugenia Maria da Conceição, aos 21 de fevereiro de 1868 em Santa Cruz-RN.
GUILHERMINA nasceu aos 13 de fevereiro de 1826 e foi batizada aos 23 de abril do mesmo ano no Oratório de São João. Foram padrinhos Antônio Corrêa da Silva e Maria Vieira do Sacramento, casados.
ALEXANDRE nasceu aos 15 de novembro de 1828 e foi batizado aos 6 de janeiro de 1829 na Capela da Conceição (Jardim do Seridó-RN). Foram padrinhos Francisco Freire de Medeiros e Maria Joaquina casados.
FRANCISCO LINS DE VASCONCELLOS nasceu aos 16 de abril de 1830 e foi batizado na capela do Acari (Acari-RN) aos 13 de maio do mesmo ano. Não constam padrinhos nesse registro. Ele se casou com Perpétua Thereza de Jesus.
FELIX nasceu aos 18 de dezembro de 1832 e foi batizado no dia 31 do mesmo mês e ano na Capela do Acari, em Acari-RN. Foram padrinhos Antônio da Costa Vieira e Anna Francisca, pelos procuradores Francisco Freire de Medeiros e sua mulher Maria Joaquina.
JOANA DO NASCIMENTO PESSOA.
Após o falecimento da esposa, Alexandre se casou com Joanna Maria de Castro, nascida por volta de 1826, filha de João Soares de Mello e de Joanna Barboza da Conceição, com quem teve alguns filhos. O casamento ocorreu aos 5 de novembro de 1842 no sítio Bico de Arara, no Acari-RN. No registro51 de casamento, pode-se ler:
“Aos cinco de Novembro de mil oitocentos e quarenta e dous pelas nove horas da manha no Sitio denominado Bico d’Arara desta Freguezia do Seridó procedeuse despensa de parentesco de sanguinidade sem impedimentos uniuse em matrimonio e dei as benções nupciais aos meus Parochianos ALEXANDRE RENOVATO DA SILVA e JOANNA MARIA DE CASTRO. Ele vivo que ficou por falecimento de JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO e ella filha legitima de JOÃO SOARES DE MELLO e JOANNA BARBOZA DA CONCEIÇÃO; forão testemunhas Cosme Leandro Mello e Pedro Notasco de Mello que com migo assinarão o assento pelo qual li mandei fazer este que assino. O Vigro Thomás Pereira de Araújo.”
Alexandre Renovato de Sá veio a falecer aos 5 de dezembro de 1870 em Acari-RN. No seu registro52 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos cinco de Dezembro de mil oito centos e setenta, falleceu nesta Freguesia ALEXANDRE RENOVATO DA SILVA, com setenta annos, casado que foi com JOANNA MARIA DE CASTRO, deulhe habito branco, foi sepultado no Cemitério do Gericó nesta Freguezia sendo por mim encommendado; do que para constar fiz este assento que assingo. Vigario Antonio Rafael Gomes de Mello.”
A idade na qual faleceu não corresponde à realidade, pois Alexandre já era casado com sua primeira esposa em 1807.
Foram filhos de Joanna Maria de Castro e de Alexandre Renovato de Sá:
ANTÔNIO FRANKLIN DO AMOR DIVINO, nasceu aos 6 de janeiro de 1844 e foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 7 de abril do dito ano. Foram padrinhos José Martins de Medeiros e Constância Maria do Nascimento. Ele se casou com Francisca Luiza do Carmo, filha de Miguel Soares de Mello e de Eugênia Maria da Conceição aos 21 de fevereiro de 1868 em Santa Cruz-RN.
SENHORINHA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu aos 5 de outubro de 1848 e foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 10 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos José Vicente Francisco e Tereza Francisca de Jesus. Ela se casou com Estevão Ferreira da Silva, filho de João Ferreira da Luz e Maria da Penha da Conceição, aos 15 de fevereiro de 1863 em Acari-RN.
JOSÉ, nasceu aos 27 de março de 1849 e foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 20 de julho do mesmo ano. Foram padrinhos José Alexandre de Mello e Maria Leocadia da Conceição.
CESÁRA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu por volta de 1851. Ela se casou com Pedro Soares de Mello, filho de João Soares de Mello e Joanna Barboza da Conceição, aos 2 de maio de 1867 em Acari-RN.
Nicácio Freire de Araújo e Ignácia Maria da Fé
Nicácio nasceu pelo fim do século XVIII. O local preciso do nascimento ainda está por ser revelado. Ele era filho do português Estevão Dias de Araújo e de Apolônia Gomes Freire do Sacramento.
Ele se casou com Ignácia Maria da Fé, nascida por volta de 1802, filha de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. Segundo Olavo de Medeiros Filho em seu livro “Velhas Famílias do Seridó”, o casal foi proprietário da fazenda Várzea, em Santa Luzia-PB. Nicácio se casou com Ignácia Maria da Fé, nascida por volta de 1802, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
Nicácio e Ignácia foram donos de muitas terras no Seridó. Em um dos livros de registros de títulos de propriedade dos anos de 1855 & 1856 da Freguesia de Nossa Senhora da Guia de Patos-PB53, pode-se ler:
Nº440 Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, 25 mil réis em terras da Data Olho d´Água dos Campos, entre as Serras da Mandioca e Cozinha. Confina meia légua da parte do nascente em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com as Cabeceiras, ao sul com a mesma Data, ao nascente coma Cozinha e ao poente com a mesma Data. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)
Nº441 Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, uma parte de terras no Sítio trincheira, Data dos Oliveiras, em comum com mais herdeiros, confina ao norte coma Carnaúba, ao sul com Pedra Branca, e ao nascente com o Papagaio e ao poente coma Cruz das Almas, tudo na mesma Data. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)
Nº442 Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, uma parte de terra na Data de sobra de São Mamede, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Tapera, ao sul com os Oliveiras e ao nascente com São Mamede e ao poente com os Oliveiras. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)
Nº443 Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, 4 partes de terra no Sítio Várzeas na Data do Quixeré, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com o Cordeiro da mesma Data, ao sul com a Tubiba e ao nascente com o Olho d´Água Grande, e ao poente com a Cozinha. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)
Nº444 Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, 3 partes de terra no Sítio Tamanduá Data Olho d´Água, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Data do Espírito Santo, ao sul com Cacimba da Velha da mesma Data, e ao nascente com Santo Antônio da mesma data, ao poente com as Várzeas. (…) Vila de Patos 20/05/1856. (…)
Nicácio faleceu após o mês de maio de 1856 por decorrência de cólera (cólera-morbus), com pelo menos 68 anos de idade. Fato interessante é que no cemitério da cidade de Várzea-PB (onde Nicácio e sua família habitavam), em 2007, foi rebatizado via decreto municipal como Cemitério Nicácio Freire de Araújo, em homenagem a todas as vítimas de cólera, doença que assolou a região de 1854 à 1864. Em um fragmento54 disponível no site da prefeitura de Varzea, pode-se ler:
“(…) No ano de 1856, houve uma epidemia chamada de Cólera Morbus, doença que matava o ser humano em menos de 24 horas após a infecção. No Município de Várzea a doença contagiou, entre outros o senhor Nicácio Freire de Araújo acometido pela doença e a família amedrontada após a sua morte, negou-se a transporta-lo para Santa Luzia, enterrando-o no mato, cujo local em 1858 foi cercado para a construção de um cemitério onde hoje chamamos de CEMITÉRIO VELHO em memória das Almas Abandonadas, onde surgiu o povoamento da cidade. A última pessoa a ser sepultada no cemitério foi o senhor Antônio Temiliano no ano de 1911. Desde então, o cemitério é um local de veneração pelas pessoas em sinal de fé, reverenciando e expressando sua piedade cristã. Existe um projeto para criação de uma igreja ao lado do cemitério, mas por motivos por mim desconhecido o projeto parou. Antigos moradores de Várzea contam que neste local existe um corpo santo, muitos devotos conseguiram alcançar milagres. (…)”
Já Ignácia Maria faleceu em 24 de fevereiro de 1882 em Santa Luzia-PB, com idade de 80 anos. No registro55 pode-se ler:
“Aos vinte e quatro de fevereiro de mil oitocentos oitenta e dous, no Cemitério próximo d’esta Matriz, sepultou-se em habito preto, a adulta IGNÁCIA MARIA DA FÉ, viúva, morreu de rheumatismo, na idade de oitenta annos, e foi encomendada. E para constar, mandei fazer este assento, em que me assigno. O Vigr.° Encarregado Jovino da Costa Martins.”
Foram filhos de Ignácia Maria da Fé e Nicácio Freire de Araújo:
AMANCIO FREIRE DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1811 e era natural da freguesia de Patos-PB. Ele se casou com Maria Benta de Medeiros, filha de Francisco Tavares da Costa e de Maria José de Medeiros, aos 19 de fevereiro de 1833 na Fazenda Desterro, atual município de Ouro Branco-RN. O casal habitou no lugar Várzea (Santa Luzia-PB). Sua esposa morreu antes de 1867, pois consta que foi padrinho de um dos filhos do irmão Serafim Dias de Araújo e já era viúvo nesta data. Amancio por sua vez morreu aos 10 de janeiro de 1900, em Várzea-PB.
MARIA DE JESUS, nasceu por volta de 1818. Ela veio a falecer com 80 anos aos 24 de julho de 1898 Santa Luzia-PB. Consta que era solteira na data de sua morte.
LUIZA RODRIGUEZ DE FIGUEIREDO, nasceu por volta de 1826. Ela se casou com Antônio Baptista de Figueiredo, filho de João Bento de Figueiredo e de Luiza Rodrigues da Silva. Ela veio a falecer aos 19 de abril de 1899 em Patos-PB, com 73 anos de idade.
JOÃO MANOEL DE ARAÚJO COSTA, que se casou com Rosa Benvinda de Figueiredo, filha de João Bento de Figueiredo e de Luiza Rodrigues da Silva.
PAULINO FREIRE DE ARAÚJO, que se casou com Maria Rosalina de Bittencourt, filha de Paulo Tavares da Costa e de Anna Joaquina de Bittencourt. Ele veio a falecer aos 20 de agosto de 1924, em Riacho da Roça, São José de Espinharas-PB.
JOSÉ FREIRE (RIBEIRO) DE ARAÚJO, que se casou com Sebastiana Rodrigues da Silva.
ANTÔNIO FREIRE DE ARAÚJO, possível irmão solteiro de Manoel. Em 1843, foi padrinho no batismo de João, filho de Manoel Freire de Araújo.
Francisco Tavares da Costa e Maria José de Medeiros
Francisco Tavares da Costa era filho de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva. Ele se casou primeiramente com Maria José de Medeiros, filha de Manoel de Araújo Pereira e de Francisca Maria de Medeiros. Francisco e Maria moraram na fazenda Várzea (Santa Luzia-PB).
O casamento entre Francisco Tavares da Costa e Maria José de Medeiros ocorreu em 25 de agosto de 1813 em Caicó-RN. No registro56 de casamento, pode-se ler:
“Aos vinte e cinco dias do mez de agosto de mil oito centos e treze pelas nove horas da manhan na Fazenda São Pedro desta Freguezia, tendo sido corridos os banhos sem impedimento, obtida dispensa de sanguinidade, satisfeitas as saudáveis penitencias, confissão, Comunhão, e exame de Doutrina Christan, o Padre André Vieira de Medeiros de minha licença ajuntou em Matrimonio, e deo as bênçãos nupciaes aos contrahentes FRANCISCO TAVARES DA COSTA, natural, e morador na Freguezia dos Patos, e MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, natural, e moradora nesta do Siridó; elle filho legitimo de MANOEL TAVARES DA COSTA, e de JOZEFA RODRIGUES DA SILVA, e ella filha legitima de MANOEL D’ARAÚJO PEREIRA, e de FRANCISCA MARIA JOSÉ; sendo prezentes por testemunhas, que com o dito Padre se assignarão no assento, que me foi remettido José Ferreira da Nobrega, e Sebastião José de Medeiros, que reconheço. E para constar fiz o prezente, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra”
Maria José de Medeiros já era falecida no ano de 1831, como foi informado no registro de casamento da filha Clara.
Foram filhos de Maria José de Medeiros e Francisco Tavares da Costa:
CLARA TAVARES DA COSTA, nasceu por volta de 1815 na freguesia de Caicó-RN. Ela se casou com Guilherme José de Souto, filho de João de Souto Quaresma e de Luzia Francisca do Sacramento, aos 8 de novembro de 1831 na fazenda Desterro, pertencente à época a freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. O casal habitou o lugar Papagayo, em Santa Luzia-PB. Ela teria falecido aos 24 de março de 1875 em Santa Luzia-PB (registro à encontrar).
