Ascendência de Francisca Amaral de Medeiros

Sumário


Capítulo I – Francisca Amaral de Medeiros

Ele se casou com Francisca Amaral (de Medeiros após o casamento), professora da rede estadual de ensino, filha de Sebastião Leopoldino do Amaral e de Maria Christina de Figueiredo. Francisca nasceu aos 14 de dezembro de 1919 em Varzea-PB e foi batizada no dia 29 de fevereiro de 1920, também na igreja Matriz de Santa Luzia-PB. No seu registro1 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e nove de Fevereiro de mil novicentos e vinte nesta Matriz baptisei solenimente a FRANCISCA filha legitima de SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e MARIA CHRISTO DE FIGUEIREDO; nasceo aos quartorze de Dezembro de mil novicentos e dezenove. Foram padrinhos: Severino Genezio da Costa e Adelia Maria da Conceição. Do que para constar mandei fazer este assento em que me assigno. Vigr.o Belinaro Dantas”

O seu nascimento foi registrado aos 6 de março de 1920 em Santa Luzia-PB. No seu registro2 de nascimento civil, pode-se ler:

“Aos seis dias do mez de Março do anno de mil novecentos e vinte n’este Districto de Paz, Termo de Santa Luzia do Sabugy, comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu Cartório compareceu SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, na qualidade de pai e em presença as testimunhas abaixo nomeadas declarou: Que no dia quatorze de Dezembro do anno de mil novecentos e dezenove e pelas uma horas da manhã no loga Varzeas d’este Districto nasceu uma criança viva do sexo feminino à qual chamou-se FRANCISCA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, que não existe nem existiu outra irmã com o nome igual ao da registrada a qual é filha legitima d’elle declarante e de sua mulher MARIA CHRISTINA DE FIGUERÊDO ambos creadores e residentes no mesmo logar Varzeas deste Districto; que os seus avós paternos são: Francisco Januário do Amaral e Josepha Carolina de Jesus, creadores domiciliados e residentes em Varzeas d’este Districto; que o seus avós maternos são: Manoel Alexandrino de Jesus e Theodora Leopoldina de Figuerêdo, creadores domiciliados e residentes no desterro, município do Jardim do Seridó; que finalmente as testemunhas  são: Antônio Aurelio de Medeiros e Gentil Geiciano Fernandes, ambos commerciantes e residentes n’esta Villa. Do que para constar lavrei este Termo em que me assigno com o declarante e as testemunhas (…)”

Luzia Amaral (primeira à direita) e sua irmã Francisca Amaral (primeira à esquerda) em foto tirada na década de 1930.

No registro mencionado, consta que ela se chamava Francisca Leopoldina de Medeiros, um nome que nunca utilizou ao longo de sua vida, seja pessoalmente ou em documentos. Esse equívoco pode ter várias explicações, como um erro do tabelião no momento do registro ou até mesmo um engano do pai, Sebastião Leopoldino do Amaral, ao escolher o nome da filha. Entretanto, o verdadeiro motivo da alteração permanecerá desconhecido.


Francisca se casou com Estevão Otalíbio de Medeiros foi agricultor, filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. Ele nasceu em Santa Luzia-PB aos 2 de janeiro de 1911 e foi batizado na Matriz da cidade aos 1 de março do mesmo ano. Ele era filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. No seu registro3 de batismo, pode-se ler:

“No dia primeiro de março de mil novencentos e onze, nesta Matriz de Santa Luzia, batizei solenemente a ESTEVÃO, filho legitimo de MANOEL SALVIANO DE LUCENA e FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, nasceu aos dois de janeiro deste mesmo ano. Goram padrinhos Francisco Sales de Medeiros e Inácia Vitalina de Medeiros. Do que para constar mandei fazer este assento e assino. Pe. João Batista de Albuquerque. Vigário”

O registro de nascimento de Estevão foi feito apenas anos depois, em 1917, junto com o registro de seus irmãos. Essa prática era comum na época, pois o registro civil não tinha a mesma relevância que o registro religioso para as pessoas, muitas vezes sendo adiado ou, em alguns casos, até mesmo negligenciado. No entanto, ao longo do tempo, essa situação começou a mudar. No seu registro4 de nascimento civil, pode-se ler:

“Aos doze de Novembro de mil novecentos e dezesete n’este Districto da Paz, Parochia e Municipio de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, em meu Cartorio compareceu MANOEL SALVIANO DE LUCENA na qualidade de pai da criança e em presença das testemunhas, abaixo, nomiadas e assignadas, declarou: Que no dia dois de janeiro de mil novecentos e onze, pelas dezesete horas, no logar Umburana d’este Districto, nasceu uma criança viva do sexo masculino, a qual se chama ESTEVÃO OTALÍBIO DE MEDEIROS; que não existe nem existio outro irmão com nome igual ao do recem-nascido, o qual é filho legítimo d’elle declarante e de sua mulher FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, creadores, naturaes e residentes n’este Districto; que os seus avós paternos são: SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA, agricultor, domiciliado e residente n’este Districto, E LEOCADIA MARIA DE JESUS, fallecida e sepultada no cemiterio publico d’esta Villa; que os seus avós maternos são: JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO e MAXIMIANA ANGELA DE JESUS, fallecidos e sepultados no cemiterio publico d’esta Villa; e que finalmente as testemunhas são: Antonio Aurelio de Medeiros e José Theodelo Fernandes, creadores, naturaes e recidentes n’este Districto. Do que para constar lavrei este termo em que commigo assinam-se o declarante e as testemunhas. Eu, Ignacio de Loyola Dantas, Official interino do Registro Civil, o escrevi. (…)”

Carteira de Identidade de Estevam Otalíbio de Medeiros

Essa é a tua!

Estevão costumava contar que no dia que conheceu Francisca Amaral, teria ido à negócios à casa de seu pai Sebastião Leopoldino do Amaral. Lá, teria visto Francisca, que passava as roupas com ferro à brasa. Dizia Estevão que no momento que à viu passar pelo corredor da casa para guardar as roupas, teria ouvido uma voz dizendo:

— Essa é a tua!

Logo tomou coragem para conhecer sua futura e única esposa. O namoro começou logo em Janeiro de 1938 e o casamento foi realizado meses depois, em Dezembro. Eles foram casados por quase 70 anos quando à morte de fato os separou.


O casamento ocorreu em uma terça-feira, às 13 horas, no dia 13 de dezembro de 1938, na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. No registro5 de casamento religioso, pode-se ler:

“Aos treze de Dezembro de mil novecentos e trinta e oito, ne’esta Matriz de Santa Luzia Assisti o concenso nupcial de meus freguezanos ESTEVÃO OTALIBIO DE MEDEIROS e FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS, solteiros e foram tistimunhas: João {?} da Silva e Pedro Valentino de Medeiros. E para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigário P. Manoel Firmino Gil”

Em suas anotações, Francisca relembrou do dia da seguinte forma:

“Data inesquecível o nosso enlace matrimonial aos 13 de dezembro de 1938, Terça-feira, a 1 hora da tarde em S. Luzia do Sabugy (…)”

Entretanto, o registro de casamento civil foi feito em Cabaceiras-PB, pois o casal vivia nos arredores da referida cidade. No registro6 civil de casamento, pode-se ler:

“Casamento Civil dos Conthahentes ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS e dona FRANCISCA AMARAL que passará a assinar-se FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS. Aos vinte e um dias do mêz de Agosto do ano de mil novecentos e quarenta (1940), nesta Povoação de Vêreda Grande da Comarca de Cabaceiras, deste Estado da Parahyba do Norte, as onze horas em na residencia do cidadão João Lopez Sobrinho, onde se achava presente o juiz de Direito Interino e Casamentos Doutor Manoel José Nunes Cavalcante Filho, comigo Oficial (…) e as testemunhas cidadãos José Lopez de Andrade e Roldão Claudio de Mello, funcionários públicos, residentes nesta mesma Povoação, reclamam-se em matrimonio por suas livres e expontaneas vontades sendo pela mesma autoridade dito “os declaro casados em nome da Lei”; ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS e dona FRANCISCA AMARAL; o contrahente solteiro, nascido em Santa Luzia do Sabugy, deste mesmo Estado, no lugar Varzea a doze de janeiro de mil novecentos e onze, agricultor, residente nesta dita Povoação, filho do cidadão MANOEL SALVIANO DE LUCENA e dona FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, naturaes e residentes no mesmo lugar Varzea; e a contrahente, solteira, nascida no mesmo logar Varzea, a quartorze de dezembro de mil novecentos e dezenove, funcionaria pública, residente nesta mesma Povoação, filha do cidadão SEBASTIÃO LEOPOLDINO DE AMARAL e dona MARIA CHRISTINA DE FIGUEIRÊDO, naturaes do mesmo logar Varzea e residentes no logar Ribeira desta mesma Comarca. Pelo Meretissimo Juiz foram dispençados os proclamar do casamento dos contrahentes (…) Os contrahentes declararam neste auto serem casados catolicamente, tendo nascido {?} auto, uma filha de nome Maria Saléte de Medeiro, nascida aos dezenove de Agosto de mil novecentos e trinta e nove e que não há impedimento algum, que os {?} de se cazarem. Em firmeza do que eu Severino Francisco de Assis lavrei este auto que vai por todos assinados. Eu Severino Francisco de Assis Oficial privativo do Registro Civil, o escrevi e assino”

No registro civil de casamento, pode-se ver as assinaturas de Francisca e Estevam.

O casal se estabeleceu inicialmente em Várzea Grande, chegando a essa localidade em 15 de fevereiro de 1939. Em seguida, mudaram-se para Vereda Grande em 7 de outubro de 1941, conforme anotações de Francisca. Posteriormente, residiram pela primeira vez em Barra de Figueira (“A Barra”), nas proximidades de São João do Cariri-PB, antiga propriedade de Manoel Salviano de Lucena, pai de Estevão, a partir de 8 de fevereiro de 1944.

Adquiriram então a Fazenda Poço de Pedras, localizada às margens do rio Taperoá, na divisa entre os municípios de Cabaceiras-PB e São João do Cariri-PB. Em 15 de fevereiro de 1951, mudaram-se novamente para a Fazenda Barra de Figueira, onde viveram até maio de 1956. Nesse ano, transferiram-se para Campina Grande-PB, estabelecendo-se na Rua Doutor de Vasconcelos, nº 250/260. Por fim, em 1976, o casal se mudou definitivamente para Brasília-DF, acompanhados de sua filha mais nova, Suely (outros filhos já haviam se instalado na capital nos anos anteriores), onde residiram até seus últimos dias de vida.

Casa de Estevam e Francisca na “Barra” (São João do Cariri-PB). O sítio se chamava Barra de Figueiras.
Filhos e filhas de Francisca Amaral de Medeiros e Estevão Otalíbio de Medeiros.
Primeira residência de Estevão Otalíbio de Medeiros e Francisca Amaral na cidade de Brasilia-DF.

O Instituto Professora Francisca Amaral

O Instituto Professora Francisca Amaral foi oficialmente inaugurado em 1968 por Francisca Amaral de Medeiros, professora aposentada do estado da Paraíba, e sua filha mais velha, Salete Amaral de Medeiros. No entanto, suas atividades já haviam começado anos antes.

Como professora, começou a dar aula aos 14 anos de idade, em Ribeira, povoado de Cabaceiras. A foto foi tirada na época em que ela dava aulas no Instituto Prof.ª. Francisca Amaral, no Alto Branco, bairro de Campina Grande-PB.

Ao longo de sua existência, o Instituto acolheu e alfabetizou inúmeras crianças, incluindo filhos, filhas, netos e netas de Estevão e Francisca. Algumas das filhas do casal também contribuíam no cotidiano da escola, atuando como monitoras.

Após anos em funcionamento, o Instituto encerrou suas atividades em 1973.


Das bodas de ouro até as de diamante

O casal comemorou suas bodas de ouro (50 anos de casamento) no ano de 1988. A comemoração ocorreu em um culto realizado na Igreja Batista Filadélfia do Guará-DF no dia 13 de dezembro do dito ano.

Comemoração das bodas de ouro de Francisca Amaral e Estevão Otalíbio de Medeiros. Da esquerda para a direita: Cloves, Cristovam, José, Francisca, Estevão, Suely, Maria de Fátima, Dolores, Judith, Marinete e Salete.

10 anos depois, no ano de 1998, o casal comerou suas incríveis bodas de diamante (60 anos de casados). A cerimônia também foi realizada na mesma igreja onde foram comemoradas as bodas de ouro.

Comemoração das bodas de diamante, simbolizando incríveis 60 anos de matrimônio.

Abaixo, segue a transcrição de um texto escrito por um neto em comemoração das Bodas de Diamante de Francisca e Estevão:

História de um Amor Perene

Parece que foi ontem. Uma bela garota morena, de olhar vivo, cabelos anelados, dez anos de idade. Era tempo de demacação das terras. A equipe chegou, chefiada pelo Dr. Samual Machado, e abrigou-se na casa de Sebastião do Amaral, pai da garota morena.