MARIA BENTA DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1817 na freguesia de Caicó-RN. ela se casou com Amâncio Freire de Araújo, filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé, aos 19 de fevereiro de 1833 na fazenda Desterro, freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. O casal habitou o lugar Várzea, em Santa Luzia-PB.
FRANCISCO MARIANO DA COSTA foi casado com Thereza Maria de Jesus.
Francisco Tavares da Costa e Josefa Maria de Medeiros
Após o falecimento de sua primeira esposa, Maria José de Medeiros, Francisco Tavares da Costa se casou por uma segunda vez, dessa vez com Josefa Maria de Medeiros (ou Maria da Conceição ou Araújo Nobrega), nascida aos 12 de novembro de 1805 e batizada na Capela do Acari, atual município de Acari-RN, aos 30 do mesmo mês e ano. Ela era filha de Manoel de Araújo Pereira e de Francisca Maria de Medeiros, portanto, Josefa era irmã da primeira esposa de Francisco Tavares da Costa. No seu registro de batismo57, pode-se ler:
JOSEFA, filha legitima de MANOEL DE ARAÚJO PEREIRA e de FRANCISCA MARIA DE MEDEIROS, ambos naturaes desta Freguezia, nasceo aos 12 de novembro de mil oitocentos e cinco e foi batizada ao trinta do mesmo mes e anno na Capella do Acari pelo Padre Manoel Fernandes (?) santos oleos. Foram padrinhos Jozé (?) da Costa e (?) Maria de Moraes. Do que para constar mandei fazer este asento que asigno. O Vgro. Francisco de Brito Guerra
Francisco e Josefa ainda eram vivos no ano de 1862, quando foram padrinhos de batismo do neto, José, filho de José Fernandes da Costa e Maria Clementina da Silva em 8 de dezembro de 1862.
Foram filhos de Josefa Maria de Medeiros e Francisco Tavares da Costa:
HONORATA, nasceu aos 29 de abril de 1826 e foi batizada aos 14 de maio do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José de Araújo Pereira e Joanna Maria de Medeiros. Ela se casou com José Timóteo Cavalcanti de Albuquerque, filho de José Timóteo Cavalcanti de Albuquerque e de Maria José da Piedade.
AMARO TAVARES DA COSTA, nasceu aos 19 de janeiro de 1828 e foi batizado aos 9 de março do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foi padrinho o Reverendo Antonio Dantas Corrêa de Goiz por procurador Manoel Garcia de Medeiros. Ele se casou com Clemência do Sacramento, nascida em 1830, filha de Cosme Vieira da Silva e Josefa Vieira do Sacramento. O casal morou em Patos, na fazenda Lagoa.
MANOEL JORGE DA COSTA nasceu aos 25 de setembro de 1830 e foi batizado na Capela de Santa Luzia-PB aos 10 de novembro do mesmo ano. Foram padrinhos Paulo Tavares da Costa, solteiro e Francisca Maria de Medeiros, casada. Ele se casou com Luzia Joaquina de Jesus.
PASTORINHA TAVARES DA COSTA nasceu aos 4 de março de 1832 e foi batizada no Sítio das Virgens (Santa Luzia-PB) aos 19 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Cosme Vieira da Silva e sua mulher Josefa Vieira do Sacramento. Ela foi casada com Antônio Jeronimo de Oliveira, filho de Caetano de Oliveira e de Vicência do Amaral. O casal morou em Patos-PB.
CLAUDIANO TAVARES DA COSTA nasceu aos 8 de janeiro de 1834 e foi batizado aos 9 de março do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos João Felippe de Paiva e Anna de Paiva Silva. Ele se casou com Severina Vitor da Costa, filha de Victor Tavares da Costa e de Emerenciana Dias de Araújo.
ANTÔNIO DE ARAÚJO (TAVARES) COSTA, nasceu aos 24 de julho de 1835 e foi batizado aos 27 de setembro do mesmo ano no Sitio Desterro, atual cidade de Jardim do Seridó-RN. Foram padrinhos o Padre Luiz Teixeira da Fonseca e Anna Tereza de Jesus. Ele se casou com Celisdônia da Costa Neves, filha de Manoel Gomes dos Santos e de Maria Alves Ferreira.
ANDRÉ CORCINO DA COSTA, nasceu aos 30 de novembro de 1839 e foi batizado na Capela de Santa Luzia-PB aos 26 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Antônio de Araújo Pereira e Anna Rosalina de Bitencourt. Ele foi casado com Emerenciana Tavares da Costa, filha de Victor Tavres da Costa. O casal motou em Várzea-PB.
MARIA JUSTINA TAVARES DA COSTA (Mariquinha), nasceu aos 13 de setembro de 1841 e foi batizada na Capela de Santa Luzia-PB aos 5 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Tavares da Costa e Tereza Maria da Conceição. Ela se casou com Procópio Vitor Tavares da Costa, filho de Victor Tavares da Costa e Emerenciana Dias de Araújo aos 28 de setembro de 1859, em Santa Luzia-PB.
FELICIANO TAVARES DA COSTA, casado com Maria Madalena da Paz Virgem, filha de João Felippe de Souza e de Joaquina Maria de Jesus.
JOANA TAVARES DA COSTA, nasceu aos 23 de junho de 1843. Ela se casou com Manoel Pio Tavares, filho de Pio Tavares da Costa e de Senhorinha Cardoso de Andrade. O casal morou em Patos-PB.
JOVINA TAVARES DA COSTA, nasceu aos 11 de janeiro de 1845. Ela se casau com José Soares da Costa, filho de Paulo Tavares da Costa e de Anna Rosalina de Bettencourt, aos 28 de junho de 1862, em Jardim do Seridó-RN.
LUZIA BRAZILINA TAVARES DA COSTA, casada com Bartolomeu José de Souto, filho de João de Souto Quaresma e de Luzia Maria do Espírito Santo.
João Bento de Figueiredo e Luiza Rodrigues da Silva
João Bento de Figueiredo era filho de Fernão Correia de Figueiredo e de Luzia Rosa Camelo Pereira.
João se casou com Luiza Rodrigues da Silva, filha de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. O casal foi proprietário da Fazenda Papagaio, situada entre os municípios de Patos-PB e São Mamede-PB. Os descendentes do casal permaneceram na fazenda ao longo das gerações, e até hoje muitos continuam vivendo lá. A casa antiga ainda está de pé, próxima ao Sítio Riacho do Meio, onde nasceu Salviano Canuto de Oliveira, filho de Maria Eulina de Figueiredo.
Foram filhos de Luiza Rodrigues da Silva e João Bento de Figueiredo:
Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva
Manoel nasceu por volta de 1743. Ele era filho de José Tavares da Costa e Joana Baptista de Araújo. Ele se casou com Josefa Rodrigues da Silva, nascida por volta de 1769 em Goiana-PE58, o casal habitou primeiramente na Fazenda Desterro, atual município de Ouro Branco, Rio Grande do Norte.
Ele faleceu em 26 de novembro de 1829 em Caicó-RN com aproximadamente 86 anos de idade. No seu registro59 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos vinte e seis de novembro de mil oitocentos vinte e nove, na Fazenda Desterro desta Freguezia, falecêo com os Sacramentos, de molestia de languidez na idade de oitenta e seis annos MANOEL TAVARES DA COSTA, cazado com JOZEFA RODRIGUES DA SILVA; seu cadaver involto em branco foi incommendado solemnemente por mim, que para constar fiz este assento, e assigno, sepuldado nesta Matriz do Seridó. O Vigr.º Francisco de Britto Guerra.”
Assinatura de Manoel Tavares da Costa
Manoel teve seu inventário feito no ano seguinte, em 1830. O documento se encontra em Caicó-RN, Caixa 331, 1830 – Inventário – Manoel Tavares da Costa / Josefa Rodrigues da Silva. Através de dados obtidos da obra “Família Tavares: A Descendência do Português José Tavares da Costa”, pôde-se extrair do inventário:
Dinheiro Ouro Prata e Imóveis Em dinheiro 30$000 2 pares de butoens de lixar de ouro, no valor de 4$900 Um par de brincos de ouro, no valor de 3$280 5 colheres de prata, no valor de 10$000 2 garfos de prata, no valor de 1$700 4 enxadas novas avaliadas em $600 cada um 2$400 3 foices avaliadas em $640 cada uma 1$920 Uma espingarda velha avaliada em 1$280 Uma serra de torar ponta de novilho no valor de $240 Um oratório com 2 imagens no valor de 16$000 8 tábuas de cedro avaliadas cada uma em 1$000 por 8$000
Título de Vacum 28 vacas avaliadas cada uma em 12$000 por 336$000 8 novilhotes avaliados cada um em 8$000 por 64$000
Título de Cavalos Um cavalo pai de égua novo 20$000 Dois cavalos capados velhos avaliados em 18$000 cada um 36$000 Um cavalo capado novo 20$000
Título de Escravos Um escravo cabra, casado, de nome Victorino, de idade de quarenta anos, aberto dos peitos 105$000 Uma escrava, nação de Angola, de nome Mariana, de idade de quarenta e seis anos, perfeita de saúde 140$000 Um escravo cabra, de nome José, casado, de idade de quarenta e oito anos, perfeito de saúde 140$000 Uma escrava cabra, de nome Barba, com sessenta anos de idade, doente 40$000 Uma escrava mulata, de nome Maria, com idade de quarenta anos, doente do peito….60$000 Um escrava mulata, e nome Ana, de idade de trinta anos 160$000 Uma escrava mulata, de nome Custódia, de idade de vinte anos, perfeita de saúde 200$000 Uma escrava mulata, de nomes Sabina, de idade de dezoito anos, perfeita de saúde 200$000 Uma escrava cabra, de nome Joana, de idade de quatro anos, perfeita de saúde 80$000 Um escravo a cabra, de nome Vicência, de idade de quatro anos, perfeita de saúde 80$000 Um escravo crioulo, de nome Pedro, de idade de sessenta anos, quebrado das virilhas 20$000 Uma escrava cabra, de nome Izabel, de idade de seis anos 100$000 Um escravo cabra, de nome André, de idade de cinco anos, prefeito de saúde 100$000 Um escravo mulato de nome Prudenciamo, de idade de cinco anos 100$000 Um escravo Criolo, de nome Cosme, de idade de doze anos prefeito de saúde 125$000
Bens de Raiz Uma casa de taipa no sítio Desterro, coberta com quatro mil telhas, sete portas, oito janelas, três Currais e dois roçados 325$000 Outra casa de taipa no sítio Desterro, coberta com duas mil telhas, quatro portas com fechaduras 40$000 Uma casa de taipa no sítio Lajes, coberta com três mil telhas, sete portas com fechaduras, dois Currais 50$000 Outra casa de taipa no sítio Lages 45$000 Uma casa de taipa, coberta de telhas, no sítio Limoeiro, na Serra do Teixeira 32$000 Uma sorte de terras no sítio Desterro, no lugar Barro vermelho 50$000 Uma sorte de terras de criar no sítio das várzeas 155$000 Uma sorte de terras de criar gado denominado tamanduá 25$000 Outra sorte de terras, nas Lajes, Ribeiro do que pau há 38$000 Outra sorte de terras de criar no sítio do cordeiro 150$000 Um sítio de criar gado na Ribeira do Sabugi, de nome Jatobá 350$000 Um sítio de criar de nome trincheira, Na Ribeira das espinharas 380$000 Um sítio de terras de plantar na Serra do Teixeira, no lugar do Ruzario 30$000 Sítio de Terra de plantar no lugar Limoeiro, na Serra do Teixeira 130$000 Uma parte de terras de plantar na Serra do Teixeira 100$000
Dívidas Ativas Francisco Tavares da Costa devia ao casal total de 130$840 Ignácio Borges da Costa devia ao casal total de 99$800 Antônio Tavares da Costa de gel casal total de 6$760 Vítor Tavares da Costa devia ao casal o total de 116$000 Pio Monteiro da Silva devia ao casal total de 15$480 José do vale Baptista devia ao casal total de 39$000 José dias de Araújo devia ao casal total de 170$000 Sebastião José Joaquim devia o casal o total de 40$000 João Christino devia o casal total de 14$000 Manoel Simões, da Cacimba da velha, devia ao casal total de 13$000 Manoel Marques, da fazenda Espírito Santo, devia ao casal total de 165$000 Paulo Tavares da Costa devia ao casal o total de 20$000
Já Josefa faleceu em 27 de novembro de 1842 em Caicó-RN com aproximadamente 73 anos de idade, de “moléstia interior”. No seu registro60 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos vinte e sette de novembro de mil oito centos e quarenta e dous foi sepuldato nesta Matriz do Seridó a sima das grades o cadaver de JOZEFA RODRIGUES DA SILVA, viuva de MANOEL TAVARES DA COSTA, morador que era nesta Freguesia, falecida com os Sacramentos de molestia interior na idade de sessenta e três annos; foi invôlto em habito branco, e encomendado solenmente por mim, de que para constar fiz este assento, que assigno. Manoel Jozé Fernandes, Vice- Vigr.º do Seridó. ”
Segundo conta Olávo de Medeiros Filho em seu livro, Josefa seria filha natural do senhor do Engenho Ubu, em Goiana-PE, pertencente à família Borges da Fonseca, fato que não pôde ser comprovado.