A bela menina viu com naturalidade aqueles omens, pessoas comuns, mas atentou para o auxiliar do Dr. Samuel, o jovem Estevam, na época com dezenove. Seus olhos ingênuos estudaram aquele belo espécime de homem: alto, esbelto, branco, cabelos negros, costeletas apaixonantes. Vou repetir o que ela falou esta semana sobre aquela visão que permanece viva, mesmo evolvida pelas brumas do tempo: ‘Era um rapaz muito diferente de todos os outros; eu nunca tinha visto uma pessoa assim. Tão lindo que parecia um anjo’.

Aos quinze anos, ela viu novamente o sonho de sua infância. Quando completou dezoito, já professora, e ele, vinre e sete, começaram a namorar, casando-se oito meses depois.

Sem dúvida, o Soberano Deus já dirigia estas duas vidas naquela época. Ele promoveu o encontro dos dois e os uniu, por isso niguém jamais os separará.

Da união, vieram quinze filhos. O Senhora achou por bem levar três para morar no céu. Os outros foram agraciados por Ele com a bênção da integridade moral, com a oportunidade de estudar, com casamentos indissolúveis. A salvação veio muito depois.

Acho maravilhos o modo como Deus planeja as nossas vidadas. Vovó foi criada pela avó materna, que era católica, mas que tinha uma Bíblia. Diariamente, ela colocava a netinha Francisca no colo e lia as Sagradas Escrituras pra ela.

Assim, o embrião do Evangelho já existia no lar de meus avós, desde sua fundação.

Perto de comemorarem as bodas de prata, a filha primogênita, Salete, recebeu Jesus como Senhora e Salvador por intermédio do tio João Mendonça. Ela foi o raio de luz celestial que abriu o caminho da graça para toda a família. Cumprou-se a promessa de Atos 16:31 – ‘Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa.’

Hoje, sessenta anos após a concretização dessa história de uma amor perene, já são quatro gerações, representadas por 89 membros, quase todos salvos por Jesus, e muitos deles, despenseiros da graça de Deus.

Que Deus os abençoe, vovô e vovó, com paz, harmonia e saúde, como também às suas gerações.

Bodas de Diamante, 12/12/1998″


Estevão Otalíbio de Medeiros veio a falecer aos 25 de outubro de 2005 em Brasília-DF, com 94 anos de idade. Na certidão7 civil de óbito, pode-se ler:

“(…) Certifico que, sob os números e na data acima, foi registrado o óbito de: ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS do sexo masculino, falecido(a) aos vinte e cinco dias do mês de outubro do ano de dois mil e cinco (25/10/2005), às 01:00 horas, no(a) em domicilio […], com 94 anos de idade, estado civil casado, profissão trabalhador rural, natural de Santa Luzia-PB, residente e domiciliado(a) no(a) […] filho(a) de MANOEL SALVIANO DE LUCENA e de FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS. – (…) O falecido era casado com a Senhora FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS, pelo cartório de Cabaceiras-PB, livro 12, fls 98 e 99, Termo 866. Deixou doze filhos (…), maiores e não interditados. Não deixou bens a inventariar. Não deixou testamento conhecido. (…)”

Ela faleceu em 26 de maio de 2015 em Brasília-DF com 95 anos de idade. Na sua certidão8 civil de óbito, pode-se ler:

“(…) Nome: FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS […] Naturalidade Várzea-PB […] Filiação e residência SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, MARIA CRISTINA DE FIGUERÊDO. […] Data e Hora de falecimento aos vinte e seis dias do mês de maio do ano de dois mil e quinze […] Observações averbações Era viúva de ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS, casados pelo cartório de cabaceiras – PB (…)”

Árvore genealógica feita a mão por Francisca Amaral de Medeiros com as informações sobre parentesco, casamento e filhos. Esse documento foi a primeira chama para o começo das pesquisas que levaram à descoberta de todos os registros e datas que aqui estão nesse livro.

Foram filhos de Francisca Amaral de Medeiros e de Estevão Otalíbio de Medeiros:

  1. MARIA SALETE DE MEDEIROS.
  2. MARINETE DE MEDEIROS.
  3. MARINALDO AMARAL DE MEDEIROS.
  4. MARIO MEDEIROS DO AMARAL.
  5. JOSÉ AMARAL DE MEDEIROS.
  6. JOÃO AMARAL DE MEDEIROS.
  7. JUDITE AMARAL DE MEDEIROS.
  8. MARINA AMARAL DE MEDEIROS.
  9. MARIA DE LOURDES AMARAL DE MEDEIROS.
  10. MARIA DOLORES DE MEDEIROS.
  11. SALVIANO AMARAL DE MEDEIROS.
  12. CRISTOVAM AMARAL DE MEDEIROS.
  13. JOSÉ CLOVES AMARAL DE MEDEIROS.
  14. MARIA DE FÁTIMA AMARAL DE MEDEIROS.
  15. SUELY AMARAL DE MEDEIROS.

Capítulo II – Os Pais

Sebastião Leopoldino do Amaral e Maria Cristina de Figueiredo

Sebastião Leopoldino do Amaral, ou mais conhecido como Padrinho Bastião, nasceu no dia 7 de abril de 1894, em Santa Luzia-PB. A data não é precisa, pois ele foi registrado mais de 20 anos após o seu nascimento e os registros paroquiais relativos a esse período foram perdidos com o tempo. Sebastião era filho de Francisco Januário do Amaral e de Josefa Carolina de Jesus. No seu registro9 de nascimento, pode-se ler:

“Aos dezessete de novembro de mil nove centos e dezessete, n’este Distrito de Paz, Parochia e Município de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, em meu Cartório compareceu FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL na qualidade de pai da criança em presença das testemunhas, abaixo mencionadas, declarão: que no dia sete de abril de mil oito centos noventa e quatro, pelas quatro horas da tarde, no lugar Cacimbinha, d’este Districto, nasceo uma criança viva, de sexo masculino, a qual se chamou SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, que não existe nem existiu outro irmão com nome igual ao do recem-nascido, a qual é  filho legítimo d’elle declarante e de sua MULHER JOSEFA CAROLINA DE JESUS, creadores, naturais e residentes n’este Districto; que os seus avós paternos são: PEDRO PAULO DO AMARAL e ROFINA MARIA DE JESUS, falecidos e sepultados no cemitério d’esta Villa; que os seus avós maternos são: JOSÉ FERNANDES DA COSTA e MARIA CLEMENTINA DA CONCEIÇÃO, falecidos e sepultados: elle no cemitério da Povoação de São João do Sabugy do Districto de Serra Negra do Estado do Rio Grande do Norte, e ella no d’esta Villa; e que finalmente as testemunhas são: Antônio Aurélio de Medeiros e Nicolao Galentino da Costa, naturais, comerciantes e residentes n’esta Villa. Do que para constar lavrei este termo em que comigo assignarão-se o Declarante e as testemunhas. Eu Ignacio de Loyola Dantas, Official interino do  Civil o escrevi.”

Pode-se inferir do registro acima que no ano de 1917, Francisco e Josefa, pais de Sebastião, moravam na fazenda Cacimbinha, próximo à cidade de Santa Luzia-PB. Também consta que na data do registro de nascimento (1917), seus avós paternos já estavam mortos e sepultados no cemitério de Santa Luzia-PB, assim como seus avós maternos, sendo o seu avó José Fernandes sepultado no cemitério de São João do Sabugi-RN e sua avó Maria Clementina, sepultada no cemitério de Santa Luzia-PB.

Sebastião se casou com Maria Luzia da Conceição ou Cristina de Figueiredo, mais conhecida como Mãe Nenem. Maria nasceu no dia 1 de dezembro de 1896 em Santa Luzia-PB e era filha de Manoel Alexandrino Dias de Araújo e de Theodora Leopoldina de Figueiredo. No seu registro10 de nascimento, pode-se ler:

“Aos dois do mez de dezembro de mil oito centos noventa e seis (…) da Republica dos Estados Unidos do Brazil, nesta villa de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba em meu Cartório compareceu MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO na qualidade de pai em presença das testemunhas abaixo assignadas declarou que pelas oito horas da noite do dia um do mesmo mez no Iprenatam deste termo, nasceu uma criança do sexo feminino a qual se chamou MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, em não existe outro nome com o mesmo e igual as da mesma e filha legítima do declarante e de THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, criadores n’este termo, e os avós paternos SERAFIM DIAS DE ARAÚJO e ANNA MARIA DE JESUS, criadores e residentes n’este termo, os avós maternos Pedro Paulo da Costa e BÁRBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO, criadores e residentes n’este termo, e que para constar (…)”

Como pode-se verificar, Maria foi registrada com um sobrenome diferente do que encontramos em seus documentos posteriormente. Ambos os sobrenomes serão considerados, pois foram utilizados em inúmeros registros, civis e paroquiais.

Sebastião Leopoldino do Amaral e sua esposa Maria Cristina de Figueiredo.
Sebastião Leopoldino do Amaral com seus netos, filhos de Francisca Amaral de Medeiros.

O casamento ocorreu no dia 17 de novembro de 1916, tendo sido registrado em cartório somente no dia 24 de dezembro de 1917, ambos em Santa Luzia-PB. No momento do casamento, ambos moravam em Várzea-PB. No registro11 de casamento religioso, pode-se ler:

“SEBASTIÃO E MA
Aos desesette de Novembro de mil novecentos e deseseis, nesta Matriz, previamente despensados no 4º gr. de {?}, convessados, assisti perante as testemunhas Pedro Alexandrino da Costa e Antônio Dias de Araújo, elle desta freguesia, filho legítimo de FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL e JOSEPHA CAROLINA DE JESUS, ella da Conceição do Syrêdo, ? do Natal, filha legítima de MANOEL ALEXANDRINO DIAS D’ARAÚJO e THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO; dando-lhes, intra missam, as benções nupciais. Do que para constar faço este Assento que assigno. Cônego Emygdio Cardoso.”

E no registro12 de casamento civil, pode-se ler:

“Aos vinte e quatro dias do mez de dezembro do anno de mil novecentos e dezesete, n’esta Villa de Santa Luzia do Sabugy, Comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu Cartório de Registro Civil dos Casamentos, às portas abertas e pelas onze horas presentes o cidadão Manoel Emiliano de Medeiros, primeiro supplente, em exercicio do Juiz Municipal d’este Termo, commigo Escrivão interino do Registro Civil e dos Casamentos, abaixo nomeiado, as testemunhas José Pedro Dantas e José Dantas Trindade adiante qualificados, receberam-se de livre e espontânea vontade, por marido e mulher, SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, não impedidos de casar um com o outro, conforme declararam e constata da respectiva habilitação devidamente processada e instruida com duas certidões do respectivo registro civil, comprobatorios da idade de ambos; declaração assignada pelos mesmos sobre o seu estado, domicilio e residencia natural, como sobre a sua filiação, domicilio e residencia dos paes; declaração das testemunhas maiores Anastácio José Dantas e Nicolau Tolentino da Costa, attestando conhecer os nudentes que não estão inhibidos de casar. O contrahente SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL solteiro, com vinte e quatro anos de idade, natural, criador, domiciliado e residente no lugar Varzeas d’este Termo, é filho legítimo de FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL e JOSEFA CAROLINA DE JESUS, naturaes, criadores, domiciliados e residentes no referido lugar Varzeas. A contrahente MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, solteira, com vinte e três anos de idade, de serviços domésticos, natural, domiciliada e residente no mesmo lugar Varzeas, é filha legítima de MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO e THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, creadores, domiciliadoes e residentes no lugar Disterro do Termo do Jardim do Estado do Rio Grande do Norte. A testemunha José Pedro Dantas, solteiro, com vinte e oito annos de idade, é natural de Pedra Lavada, profissional e residente n’esta Villa; e a de nome José Dantas da Trindade, solteiro, com trinta e um annos de idade, é natural, creador e residente n’esta Villa. E, para inteira validade do acto, ora celebrado, mandou o Juiz lavrar este termo que vai assinado pelo mesmo, conjuges, testemunhas e por mim Ignacio de Loyola Dantas, Escrivão interino do Registro Civil e dos Casamentos, que o escrevi.”

O nascimento do primeiro filho

Quando Mãe Nenê estava para dar à luz ao seu primeiro filho, Firmino, ela e Padrinho Bastião foram caminhando para a casa de Theodora, sua mãe, mesmo com fortes dores e contrações. No caminho, Padrinho Bastião falou:

— Vá na frente que eu vou tomar uma cama emprestada.

Sua mulher aguardava juntamente com a parteira à chegada do marido. Ao chegar, Sebastião carregava uma cama na cabeça, cama que foi usada para dar à luz ao seu primeiro filho.

Fale senão eu passo o fogo!

Conta uma de suas filhas que Padrinho Bastião viajou para vender as coronas que fabricava na cidade de Itabaiana-PB. Na época, não havia energia elétrica na Ribeira de Cabaceiras. A única forma de iluminação eram os lampiões e a lua, cujo a luz entrava pelas janelas que tinham uma espécie de tela de pano removível. Naquela noite, os filhos de Sebastião e Maria viram através do pano uma sombra que abaixava e levantava repetidamente. Todos amedrontados foram contar para Mãe Nenê que imediatamente pegou a espingarda e foi para a sala cautelosamente, posicionando-se em frente à janela. Mãe Nenem então falou:

— Quem está lá…. Fale senão eu passo fogo!

Após o ultimato de Mãe Nenê, ninguém pronunciou uma só palavra. A sombra continuava a se movimentar do lado de fora da casa. De repente, ouviu-se um relincho, desvendando-se o mistério. Todos riram e admiraram a coragem de Mãe Nenê.

Pensamento a frente de sua época e a criação da primeira escola da Ribeira

Segundo relato de sua filha Francisca do Amaral de Medeiros, Sebastião e sua família moravam em Campina Grande-PB por volta de 1934 quando soube que a Fazenda Ribeira, localizada no município de Cabeceiras-PB estava à venda. A fazenda pertencia ao Dr. Acácio de Figueiredo. Em janeiro de 1935, Sebastião visitou o local e logo tomou todas as providências para comprá-la.

Em maio do mesmo ano, Sebastião “fretou um ônibus, contratou uma banda (instrumentistas e vocalistas), e convidou vários amigos, de sorte que lotou o ônibus. A festança durou o domingo inteiro e a noite.”, escreveu Francisca em seu relato. A mudança efetiva só ocorreu em 5 de agosto de 1935. A fazenda por mais bela que fosse, contava com pouca ou nenhuma infraestrutura. Francisca escreveu “(…) chegamos à noite, escuridão total. Desta vez, foi grande o impacto nas nossas vidas, visto que ainda não havia energia elétrica por lá. Saímos de Campina Grande, cidade bastante desenvolvida, para nos darmos conta de que aquela escuridão faria parte da nova realidade de nossas vidas.”.

Visita de Francisca Amaral e Estevam Otalíbio (seu esposo) à Ribeira por volta de 1980.
Luzia Amaral (Lilia) em frente à antiga casa de seus pais. A casa ainda se encontra de pé e em bom estado de preservação.

Em dezembro de 1935, Sebastião levou suas duas filhas mais velhas, Luzia Amaral e Francisca Amaral para estudar em Campina Grande-PB. O objetivo de Sebastião era construir uma escola em Ribeira, o que ajudaria a desenvolver a comunidade local. No local já habitavam inúmeras famílias compostas de muitos filhos e onde a maioria nunca havia sido alfabetizada. Sebastião disse segundo sua filha: “Esses jovens e crianças precisam estudar. Não podem continuar imersos no analfabetismo. Se Deus me ajudar, vou fundar uma escola neste local.”.

A escola foi fundada em setembro de 1936, contanto com alunos de várias idades, homens e mulheres de toda a região, inclusive todos os filhos de Padrinho Bastião e Mãe Nenem. Além disso, o ensino foi gratuito por muito tempo. O salário era sem sombra de dúvida a gratidão em ensinar e a mudar a vida das pessoas da região.

Primeira escola criada por Padrinho Bastião onde suas filhas Francisca Amaral e Luzia Amaral eram professoras.
Professora Francisca Amaral de Medeiros e alguns dos seus alunos. Não se sabe ao certo se a foto era ou não em Ribeira de Cabaceiras-PB.

As Bodas de Ouro

Comemoração do aniversário de casamento (muito provavelmente bodas de ouro) de Sebastião Leopoldino do Amaral e Maria Christina de Figueiredo.

Segue um texto escrito por Judite Amaral de Medeiros, neta de Sebastião e Maria Christina, para as Bodas de Ouro do casal:

“Queridos Avós

Há cinquenta anos um casal de jovens era unido pelos laços matrimoniais. Quanta felicidade habia naquelas vidas e que grande amor coroava aquela uni`ão. E, quem seriam aqueles jovens, aquele casal feliz? São nossos avós-Sebastião e Matia Cristina.

Mas, ouçamos algo mais que aconteceu: O tempo foi passando: surgiram entào, os filhos. Sim, eles vieram completar aquelas vidas e, o pai enérgico soube educar pacientemente seus dez filhinhos, ao lado da esposa abnegada. Durante anos seguidos, nenhum contratempo veio turbar a harmonia divina daquele lar. Um dia, porém, nossos avós choravam amargamente nos corredores de um hospital. Que estaria acontecendo? Uma de suas filhas, talvez a mais querida, estava gravemente enferma. Médico à cabeceira, preces incessantes foram feitas, contudo o Senhor Deus estava decidido a levar a inesqueçiel Elvira para seu reino. Assim, veio a primeira amargura daquela família. Com os anos, aquela dor foi sepultada e hoje, ainda sois felizes, queridos avós. Tendes netos, quase oitenta netos, uma geração brilhante, um nome louvável.

Hoje, bodas de ouro, cinquoenta anos de casados, é algo belo que não sabemos definir. Queremos parabenizar-vos por tão grande acontecimento, e pedir a Deus que vos dê uma longa vida, sempre unidos, sempre de mãos dadas. Deixo-vos um pequeno versículo bíblico para que sirva de conforto nas horas difícies: ‘Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.’ Livro de Salmos 23:1

Campina Grande, 17 de novembro de 1966
Judite Amaral de Medeiros”

Judite, neta do casal, também escreveu um poema para as comemorações:

“Bôdas de Ouro

Cinquenta anos de veneração e amor
E a felicidade reina em vosso coração
Cresdendo sempre vossa unisão, com ardor,
Amando-vos com a mesma estimação

Vosso lar tem sido um paraiso
Cheio de prazer e alegria
Transformando a vida num sorriso
Tranbordante de imensa harmonia

Tudo passa, mas vossa união
Cada dia é mais segura
Concretizando assim vossa afeição
Numa vida de doçura

Parabéns a meus queridos avós
De haverem alcançado esta vitória
Tornando-se felizes com os gira-sóis
Que vivem repletos de glória”

Padrinho Bastião faleceu em 25 de fevereiro de 1973 em Campina Grande-PB com 78 anos de idade, segundo nota pessoal escrita por sua filha Francisca Amaral de Medeiros. Após pesquisa nos registros de óbito da cidade de Campina Grande, pode-se encontrar o registro de óbito de Sebastião. No registro13 de óbito, pode-se ler:

“Aos dias vinte e cinco do mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e quatro, nêste cartório compareceu José da Costa Barros, exibindo em atestado de óbito firmado pelo Doutor [EM BRANCO] e disse que no dia vinte e cinco do corrente mês às 17:00 horas e [EM BRANCO] minutos em nesta cidade, faleceu Sebastião Leopoldino do Amaral devido a sem assistência médica. Do sexo masculino de côr branca, natural de Santa Luzia, PB, com setenta e nove anos de idade, de profissão agricultor, domiciliado e residente neste cidade de estado civil casado, filho de Francisco Januario do Amaral e Josefa Januario do Amaral e que será sepultado no cemitério local. (…)”

Isso comprova o dia que sua filha havia anotado, tendo se equivocado somente no ano do falecimento do pai.

Mãe Nenem em seus últimos anos de vida. Ao seu redor, pode-se identificar sua filha Luzia (camisa verde escura), entre netos e bisnetos.

Já Mãe Neném faleceu no dia 9 de setembro de 1982, em Campina Grande-PB com 85 anos de idade. No seu registro14 de óbito, pode-se ler:

“Ao dia nove do mês de setembro de mil novecentos e oitenta e dois neste cartório compareceu José Beltraudo de Farias, motorista, paraibano, exibindo em atestado de óbito firmado pelo Doutor (em branco) e disse que no dia nove do corrente mês às 4:00 hora e (em branco) minutos em nesta cidade faleceu MARIA LUZIA DA CONCEIÇÃO, devido a sem assistência médica (…) do sexo feminino de côr (em branco) natural de Santa Luzia-PB com oitenta e sete anos de idade, de profissão doméstica domiciliado (em branco) e residente nesta cidade de estado civil viúva, filha de Manoel Alexandrino Dias de Araújo e Teodora Leopoldina de Figueiredo e que será sepultado no cemitério local. Observações a extinta era viúva de SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e deixa filhos. (…)”

Padrinho Bastião e Mãe Nenem com os seus três filhos mais novos, Hercília (à esquerda), Severino (centro) e Eliza (à direita).
No ano de 1945, o Brasil participava ativamente da 2º Guerra Mundial. Firmino Leopoldino da Costa iria se juntar a outros soldados brasileiros na Itália. Ao chegar no Rio de janeiro para o embarque, a guerra havia terminado. Na foto pode-se ver o batalhão na qual Firmino fazia parte.

Foram filhos de Maria Luzia da Conceição e Sebastião Leopoldino do Amaral:

  1. FIRMINO LEOPOLDINO DA COSTA nasceu em 25 de setembro de 1917 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Anna Maria de Andrade, filha de Antonio de Andrade e de Izabel Maria de Andrade no dia 31 de dezembro de 1950 em Cabaceiras-PB. Ele faleceu em 18 de janeiro de 1996 em Campina Grande-PB.
  2. LUZIA AMARAL (Lilia) nasceu em 1 de dezembro de 1918 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com José Galdino, filho de José Galdino dos Santos e de Maria Josefa dos Santos, aos 22 de janeiro de 1944 em Campina Grande-PB. Luzia veio a falecer por volta de 2016 em Campina Grande-PB.
  3. FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS (Capítulo I – Um resumo de sua história).
  4. MARIA ISABEL DE FIGUEIREDO nasceu em 6 de setembro de 1921 em Santa Luzia-PB. Ela faleceu em 4 de maio de 1922 em Santa Luzia-PB, com 8 meses de idade.
  5. LOURIVAL CAETANO DO AMARAL nasceu em 3 de maio de 1923 em Santa Luzia-PB, segundo consta em sua carteira de identidade. Entretanto, no seu registro de batismo, consta que teria nascido aos 31 de maio de 1923. Foram padrinhos Joaquim Maria da Silva e Maria Candida Virgulina. Ele se casou com Maria do Socorro de Oliveira. Lourival faleceu em 29 de julho de 1989, em Campina Grande-PB.
  6. OLÍVIA AMARAL nasceu em 3 de dezembro de 1924 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Epitácio Gomes Taveira em 27 de dezembro de 1946 como consta escrito sobre o seu registro de batismo. Ela faleceu em 8 de agosto de 1990 em Campina Grande-PB.
  7. JÚLIO CAETANO DO AMARAL, nascido aos 12 de abril de 1926 em Santa Luzia-PB. Júlio se casou com Maria Rita (Lora). Ele veio a falecer em 4 de novembro de 2011 e foi enterrado no dia seguinte em Campina Grande-PB.
  8. ELIZA AMARAL DE MEDEIROS, nascida aos 27 de setembro de 1927 em Santa Luzia-PB. No seu registro de batismo, consta que foi batizada aos 31 de outubro do mesmo ano na capela de Varzeas, freguesia de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Alexandrino de Araújo e Maria do Carmo de Araújo. Ela se casou com José Antônio de Medeiros, filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. Ela veio a falecer aos 27 de janeiro de 1997, em Campina Grande-PB.
  9. HERCILIA AMARAL, nascida aos 22 de março de 1931 em Santa Luzia-PB. Hercília veio a falecer em 7 de janeiro de 2005 em Campina Grande-PB.
  10. ELVIRA AMARAL nasceu entre 1933 e 1934. Por mais que tenha sido registrada no cartório de Santa Luzia-PB, é mais provável que tenha nascido aos Campina Grande-PB, pois antes de seus pais se mudarem para Ribeira, moravam em Campina Grande. Elvira veio a faleceu aos 19 de abril de 1956 em Campina Grande-PB.
  11. SEVERINO LEOPOLDINO DO AMARAL nasceu em 9 de setembro de 1936 em Cabaceiras-PB. Severino se casou com Maria de Lourdes da Silva em 17 de dezembro de 1970 em Campina Grande-PB. Severino veio a falecer aos 19 de dezembro de 2022 em Campina Grande-PB.

Capítulo III – Os Avós

Francisco Januário do Amaral e Josefa Carolina de Jesus

Francisco Januário do Amaral era filho de Pedro Paulo do Amaral e Rufina Maria do Sacramento. Ele nasceu no dia 8 fevereiro 1860 e foi batizado no dia 16 de fevereiro de 1860, em Santa Luzia-PB, tendo como padrinhos os avós maternos. No seu registro15 de batismo, pode-se ler:

“Aos dezenove de fevereiro de mil oito centos e sessenta foi por mim batizado solenemente n’esta Matriz de Santa Luzia o pavulo FRANCISCO, branco, nascido à oito de fevereiro do mesmo anno, filho legítimo de Pedro Paulo do Amaral e Rufina Maria de Sacramento, forão padrinhos Francisco Freire d’Araújo e Rufina Maria de Jezus, sua mulher, de que para constar fiz este assento”.

Ele se casou com Josefa Carolina de Jesus (ou do Amor Divino), nascida por volta de 1863, filha de José Fernandes da Costa e Maria Clementina da Silva. O casamento ocorreu por volta de 1885, pois o primeiro filho do casal nascera um ano depois, em 1886. Entretanto, os livros paroquiais de Santa Luzia-PB com os registros de casamento nesse período não foram encontrados ou não mais existem.

Lampião está na terra!

Conta sua neta que Josefa Carolina chegava à casa de Sebastião e Mãe Nenem com um pinico enrolado na saia, larga e comprida e falava:

— Comadre Nenê, eu vim para cá, porque soube que Lampião está na terra.