Foram filhos de Josefa Rodrigues da Silva e Manoel Tavares da Costa:
IGNÁCIO (TAVARES DA COSTA) BORGES DA COSTA que se casou com Francisca, filha de João Tavares da Ressureição e Joana Maria Baptista.
MANOEL TAVARES DA COSTA (2° de seu nome), casado com Antônia Umbelina do Sacramento, filha de Manoel Simões dos Santos e de Joanna Baptista de Santanna.
ANTÔNIO TAVARES DA COSTA SOBRINHO casou primeiramente com Ignácia de Araújo Nobrega, filha de Manoel de Araújo Pereira e de Francisca Maria de Medeiros, e em seguida com sua sobrinha Josefa Maria Freire de Araújo, filha de Damásio Freire de Araújo e Maria do Carmo Tavares da Costa.
PIO TAVARES DA COSTA que se casou com Senhorinha Cardoso de Andrade, filha de Manoel Cardoso de Andrade.
VICTOR TAVARES DA COSTA casou primeiramente com Emerenciana Dias de Araújo, filha de João Bento Dias de Araújo e de Andreza Maria da Conceição, e em seguida com Josefa Simões de Araújo, filha de Sebastião Dias de Araújo e Francisca Simões de Araújo.
CARLOS TAVARES DA COSTA que se casou com Paula Bittencourt, filha de Francisco Baptista dos Santos e Joana Diniz de Bittencourt.
SEBASTIANA TAVARES DA COSTA que se casou com José Dias de Araújo Sobrinho, filho de João Bento Dias de Araújo e Andreza Maria da Conceição.
MARIA DO CARMO TAVARES DA COSTA casou com Damázio Freire de Araújo, filho do português Estêvão Dias de Araújo e Apolônia Gomes do Sacramento.
LUIZA RODRIGUES DA SILVA, casada com João Bento de Figueiredo, filho de Fernão Correia de Figueiredo e de Luzia Rosa.
JOSÉ DO VALE BAPTISTA.
Manoel Baptista de Araújo e Joaquina Francisca de Jesus
Manoel Baptista de Araújo foi casado com Joaquina Francisca de Jesus, filha de Antônio Soares Pereira (o Soarão) e Cosma de Freitas Bonfim. Ambos eram naturais da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN.
Sabe-se através do inventário de Anna Joaquina da Purificação, sua irmã, que já era falecida no ano de 1864.
Foram filhos de Joaquina Francisca de Jesus e Manoel Baptista de Araújo:
MANOEL BAPTISTA DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1815. Ele foi casado duas vezes. A primeira com Rita Maria da Conceição, filha de José Baptista dos Santos e Josefa Freire de Araújo. O segundo casamento foi com Angela Avelina Bezerra Cavalcante, filha de Joaquim Fernandes de Araújo e Joaquina Alexandrina Bezerra Cavalcante. Ele veio a falecer aos 28 de julho de 1877 em Timbaúba dos Batistas-RN.
JOÃO BAPTISTA DE ARAÚJO, que foi casado com Izabel Maria de Jesus, filha de José Baptista dos Santos e Josefa Freire de Araújo.
JOAQUIM BAPTISTA DE ARAÚJO, que foi casado com Genoveva Rosa de Aguiar, filha de João Maria Valle e Maria Joaquina de Aguiar.
ELIAS PEREIRA HOMEM, que se casou com Maria Francisca da Conceição.
JOSÉ, nasceu em janeiro de 1830 e foi batizado aos 19 de março do mesmo ano na matriz de Sant’Anna de Caicó-RN. Foram padrinhos Pedro Antônio Gomes Aranha e sua mulher Ignácia Maria.
JOSÉ, nasceu aos 7 de agosto de 1831 e foi batizado na matriz de Sant’Anna de Caicó-RN aos 8 de setembro do mesmo ano. Foram padrinhos José Carlos da Costa e sua mulher Maria Magdalena.
VICÊNCIA JOAQUINA DE JESUS, nascida aos 15 de março de 1834 e foi batizada aos 24 de junho do mesmo ano na Fazenda Machado, em Caicó-RN. Foram padrinhos Joaquim da Silva Saldanha e sua mulher Francisca Joaquim de Jesus.
BONANÇA, nasceu aos 7 de Abril de 1835 e foi batizada aos 20 de outubro do mesmo ano na fazenda Patos, freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Foram padrinhos João Gomes de Faria e sua mulher Joanna Maria da Conceição.
ELIZEU, nasceu aos 6 de janeiro de 1837 e foi batizado aos 26 de março do mesmo ano na igreja matriz de Sant’Anna de Caicó-RN. Foram padrinhos Cosme Damião Fernandes e sua mulher Izabel Maria de Araújo.
THEREZA MARIA DE JESUS, que foi casada com José Alves dos Santos, filho de João Baptista dos Santos e Maria Marcelina da Conceição. Ela veio a falecer aos 24 de março de 1906 em Acari-RN.
MARIA JOAQUINA DE JESUS, nasceu aos 8 de setembro de 1826 e foi batizada aos 1 de outubro do mesmo ano em Caicó-RN. Ela se casou com Bartholomeu Elias de Oliveira Campos.
JOSEFA JOAQUINA DE JESUS, que foi casada com Manoel Francisco.
Capítulo VII – Os Pentavós
Cosme Gomes de Alarcón e Maria da Conceição Valcacer
Cosme seria filho Daniel Gomes de Alarcón, suposto padre espanhol de ascendência judaica, com uma índia de nome e origem desconhecido. Segundo a tradição existente no Seridó, Cosme Gomes de Alarcón chegou à região de Santa Luzia-PB vindo do Engenho Ubu, em Goiana-PE. Infelizmente, essas afirmações ainda não foram comprovadas com documentação ou registros históricos.
O que se sabe ao certo é que ele se casou com Maria de Conceição Freire, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer.
Foram filhos de Maria da Conceição Valcácer e de Cosme Gomes de Alarcón:
RAIMUNDO JOSÉ FREIRE que se casou primeiramente com Ana Maria de Carvalho, em 27 de novembro de 1789 na fazenda Cordeyro (Patos). Ana era filha de Antônio Barbosa de Lucena e de Margarida Freire de Araújo (2°). Em seguida, ele que se casou com Maria de Jesus Madalena em 26 de novembro de 1814 em Caicó-RN. Margarida era filha de Cosme Gomes de Oliveira e de Teresa Maria de Jesus.
MANOEL GOMES DE ALARCÃO que se casou em 16 de agosto de 1819 em Caicó-RN, com Josefa Jacinta, filha de José de Souza Forte e de Antônia de Souza Forte.
ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, casada com Alexandre Manuel de Medeiros, filha de Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer (2°). O casal habitou na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB.
APOLONIA GOMES DO SACRAMENTO, casada com o português Estevão Dias de Araújo.
FRANCISCA GOMES FREIRE que se casou com Manoel Antônio Ferreira.
🇵🇹 José Camelo Pereira e Margarida Freire de Araújo
José Camelo Pereira era português e nasceu por volta de 1716. Ele foi casado com Margarida Freire de Araújo, nascida por volta de 1735, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Moraes Valcácer. O casal habitou no sítio Riacho de Fora, situado no termo da Villa do Príncipe, atual Caicó-RN
Margarida Freire de Araújo veio a falecer no dia 10 de maio de 1795 em Caicó-RN. No seu registro61 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos honze dias do mez de maio de mil sete centos noventa e sinco annos nesta Matriz se deu sepultura a Margarida Freire de Araújo, cazada que foi com Jozê Camello Pereira e moradores no Riacho de fora falecida aos dez dias do dito mez com Secenta annos pouco mais ou menos só absolvida por já não falar mais e da dor maligna foi emvolta em abito branco de Bertanha e encommendada p. mim Vigário foi sepultada no Corpo da Igreija do Cruzeiro para baixo de ‘que se fez este acento que asignei. Jozê António Caetano de Mesquita. Cura”
O inventário de Maria foi realizado já no ano seguinte, aos 7 de maio de 1796, em Caicó-RN. Segue um resumo do inventário62 feito por Olavo de Medeiros Filho:
Como pode-se verificar, o casal possuía dívidas e o patrimônio de Maria foi quase em sua totalidade destinado ao pagamento das mesmas.
“[…] Para ocorrer ao pagamento das dívidas deixadas, foram sequestrados por ordem judicial, os bens do espólio; inclusive a porção de terra no Riacho de Fora, uma casa de telha, com uma porta (no Riacho de Fora), uma casa de telha na Serra do Teixeira, com uma porta, ‘com uma roda, seu veio de ferro, sem cobre» uma prensa, um tacho velho’ […]”
Já José faleceu em 23 de junho de 1806 na Fazenda do Remédio (Caicó-RN). No seu registro63 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos vinte e trêz do mez de junho de mil oitocentos e seis na Fazenda do Remédio desta Freguezia faleoeo da vida prezente Jozê Camello Pereira, de idade de noventa annos, cazado que foi com Margarida Freire, já então defunta; seu corpo foi involto em hábito Franciscano, encomendado por mim, e sepultado aos vinte e quatro do dito mez no Corpo desta Matriz, de que para constar fiz este Assento, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”
Foram filhos de Margarida Freire de Araújo e José Camelo Pereira:
JOSÉ CAMELO PEREIRA (2°), que se casou com Teresa Maria de Jesus.
MANOEL CAMELO PEREIRA.
JOÃO FERNANDES.
CAETANO CAMELO PEREIRA, que foi casado com Clara Maria dos Reis, filha de Antônio Pais de Bulhões e Anna Araújo Pereira. Ele veio a falecer aos 18 de agosto de 1821 e foi sepultado na Igreja Matriz de Caicó-RN.
FRANCISCO CAMELO PEREIRA, foi casado e já era falecido no ano do processamento do inventário da mãe, em 1796.
MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO (2a), que foi casada com Antônio Barbosa de Lucena. Ela veio a falecer aos 18 de agosto de 1823 na Fazenda Poço da Pedra, em Caicó-RN.
MARIA TEREZA DA CONCEIÇÃO, se casou com Caetano José Coelho. Ela veio a falecer aos 16 de outubro de 1805 em Caicó-RN.
ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, que foi casada com Manoel de Souto Quaresma.
EUGÊNIA MARIA DO ESPIRITO SANTO, que se casou com José Barbosa das Neves, filho de Manoel Barbosa das Neves e Teresa Maria de Jesus. O casamento ocorreu aos 10 de abril de 1796 em na Igreja Matriz de Caicó-RN.
ANA MARIA DA CONCEIÇÃO, que foi casada com José Fernandes Freire, filho natural de João Fernandes Freire e Angela Maria do Espirito Santo. O casamento ocorreu aos 30 de junho de 1800 na Igreja Matriz de Caicó-RN.
Antônio Renovato de Sá Barroso e Francisca Lins
Antônio Renovato de Sá Barroso era filho de Antônio Garcia de Sá Barroso e de Ana Lins de Vasconcellos. Ele se casou com Francisca Lins (ou Xavier Vasconcellos), filha do português Francisco Cardoso dos Santos e Theresa Lins de Vasconcellos.
Foram filhos de Francisca Lins e Antônio Renovato de Sá Barroso:
Vicente Ferreira de Mello e Vicência Josefa Lins de Vasconcellos
Vicente Ferreira de Mello era natural de João Pessoa, na época chamada Cidade da Parahyba. Ele era filho do Tenente Antônio José Pessoa e de Josefa Maria do Nascimento.