Bichinho e bichinha

Costumava enrolar uma galinha em sua saia para presentear o seu neto mais velho e preferido, Firmino. Josefa o chamava de Bichinho. A galinha sempre chegava morta, sufocada entre as dobras longas e compridas da saia de Josefa. Sua irmã Lilia, por sua vez, ficava com ciúmes e em um belo dia não aguentou e falou para sua avó:

— Por que a senhora só chama ele de bichinho? E sua avó Josefa respondeu:

— Tá bem, a partir de agora será o bichinho e a bichinha.

Josefa Carolina de Jesus veio a falecer aos 9 de outubro de 1944, na Ribeira, município de Cabaceiras-PB, com 81 anos de idade. No seu registro16 de óbito, pode-se ler:

“Aos dez dias do mês de Outubro do ano de mil novecentos e quarenta e quatro (1944), n’esta Cidade e Comarca de Cabaceiras, d’este Estado da Paraiba do Norte, compareceu em meu cartório na qualidade de espôso, Francisco Januário do Amaral, agricultor, natural dêste Distrito e em presença das testemunhas, Ignácio Firmino de Castro e Pedro da Silva Barros, guncionários publicos, domiciliados e residentes n’esta Cidade, declarou: Que no dia nove do corrente mês, as quatorze horas, em à sua residencia, no dito logar Ribeira, faleceu de congestão, sua espôsa dona Josefa Carolina de Jesus, com oitenta e um anos de idade, profissão domestica, natural de Santa Luzia, dêste Estado e residente no dito logar Ribeira, filha legitima de José de Barros da Costa e de dona Maria de Barros da Costa. Faleceu deichando os seguintes filhos: Joana, com cincoenta e seis anos de idade, Maria, com cincoenta e tres anos de idade, Sebastião, com cincoenta e um anos de idade, Severino, com quarenta e oito anos de idade, Jovina, com quarenta e sete anos de idade, Adélia, com quarenta e cinco anos de idade, e foi sepultado o cadaver no cemitério publico d’esta Cidade. Do que para constar lavrei este termo em que conmigo assina o declarante e as testemunhas. Eu Severino Francisco de Assiz, Oficial do Registro Civil, o escrevi e assino.”

Francisco Januário do Amaral, por sua vez, faleceu no dia 11 de agosto de 1947, em Campina Grande-PB, com 87 anos de idade. No seu registro17 de óbito, pode-se ler:

“Em onze de Agosto de mil novecentos e quarenta e sete, nesta cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba, em cartório compareceu Sebastião Leopoldino do Amaral, artista e exibiu uma guia de óbito, firmada pelo médico Doutor Julio Jofili, digo, José (…) atestando têr falecido (…) as dezenove horas, na rua do sol 452, desta cidade, FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL, operário, aqui residente, sexo masculino, côr branca, com oitenta e sete anos de idade, natural deste Estado em consequência de Arteiro Esclerose, filho de PEDRO PAULO DO AMARAL e RUFINA MARIA DE JESUS, paraibanos e já falecidos, viúvo de JOSEFA CAROLINA DE JESUS, deixou seis filhos maiores de idade seguintes: Severino, Joana, Maria, Adelia, Juvena e o declarante e nada deixa para inventariar. O cadáver será sepultado no cemitério desta cidade. Para constar lavrei este termo que lido e achado conforme assina o declarante […]”

Foram filhos de Josefa Carolina de Jesus e Francisco Januário do Amaral:

  1. JOÃO, nascido aos 24 de junho de 1886 e foi batizado aos 24 de dezembro do mesmo ano na fazenda Poço da Pedra (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Caetano de Souza e Silva e Maria Jacinta da Conceição, moradores na freguesia de Santa Luzia-PB. João veio a falecer em 5 de abril de 1888 em Santa Luzia-PB.
  2. JOANA BATISTA DE JESUS, nasceu aos 23 de julho de 1887 e foi batizada aos 17 de julho do mesmo ano na matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel da Silva Marinho e sua mulher Firmina Maria de Jesus. Ela se casou com Antônio Dias de Araújo, filho de Serafim Dias de Araújo e de Anna Maria de Jesus. Joana veio a falecer aos 1 de junho de 1971 em Várzea-PB.
  3. ANANIAS, nascido aos 9 de agosto de 1888 e foi batizado aos 2 de setembro do mesmo ano na igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Florêncio Augusto de Araújo e Petronília Maria de Jesus. Ananias veio a falecer em 13 de março de 1889 em Santa Luzia-PB.
  4. SIMEÃO JOVENTINO DO AMARAL, nascido por volta de 1889. Ele veio a falecer no dia 22 de setembro de 1904 em Santa Luzia-PB.
  5. MARIA RUFINA DE JESUS, nasceu aos 6 de março de 1891 e foi batizada aos 29 do mesmo mês e ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Firmino Francisco da Nóbrega e Maria Constante de Jesus. Ela se casou com Francisco Malaquias de Araújo, filho de Antônio Malaquias de Araújo e de Mariana Izabel de Jesus, em 24 de novembro de 1916, em Santa Luzia-PB.
  6. AMÉLIA ANÁLIA DA TRINDADE SALTIMA nasceu aos 7 de dezembro de 1893 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Benigno Alves da Nobrega, filho de Antônio Alves da Nobrega e de Maria Valentina da Nobrega, em 21 de fevereiro de 1912, em Santa Luzia-PB. Amélia veio a falecer aos 13 de janeiro de 1927 também em Santa Luzia-PB.
  7. SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL (Capítulo II – Os Pais).
  8. JUSTINO JOSÉ DO AMARAL, nascido por volta de 1895 e que veio a falecer no Sítio Cacimbinhas no dia 3 de março de 1899, com idade de 4 anos.
  9. SEVERINO GENESIO DO AMARAL, nascido aos 23 de outubro de 1896 no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Casou-se com Águida Maria da Conceição, filha de Antônio Mateus d’Araújo e de Joaquina Maria da Conceição, em 22 de dezembro de 1922, em Santa Luzia-PB. Severino veio a falecer em 6 de novembro de 1962, em Campina Grande-PB.
  10. MARCELINO ANELINO (CAETANO) DO AMARAL, nascido aos 7 de maio de 1898 e foi batizado aos 22 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos João Joaquim de Araújo e Maria Virginia do Sacramento. No registro civil de nascimento consta que Marcelino nasceu em 6 de abril de 1898 no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Marcelino veio a falecer aos 4 de agosto de 1942 em Várzea-PB. Era solteiro na data de sua morte.
  11. LEOPOLDINA ALICE DE JESUS DO AMARAL, nascida aos 27 de junho de 1899 e foi batizada aos 18 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Lucio Dantas e Izabel Leogilda Dantas. No registro civil de nascimento consta que Leopoldina nasceu no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Leopoldina se casou com José Paulino de Araújo em 28 de janeiro de 1921. Tudo leva a crer que o seu primeiro marido veio a falecer, pois conta segundo registro de casamento três anos depois com Manoel Malaquias de Araújo, filho de Antônio Malaquias de Araújo e de Mariana Izabel de Jesus, em 1 de agosto de 1924, em Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 29 de agosto de 1934 em Santa Luzia-PB.
  12. JOVINA MARIA DE JESUS, nascida aos 17 de novembro de 1901 e foi batizada aos 13 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Aniceto de Medeiros e Sabina Maria da Conceição. No registro civil de nascimento consta que Jovina nasceu no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Casou-se com Manoel Marcellino d’Araújo, filho de Manoel Francisco d’Araújo e de Maria Benta do Amor, em 1 de dezembro de 1922, em Santa Luzia-PB.
  13. ADELIA AMELIA DE JESUS, nascida aos 6 de dezembro de 1903 e foi batizada aos 24 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Florêncio Augusto de Araújo e Gertrudes Anália de Araújo. No registro civil de nascimento consta que Adélia nasceu em 7 de dezembro de 1903 no lugar Cacimbinhas (Santa Luzia-PB). Ela se casou com Benigno Alves da Nobrega, filho de Antônio Alves da Nobrega e de Maria Valentina de Medeiros. Adélia veio a falecer aos 10 de janeiro de 2007, com 107 anos de idade, em João Pessoa-PB.
  14. LUZIA MARIA DE JESUS, nascida aos 4 de janeiro de 1906 e foi batizada aos 27 de fevereiro do mesmo ano. Foram padrinhos Francisco Leandro de Medeiros e Maria Maricita da Silva Machado. Luzia veio a falecer em 16 de novembro de 1906, em Santa Luzia-PB.

Manoel Alexandrino Dias De Araújo e Theodora Leopoldina De Figueiredo

Manoel nasceu em 28 de março de 1864 sendo batizado aos 5 de abril de 1864 em Santa Luzia-PB. Ele era filho de Serafim Dias de Araújo e Anna Maria de Jesus. No seu registro18 de batismo, pode-se ler:

“MANOEL, filho legítimo de SERAFIM DIAS DE ARAÚJO, e de ANNA JOAQUINA DE MARIA, naturais e moradores n’esta Freguesia de Santa Luzia, nasceu a vinte e oito de março de mil oito centos e sessenta e quatro, e foi por mim solemnemente baptizado no Papagaio a cinco d’abril do mesmo anno, sendo Padrinhos Manoel Freire d’Araújo e Ignácia Maria da Fé. O Vigr.º Gil Braz de Maria Santíssima. ”

Ele se casou com sua prima de 1° grau Theodora Leopoldina de Figueiredo, filha de Pedro Paulo da Costa e Bárbara Generosa do Amor Divino. Theodora nasceu em 9 novembro 1867 e foi batizada aos 22 de novembro de 1867 em Jardim do Seridó-RN. Teve como padrinhos o seu avô paterno, Paulo Tavares da Costa e a sua avó materna, Maria Joaquina de Figueiredo. No seu registro19 de batismo, pode-se ler:

“THEODORA, filha legítima de PEDRO PAULO DA COSTA FILHO, e de BARBARA GENEROSA DE JESUS, d’esta Freguesia, nasceo aos nove de novembro de mil oitocentos e sessenta e sete, e foi batizada com os Santos óleos, nessa Matriz de Santa Luzia, aos vinte e dois do mez seguinte pelo Reverendo Vigário Antônio Germano Barbalho Serême, de minha licença: forão Padrinhos Paulo Tavares da Costa, d’esta Freguesia, e Maria Joaquina de Figueiredo, ella de Santa Luzia, cazados. De que foi este assento, que assigno. O Vigr.º Francisco Justino Pereira de Brito”.

Eles se casaram em 25 de outubro de 1888 em Jardim do Seridó-RN. No registro20 do casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e cinco de outubro de mil oitocentos e oitenta e oito no Sítio Desterro, d’esta Freguesia, perante as testemunhas Manoel Augusto de Araújo e José Antônio (…) Nobrega, assisti ao recebimento matrimonial MANOEL ALEXANDRINO DE ARAÚJO, filho legítimo de SERAFIM DIAS DE ARAÚJO e ANNA MARIA DA CONCEIÇÃO, com THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, filha legítima de PEDRO PAULO DA COSTA e BARBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO. O nutente é natural e morador na Freguesia de Santa Luzia e a nutente n’esta. De que fiz este assento em que assigno. ”

Manoel Alexandrino Dias de Araújo faleceu no dia 25 de março de 1937 em Ouro Branco-RN, município e comarca de Jardim do Seridó-RN. No registro21 de óbito, pode-se ler:

“Aos vinte e seis dias do mez de Março de mil novecentos e trinta e sete, nesta povoação de Ouro Branco, município e comarca de Jardim do Seridó, em meu cartorio veio Severino Ramos da Costa e perante testimunhas declarou: Que no lugar “Passagem” deste distrito falleceu homtem as vinte e uma horas em consequencia de uma ulcera cancerosa, Manoel Alexandrino Dias de Araújo, do sexo masculino, de cor branca, natural de Parahyba, casado, agricultor, com setenta e treis annos de idade, filho legitimo de Seraphim Dias de Araújo e de Anna Maria da Conceição, ambos fallecidos. Do que fiz este termo que assigna o declarante com as testimunhas Eugenio Borges Dantas e José Grancisco da Silva. Eu, Fausta Dantas Villar, official interina do registro o escrevi.”

Manuel teve seus bens inventariados logo depois de sua morte. O inventário se encontra no Fórum Municipal de Jardim do Seridó, Inventário no 26, caixa no 306, anos de 1937 à 1938, no processo: 1397/1937. A transcrição do documento ainda está por ser feita.