Ele se casou com Vicência Josefa (Lins) de Vasconcellos, filha de Antônio Garcia de Sá Barrozo e de Anna Lins de Vasconcellos. O casamento ocorreu aos 27 de novembro de 1788 na Capela do Acari-RN. No registro de casamento, pode-se ler:
“Aos vinte e sete do mez de Novembro de mil e sete centos e oitenta e oito annos na Capella do Acary pellas dez Oras do dia feitas as denunciacoens, na cidade da Parahiba e nesta freguezia sem se descobrir impedimento algum, na prezença do Padre Manoel Gomes de Azevedo de licença minha e das testemunhas Cypriano Lopez Galvão e Antonio Renovato de Sá, se cazarão juxt Trid. por palavras de prezente VICENTE FERREIRA DE MELLO, filho legitimo do Tenente ANTONIO JOZE PESSOA e de sua mulher dona JOZEFA MARIA DO NASCIMENTO natural da Cidade da Parahiba e done VICÊNCIA JOZEFA DE VASCONCELLOS filha legitima do Tenente Coronel ANTONIO GARCIA DE SÁ BARROZO e de sua mulher dona ANNA LINS DE VASCONCELLOS, natural desta freguezia e logo receberão as bençons nuptiais na forma do Rito da Santa Madre Igreja de que fiz este asento que assigno.
Jozê Antonio Cartano de Mesquita, Cura”
Manoel de Araújo Pereira e Francisca Maria de Medeiros
Segundo Olavo de Medeiros Filho em sua obra “Velhas Famílias do Seridó”, Manoel de Araújo Pereira foi único filho de Thomaz de Araújo Pereira com uma cigana. Ele se casou com Francisca Maria José, filha de Manoel Álvares da Nobrega e de Maria José de Medeiros. O casal habitou no lugar Cacimba da Velha (Santa Luzia-PB). Manoel foi criado na Fazenda Picos, no Acari-RN, e tinha o apelido de Paraíba.
Foram filhos de Francisca Maria de Medeiros e Manoel de Araújo Pereira:
MANOEL DE ARAÚJO PEREIRA (2°), que se casou com Thereza Maria de Jesus, filha de Manoel Álvares da Nóbrega (2°) e de Maria Leocádia da Conceição (2ª). Manoel faleceu em Quixaba, nos arredores de Santa Luzia-PB, em 11 de março de 1891. O casal residiu na fazenda Navios (Santa Luzia-PB).
🇵🇹 José Tavares da Costa e Joana Baptista de Araújo
José era natural do arquipélago dos Açores, mais precisamente na ilha de S. Miguel. Segundo Olavo de Medeiros Filho, ele era de cor avermelhada e de cabelos ruivos, além de ser primo legítimo dos irmãos Rodrigo de Medeiros Rocha e Sebastião de Medeiros Matos, patriarcas da colonização da região do Seridó.
Após algumas pesquisas nos registros paroquiais da Igreja da Conceição da Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores, foi encontrado o registro64 de casamento datado de 15 de julho de 1708, referente à Francisco de Matos da Costa, filho de Rodrigo de Matos e Maria de Fontes, pais de Manoel de Matos, que por sua vez era pai dos irmãos Rodrigo e Sebastião. Nesse registro, informa que a esposa de Francisco era Maria Madalena Tavares do Rego. Portanto, poderiam ser pais de José Tavares da Costa, e desta forma, seria primo de Rodrigo e Sebastião, comprovando assim as afirmações de Olavo de Medeiros Filho sobre o seu parentesco.
“Aos quinze dias do mes de Julho de mil e sete centos e oito annos de tarde neste igreja de S. da Conceição da vila da Ribeira Gde […] Franco de Mattos da Costa, filho de Rodrigo de Mattos já defunto e de sua mulher Maria de Fontes, moradores na Ribeira Seca desta villa na Freguesia do Apostulo S. Pedro donde o dito contraente eh natural e onde foi baptizado […] com Maria Madalena Tavares do Rego, filha natural do Capitão Sargento José Franco Tavares […] freguesia da Maya, e de Thereza de Souza, moradora foi da dita Freguesia de Santa da […]”
Além disso, a partir de outro registro de casamento, datado de 1764, é possível verificar que Francisco José Tavares, filho de um tal José Tavares da Costa e Margarida Rosa, se casou com Maria Francisca, filha de Rodrigo de Matos e Maria Francisca, o tal Rodrigo filho de José de Matos, tio de Rodrigo e Sebastião. O registro informa que esse José Tavares da Costa, pai do noivo, estava ausente, o que geralmente indicava que a pessoa não estava mais na ilha na data do registro. No registro65, pode-se ler:
“Em os vinte e dois dias do mez de Aosto de mil setessentos e secenta e quatros annos (…) Francisco Joze Tavares filho de Joze Tavares da Costa ausente e de Margarida Roza já defunta com Maria Francisca filha do Alferes Rodrigo de Matos e de Maria Francisca, baptizados e desobrigados (…) TO BE COMPLETED”
Sabe-se que José já estava no Brasil por volta de 1742, ou mesmo antes, quando se casou com Joana Baptista de Araújo, nascida por volta de 1727, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer. Portanto, esses registros podem sugerir que José teria se casado primeiramente nos Açores com Margarida Rosa, tido pelo menos um filho, Francisco José Tavares, antes de deixar sua família e tudo para trás para buscar uma nova vida no Brasil.
José Tavares da Costa e Joana Baptista de Araújo teriam tido por volta de 13 filhos, mas somente os filhos abaixo foram encontrados.
Foram filhos de Joana Baptista de Araújo e José Tavares da Costa:
JOÃO TAVARES DA RESSURREIÇÃO nasceu por volta de 1744. Ele que se casou com Joana Maria Baptista. João veio a falecer aos 13 de maio de 1826 em Caicó-RN.
ANTÔNIO TAVARES DOS SANTOS, nasceu por volta de 1752 na fazenda Varzeas, aos arredores de Santa Luzia-PB. Ele casou primeiramente com Rita Maria da Conceição, filha de Francisco Cardoso dos Santos e de Theresa Lins de Vasconcellos, em seguida com Anna Suzana da Silva, filha de José de Souza e Silva e Florência Maria da Rocha. Em 1825, durante a grande seca, mudou-se para o Brejo de Areia. Na velhice, residiu na Fazenda Timbaúba, em Caicó-RN. Ele foi sepultado em 18 março 1842 em Caicó-RN com noventa anos.
Após a morte de José, Joana teria tido mais alguns filhos naturais, isto é, fora do casamento, e de pais até agora desconhecidos. A partir do registro de casamento de seu filho Caetano Barbosa de Araújo, Joana veio a falecer antes de 1800, pois é citada como já falecida no referido registro.
Foram filhos naturais de Joana Baptista de Araújo:
CAETANO BARBOSA DE ARAÚJO nasceu por volta de 1755. Ele que se casou com Michaella dos Anjos, filha de Antônio Ignácio da Silva e de Ana de Souza Marques. Ele foi sepultado em 31 de outubro de 1842 em Caicó-RN, com idade de 87 anos.
MANOEL BAPTISTA DE ARAÚJO nascido por volta de 1760. Ele se casou com Joaquina Francisca de Jesus, filha de Antônio Soares Pereira e de Cosma de Freitas do Bomfim. Ele veio a falecer no ano de 1869 em São Fernando-RN, como consta em seu inventário.
BENTO FERNANDES FREIRE, nasceu por volta de 1766 em Caicó-RN, pois tinha cerca de 80 anos na data de falecimento. Ele se casou com Maria Reis de Lucena, filha de Antônio Barbosa de Lucena e Margarida Freire de Araújo (2ª de seu nome). Bento veio a falecer no dia 31 de março de 1846 em Caicó-RN. Na verdade, seus ossos foram achados no mato na referida data e só foram de fato sepultados no dia 14 de maio do mesmo ano. Muita coisa pode ser especulada, mas é muito provável que tenha sido assassinado e o corpo deixado no meio da vegetação.
TERESA DE JESUS MARIA que se casou com José Domiciano de Araújo, filho de José Domiciano de Araújo e de Josefa Maria de Oliveira.
Manoel Alvares da Nóbrega e Maria José de Medeiros
Manoel Alvares da Nóbrega era filho de José Alvares da Nóbrega e de Izabel Ferreira da Silva. Segundo informações deixadas pelo Desembargador Felipe Guerra, José era mineiro e Isabel era paraibana. Manoel se casou com Maria José de Medeiros, nascida por volta de 1748, filha de Sebastião de Medeiros Matos e de Antônia de Moraes Valcácer (2ª). O casamento ocorreu em 1765. O casal habitou junto ao olho d’agua Adecucá, na fazenda Santo Domingos, nos arredores de Santa Luzia-PB.
Maria tinha o apelido familiar de Babanca, devido à forma como seus escravos à chamavam. O apelido seria derivado da expressão “Mãe Branca”. Escreveu o Desembargador Felipe Guerra sobre o casal, onde tais informações foram transcritas por Olávo de Medeiros Filho66:
“Teve 14 filhos, morrendo um destes na primeira idade. Ao enviuvar partiu bens com seus 13 filhos, tocando a cada um mais de trezentos mil réis, por legítima paterna, o que não era pouco para uma época em que se vendia um boi para o açougue, na feira, por três patacas. Seis anos depois fez doação a seus Foram filhos de dinheiro de ouro, que havia guardado. Doze anos mais tarde repartiu de sua livre vontade seus haveres com seus treze filhos, reservando para si a terça, que orçou em três contos de réis, falecendo, 14 anos depois, essa terça, já então elevada a 14 contos, foi partilhada por seus herdeiros. Ao morrer, na era de 1840, deixou vivo 13 filhos, 166 netos, 378 bisnetos e 46 trinetos (…)”.
Continuam as trasnscrições:
“A criação foi a fortuna desse casal, de virtudes austeras. A religião católica e o trabalho eram ali praticados diariamente, Todos os dias das três para as quatro horas da madrugada levantava-se um dos chefes da família, regulando-se pela estrela, ora nascente, ora poente, antes mesmo dos primeiros cantares dos pássaros, e a um sinal do chefe acudiam os filhos, e os escravos, e reverentes entoavam o ofício de Nossa Senhora como um preceito obrigatório da saudação do dia. Terminada a oração eram distribuídos os serviços: um grupo para as serras perseguir as onças que estavam acabando a criação; outro a correr os campos e revistar os gados; outro para os pequenos roçados, outro para os serviços domésticos, encher a casa d’água”.
Manoel veio a falecer por volta de 1810, quando seu inventário foi iniciado em Caicó-RN. Maria José de Medeiros faleceu em 14 de dezembro de 1842. No seu registro67 de sepultamento, pode-se ler:
“A quatorze de dezembro de 1842, foi sepultado das grades asima nesta Capella de Santa Luzia, filial da Matriz de Patos o Cadáver de MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, mulher que foi do defunto MANOEL ALVES DA NÓBREGA, moradores que herão em S. Domingos desta Freguesia de Patos, fallecida de morte natural com os Sacramentos na idade de 95 annos, foi envolto o Cadáver em Hábito de S. Francisco e emcomendado pello Padre Frei Ignácio da Encarnação, Coadjuctor (?) digo que para constar mandei fazer este Termo em que me assigno. O Vigr.° Antônio Dantas Correia de Gois.”
Foram filhos de Maria José de Medeiros e Manoel Álvares da Nobrega:
ANASTÁCIO ALVES DA NÓBREGA, que foi casado primeiramente com Clemência Dantas Pereira, filha de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. Ele veio a falecer aos 90 anos de idade em data desconhecida.
ANNA MARIA DE MEDEIROS, que foi casada com José Martins de Oliveira.
JOSÉ FERREIRA DA NÓBREGA, nascido por volta de 1776. Ele se casou primeiramente com Maria, filha de Miguel Bezerra da Ressurreição e de Maria José do Nascimento, e em seguida com Francisca Bezerra do Sacramento, irmã de sua primeira esposa. Ele veio a falecer em 9 de julho de 1856 em Santa Luzia-PB.
MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, que se casaou com Manoel Antônio Dantas Corrêa, filho de Caetano Danas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira, em 22 de novembro de 1790. Ela faleceu em 10 de dezembro de 1858 na Fazenda Cajueiro (Caicó-RN).
JOÃO ALVES DA NÓBREGA, que foi casado com Joanna Francisca de Oliveira, filha de Manoel de Andrade Baptista e de Maria Francisca de Oliveira.
MANOEL ALVARES DA NÓBREGA (2°), que foi casado com Maria Leocádia da Conceição (2ª), fiha de Sebastião de Medeiros Rocha e de Maria Leocádia da Conceição.