Já Theodora faleceu aos 20 de outubro de 1958 em Cabaceiras-PB, na casa de seu genro Sebastião Leopoldino do Amaral, com aproximadamente 87 anos de idade. No registro22 de óbito, pode-se ler:

“Aos vinte dias do mês de Outubro de mil novecentos e cincoenta e oito (1958), nesta Cidade e Comarca de Cabaceiras, dêste Estado da Paraíba do Norte, em cartório compareceu na qualidade de genro o senhor Sebastião Leopoldino do Amaral, artista, natural do Estado do Rio Grande do Norte, domiciliado e residente no logar Ribeira, dêste Distrito de Cabaceiras, e em presença das testemunhas Alexandre de Oliveira, funcionário público e Hermes de Almeida Castro, enfermeiro, domiciliados e residentes nesta Cidade declarou: Que em sem assistencia médica Teodora Leopoldina de Figuerêdo, do sexo femenino, côr branca, com setenta e oito anos de idade, viuva, de profissão domestica, natural do Estado do Rio Grande do Norte, domiciliada e residente no dito logar Ribeira, filha legitima de Pedro Paulo da Costa e de Barbara Leopoldina da Costa, ambos já falecidos. Faleceu deichando os seguintes filhos: Maria, Manoel, Serafim e Nascimento, todos de maior idade e foi sepultado o cadaver no cemitério público desta Cidade. Para constar labrei este termo que lido e achado conforme assina o declarante e as testemunhas. Eu, Severino Francisco de Assiz, Oficial do Registro Civil o escrevi e assino.”

Foram filhos de Theodora Leopoldina de Figueiredo e Manoel Alexandrino Dias de Araújo:

  1. IGNÁCIO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 18 de outubro de 1889 e foi batizado aos 13 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Pedro Paulo da Costa Filho (irmão de Theodora) e Anna Maria de Jesus.
  2. MARIA THEODORA DIAS (LEOPOLDINA DA NOBREGA), nascida aos 9 de fevereiro de 1891 e foi batizada aos 29 de março do mesmo ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Serafim Dias de Araújo e Barbara Generosa do Amor Divino, avós paternos. No registro civil de nascimento consta que Maria nasceu em 9 de janeiro de no lugar Pedra d’Água (Santa Luzia-PB). Maria se casou com Joaquim Vieira da Nobrega, filho de José Antônio Alves da Nobrega e de Maria Neomizia de Jesus, em 26 de agosto de 1937, em Santa Luzia-PB. Maria veio a falecer em 4 de maio de 1951, com 60 anos de idade, em Várzea-PB.
  3. PEDRO ALEXANDRINO DE ARAÚJO (DA COSTA), nascido aos 3 de junho de 1892 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Maria Juvina de Araújo, filha de José Francisco dos Santos e de Juvina de Deus Bezerra, aos 2 de janeiro de 1924 em Ouro Branco-RN. Ele veio a falecer aos 31 de março de 1957, em São Mamede-PB.
  4. ANNA MARIA DE JESUS, nascida por volta de 1894 e faleceu no dia 18 de agosto de 1905 em Santa Luzia-PB com 11 anos de idade.
  5. JOSÉ ALEXANDRINO DE ARAÚJO, nascido aos 22 de março de 1895 em Santa Luzia-PB.
  6. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO (Capítulo II – Os Pais).
  7. MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO FILHO, nascido aos 18 de maio de 1898 e foi batizado aos 14 de agosto do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Luiz Leoncio de Medeiros de Pais e outro padrinho da freguesia da Conceição. Ele se casou com Elisa de Souto Araújo (Hermelinda de Santo), filha de Manoel Pereira de Santo e de Bevenita Hermelinda de Araújo, em 15 de outubro de 1938 em Santa Luzia-PB. O casal teve 5 filhos sendo eles: Francisco das Chagas Araújo, José Walter Araújo Souto, Roosevelt de Araújo Souto, Gleide de Araújo Souto e Baruch de Araújo Souto. Manoel veio a falecer em 29 de julho de 1966, em Campina Grande-PB. 
  8. SERAFIM ALEXANDRINO DE ARAÚJO, nascido em 28 de agosto de 1900, em Santa Luzia-PB. Ele faleceu no dia 10 de novembro de 1967, em Campina Grande-PB. Tinha uma pequena mercearia na cidade de Campina Grande-PB.
  9. BARBARA, nasceu aos 6 de fevereiro de 1902 e foi batizada no Sítio da Pedra d’Agua no dia 15 de maio do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Pedro Paulo de Figueiredo e Izabel Leopoldina de Jesus.
  10. FRANCISCO ALEXANDRINO DE ARAÚJO, nascido por volta de 1906 e faleceu 7 anos após, em 23 de agosto de 1914 em Santa Luzia-PB.
  11. MANOEL ALEXANDRINO DO NASCIMENTO, nascido aos 24 de dezembro de 1908 e foi batizado na Capela do Espírito Santo aos 28 de março de 1909 em Jardim do Seridó-RN. Foram padrinhos Francisco Pequetino de Araújo e Gertrudes Amelia de Araújo. Existe outro registro na mesma freguesia onde os padrinhos são diferentes. Nesse registro, consta que foram padrinhos Claudio Thomaz da Silva e sua mulher Maria Ernestina de Britto. Manoel veio a falecer aos 14 de julho de 1962 em Caicó-RN.

Capítulo IV – Os Bisavós

Pedro Paulo do Amaral e Rufina Maria do Sacramento

Sabe-se que Pedro Paulo do Amaral era paraibano e comerciante, segundo alguns registros de nascimento de seus netos. Especula-se que tenha nascido em Várzea-PB, cidade a cerca de 15 km de Santa Luzia-PB, local referenciado nos registros de casamento e batismo de seus filhos. Várzea era também a cidade onde seu neto, Sebastião Leopoldino do Amaral, morava no momento do seu casamento com Maria Cristina de Figueiredo, em 1916.

Pedro era filho de Caetano Gomes de Oliveira e de Vicência Maria de São Pedro. A primeira vista, por não portar o nome do pai, poderia se pensar que a informação acima não seria verdadeira. Entretanto, a filiação foi comprovada mediante um registro no alistamento eleitoral de 1892 de Santa Luzia-PB.

Registro eleitoral de Pedro Paulo do Amaral, onde é citado que era filho de Caetano Gomes de Oliveira.

A origem do sobrenome “do Amaral” em nossa família

A origem do sobrenome “do Amaral” carregado por Pedro Paulo do Amaral e grande parte de sua descendência ainda é incerta. A hipótese mais provável é que tenha sido herdado de sua mãe, Vicência Maria de Sam Pedro, descendente do português Antônio Garcia de Sá. Segundo Olavo de Medeiros Filho, foi Antônio Garcia de Sá quem deu origem, no Seridó, às famílias Garcia de Sá, Garcia do Amaral e Garcia de Araújo.

Contudo, mesmo em sua obra “Velhas Famílias do Seridó”, Olavo não detalha o surgimento repentino desse sobrenome na região. Alguns genealogistas defendem que Antônio Garcia de Sá seria natural dos Açores e teria vínculos com a família Medeiros, que, por sua vez, estava conectada à família Amaral por meio de Maria do Amaral, bisavó dos irmãos Sebastião e Rodrigo.

Trecho que indicaria o parentesco de Antonio Garcia de Sá e o Cônego Manuel Garcia Velho do Amaral.

Por outro lado, há quem argumente que Antônio Garcia de Sá teria ligações com o sobrenome Amaral a partir da família do Cônego Visitador Manoel Garcia Velho do Amaral. Em documento23 datado de 1769 referente ao testemunho contra atos ilícitos do citado Cônego na região do Seridó, Thereza Lins de Vasconcellos, cunhada de Antônio Garcia de Sá, informa em seu depoimento que Antonio Garcia (de Sá) era compadre, parente e amigo de Manoel Garcia Velho do Amaral.

Manuel Garcia Velho do Amaral nasceu era natural de Recife. Era filho de Antônio Garcia Velho do Amaral e de Angélica Luísa da Assunção, conforme consta na habilitação para o cargo de familiar do Santo Ofício de seu irmão, João Garcia Velho do Amaral. Segundo o historiador George Cabral, o pai de Manuel era natural de Lisboa, e a mãe, Angélica Luísa, era natural da vila de Santo António do Recife e filha de João Batista Ribeiro e de Violante Tavares. Os avós paternos de Manuel eram João Garcia Velho, natural de Hamburgo, Alemanha (filho de Roque Grisley e Gracia Meris), e Luísa Amaral, natural de Tomar (filha de Manuel Ferreira Ramos do Amaral e Simoa das Neves). Pelo lado materno, seus avós eram João Batista Ribeiro, natural de Baião (filho de Jerónimo Francisco e Joana da Assunção), e Violante Tavares, natural de Goiana (filha de Manuel de Brito Tavares e Ana Teixeira). Infelizmente não foi ainda encontrado o elo entre Antonio Garcia de Sá e a família do Cônego Manoel Garcia Velho do Amaral.

O que se sabe, por fim, é que Pedro Paulo do Amaral recebeu esse sobrenome de forma inesperada. Seguindo as tradições da época, era mais comum que os filhos homens herdassem apenas o sobrenome paterno. Nesse caso, Pedro Paulo deveria ter recebido o sobrenome “Gomes de Oliveira”, ou simplesmente “de Oliveira”. Contudo, esse não foi o desfecho. Pode-se especular que seus pais, sobretudo sua mãe, tenham escolhido o sobrenome “do Amaral” para homenagear um padrinho, um amigo importante ou, talvez, para resgatar a memória de um sobrenome que sua família portara décadas ou até séculos antes.

No que diz respeito à origem24 geral do nome em Portugal, credita-se que o sobrenome Amaral tenha surgido nas regiões do norte do país (Beira, Minho e Douro). A palavra estaria relacionada ao cultivo de uma variedade de uvas chamada amara (ou Azal Tinto), conhecida pelo sabor amargo. O sufixo “al” indica “plantação de”, de modo que “do Amaral” significaria “da plantação de amaras”. Assim, os primeiros portadores do sobrenome possivelmente eram cultivadores dessas uvas, incorporando o nome à sua identidade.


Pedro Paulo do Amaral se casou com Rufina Maria do Sacramento (alguns registros constam como Rufina Maria de Jesus ou Rufina Maria da Conceição), nascida em novembro de 1842 e batizada no dia 28 do mesmo mês e ano, com um mês de vida. Rufina era filha de Francisco Freire de Araújo e Rufina Maria de Jesus. No seu registro25 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e oito dias do mez de novembro de mil oito centos e quarenta e dous na Capella de Santa Luzia, o Reverendo Frei Ignácio da Conceição, Coadjunto d’este Freguesia, baptizou solenemente com os santos óleos RUFINA, branca, com hum mez, filha legítima de FRANCISCO FREIRE DE ARAÚJO, e RUFINA MARIA DE JEZUS, moradores na Cacimbinha, forão Padrinhos José de Araújo Pereira, cazado, e Anna Joaquina do Sacramento, cazada, d’esta Freguesia, de que para constar mandei fazer este termo em que me assigno. O Vigr.° Antônio Dantas Correia de Gois.”

O casamento entre Pedro Paulo e Rufina ocorreu no dia 3 de março de 1859, em Santa Luzia-PB. No registro26 de casamento, pode-se ler:

“As quatro horas da tarde do dia três de Março de mil oito centos cincoenta nove, no lugar Cacimbinha d’esta Freguesia de Santa Luzia, em minha presença e das testemunhas João Soares Pereira e Sabinna José de Medeiros que também comigo assignarão, se receberão em matrimônio juxta Trindintino PEDRO PAULO DO AMARAL e RUFINA MARIA DO SACRAMENTO; de que para constar escrevi este assento, em que me assigno. O Vigr.º Antero Estanislao Ourique e Vasconcellos”

O registro de casamento infelizmente não traz muitas informações sobre o casal, como idade e parentesco, o que era relativamente incomum para os registros da época. Sabe-se que se casaram na fazenda Cacimbinha, a mesma em que seu filho, Francisco Januário do Amaral, morava quando registrou seus filhos em 1917.

Foram filhos de Rufina Maria do Sacramento e Pedro Paulo do Amaral:

  1. FRANCISCO JANUÁRIO DO AMARAL (Capítulo III – Os Avós).
  2. THERÊZA (THEODORA), nascida aos 13 de outubro de 1863 e foi batizada aos 18 de outubro de 1863 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Salviano José de Medeiros e Cândida Maria do Espírito Santo, esposa de Manoel Salustiano Dantas.
  3. LUZIA MARIA DE JESUS, nascida aos 12 de fevereiro de 1865 e foi batizada aos 19 de abril de 1865 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Quitino de Medeiros e Isabel Christina de Jesus, ambos solteiros. Luzia se casou com Francisco Virgulino Cavalcante.
  4. MANOEL FERNANDES DE OLIVEIRA, nascido aos 21 de agosto de 1867 e foi batizado aos 22 de agosto do mesmo ano no Sítio Quixaba (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos José Luiz de Medeiros e sua esposa Emília Maria de Araújo. Manoel foi casado com Josefa Maria da Conceição, filha de João Bento de Maria e Josefa Engrácia do Amor Divino. Ele veio a falecer aos 23 de janeiro de 1920 em Santa Luzia-PB.
  5. FIRMINA VIRGINIA DE JESUS, foi casada com Manoel Marinho da Silva, filho de José Marinho da Silva e Maria Virgínia da Silva. Ela veio a falecer antes de 1911, pois consta já falecida na certidão de nascimento de um de seus netos.

Não foram encontrados mais registros de batismo de filhos do casal em Santa Luzia-PB após 1875. Após essa data, foram encontrados registros de batismo de filhos de Pedro Paulo do Amaral, mas com Maria Constantina de Jesus. Isso indica que Rufina teria falecido após 1875 e que Pedro Paulo do Amaral teria se casado novamente.