ISABEL FEEREIRA DA SILVA, que foi casada com Domingos Alves Gameiro. Ela faleceu em 22 de outubro de 1866 na Fazenda Serrote (Santa Luzia-PB).
JERÔNIMO JOSÉ DA NÓBREGA, que foi casado com Apolônia Barbosa de Medeiros, filha de Manoel de Medeiros Rocha e de Anna de Araújo Pereira. O casal morou na fazenda Laranjeiras (Patos-PB). Ele veio a falecer em 1859 na fazenda Laranjeiras.
ANTÔNIO ALVES DA NÓBREGA, nascido por volta de 1779 em Santa Luzia-PB. Ele se casou por duas vezes, a primeira com Isabel Rocha. Veio a falecer em 14 de novembro de 1863, no lugar Escadinha.
FRANCISCO ÁLVARES DA NÓBREGA, nascido por volta de 1781. Ele se casau por volta de 1828 com Maria Delfina de Medeiros, filha de Sebasitão José de Medeiros e de Maria Francisca do Espírito Santo. O casal habitou a fazenda Barra Verde (São Mamede-PB). Ele veio a falecer em 1862.
JOAQUIM ALVES DA NÓBREGA, que foi casado com Gertrudes Francisca do Sacramento, filha do português Miguel Bezerra da Ressurreição e de Maria José do Nascimento. O casal habitou na Fazenda Cacimba da Pedra (Santa Luzia-PB).
IGNÁCIA MARIA DE MEDEIROS (Página XX).
🇵🇹 Estevão Dias de Araújo e Apolônia Gomes Freire do Sacramento
Segundo a obra de Olavo de Medeiros Filho, os primeiros portadores do sobrenome Dias de Araújo a habitar a região do Seridó foram os irmãos portugueses Estevão Dias de Araújo, Sebastiana Dias de Araújo, Antônio de Araújo Frazão e Cosme Dias de Araújo.
Segundo a mesma obra, “António e Cosme já se encontravam na região da Borborema em 1744, tendo requerido a Sesmaria n° 354, em 30 de janeiro de 1746. Posteriormente, em 1° de fevereiro de 1765, Antônio de Araújo Frazão requereu a Sesmaria n° 612, que compreendia, inclusive, o riacho dos Canudos, local correspondente à atual cidade paraibana do Teixeira”.
Sabe-se que Sebastiana se casou com Cosme Fernandes Freire, filho de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer. Segundo nota referida ao Desembargador Felipe Guerra, todas as famílias de Várzea e Cacimbinha em Santa Luzia-PB, são provenientes do casal.
Já com relação à Estevão Dias de Araújo, ele foi casado com Apolônia Gomes Freire do Sacramento, filha de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Freire.
Foram filhos de Apolônia Gomes Freire do Sacramento e Estevão Dias de Araújo:
JOÃO BENTO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1773. Ele se casou com Andreza Maria da Conceição, filha de João Leitão de Araújo e de Maria da Conceição Frazão. O casal habitou em Cacimbinhas (Santa Luzia-PB).
ANTÔNIO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1777. Ele se casou com Adriana Simões de Araújo, filha de José Simões dos Santos e de Joanna Batista de Araújo. O casal habitou em Várzea (Santa Luzia-PB).
JOSÉ DIAS DE ARAÚJO, nascido por 1778. Ele se casou com Maria Teresa de Jesus, filha de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes.
SEBASTIÃO DIAS DE ARAÚJO, que se casou com Francisca Simões de Araújo, filha de José Simões dos Santos e de Joanna Batista de Araújo. O casal morou em Cacimbinhas (Santa Luzia-PB).
DAMAZIO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1780. Ele se casou com MARIA DO CARMO, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
ESTÊVÃO DIAS DE ARAÚJO (2°), nascido por volta de 1782. Segundo Olávo de Medeiros Filhos, Estevão era conhecido como Estevão Moço. No período de seca de 1808, mudou-se para o litoral da Paraíba junto com alguns de seus irmãos. Habitava a fazenda Santo Antônio (Santa Luzia-PB).
MANOEL DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1784. Ele se casou com uma filha de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes. O casal habitou em Guaritá, próximo ao rio Paraíba, tendo acompanhado o seu irmão Estêvão Moço rumo ao litoral, durante a seca de 1808.
ANA FREIRE DE ARAÚJO, nascida por volta de 1790. Ela se casou com João Marinho, da fazenda Guarita, em Itabaiana, Paraíba. Ela acompanhou os irmãos Estêvão Moço e Manoel Dias de Araújo, na mudança ao litoral paraibano em 1808.
MARIA DIAS DE ARAÚJO, nascida por volta de 1788. Ela foi casada com Manuel Gomes da Silva, filho de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes.
Antônio Soares Pereira e Cosma de Freitas do Bonfim
Antônio Soares Pereira, mais conhecido como Soarão. Olavo de Medeiros Filho em sua obra “Velhas Famílias do Seridó”, diz que a tradição oral do Seridó indica que Antônio era um homem de elevada estatura, braços dobrados, mãos pesadas, de enorme força física e muito valente.
Não se sabe exatamente onde nasceu, pois nenhum registro de batismo foi encontrado, mas especúla-se que tenha morado durante certo tempo na freguesia do rio do Peixe, bem como, na fazenda Riachão, localizada no rio Piranhas, próximo à atual cidade de Jardim de Piranhas-RN.
Muitas histórias sobre Antônio Soares Pereira ficaram espalhadas pela tradição oral do Seridó. Segue abaixo algumas das histórias contadas por Olavo de Medeiros Filho conta em seu livro68:
“(…) Soarão dedicou-se também à atívidade de almocreve. Conta-se que, em uma de suas viagens pela zona do brejo paraibano, foi acometido de maleita. Tendo parado em determinado local, descarregou a mercadoria, para dar descanso aos animais. Quando intentou tomar a colocar a carga que conduzia, nos cavalos, tarefa de que sempre se desincumbira mesmo sozinho, sentíu-se um tanto fraco, em virtude do acesso maleitoso. Solicitou ajuda a um brejeiro que se encontrava por perto, tendo o mesmo se recusado a ajudá-lo, alegando não ser seu empregado. Mesmo combalido pela doença, Soarão ainda teve forças suficientes para quebrar algumas mandiocas na cabeça do indivíduo, como desforra pelo atrevimento de sua respostal (…)”
“(…) Conta ainda, a tradição popular, que Soarão costumava tomar banhos regalados em um poço dágua existente no rio Piranhas, cujo nome, muito apropriadamente posto, era o poço das piranhas. Soarão entrava calmamente nágua, despido, tomando banho à vontade. Quando se resolvia a encerrá-lo, saia dágua, trazendo sempre algumas piranhas em estado letárgico, ligeiramente presas, pelos dentes, à sua pele. Soarão divertia-se rolando na areia do rio, para provocar a queda das vorazes piranhas. (…)”
Antônio Soares Pereira se casou com Cosma Freitas do Bonfim, que segundo a tradição, era natural da fazenda Chabocão, localizada em Souza-PB. A informação sobre o parentesco de Cosma ainda é inexistente até então.
Ele veio a falecer por volta de 1840, segundo constam em alguns registros encontrados nos livros da Irmandade das Almas de Caicó-RN. Segundo informação do Dr. Agostinho Brito, descendente de Soarão, o mesmo teria falecido de um câncer que lhe atingira o músculo peitoral esquerdo.
Já Cosma de Freitas do Bonfim veio a falecer no dia 4 de junho de 1822, em Caicó-RN. No registro69 de sepultamento, pode-se ler:
“Aos quatro dias do mez de Junho de mil oito centos e vinte e dois no corpo desta Matriz foi sepultado o cadáver de COSMA DE FREITAS DO BOMFIM, falecida de moléstia de ourinas com idade de Secenta annos na Fazenda Biaxo de fora desta Freguezia do Siridó, cazada que era com ANTÓNIO SOARES PEREIRA; involto em branco, e encommendado por mím, que para constar fiz este Assento, e assígno.”
Foram filhos de Antônio Soares Pereira e Cosma de Freitas do Bonfim:
ANTÔNIO SOARES PEREIRA, que se casou com Maria Francisca do Carmo.
COSME SOARES PEREIRA, que se casou com Maria Joaquina da Conceição, filha de João Baptista dos Santos e Maria Marcelina da Conceição. Em 1814, o casal habitava na Barra das Espiranhas, Jardim de Piranhas-RN.
JOÃO SOARES PEREIRA, que se casou com Maria Francelina da Conceição.
JOSÉ JOAQUIM SOARES.
JOÃO PEDRO SOARES, que se casou com Anna Maria de Jesus.
MANOEL DA SILVA PEREIRA, que se casou com Vicência Maria da Conceição.
MARIA ROSA DO NASCIMENTO, que se casou com Bartholomeu Correia da Silva, filho de Gonçalo Correa de Ávila e de Izabel Maria de Jesus.
ANNA JOAQUINA DA PURIFICAÇÃO, que foi casada com Manoel de Medeiros Rocha no dia 8 de março de 1836 em Caicó-RN. Ela faleceu no dia 2 de abril de 1864, em Caicó-RN.
Capítulo VIII – Os Hexavós
Manoel Fernandes Freire e Antônia de Moraes Valcácer
Manoel Fernandes Freire nasceu em Olinda-PE. Ele se casou com Antônia de Morais Valcácer, nascida aos Mamanguape-PB, filha do português Pedro Ferreira das Neves e Custódia de Amorim Valcácer. Em documento de requerimento de sesmaria70 atribuído à Manoel, pode-se ler:
“N° 255, de 3 de agosto de 1738
Manoel Fernandes Freire, José da Costa Lima e Claudio Gomes, à sua custa descobriram um sítio de crear gados em um sacco que faz a serra do Boquerão que tem em si um riacho que chamão da alagôa que desagôa nas Piranhas; e porque os supplicantes não achavão sítio algum nesta capitania donde são moradores, em que possão ter seus gados, o que podião fazer neste que descobriram, principiando do riacho da parte do poente correndo por elle abaixo para o nascente, e como não tinhão confrontação com visinho algum, mas em muita distancia com a ribeira das Piranhas, pedião três legoas de comprido e uma de largo para todos os três createm seus gados. Fez-se a concessão de três legoas de comprido e uma de larga a cada um, no governo de Pedro Monteiro de Macedo. ”
Em em 15 de setembro de 1688, Manoel recebe patente de Ajudante do Sargento-mor da Capitania da Paraíba e, em 21 de fevereiro de 1693, assume o posto de Capitão de Infantaria de uma das Companhias que serviam de guarnição na Capitania de Pernambuco.
Manoel já aparece como morador na ribeira do Cupauá em 1732, quando foi testemunha de uma compra de terras do sítio das Raposas, feita em 20 de abril de 1732 por Tomás Diniz da Penha. Manoel Fernandes Freire e Antônia de Moraes Valcácer eram moradores na fazenda Santa Luzia, atual cidade de Santa Luzia-PB, onde criavam gado.
Ambos ainda eram vivos em 1773 e moravam na dita fazenda, quando doam cerras a seu filho o José Fernandes Freire, morador no Taipu. Assinaram o documento: Agostinho José da Costa, a rogo de dona Antônia de Moraes que não sabia ler e escrever, Manoel Fernandes Freire, João de Deus de Moraes, morador na mesma fazenda de Santa Luzia, o reverendo Pe. Manoel Correia de Almeida e José Fernandes Freire.
Foram filhos de Antônia de Morais Valcácer e Manoel Fernandes Freire:
Maria da Conceição Valcacer
JOSÉ FERNANDES FREIRE.
COSME FERNANDES FREIRE que se casou com Sebastiana Dias de Araújo.
MANOEL FERNANDES FREIRE (2° de seu nome).
CATARINA VALCÁCER DE MORAIS nasceu por volta de 1714. Ela foi sepultada em 2 de agosto de 1799 com idade de 85 anos.
APOLÔNIA BARBOSA DE ARAÚJO nasceu estimado por volta de 1714. Ela faleceu em 8 novembro 1802 em Caicó-RN. Ela que se casou com Rodrigo de Medeiros Rocha, natural da Ribeira Seca, ilha de S. Miguel, Açores, filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros Pimentel.
ANTÔNIA DE MORAIS VALCÁCER (2°), que se casou com Sebastião de Medeiros Matos, natural da Ribeira Seca, ilha de S. Miguel, Açores, filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros Pimentel.
ANA DE AMORIM VALCÁCER casou ao que tudo indica com seu Geraldo Ferreira das Neves Sobrinho, irmão de Antônia de Morais Valcácer.
Antônio Garcia de Sá Barrozo e Anna Lins de Vasconcellos
António Garcia de Sá Barroso nasceu por volta de 1725, filho do português Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles de Bittencourt. Ele se casou com Ana Lins de Vasconcelos, filha de Alexandre Rodrigues da Cruz e Vicência Lins de Vasconcelos. O casamento ocorreu após 1755, pois Antônio é citado solteiro no inventário dos bens de seu pai, Antônio Garcia de Sá.
Em registros do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, consta que António ingressou no Regimento Miliciano da Vila do Príncipe (atual Caicó-RN) em 15 de novembro de 1790, recebendo patente do General D. Thomaz José de Mello em 10 de julho do mesmo ano.
Segundo seu descendente Jayme de Nóbrega Santa Rosa, António construiu a casa-grande da fazenda Serrote, próxima ao riacho Juliana, cujas ruínas ainda existem nas proximidades de Acari.
Antônio Garcia de Sá Barroso veio a falecer aos 20 de maio de 1793 em Acari-RN, sendo sepultado no corpo da Capela de Nossa Senhora da Guia do Acari. No seu registro71 de óbito, pode-se ler:
“[…] Aos Vinte dias do mez de Mayo de mil sete centos noventa e trez annos na Capella de Nossa Senhora da guia do Acari filial desta Matriz se deu sepultura a aadentro o Coronel ANTÓNIO GARCIA DE SÁ BARROZO cazado com Donna ANNA LINS DE VASCONCELLOS fallecido com todos os Sacramentos com idade de cecenta e oito annos emvolto em abito de Sam Francisco, e emcomendado pello Reverendo Padre Manuel Gomes de Azevedo, e foi sepultado no corpo da Igrerja de que se fez este acento que asignei. Jozê António Caetano de Mesquita Cura […]”
Já sua esposa, Anna Lins de Vasconcellos veio a falecer antes de 1801, pois é citada falecida no registro de casamento do filho Marcos Soares Bittencourt.
Foram filhos de Anna Lins de Vasconcellos e Antônio Garcia de Sá Barroso:
JOSÉ GARCIA DE SÁ BARROSO, casado com Anna Gertrudes de Santa Rita, filha de Thomaz de Araújo Pereira e Teresa de Jesus Maria.
JOÃO GARCIA DE SÁ BARROSO (ou do AMARAL), nasceu por volta de 1767. Ele se casou com Maria Rosa da Conceição, filha de João Damasceno Pereira e de Maria dos Santos de Medeiros. O casamento ocorreu aos 26 de novembro de 1795 na Fazenda Picos de Baixo, situada aos arredores de Caicó-RN. O casal habitou na Fazenda Bom Descanso, no atual município de São José do Seridó-RN. Ele veio a falecer com 85 anos de idade de moléstia interior aos 24 de junho de 1852, tendo o corpo sepultado acima das grades na Igreja Matriz de Caicó-RN.
MANOEL RAMOS DE BITTENCOURT, casado com Rosa Maria da Costa, filha de Antônio Luiz da Costa e Escolástica Maria da Conceição. O casamento foi celebrado na Capela de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 4 de fevereiro de 1798.
RITA MARIA ANGÉLICA, casada com José Barbosa de Medeiros, filho de Manoel de Medeiros Rocha e Anna de Araújo Pereira. O casamento foi celebrado na Fazenda Mulungú (Acari-RN) aos 17 de julho de 1800.
MARCOS SOARES DE BITTENCOURT, nascido por volta de 1778, foi casado com Francisca Maria do Carmo, filha de João Damasceno Pereira e Maria dos Santos de Medeiros. O casal morou na Fazenda Cobra. O casamento foi celebrado na Fazenda Picos de Baixo (Caicó-RN), aos 6 de agosto de 1801. Ele veio a falecer de um cancaro aos 15 de outubro de 1855, sendo enterrado na Igreja Matriz de Caicó-RN das grades para cima.
ALEXANDRE RENOVATO, foi casado com Rita, da família Ribeiro (ou Mataquiri), de São José do Mipibu-RN, onde residiu o casal.
MANUELA DORNELES DE BITTENCOURT, casada com Simplício Francisco Dantas, filho de Caetano Dantas Corrêa e Josefa de Araújo Pereira.
MARIA, casada com Leonardo Pinheiro, filho do primeiro casamento de Miguel Pinheiro. O casal residiu Riacho Fundo (Currais Novos-RN).
TERESA DE JESUS MARTA, casada com Tomaz de Araújo Pereira (3o), filho de Tomaz de Araújo Pereira, sob a referência N l, e filho Tomaz de Araújo Pereira (2o) e de Teresa de Jesus Maria.
ANNA LINS DE VASCONCELOS, casada com Antônio Luis da Costa. O casal morou nos Quintos.
VICÊNCIA JOSEFA DE VASCONCELOS, casada com Vicente Ferreira de Melo (apelidado de Vivente Espiga), filho de Antônio José Pessoa e de Josefa Maria do Nascimento. O casamento foi celebrado na Capela do Acari-RN, aos 27 de novembro de 1788.
Francisco Cardoso dos Santos e Theresa Lins de Vasconcellos
D. TEREZA LINS VASLOS Va q ficou do Captam FRANCISCO CARDOZO DOS SANTOS natural da Cide da Para e moradora na sua fazenda do Bico da Axaxa onde vive de sua fazenda de gados de idade, que disse ser de trinta e sinco annos pour mais ou menos (…) aos Santos Evangos em que por sua mão direita e prometeu dizer a verdade.
E sendo perguntada do conteudo na Portra do Exmo (…) que toda lhe foi lida e declarada toda lei que publicaram-se ouvira falar da (?) que faria em casa do Visitador Antonia Maria mulher do mundo.
Ao (?) disse q falecendo da vida preste seu marido o Cappam FRANco CARDOZO DOS SANTOS o qual deixou por seu testamenteiro o Cappam Anto Garcia, seu cunhado, compre, parente, e (?) do D. Vizor, este apenas faleceo seu marido do q foi a dous de Mço de 1766, o foi buscar ao Caicó (?) dos tres mezes a obrigou o D.Vizor a requirimentos dos testamenteiro soneregar a terça do teirador (?) seus legados “
Antônio José Pessoa e Josefa Maria do Nascimento
🇵🇹 Thomaz de Araújo Pereira e Maria da Conceição de Mendonça
Thomaz de Araújo Pereira teria nascido por volta de 1700, natural de Viana do Castelo (Portugal)73. De acordo com a tradição familiar, Tomaz de Araújo foi um homem alto, robusto e de força física impressionante. A origem portuguesa é coroborada por alguns registros de batismo de alguns netos de Thomas de Araújo Pereira747576:
“Joam, filho legítimo do capitão Jozé de Araújo, natural da Freguesia de Santa Anna de Caicó, e de Elena Barboza de Albuquerque, natural desta freguesia, neto por parte paterna do tenente-coronel THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA, natural da Villa de Vianna, e de MARIA DA CONCEIÇAM DE MENDONÇA, natural da Freguesia de Nossa Senhora das Neves da Paraíba, e, pela parte materna, do alferes Hipólito de Sá Bezerra, natural da Villa de Vianna, e de Dona Joana Bizerra de Albuquerque, natural desta freguesia, nasceu em oito de abril de 1770 e foi batizado com os Santos Óleos, por minha licença, na Capela de São Gonçalo desta freguesia, pelo Padre Miguel Pinheiro Teixeira, aos vinte e cinco do referido mês e ano; foram padrinhos Francisco Pinheiro Teixeira, casado, e a viúva Dona Joana Bezerra de Albuquerque. De que mandei lançar este assento, em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.”
“Thomáz, filho do Capitam Joze de Araújo Pereira natural da Paraíba, e de Elena Barboza de Albuquerque desta freguezia netto por parte paterna de THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA natural de Viana, e de MARIA DA CONCEIÇAM DE MENDONÇA da Paraíba; e pela materna de Hipólito de Sá Bezerra natural de Viana, e de Dona Joana Bezerra desta freguezia nasceu ao onze de Dezembro do anno de mil sete centos, e setenta e hum, e foi baptizado com os Santos óleos de Licença minha na Capella de Sam Gonçalo do Potigi pelo Padre Manoel António de Oliveira aos dez de Fevereiro do armo de mil Setecentos, e Setenta e douz: foram padrinhos Joam Damasceno Pereira, e Dona Maria dos Santos Pereira moradores no Sertam do SeridÔ, de que mandei Lançar este assento, em que me asigney. Pantaleão da Cosia ãe Aro Vigro do Rio Grande”
“Hipolito filho legitimo de Joze de Araújo Pereira natural do Siridó, e de Dona Elena Barboza desta freguezia neto por parte paterna de THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA natural de Viana, e de MARIA DA CONCEIÇAM natural da Paraíba, e pela materna de Hipolito de Sá Bezerra natural de Viana, e Dona Joana Barboza de Albuquerque desta freguezia nasceo ao trinta de Abril do anno de mil sete centos, e Setenta, e quatro, e foi batizado com os Santos óleos de licença minha na capella de Sam Gonçalo do Potígi pelo Padre Manoel António de Oliveira aos trez de Agosto do dito anno: forão padrinhos Luiz Joze Rodrigues, e Joanna Ferreira filhos da viúva Bonifacia e Antonia moradores nesta cidade, de que mandei lançar este asento, em que me asigney. Pantaleão da Costa de Aro Vigro do Rio Grande”
Após pesquisas na dita região, mais precisamente na freguesia de Montserrate, Viana do Castelo (Portugal), foi possível encontrar um registro de batismo que poderia ser atribuído à Thomaz. Ele seria filho de Fernão Pereira e de Maria Pinta. No suposto registro77 de batismo, pode-se ler:
“THOMAZ, filho de FERN`ÃO PEREIRA e de sua mulher MARIA PINTA morão na Rua de Manjovos, nasceo aos sete de março do anno de mil e sete centos e hum, povoado de sam Joam de abreu da Freguesia de S. Martinho, o batisei aos dose dias do ditto mês (clamo?) foram padrinhos Antonio Brandão Barreto Oficial Maior da Vedoria e Joanna Luiza Maria, donzella, filha de Francisco de Mattos Freire, todos desta parochia de Monserrate. Vigário Gabriel de Mattos Freire”
Ainda não é possível afirmar com total certeza que o registro acima esteja diretamente relacionado a Thomaz de Araújo Pereira. Algumas publicações sugerem que Thomaz seria parente de Amador de Araújo Pereira, figura de destaque na resistência à invasão holandesa em Pernambuco, ocorrida entre 1630 e 1654. O autor Sebastião de Azevedo Bastos, em sua obra No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste (1955)78, menciona que Thomaz e uma possível tia, Anna de Araújo Pereira de Azevedo, casada com Pedro da Costa Azevedo, teriam vindo ao Brasil por influência de Amador de Araújo Pereira. Segundo o autor, ambos seriam aparentados a esse Amador. Mais pesquisas e documentos são necessários para provar tal afirmação.
Thomaz de Araújo Pereira chegou ao Brasil por volta de 1734, período em que já aparece requerendo sesmarias nas capitanias da Paraíba e do Rio Grande do Norte. No Brasil, ele se casou com Maria da Conceição Mendonça, natural da freguesia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa-PB, filha do português Cosme Soares de Brito e de Madalena de Castro. Em algumas dessas requisições79, pode-se ler:
“N° 238, em 25 de maio de 1734
Thomaz de Araújo Pereira, não tendo commodo para crear seus gados, descobrío á custa de seu trabalho um riacho chamado Juazeiro que nasce por detraz da serra da Rajada, que desagôa para o rio da Cauhã e faz barra na ponta da várzea do Pico, em cujo riacho e suas bandas tem terras devolutas e nunca cultivadas; terrenos em que pede três legoas de comprimento e uma de largura, pegando das testadas do sargento-mor Simão de Góes pelo rio acima, ficando o dito rio em meio da dita largura. Fez-se a concessão na forma requerida, no governo de Francisco Pedro de Mendonça Gurjão.”