Pedro Paulo do Amaral veio a falecer no dia 5 de novembro de 1915 em Santa Luzia-PB, com aproximadamente 76 anos idade. No seu registro27 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos cinco de novembro de mil novecentos e quinze, no Cemitério d’esta Villa, sepultou-se em habito preto o adulto PEDRO PAULO DO AMARAL cazado que foi com MARIA CONSTANTINA DE JESUS; morreu de uma ferida canserosa com setenta e seis annos de idade. Do que para constar mandei fazer este assento e assigno. (…)”

Já Maria Constantina, não se sabe ainda a data e local de falecimento. Com ela, Pedro Paulo do Amaral teve os seguintes filhos (Pedro Paulo teria em torno de 66 anos quando teve seu último filho com Maria Constantina de Jesus):

  1. MARIA, nascida aos 2 de setembro de 1887 e foi batizada aos 18 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Joaquim José de Maria e Constância Maria de Jesus, ambos moradores na freguesia de Santa Luzia-PB.
  2. FRANCISCO, nascido aos 5 de fevereiro de 1890 e foi batizado aos 17 do mesmo mês e ano na fazenda São Nicolao (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Manoel Avelino de Oliveira Nobrega e sua esposa Joanna Avelina de Oliveira Nobrega, ambos moradores na freguesia de Santa Luzia-PB.
  3. JOSÉ PAULO DO AMARAL, nasceu no início de 1902 em Santa Luzia-PB. Veio a falecer em 9 de outubro de 1902, com 9 meses de idade, em Santa Luzia-PB, de morte natural causada por espasmos.
  4. JOÃO PEDRO DO AMARAL, nascido aos 8 de março de 1905 e foi batizado aos 22 de abril do mesmo ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Joaquim Aprijo Baptista e Maria Assumpção da Silva. Ele se casou com Maria de Lourdes Vieira de Azevedo, filha de Rochan Pedro de Azevedo e de Deolinda Vieira de Azevedo. Ele veio a falecer aos 3 de fevereiro de 1972 em Recife-PE.

José Fernandes da Costa e Maria Clementina da Silva

José Fernandes da Costa (ou Tavares da Costa como consta no registro de batismo sua primeira filha) seria filho de Francisco Tavares da Costa e de Josefa Maria da Conceição. A filiação de José não pode ainda ser comprovada com total certeza, pois no seu registro de casamento, não constam os nomes dos pais.

Na busca por uma comprovação indireta, outras fontes e hipóteses podem ser consideradas. Conforme Olavo de Medeiros Filho, em seu livro Velhas Famílias do Seridó (1981)28, os supostos pais de José, Francisco e Josefa, tiveram um filho chamado José Tavares da Costa, que se casou com Maria Clementina de Souza, filha de José Gomes de Souza e de mãe desconhecida, residindo o casal na Fazenda Cachoeira, em Caicó-RN. Foi possível localizar o registro de batismo desse José nos livros da freguesia de Caicó-RN. No registro29 de batismo, pode-se ler:

“JOZÉ, filho legítimo de FRANCISCO TAVÁRES DA COSTA e de JOSEFA MARIA DE MEDEIROS, naturais e moradores nesta Frequezia do Siridó, nasceo à des e Julho de mil oito centos e trinta e oito e foi baptizado com os sanso oleos na capella de Santa Luzia da Freguezia dos Patos à vinte nove do dito mez e anno pelo Padre Estevão Jozé da Costa Peramboba de minha licença: forão Padrinhos Carlos Tavares da Costa e Anna Joaquina da Conceição, solteiros. De que para constar mandei fazer este Assento que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Chama atenção a similaridade entre os nomes de José e sua esposa, especialmente considerando que, em alguns documentos, José já foi referido com o sobrenome Tavares da Costa. Além disso, Francisco Tavares da Costa e sua esposa Josefa Maria da Conceição foram padrinhos do primeiro filho homem de José e Maria Clementina, o que reforça a possibilidade de parentesco entre as famílias.

O que se sabe com certeza é que José Fernandes da Costa se casou com Maria Clementina da Silva no dia 26 de junho de 1859 em Santa Luzia-PB. No registro30 de casamento, pode-se ler:

“As oito horas do dia vinte seis de junho de mil oito centos cincoenta nove n’esta Matriz de Santa Luzia em minha presença e das testemunhas Caitano Gomes d’Oliveira e Francisco Vicente d’Oliveira, que comigo assignarão se receberão em matrimonio JOSÉ FERNANDES DA COSTA e MARIA CLEMENTINA DA SILVA, de que para constar escreví este assento. O Vigr.º Antero Estanislao Ourique e Vasconcellos.”

Apesar do casamento ter ocorrido em Santa Luzia-PB, o casal habitou em outra localidade, pois não foram encontrados os registros de nascimento de seus filhos na dita Freguesia. Após buscas nos registros da antiga Freguesia de Santa’Anna (Caicó-RN), pôde-se encontrar os referidos registros, esclarecendo-se de vez a questão.

José faleceu em São José do Sabugi-RN antes de 1887, pois consta como falecido no registro de casamento de seu filho José Rafael da Costa. Já Maria Clementina, falaceu antes de 1902.

Foram filhos de Maria Clementina da Silva e José Fernandes da Costa:

  1. MARIA JACINTA DA SILVA, nascida aos 3 de julho de 1860 e foi batizada aos 1 de agosto de 1861 na Fazenda Desterro (Jardim do Seridó-RN). Foram padrinhos José Gomes de Oliveira e sua esposa Lira Maria da Conceição. Ela se casou com Antônio Galdino de Lucena, filho de Galdino José de Lucena e de Josefina Silveira de Morais, aos 12 de julho de 1887 em Serra Negra do Norte-RN.
  2. LUIZA FRANKLINA DE MARIA, nascida aos 8 de setembro de 1861 e foi batizada aos 25 de outubro do mesmo ano no Oratório do Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos Feliciano de Araújo Costa e sua esposa Maria Magdalena da Silva. Ela se casou com Francisco Alexandre de Maria, filho de Manoel Alexandre de Maria e Florência Maria da Conceição. Luiza veio a falecer aos 30 de junho de 1943 em Parelhas-RN.
  3. JOSÉ RAFAEL (SILVA) DA COSTA, nascido aos 24 de novembro de 1862 e foi batizado aos 8 de dezembro do mesmo ano no Oratório do Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos Francisco Tavares da Costa e sua mulher Josefa Maria da Conceição. José se casou com Anna Engrácia de Maria em 12 de setembro de 1887, em Serra Negra do Norte-RN. José veio a falecer no dia 17 de julho de 1919 em Jardim do Seridó-RN.
  4. JOSEFA CAROLINA DE JESUS (Capítulo III – Os Avós).
  5. JOÃO, nascido aos 30 de maio de 1867 e foi batizado aos 14 de junho do mesmo ano na fazenda Cordeiro (Caicó-RN). Foram padrinhos Francisco José de Araújo Bastos e Clementina Avelina de Maria, ambos residentes na freguesia de Caicó-RN.
  6. ANANIAS, nascido aos 24 de setembro de 1868 e foi batizado aos 1 de janeiro de 1869 no Oratório do Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos Florêncio Augusto e Custódia Maria do Sacramento.
  7. JUSTINO, nasceu aos 12 de dezembro de 1869 e foi batizado aos 25 de fevereiro de 1870 em Caicó-RN. Foram padrinhos João Saturnino de Maria e Mandarina MAria da Conceição.
  8. FRANCISCO FERNANDES DA COSTA, nasceu por volta de 1872 em Serra Negra-RN e faleceu no dia 1 de abril de 1957 em Canguaretama-RN.

Após a morte de José Fernandes da Costa, Maria Clementina da Silva se casou novamente, dessa vez com Galdino José de Lucena, filho de Manoel de Assumpção de Lucena e de Maria José de Jesus. No registro de casamento, é mencionado que ambos eram viúvos, sendo a primeira esposa de Galdino, Josefina Silveira de Morais, filha de Manoel Félix de Morais e de Joana Maria de Jesus. O casamento ocorreu aos 25 de outubro de 1887, em Serra Negra do Norte-RN. No registro31 de casamento, pode-se ler:

“Aos 25 dias do mez d’outubro d’anno de 1887 pelas as duas horas do dia n’Egreja de S. João do Sabugi da Freguesia de Serra Negra, uni em matrimonio a Galdino José de Lucena e MARIA CLEMENTINA DA SILVA, ambos viúvos, perante as testemunhas: José Maia Guerreira e Francisca Onofre de Lucena, tendo se antes despensados na 4a g.  ou 3a e 4a gs de sange. Para constar mandei escrever o presente, em que eu assino. Vigro Manoel Salviano de Medeiros.”

Maria Clementina da Silva teria morrido após o segundo casamento e antes de 1902, onde consta falecida em um registro de nascimento de uma de suas netas. O local da morte é muito provavelmente São João do Sabugi-RN (com os registros em Serra Negra do Norte-RN – a confirmar).


Serafim Dias de Araújo e Anna Maria de Jesus

Serafim nasceu por volta de 1834, pois havia sessenta e cinco anos de idade no momento de sua morte em 1899. Pouca informação restou sobre os pais de Serafim Dias de Araújo, pois não foram encontrados os registros de batismo e de casamento relacionados à pessoa de Serafim até o momento.

Através da pesquisa na obra genealógica No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste (1955)32 do autor Sebastião de Azevedo Bastos, pôde-se encontrar referências que levavam a crer que Serafim Dias de Araújo era irmão de Manoel Freire de Araújo, sendo, portanto, filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé.

Através de um registro de batismo ocorrido no sítio Várzeas, em Santa Luzia no ano de 1862, Serafim foi padrinho de uma criança exposta (sem pais conhecidos) na casa de Dona Ignácia Maria da Fé, já viúva, sendo ela também madrinha da criança. Poderiam os dois ter alguma relação? No registro33 pode-se ler:

“Aos sete de janeiro de mil oito centos e sessenta, e dois, de licença minha baptizou solenemente o Padre Gil Braz de Figueiredo no Sítio Varzeas ao (?) Manoel, exposto na noite de vinte e quatro de dezembro de mil oito centos e sessenta e um em casa de D. IGNÁCIA MARIA DA FÉ. Padrinhos SERAFIM DIAS DE ARAÚJO e D. Ignácia Maria da Fé, de que fez este asseto em que assigno. O Vigr.° Marculino Rogério dos Santos Freire.”

Até aqui, não se poderia atestar com cem por cento de certeza o parentesco de Serafim Dias de Araújo. Entretanto, a partir da análise do registro de alistamento eleitoral de 1892 de Santa Luzia-PB34, pôde-se encontrar o seguinte:

Pode-se ver que Serafim Dias de Araújo era filho de Nicácio Freire de Araújo (a coluna da direita corresponde à filiação) e, portanto, a teoria levantada a respeito de seus pais estava correta.

Serafim Dias de Araújo se casou com Anna Maria de Jesus, sua sobrinha por parte de pai, nascida aos 2 de março de 1847 em Santa Luzia-PB. Anna era filha de Manoel Freire de Araújo e de Maria Joaquina de Figueiredo. No registro35 de batismo, pode-se ler:

“ANNA, filha legítima de [MANOEL FREIRE DE ARAÚJO e MARIA] JOAQUINA DE FIGUEIREDO, naturais e moradores n’esta Freguesia de Nossa Senhora da Guia de Patos, nasceo a 23 de março de mil oitocentos e quarenta e sete e foi por mim baptizada com os Santos Óleos em Desobrigo na Fazenda Papagaio à 2 de junho do mesmo anno; forão Padrinhos Manoel da Costa de Figueiredo, cazado, e Luísa Veneranda de Jesus, (?)  cazada, moradores na mesma Freguesia; de que para constar mandei fazer este Termo que me assigno. O Vigr.° Antônio Dantas Garcia de Souza.”

O matrimônio entre Serafim e Anna ocorreu por volta de 1863, muito provavelmente em Santa Luzia-PB, mas sem registros que comprovem a referida data.

Anna Maria de Jesus veio a falecer no dia 25 de março de 1922 em Santa Luzia-PB. No seu registro36 de óbito, pode-se ler:

“Aos vinte e cinco dias do mez de março de mil novecentos e vinte e dous, n’este Districto de Paz, Termo de Santa Luzia do Sabugy, Comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu cartório compareceu Antônio Dias de Araújo, na qualidade de filho e em presença das testemunhas abaixo assignadas declarou: que no dia de hoje pelas quatro horas no lugar Pedra d’Água d’este Termo, falleceu ANNA MARIA DE JESUS, natural d’este Termo, com setenta e cinco annos de idade, de profissão doméstica, e residente (?) lugar Pedra d’Água, viúva por fallecimento de SERAPHIM DIAS DE ARAÚJO; que deixou os seguintes filhos: Manoel Alexandrino Dias de Araújo, com cincoenta e oito annos; Maria Neomizia de Jesus, com cincoenta e quatro annos; Francisco Dias de Araújo, com quarenta e nove annos; João Augusto, digo, Antônio Dias de Araújo, com quarenta e seis annos de idade, finalmente, a sua morte proveniente de uma esirefella? e que foi sepultada no cemitério público d’esta Villa (…)”

E no seu registro37 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e cinco de março de mil novecentos e vinte e dois falleceu ANNA MARIA DE JESUS, com setenta e cinco annos de idade, viúva que foi de SERAFIM DIAS DE ARAÚJO, em consequência de erisepila e foi sepultada no dia seguinte no cemitério publico des freguesia e para constar mandei fazer este assento em que me assigno Pelo Vigario Pe Geraldo M. V. d. (?)”