“N° 592, em 3 de janeiro de 1763
Thomaz de Araújo Pereira, diz que possue sítios de terras de crear gados em Quintoraré, chamados Gravata e Serra do Cuité, os quaes houve por compra, e porque nas ilhargas dos ditos sítios há sobras quer o supiplicante três léguas de comprido e uma de largo, contestando pelo poente com o Picuhy e pela nascente com o sitio Ucó. Foi feita a concessão, no governo de Francisco Xavier de Miranda Henrique. ”
“N° 593, em 9 de janeiro de 1763
Thomaz de Araújo Pereira diz que possue um sitio de terras de crear gados em Quinturaré e chamado riacho do Mulungú e o olho d’agua do Caraibeira, nas testadas do Picuhy da parte do poente, cujo sitio de uma légua em quadro houve por compra ao capitão-mor Luiz Quaresma Dourado, e porque no riacho do dito olho d’agua-Carahybeira se acham sobras, pede o supplicante por data com três léguas de comprido e uma de larga, pegando das testadas de Picuhy pelo poente buscando o olho dagua das Onças, confrontando com os providos do Cornixaou. Foi feita a concessão, no governo de Francisco Xavier de Miranda Henrique.”
Resumidamente, Thomaz de Araújo Pereira foi beneficiado com cinco sesmarias ao longo de sua vida: três situadas na Capitania da Paraíba, uma em 1734 e duas em 1763, e duas na Capitania do Rio Grande do Norte, concedidas em 1746 e 1753, esta última localizada na Fazenda São Pedro. A análise dos limites territoriais dessas terras permite supor que as duas primeiras concessões paraibanas eram próximas entre si, já que ambas são cortadas pelo riacho Juazeiro, na região do Seridó. Nas cartas enviadas à administração da Capitania do Rio Grande do Norte, Thomaz é identificado como residente dessa mesma capitania. Por outro lado, na petição de 1734 à Capitania da Paraíba, ele é descrito como morador local. Já nas duas solicitações de 1763, não há qualquer menção ao seu domicílio.
Quanto à sua trajetória militar, Thomaz de Araújo Pereira foi nomeado Capitão-mor do Regimento de Cavalaria de Ordenanças da Ribeira do Seridó por Joaquim Félix de Lima, então Capitão-mor do Rio Grande do Norte. Um documento datado de 1766 já o menciona como Capitão. Ele assumiu o comando da Ribeira do Seridó em substituição a Cipriano Lopez Galvão, falecido em 1764. Posteriormente, Thomaz foi sucedido no cargo por seu genro, Caetano Dantas Corrêa. Além disso, um documento de 1770 atribui-lhe o posto de Coronel.
No inventário de Domingos Alves dos Santos, processado no ano de 1755, faz-se referência à pessoa do velho Tomaz de Araújo:
“O Sargento-mor Thomaz de Arahujo Pereyra homem viuvo e morador na fazenda de Sam Pedro desta Ribeyra do Ciridó que vindo de suas fazendas de Gado de Idade que disse ser de cincoenta e sinco annos pouco mais ou menos […]”
Com base no registro acima, é possível afirmar que sua esposa, Maria da Conceição Mendonça, já havia falecido em 1755. Além disso, Thomaz de Araújo Pereira menciona ter por volta de 55 anos de idade em 1755, o que corrobora a estimativa do ano de seu nascimento em torno de 1700.
Thomaz de Araújo Pereira faleceu antes de 1781. Em sesmaria de número 801, datada de 4 de julho de 1781, menciona que o sítio Gravata pertencia aos herdeiros de Thomas de Araújo. Infezlimente os registeos de óbitos mais antigos são do ano de 1788.
Foram filhos de Maria da Conceição Mendonça e Thomaz de Araújo Pereira:
TOMAZ DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Teresa de Jesus Maria, filha de Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo. Ele faleceu antes de 1799.
COSME SOARES PEREIRA se casou com Maria do Nascimento, filha de Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles Bittencourt.
JOÃO DAMASCENO PEREIRA se casou com Maria dos Santos de Medeiros, filha de Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo.
JOSÉ DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Helena Barbosa de Albuquerque, filha de Hipólito de Sá Bezerra e de Joanna Barbosa de Albuquerque.
JOANNA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Gregório José Dantas Corrêa em em segunda núpcias, com Estevão Álvares Bezerra.
JOSEFA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com casada com Caetano Dantas Correia, filho de José Dantas Correia e de Isabel da Rocha Meirelles. Ela veio a falecer aos 18 de junho de 1816 no Acari-RN.
HELENA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com João Garcia de Sá Barrozo, filho de Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles Bittencourt.
ANA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Antônio de Pais Bulhões, filho de Manoel da Costa Vieira e de Maria Pais de Bulhões. O casal morou na fazenda Remédio, próxima ao rio São José, local do atual município de Cruzeta-RN. Antônio também foi proprietário da fazenda Serringa, localizada no atual município de Remígio-PB.
Tomaz de Araújo Pereira teria contraído casamento com uma segunda esposa de nome desconhecido, e com ela teria tido somente um filho. Segundo a tradição familiar do Seridó, essa mulher seria uma Cigana de rara beleza
🇵🇹 Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer
Sebastião de Medeiros Matos nasceu em 19 de janeiro de 1716 e foi batizado aos 30 do mesmo mês em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros. No seu registro80 de batismo, pode-se ler:
“SEBASTIAM filho de ALFERES MANOEL DE MATOS e de sua molher MARIA DE MEDEIROS, ambos naturais d’esta Freguesia, nasceo aos dezanove dias do mês de janeiro de mil sete centos e dezaseis, foi batizado na pia d’esta parochial aos trinta de dias do dado mês por mim Domingos de Souza Ambar Cura, e foram padrinhos o Rdo Vigro L.do Joam de Souza Freyre d’esta Freguesia e foram as testemunhas Joam da Silva e Samchristam Manoel Rodriguez ambos d’esta Freguesia. E para constar fiz este termo em o dito dia mez era ut supra. O Cura Domingos de Souza Ambar.”
Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca
Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, com marcação ao local onde hoje se encontra a igreja de São Pedro.
A freguesia de São Pedro da Ribeira Seca surgiu já no século XVI, nas décadas seguintes ao início da colonização da ilha de S. Miguel. Gaspar Frutuoso em sua obra Saudades da Terra – Livro IV (1995)81 faz uma descrição detalhada do surgimento e dos primeiros anos da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca:
“[…] A freguesia de São Pedro da Ribeira Seca (chamada assim por não ter água senão de enchente no Inverno) que se desmembrou da vila da Ribeira Grande e distará dela um tiro de mosquete para a parte do ocidente, com uma ermida da Madre de Deus, que fez Manoel da Costa, junto da sua quinta, tem cento e noventa e um fogos, e seiscentas e oitenta e três almas de confissão, das quais são de comunhão quatrocentas e noventa. O primeiro vigairo foi Luís Cabral; o segundo, o bacharel Ascêncio Gonçalves, que agora tem o dito cargo. Há nela muitos homens honrados e boas terras que se chamam do Morro, por um alto que está junto do mar, assim chamado, e outras duas lombas em que têm as mesmas granjearias que os da Ribeira Grande, com que uns e outros fazem soma ao presente de novecentos e vinte e cinco fogos, e três mil e duzentas e sessenta e seis almas de confissão, das quais são de comunhão duas mil e quatrocentas e cinco. Nestas duas freguesias (em que se compreende a vila e lugar de Rabo de Peixe, seu termo) há muita gente de armas; primeiro houve quatro bandeiras de duzentos e cinquenta homens em cada uma, sc., três na vila e uma em Rabo de Peixe […]”
“[…]Também poucas vilas haverá de tão boa serventia de água e moendas, porque tem dentro em si seis moinhos, cada um de duas pedras, melhores e que melhor moem que todos os da ilha e Portugal, nos quais o Capitão tem de renda perto de trezentos moios de trigo cada ano, em que vão fazer os da cidade suas farinhas; e é abastada de pão, carnes, pastel, linho e legumes, tem criações de gados, ainda que depois do incêndio segundo falta de lenha. Chega o dizimadouro dela (que contêm as duas freguesias da Purificação de Nossa Senhora e de São Pedro), uns anos por outros, a render três contos para el-Rei, pouco mais ou menos, e o dízimo do linho a quarenta mil molhos. Nela se davam os melhores melões de toda a ilha ou iguais com os da fajã dos Mosteiros, o que se perdeu com a alforra que caiu depois do segundo terremoto desta ilha. E muito mais nobre e rica fora, se os senhorios das suas terras viveram nela. Os moradores não são tão ricos como honrados e nobres, por perderem muito de suas fazendas com fianças e invenções de canas de açúquere que o bicho comeu, como a hera de Jonas. O porto de Santa Eiria (que tenho dito) pela costa ser brava, não presta a esta vila para navios, nada se carrega nele e só serve de batéis; e para saída de seus frutos e carregação de seu trigo se serve do porto da vila da Alagoa, que Ihe está julgado por sentença do Regno. […]”
Igreja de São Pedro da Ribeira Seca
A origem da freguesia está relacionada à construção da primeira ermida dedicada a São Pedro, que foi destruída em 1563 por uma erupção do vulcão Pico Queimado (antigamente chamado Pico do Sapateiro). A atual igreja de São Pedro foi posteriormente edificada no mesmo local onde se erguia a antiga ermida.
Interior da Igreja de São Pedro da Ribeira SecaPia batismal da Igreja de São Pedro da Ribeira Seca. Está seria a pia usada no batismo de Sebastião, Rodrigo e grande parte da sua ascendência.
Em 12 de dezembro de 1575, a paróquia e freguesia de São Pedro foram instituídas pelo Cabido da Sé de Angra, sendo confirmadas por cartas régias de D. Sebastião em 1576 e tendo como primeiro vigário, o Padre Luís Cabral82.
Ao longo dos séculos seguintes, a igreja passou por diversas reformas e ampliações: obras na sacristia (1702), talha da capela-mor (1730), aquisição de sinos (1739), reconstrução da igreja com pedras do Convento de Jesus (1830) e nova decoração por entalhadores locais (1845).
A erupção do vulcão Pico do Sapateiro de 1563
O povoamento foi parcialmente destruído por terremotos, seguidos por erupções vulcânicas do Pico Queimado e da Lagoa do Fogo que occorreram no ano de 1563. Hoje, existe nos arredores da igreja de São Pedro, uma fonte de água que foi soterrada pela lava durante a erupção e que foi encontrada na década de 1950 durante escavações no local. Gaspar Frutuoso descreve a fonte e os eventos catastróficos ocorridos durante o dito ano:
“[…] A fonte de que se tirou a água do chafariz ou fonte da vila, que nela se bebe, sai perto de umas pedras brancas (que é uma veia de pedra que está ao pé da serra); era muito boa água até ao terremoto e incêndio que aconteceu nesta ilha o ano de mil e quinhentos e sessenta e três, porque devia de ter seu nascimento em alguma concavidade limpa; achavam-se nela as condições que se requerem a uma boa água, quase nascia com o rosto ao sol, era delgada e fria, sem nenhum sabor, e assim satisfazia com sua bondade a quem a bebia, porque se bebia dela o que a vontade pedia e nada embaraçava o estômago nem impedia as mais obras da natureza. Mas, com o terremoto que disse, que teve a força toda perto da mesma fonte, detrás da serra de Vulcão, arruinou-se a terra, abrindo-se em muitas partes e rebentou o biscouto de pedra fervida para a mesma parte da fonte, muito perto, e parece claro que para a dita fonte e concavidade do monte se abriram comissuras e veias de pedra hume e enxofre, que inficionaram e corromperam a dita água, que agora é grossa e cheira a lodo, e muitos anos depois do terremoto fedia a enxofre e se sentia nela fedor de pedra hume. Desta mesma água se deu um cano para a freguesia da Ribeira Seca, de que bebem os seus moradores (e não é boa) porque com a quentura do enxofre vem como cozida. […]”
E segue a descrição detalhada dos dias da erupção de 1563 que afetaram a Ribeira Seca, feita por Gaspar Frutuoso83:
“[…] Deste pico lavrou o fogo por debaixo do chão e foi dar em outro, que chamam o pico do Sapateiro, que está sobre a Ribeira Grande, da parte do norte, o qual começando arder a terça-feira, começou depois a correr dele uma ribeira de fogo pela Ribeira Seca abaixo até chegar ao mar, correndo mansamente como metal derretido, por fazer fio como alféloa, sendo pedra que estava fervendo e fazendo grande estrondo quando entrou no mar, onde fez um grande cais ou ilhéu de penedia, ficando, ali, e por toda a ribeira acima um bravo biscoutal da Deste pico lavrou o fogo por debaixo do chão e foi dar em outro, que chamam o pico do Sapateiro, que está sobre a Ribeira Grande, da parte do norte, o qual começando arder a terça-feira, começou depois a correr dele uma ribeira de fogo pela Ribeira Seca abaixo até chegar ao mar, correndo mansamente como metal derretido, por fazer fio como alféloa, sendo pedra que estava fervendo e fazendo grande estrondo quando entrou no mar, onde fez um grande cais ou ilhéu de penedia, ficando, ali, e por toda a ribeira acima um bravo biscoutal da […]”
Sebastião de Medeiros Matos chegou ao Brasil por volta do ano de 1739, acompanhado de seu irmão mais velho, Rodrigo de Medeiros Rocha. Conforme relata a tradição oral da região, eles buscaram abrigo, em um primeiro momento, junto a parentes que já viviam em Pernambuco. No entanto, diante do risco que isso representava, esses familiares optaram por enviá-los ao interior da então Capitania da Paraíba do Norte. Foi ali, na fazenda Preás, situada nas serras de Parelhas, território que hoje pertence ao Rio Grande do Norte, que os irmãos Medeiros permaneceram ocultos por algum tempo84, até de estabelecer definitivamente na região onde atualmente se localiza a município de Santa Luzia-PB.