Já Serafim faleceu em 7 de março de 1899 e foi sepultado no dia 8 de março de 1899 em Santa Luzia-PB, com idade de 65 anos. No seu registro38 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos oito de março de mil oitocentos e noventa e nove, n’este Cemitério sepultou-se em hábito preto o adulto SERAFIM DIAS DE ARAÚJO, cazado que foi com ANNA MARIA DE JESUS morreu de (…) com idade de sessenta e cinco annos, foi encomendado. E para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigr.º Pe. João Baptista de Albuquerque. ”

E no seu registro39 de óbito, pode-se ler:

“Aos oito dias do mez de março de mil oito centos e noventa e nove (…) compareceu João Augusto de Araújo na qualidade de filho em presença das testemunhas abaixo assinadas, declarou que pelas duas horas do dia oito do mesmo mez no Sítio Pedra d’Água d’este Termo, falleceu SERAFIM DIAS DE ARAÚJO com idade de sessenta cinco annos, criados natural e rezidente n’este Termo, Cazado com Anna Maria de Jesus deixou cinco filhos legítimos os quais, Manoel Alexandrino Dias de Araújo com idade de trinta e cinco annos, Maria (?) de Jesus, idade trinta e um annos, Francisco Dias de Araújo, vinte seis annos, João Augusto de Araújo, idade vinte cinco annos, e Antônio Dias de Araújo idade vinte dois annos de idade, e finalmente a morte foi natural proveniente de uma (?) e foi sepultado no Cemitério d’esta Villa, (…) ”

Foram filhos de Anna Maria de Jesus e Serafim Dias de Araújo:

  1. MANOEL ALEXANDRINO DIAS DE ARAÚJO (Capítulo III – Os Avós).
  2. JOÃO, nascido aos 21 de julho de 1867 e batizado aos 23 de agosto de 1867 no Sítio Varzeas (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Amâncio Freire de Araújo, viúvo e Maria Joaquina de Figueiredo.
  3. MARIA NEOMIZIA DE JEZUS, nascida aos 25 de julho de 1868 e foi batizada aos 30 de julho do mesmo ano no Sítio Papagayo (Santa Luzia-PB).
  4. GERTRUDES, nascida aos 10 de fevereiro de 1870 e batizada aos 17 de abril de 1870 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Pedro Paulo da Costa, residente na Freguesia de Jardim do Seridó, e Maria Joaquina de Araújo. Ela faleceu antes de 1899, pois não foi citada no registro de óbito de seu pai.
  5. JOÃO, nascido aos 10 de abril de 1871 e batizado aos 2 de junho de 1871 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Cassiano Pedro de Araújo de Maria e Barbara do Amor Divino. Ele faleceu antes de 1899, pois não foi citado no registro de óbito de seu pai.
  6. FRANCISCO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 14 de fevereiro de 1873 e foi batizado aos 20 de julho do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Piburo de Araújo e Izabel Maria de Medeiros. Ele se casou com Anna Roza de Figueiredo, filha (Página 163) de Pedro Paulo da Costa Filho e de Bárbara Generosa do Amor Divino em nove de março de 1895 em Santa Luzia-PB. Segundo consta no registro do casamento, Francisco e Anna era primos de primeiro grau.
  7. JOÃO AUGUSTO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 4 de fevereiro de 1874 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Otávia Amélia da Silva e veio a falecer no dia 14 de outubro de 1905, em Santa Luzia-PB.
  8. FILHO ANÔNIMO, faleceu em 2 de setembro de 1875 em Santa Luzia-PB, com 15 dias de vida.
  9. ANTÔNIO DIAS DE ARAÚJO, nascido aos 2 de outubro de 1876 em Santa Luzia-PB. Ele era criador e se casou com Maria Isabel Bezerra, filha de José Alves da Paixão e de Izabel Bezerra da Conceição em 6 de janeiro de 1900 em Santa Luzia-PB.

Pedro Paulo da Costa e Bárbara Generosa do Amor Divino

Pedro nasceu em 17 de fevereiro de 1840 e foi batizado aos 24 do mesmo mês e ano no Sítio Desterro, em Jardim do Seridó-RN. Entretanto, o registro de batismo foi feito em Caicó-RN. Ele era filho de Paulo Tavares da Costa e de Anna Joaquina de Bittencourt. No registro40 de batismo, pode-se ler:

“PEDRO, filho legítimo de PAULO TAVARES DA COSTA e de ANNA ROZÁLIA DE BITTENCOURT, naturaes e moradores n’esta Freguesia do Seridó, nasceo à dez e sete, e foi baptizado com os santos óleos à vinte quatro de fevereiro de mil oito centos e quarenta no Sítio Desterro, pelo Padre Joaquim Felis de Medeiros de minha licença; forão Padrinhos Jozé Dias de Araújo e Paula Ursulina da Fonsêca, casados; do que para constar mandei fazer este Assento, que assigno, O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Já Bárbara nasceu em 26 de abril de 1848, sendo batizada no mesmo dia em Santa Luzia-PB. Ela era filha de Manoel Freire de Araújo e de Maria Joaquina de Figueiredo. No seu registro41 de nascimento, pode-se ler:

“BARBARA Branca fa legítima de MANOEL FREIDE DE ARAÚJO, nascida a vinte seis de abril de mil oito centos e quarenta e oito e batizada solenemente pelo Rdo Vigro Antônio Dantas Corrêia de Souza aos vinte de abril do dito anno; forão Padrinhos Antônio Tavares da Costa, Cazado, e Sebastiana Rodrigues da Silva, Maria de José Freire. O Vigr.° Antônio Dantas Corrêia de Souza.”

Eles se casaram em 20 de fevereiro de 1867 em Santa Luzia-PB. No registro42 de casamento, pode-se ler:

“As onze horas e cincoenta minutos da noite do dia vinte de fevereiro de mil oitocentos e sessenta e sette, no Sítio Papagaio, d’esta Freguesia de Santa Luzia do Sabugy, uni em matrimonio, e dei logo as benções nupciais, aós contrahentes PEDRO PAULO DA COSTA, moradôr na Freguesia do Jardim, no Rio Grande do Norte, e BARBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO, minha Parochianna; elle filho legítimo de PAULO TAVARES DA COSTA, e ANNA JOAQUINA DE BITANCOURT; e ella filha legítima de MANOEL FREIRE D’ARAÚJO, e de MARIA JOAQUINA DE FIGUEIREDO; e em tendo observei o disposto pelo ? Concilio di Trento, e leys do Imperio: forão testemunhas o Capitão Januncio Salustianno da Nobrega, Cazado, e moradôr na Freguesia de Caicó, também no Rio Grande do Norte, e Serafim Dias d’Araújo, também casado, e moradôr n’esta mesma Freguesia de Santa Luzia do Sabugy: do que , para constar, foi este assento, em que me assigno. O Vigr.º Antônio Germano Barbalho Besêrra.”

Uma das testemunhas, o Capitão Januncio Salustiano da Nobrega foi uma figura de muita importância na sociedade seridoense. Várias fontes relatam um confronto ocorrido em sua fazenda Pedreira, entre policiais e o grupo de cangaceiros, comandado por Antônio Silvino. O evento ficou conhecido como o “Fogo na Pedreira” e é detalhada em [10]. A outra testemunha era Serafim Dias de Araújo, que seria pai do futuro esposo de sua filha Theodora Leopoldina de Figueiredo.

Pedro faleceu em 8 de agosto de 1903 em Santa Luzia-PB com aproximadamente 63 anos de idade (consta 60 em seu registro de sepultamento e 77 no de óbito, o que não condiz com a realidade). Ele foi sepultado em 8 agosto 1903 em Santa Luzia-PB. No seu registro43 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos oito de agosto de mil novecentos e três, n’este Cemitério sepultou-se em habito preto o adulto PEDRO PAULO DA COSTA, viúvo por falecimento de BARBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO, morreu de uma ferida com idade de sessenta annos, foi encomendado. E para constar mandei fazer este em que assigno. O Vigr.º P. João Baptista d’Albuquerque. ”

E no seu registro44 de óbito, pode-se ler:

“Aos oito dias do mez de agosto de mil nove centos e trêz (…) em meu Cartório compareceu Francisco Pedro de Figueiredo Costa, na qualidade de filho, em presença das testemunhas abaixo assignadas, declarou: lá pelas nove horas da noite do dia sete de mesmo mez no Sítio Desterro d’este Termo, falleceu PEDRO PAULO DA COSTA com idade de setenta e sete annos, viúvo por fallecimento de BARBARA GENEROZA DO AMOR DIVINO, deixou cinco filhos legítimos os quais são: THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO, Cazada, Francisco Pedro de Figueiredo Costa, Solteiro com idade de trinta e dois annos, Anna Roza de Lima, Cazada, Manoel Pedro da Costa com idade de vinte e nove annos, Pedro Paulo da Costa, Solteiro de vinte sete annos, finalmente a morte foi natural por (?) de uma ferida encolhida e vai ser sepultado no Cemitério d’esta Villa. Do que para constar assignei este termo (…)”

Já Bárbara foi sepultada em 9 abril 1901 em Santa Luzia-PB.  No seu registro45 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos nove de abril de mil novecentos e um, n’este Cemitério se sepultou em habito preto a adulta BARBARA GENEROZA DO AMOR DIVINO, casada que foi com PEDRO PAULO DA COSTA, morreu de uma malissa com idade de cincoenta e dois anos. E pra constar mandei fazer este em que assigno. O Vigr.º P. João Baptista d’Albuquerque. ”

Ambos foram inventariados no ano de 1908, pelo seu filho Francisco, no município de Jardim do Seridó-RN. O inventário se encontra no Fórum Municipal de Jardim do Seridó, Inventário no 12, caixa no 292, anos de 1908 à 1909, no processo: 708/1908.

Foram filhos de Bárbara Generosa do Amor Divino e Pedro Paulo da Costa:

  1. THEODORA LEOPOLDINA DE FIGUEIREDO (Capítulo III – Os Avós).
  2. FRANCISCO PEDRO DE FIGUEIREDO COSTA (DIAS DE ARAÚJO), nasceu aos 19 de novembro de 1868, muito provavelmente no Desterro, atual município de Ouro Branco-RN. Ele se casou com Amélia Leopoldina da Costa, filha de Antônio Fernandes da Costa e de Honorina Maria de Lucena, aos 16 de novembro de 1914 no Jardim do Seridó-RN. Ele veio a falecer no dia 9 de maio de 1951, em Ouro Branco-RN.
  3. ANNA THEREZA (ROZA) DE FIGUEIREDO, nascida aos 17 de abril de 1871 e foi batizada aos 2 de junho de 1871 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Soares da Costa e Anna Joaquina de Araújo. Ela se casou com Francisco Dias de Araújo, filho de Serafim Dias de Araújo e de Anna Maria de Figueiredo (Capítulo IV – Os Bisavós), aos 24 de outubro de 1884 em Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 2 de maio de 1944 em Ouro Branco-RN.
  4. MANOEL PEDRO DA COSTA, nasceu aos 20 de janeiro de 1873 em Desterro, no município de Ouro Branco-RN. Ele se casou com Francisca Justina de Lucena, filha de Francisca das Chagas de Lucena e Rosa Maria da Conceição no dia 28 de agostro de 1931 em Santa Luzia-PB. Ele veio a falecer aos 27 de abril de 1963 em Ouro Branco-RN.
  5. PEDRO PAULO DA COSTA (2°), nasceu aos 7 de setembro de 1874 em Desterro, no município de Ouro Branco-RN. Ele foi casado com Maria Rosa Trindade, filha de João Batista de Araújo e de Maria Eulina Trindade. Ele veio a falecer aos 3 de julho de 1965 em Campina Grande-PB.