É importante destacar que a chegada de Sebastião e Rodrigo ao Brasil coincide com um período de intensificação da emigração de açorianos rumo à América portuguesa, conforme analisado por Cibele Caroline da Rosa e Luís Fernando da Silva Laroque (2018)85. Segundo os autores, esse movimento foi impulsionado por fatores estruturais como crises climáticas e agrícolas, fome, instabilidade econômica e um sistema de herança que excluía os filhos não primogênitos da posse das terras familiares, forçando muitos a buscar melhores condições de vida no Brasil.
Embora a tradição local afirme que os irmãos Sebastião e Rodrigo tenham emigrado como forma de ocultar um passado comprometedor na Ilha de S. Miguel, mudando até os seus sobrenomes ao chegarem ao Brasil868788, é igualmente plausível que tenham feito parte de um amplo fluxo migratório dos Açores a América Portuguesa motivado pelas adversidades nas ilhas e pela esperança de melhores oportunidades no continente americano.
A emigração açoriana atingiu seu auge a partir de 1747, quando a Coroa Portuguesa, por meio de um edital real, passou a incentivar oficialmente o deslocamento de famílias açorianas para a América. O objetivo era não apenas aliviar a pressão demográfica e econômica sobre o arquipélago, mas também povoar e proteger o sul do império, especialmente diante das crescentes disputas territoriais com a Espanha.
Olavo de Medeiros Filho, em seu livro Velhas Famílias do Seridó (1981)89, conta um relato do Dr. Agostinho Brito, descendente de Sebastião, em que explicaria como foi apresentado a sua futura esposa. O relato segue:
“[…] ao tempo em que estiveram morando nos Preás, dedicaram-se a trabalhos de natureza jurídica, cuidando de questões de terras, por serem pessoas letradas. Certo dia, chegou-lhes um convite formulado pelo Capitão-mor Geraldo Ferreira das Neves Sobrinho, desejoso de que os dois irmãos comparecessem à fazenda Picotes, em Santa Luzia, a fim de tratarem de uma questão de terras, em que se achava envolvida aquela autoridade.
Comparecendo aos Picotes, foram os dois irmãos informados de que teriam de viajar à ribeira do Piancó, no trato do caso litigioso, região essa que se encontrava sem segurança para os eventuais viajantes, em virtude de ali ter surgido um levante dos indígenas.
Recusaram a incumbência, o que despertou a ira do Capitão-mor. Este deu-lhes conhecimento de queliavia chegado um mandado judicial, pedindo providências no sentido de serem presos dois fugitivos da Justiça, cuja descrição coincidia com as pessoas de Rodrigo e Sebastião de Medeiros. Após a ceia, em um quarto fechado, conferenciaram, longamente, Rodrigo e Sebastião, para discutirem a situação; ou viajariam ao Piancó, ou seriam entregues a Justiça pelo Capitão-mor. Conta a tradição que Geraldo conseguiu ouvir, ardilosamente, a conversa dos dois irmãos. Rodrigo já se mostrava disposto a enfrentar o perigo representado pelos indígenas, viajando ao Piancó, no que hesitava Sebastião em apoiá-lo. Dizia Rodrigo: “Mas, Sebastião, nós não temos condições de regressarmos ao Reino!…”
Finalmente, o Capitão-mor propôs uma terceira opção: os dois irmãos se casariam com duas irmãs, ambas sobrinhas de Geraldo, no que, a contragosto, concordaram Rodrigo e Sebastião. Casaram-se, finalmente, Sebastião com Antônia e Rodrigo com Apolônia, sob o patrocínio do Capitão-mor, tio das nubentes!… […]
Sebastião se casou com Antônia de Morais Valcácer (2ª de seu nome), filha de Manoel Fernandes Freire e Antônia de Morais Valcácer em data indeterminada, mas muito provavelmente em Patos-PB. Se o casamento foi arranjado como informar o texto acima, nunca vamos de fato saber.
Em 1757, após o falecimento de seu irmão Rodrigo de Medeiros Rocha, ficou responsável pelos seus bens e por todos os seus filhos. Em 1759, como Tenente, requereu sesmaria onde, pode-se ler:
“Nº 497 em 24 de março de 1759
Tenente Vicente Ferreira Neves e Tenente SEBASTIÃO DE MEDEIROS, moradores nesta capitania, dizem que a custa de sua fazenda e risco de suas vidas, tinham descoberto sobre a serra da Borburema, sertões deste governo, terras devolutas e desaproveitadas, com sufficiencia de crear gados e como careciam de terras para os crear pretendiam que se lhes concedesse por sesmaria em nome de S.M. tres leguas de comprido e uma de largo, para ambos, na dita serra, logar chamado Albino riacho chamado Olho d’Agua Grande que nascia da pedra chamada o Fundamento cujas terras confrontam em muita distância pela parte do nascente com R.R.P.P. da companhia do sitio do Poço, pela parte do poente com terras do defunto Izidoro Hortins, pela do norte com as de Antônio de Araujo Frazão e Cosme Dias de Araujo e pela do sul com José da Costa Romeo ou com quem verdadeiramente pertencesse, podendo fazer do comprimento largura ou da largura comprimento, pedindo em conclusão se lhe concedesse as ditas terras por sesmaria com as confrontações declaradas para fazer a sua situação e peão no dito logar chamado Albino e Riacho chamado Olho d’Agua Grande. Foi feita a concessão, no governo de José Henrique de Carvalho.”
Segundo informa um de seus descendentes no livro de Olávo de Medeiros Filho, Sebastião possuía casa em Santa Luzia, na rua Padre Jovino. Sebastião e sua esposa Antônia habitaram na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB, muito provavelmente recebida como dote por ocasião do casamento de sua esposa, ou herdada de seu sogro, Manoel Fernandes Freire. Segundo Olavo de Medeiros Filho, Sebastião possuía estatura elevada, era moreno, magro, de pernas finas, queixo proeminente e temperamento irritadiço90.
Sebastião de Medeiros Matos ainda estava vivo em 1793, conforme demonstram referências encontradas no inventário de bens de Domingos Álvares dos Santos, onde é mencionado com a patente de Capitão. Também fazia parte do quadro da Irmandade das Almas do Caicó. Sua presença ainda é registrada em 1805, por ocasião do inventário de seu genro, Manoel Álvares da Nóbrega, realizado em Santa Luzia-PB, o que indica que provavelmente faleceu após essa data.
Nada foi encontrado até agora sobre o ano de falecimento de Antônia de Morais Valcácer.
Foram filhos de Antônia de Morais Valcácer e Sebastião de Medeiros Matos:
SEBASTIÃO DE MEDEIROS ROCHA, ou Sebastião da Cachoeira em virtude de residir na Fazenda Cachoeira, situada a umas duas léguas de Santa Luzia, pelo rio Quipauá abaixo) se casou primeiramente com Maria Leocádia da Conceição, filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Em seguida, que se casou com Victorina Maria da Conceição (de Araújo), filha de Cosme Fernandes Freire e de Sebastiana Dias de Araújo. Sebastião faleceu por volta de 1831, como consta nos livros da Irmandade das Almas de Caicó e sua esposa Maria Leocádia em meados de 1800, pois seu inventário era realizado no ano seguinte, em 1801. Sua segunda esposa, Victorina, faleceu em 07 de março de 1843 em Santa Luzia-PB.
ALEXANDRE MANOEL DE MEDEIROS se casou com Antônia Maria da Conceição, filha de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria de Conceição Freire. O casal habitou na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB. Sabe-se que Alexandre morreu por volta de 1834, pois nesse ano foram celebradas missas em sua lembrança, conforme registros encontrados em um velho livro de assentamentos da Irmandade das Almas de Caicó-RN.
JOÃO CRISÓSTOMO DE MEDEIROS nasceu em 15 de junho de 1766. Ele se casou com Francisca Xavier Dantas, filha de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. Ele foi faleceu em 16 de dezembro de 1812.
ANTÔNIA DE MORAIS SEVERA que se casou com João de Morais Camelo, natural dos Gariris Velhos, atual São João do Cariri. O casal habitou na fazenda Santo Antônio (Santa Luzia) e em seguida se mudaram para o Ceará.
LUZIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO nasceu por volta de 1759. Ela se casou com Caetano Dantas Corrêa (2°), filho legítimo de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. O casal habitou na fazenda Carnaúba (Acari). Ela faleceu na fazenda da Carnaúba e foi sepultada em 9 de agosto de 1810, com idade de 51 anos.
VICÊNCIA FERREIRA DE MEDEIROS, que se casou com Martinho Garcia de Araújo Pereira. Vicência faleceu no dia 19 de setembro de 1826 na fazenda da Barra, localizada na então freguesia de Sant’Anna do Seridó (Caicó-RN) e foi sepultada na Igreja Matriz de Caicó.
“Brasil, Paraíba, Registro Civil, 1879-2007,” database with images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-61KS-X9H?cc=2015754&wc=WPVBYC4%3A337680201%2C337680202%2C338063701 : 18 December 2017), Santa Luzia > Santa Luzia > Nascimentos 1919, Out-1920, Nov > image 82 of 158; Corregedor Geral da Justicia da Paraíba (Paraíba General Justice Office), João Pessoa. ↩︎
“Brasil, Paraíba, Registro Civil, 1879-2007,” database with images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-61KS-F4R?cc=2015754&wc=WPJL-T1B %3A337680201%2C337680202%2C337955401 : 18 December 2017), Santa Luzia > Santa Luzia > Nascimentos 1917, Nov-1918, Abr > image 19 of 161; Corregedor Geral da Justicia da Paraíba (Paraíba General Justice Office), João Pessoa. ↩︎
BRITISH LIBRARY. Endangered Archives Programme. Land Titles from the Parish of Nossa Senhora da Guia da Vila de Patos, 1855-1856. Disponível em: https://eap.bl.uk/archive-file/EAP123-2-4-5. Acesso em: 8 jul. 2025. ↩︎
BRITISH LIBRARY. Endangered Archives Programme. Land Titles from the Parish of Nossa Senhora da Guia da Vila de Patos, 1855-1856. Disponível em: https://eap.bl.uk/archive-file/EAP123-2-4-5. Acesso em: 8 jul. 2025. ↩︎
DE LUCENA, José Fabrício. Pequeno resumo da história de Manoel Tavares da Costa (Fazenda Desterro, Ouro Branco). Disponível em: <http://xn--quipau-uta.blog.br/fabricio-20170105-201>. Acesso em 10 de abril de 2017 ↩︎
FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da terra: livro IV. Nova ed. Palavras prévias de João Bernardo de Oliveira Rodrigues. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1998. p. 204. ↩︎
FRUTUOSO, Gaspar.Saudades da terra: livro IV. Nova ed. Palavras prévias de João Bernardo de Oliveira Rodrigues. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1998. p. 204. ↩︎
FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da terra: livro IV. Nova ed. Palavras prévias de João Bernardo de Oliveira Rodrigues. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1998. p. 367. ↩︎
DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
ROSA, Cibele Caroline da; LAROQUE, Luís Fernando da Silva. Quando migrar é necessário: açorianos povoam o Continente de Rio Grande de São Pedro (meados do século XVIII). Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 10, n. 2, p. 104–116, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v10i2a2018.1864. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 362.º, Da descendência de Rodrigo de Matos, § 1.o, N.o 4 & Notas 3). ↩︎
DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 27. ↩︎
AUGUSTO, José. Famílias seridoenses. João Pessoa: Sebo Vermelho Edições, 2002. p. 49-50. ↩︎
DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