Capítulo V – Os Trisavós

Caetano Gomes de Oliveira e de Vicência Maria de São Pedro

Caetano Gomes de Oliveira nasceu por volta de 1808, e era muito provavelmente natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele era filho de Cosme Gomes de Oliveira e de Thereza Maria de Jesus. Ele se casou com Vicência Maria de São Pedro, filha de Alexandre Renovato Silva (ou de Sá) e de Josefa Maria do Nascimento. O casamento ocorreu aos 23 de outubro de 1826 na fazenda Salgado, situada na freguesia de Santa’Anna de Caicó-RN. No registro46 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte trêz dias do mêz de Outubro de mil oit centos e vinte seis annos pelas nove horas do dia na Fazenda Salgado desta Freguezia do Siridó, tendo procedido as canónicas denunciações e sem impedimento e confisão comunhão e ? doutrina christã o Reverendo Ignacio Gonçalves Mello de minha licença casou e abençou aos meu Paroquianos CAETANO GOMES DE OLIVEIRA, filho legitimo de COSME GOMES DE OLVIERA e de THERÊZA MARIA DE JESUS e VICENCIA MARIA DE SAM PEDRO, filha legitima de ALEXANDRE RENOVATO SILVA e de JOSEFA MARIA DO NASCIMENTO, naturaes e moradôres nesta Freguezia; sendo testemunhas Francisco Corrêa de Avila; e Sebastião José de Medeiros, casados, moradôres nesta Freguezia, que com o dito Padre afirmarão o assento, que me foi remettido, pelo qual foi copiado o presente, em que me assigno. Vigro Francisco de Brito Guerra”

Podemos ver o nome de Caetano Gomes de Oliveira em muitos registros de casamento da freguesia de Santa Luzia-PB, o que leva a crer que habitava nas proximidades, muito provavelmente em Várzea-PB. Caetano também foi testemunha do casamento de José Fernandes da Costa e de Maria Clementina da Silva (Página 152).

Foram filhos de Vicência do Amaral Caetano Gomes de Oliveira:

  1. ANTÔNIO nasceu 26 de outubro 1827 e foi batizado no dia 25 de dezembro do mesmo ano no Oratório São João, atual São João do Sabugi-RN. Não constam os padrinhos no registro de batismo. Ele veio a falecer de feridas na boca (estomatite) no ano de 1828, sendo sepultado no dia 28 de setembro do dito ano na Igreja Matriz de Caicó-RN.
  2. JOSEFA nasceu no dia 1 de outubro de 1828 e foi batizada aos 25 de dezembro do mesmo ano no Oratório São João (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos Francisco Corrêa de Avila e sua mulher Maria do Carmo.
  3. ANTÔNIO JERÔNIMO DE OLIVEIRA nasceu aos 27 de novembro de 1829 e foi batizado aos 7 de dezembro do mesmo ano no Sítio Riacho de Fora (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos Alexandre Renovato da Silva e sua mulher Josefa Maria de Araújo. Antonio teve seu nome em homenagem ao irmão de mesmo nome que faleceu no ano de 1828. Ele foi casado com Pastora Tavares da Costa, filha de Francisco Tavares da Costa e de Josefa de Araújo Nóbrega. O casal morou na fazenda Angola, em Santa Luzia-PB.
  4. PEDRO PAULO DO AMARAL (Capítulo IV – Os Bisavós).

Não foram encontrados mais registros de batismo nos livros de Caicó-RN nos anos seguintes à 1829. Isso pode indicar que se mudaram. O último batismo foi realizado no Sítio Riacho de Fora, que fica há alguns quilômetros de Várzeas-PB. Sabe-se que o ramo Amaral de nossa família é proveniente dessa localidade. É de se pensar que tenham ido para essa região e os registros subsequentes estariam escritos ou em Santa Luzia-PB ou em Patos-PB. O que pode corroborar com essa teoria é que foram encontrados alguns registros onde Caetano foi testemunha em casamentos na matriz de Santa Luzia-PB.


Francisco Freire de Araújo e Rufina Maria de Jesus

Francisco Freire de Araújo nasceu entorno de 1815. Ele se casou com Rufina Maria de Jesus, nascida por volta de 1820, filha de Francisco Tavares da Costa com a sua primeira esposa, Maria José de Medeiros. O casal habitou o no sítio Cacimbinha, situada em Santa Luzia-PB.

Algumas fontes informam que Francisco seria filho de Sebastião Dias de Araújo, mas nenhum documento foi encontrado que pudesse confirmar essa informação. É muito mais provável que Francisco seja filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé. Essa suposição vem do fato que a irmã de Rufina, Maria Benta de Araújo (de Medeiros) se casou com Amâncio Freire de Araújo, filho de Nicácio e Ignácia. Era muito comum na época irmãos e irmãs se casarem com irmãos e irmãs de outras famílias. Mais registros são necessários a fim de provar essa informação.

Foram filhos de Rufina Maria de Jesus e Francisco Freire de Araújo:

  1. RUFINA MARIA DO SACRAMENTO (Capítulo IV – Os Bisavós).
  2. MANOEL, nasceu aos 8 de janeiro de 1844 e foi batizada na Fazenda Várzeas (Várzeas-PB) aos 13 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Manoel Joaquim de Araújo, casado, e Thereza Maria de Jesus. É muito provável que Manoel tenha falecido ainda bebê, pois um ano depois, os pais colocaram o nome de Manoel para outro filho (informação ainda a ser confirmada).
  3. MANOEL, nasceu aos 2 de janeiro de 1845 e foi batizado na Fazenda São Domingos aos 26 de março do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Alexandre de Araújo Guerra, casado, e Sebastiana Rozalina dos Santos, solteira.
  4. MARIANA ISABEL MARIA DE JESUS, nasceu no dia 1 de maio de 1847 e foi batizada na Fazenda Santa Guixaba (Santa Luzia-PB) aos 11 de junho do mesmo ano. Foram padrinhos Amaro Tavares da Costa, solteiro e Honorata Brasilina do Amor Divino, casada. Ela se casou com Antonio Malaquias de Araújo, filho de Malaquias Freire de Araújo e Joaquina Francisca do Espírito Santo.
  5. CANDIDA, nasceu aos 15 de novembro de 1848 e foi batizada aos 25 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos José do Vale Baptista e sua mulher Balbina Onofre de Brancanxe.
  6. ANNA, nascida em 9 de outubro de 1852 e foi batizada no dia 12 do mesmo mês no Sítio das Várzeas, em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Josefa de Jesus e Francisco Máximo da Costa.
  7. ANTONIA, nasceu em janeiro de 1854 e foi batizada na capela de Santa Luzia-PB. A informação sobre os padrinhos não está legível o suficiente no registro para se determinar com precisão.
  8. FRANCISCO, nasceu em 25 de fevereiro de 1855 e foi batizado em 9 de agosto do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Maximiano da Nobrega e sua mulher Porfira Augustina da Nobrega.
  9. JOSÉ, nasceu no dia 2 de abril de 1856 e foi batizado no dia 23 de outubro do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Silvino Alves da Nobrega e Maria Leocádia da Conceição.

Manoel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo

Manoel nasceu por volta de 1820. Segundo a obra “No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias Do Nordeste” escrita por Sebastião Azevedo Bastos, Manoel Freire de Araújo era filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé, e, portanto, irmão de Serafim Dias de Araújo (Capítulo IV – Os Bisavós). Ele se casou com Maria Joaquina de Figueiredo, filha de pais desconhecidos até então. Maria teria nascido em Santa Luzia-PB, segundo consta o registro de batismo de sua neta Theodora Leopoldina de Figueiredo (Capítulo III – Os Avós), que na época, fazia parte da freguesia de Nossa Senhora dos Patos.

É possível que Maria Joaquina de Figueiredo seja filha de João Bento de Figueiredo e Luiza Rodrigues da Silva. Rosa Benvinda de Figueiredo e Antônio Baptista de Figueiredo, ambos filhos de João Bento e Luiza Rodrigues da Silva, casaram-se com João Manoel de Araújo Costa e Luiza Rodrigues de Figueiredo, respectivamente, que são irmãos de Manoel Freire de Araújo, marido de Maria Joaquina. Naquela época, era comum que irmãos se unissem em matrimônio com irmãos de outras famílias, o que pode ter ocorrido neste caso. Além disso, nos registros de terras de 1855-56 da freguesia de Patos-PB, Maria é mencionada como herdeira de duas partes de terras no Sítio Papagaio, juntamente com outros herdeiros. Essas terras pertenciam a João Bento de Figueiredo e Luiza Rodrigues da Silva.

O casamento aconteceu antes de 1842, já que Manoel é mencionado como casado em um registro onde foi padrinho da filha de seu irmão José Freire de Araújo naquele ano. O casal residia no Sítio Papagaio, situado os municípios de Santa Luzia-PB e Patos-PB.

O casal foi dono de terras no Seridó. Em um dos livros de registros de títulos de propriedade dos anos de 1855 & 1856 da Freguesia de Nossa Senhora da Guia de Patos-PB47, pode-se ler:

Nº450
Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos, uma parte de terras na Data São Mamede no Sítio Lagamar, meia légua da parte do poente em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Tapera, ao sul com a mesma Data, ao nascente com a mesma Data, ao poente com as sobras de São Mamede. Papagaio, 20/05/1856.

Nº451
Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos, uma parte de terra de agricultura no Sítio Cafundó na Data dos Araújo ou Cabaço, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com os Oliveiras, ao sul com o Tauá, ao nascente com a Data do Teixeira, ao poente com a Data do Olho d ́Água das Cajazeiras. Papagaio, 20/05/1856.

Nº452
Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos uma parte de terra na Data de sobra de São Mamede, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Tapera, ao sul com os Oliveiras, ao nascente com São Mamede, ao poente com os Oliveira. Papagaio, 20/05/1856.

Nº453
Manuel Freire de Araújo e Maria Joaquina de Figueiredo possuem nesta freguesia de Patos 2 partes de terras no Sítio Papagaio na Data dos Oliveiras, em comum com os herdeiros, confinando ao norte com a Carnaúba da mesma Data, ao sul com a Pedra Branca, ao nascente com as Sobras de São Mamede, ao poente com os Oliveiras. Papagaio”

Foram filhos de Maria Joaquina de Figueiredo e Manoel Freire de Araújo:

  1. JOÃO, nascido aos 3 de maio de 1843 no Sítio Papagaio, em Santa Luzia-PB.
  2. MARIA FREIRE DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1844. Ela se casou com Ignácio Maria de Moraes, filho de Manoel de Moraes Rocha e de Francisca Salles do Nascimento. O casamento foi em Santa Luzia-PB, aos 28 de março de 1900.
  3. ANNA MARIA DE JESUS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  4. BÁRBARA GENEROSA DO AMOR DIVINO (Capítulo IV – Os Bisavós).
  5. ROSA, nasceu no dia 29 de junho de 1856 e foi batizada em 9 de julho do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Braz José de Mello e Mariana Evarista de Medeiros.
  6. IGNÁCIA MARIA DA FÉ DE JESUS (ARAÚJO), nasceu por volta de 1857 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Antônio Ribeiro de Araújo (que foi Capital da Força Pública de Santa Luzia-PB) em 24 de outubro de 1870, no Sítio Papagaio, em Santa Luzia-PB. Ela veio falecer com 75 anos aos 17 de janeiro de 1926, em Santa Luzia-PB.
  7. MANOEL, nascido aos 19 de fevereiro de 1861 e foi batizado aos 7 de março de 1861 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Florêncio Antônio de Figueiredo e sua mulher Maria Cezaria de Jesus.
  8. JOSÉ, nascido aos 9 de março de 1866 e foi batizado aos 2 de abril de 1866 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Silvestre Freire de Araújo e sua esposa Nicácia Rosalina de Maria.

Paulo Tavares da Costa e Anna Rosalina de Bittencourt

Paulo nasceu por volta de 1810. Ele era natural de Jardim do Seridó-RN, segundo consta no registro de batismo Theodora Leopoldina de Figueiredo, sua neta. Ele era filho de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. Ele se casou com Anna Rosalina de Bittencourt (também conhecida como Aninha do Poção), nascida por volta de 1820, filha de Manoel Baptista de Araújo e Joaquina Francisca de Jesus. O casamento ocorreu após 1832, pois Paulo Tavares da Costa aparece solteiro em alguns registros de batismo dos anos anteriores.

Na obra de Olavo de Medeiros Filho, consta que Anna Rosalina seria filha de Francisco Baptista dos Santos e Joanna Diniz de Bittencourt. Entretanto, através do inventário de Anna Joaquina da Purificação, descobrimos que Anna Rosalina de Bittencourt é citada entre os beneficiados dos bens. Nesse registro, consta que era casada com Paulo Tavares da Costa e que era filha de Joaquina Francisca de Jesus, já falecida na data do inventário (março de 1865). No inventário, pode-se ler:

1865

Anna Joaquina da Purificação – Inventariada
Manoel de Medeiros Rocha – Inventariante

Villa do Acary
Juizo de Orfãos

Defunta Dona Anna Joaquina da Purificação, casada que foi com o Capitão Manoel de Medeiros Rocha morador no Sitio da Varsia deste Termo.

Auto

Anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos sessenta e cinco, aos quatorze dias do mez de Março do dicto anno nesta Villa do Acary Comarca do Siridó, e Provincia do Rio Grande do Norte em caza de residência do Juiz de Orfaós em exercício o Tenente Coronel João Joze Dantas, onde ai Escrivão de seo cargo fui vindo, pelo dicto me foi dicto que lhe constara haver fallecido Dona Anna Joaquina da Purificação cazada que foi com o Capitão Manoel de Medeiros Rocha, sem deixar filhos, e porque era de seo dever proceder o inventario e Partilhas com os seos herdeiros colaterais, me ordenou que sem perda de tempo notificasse do dicto viúvo inventariante, para em vinte quatro horas compareceu em Juizo com pena de prisão, reaver juramento e fazer as (…) declarações para as vistas delas de prosseguir como for (…) e instruir (…). Assim o promete fazer de que para constar fiz este acto em que (…). Eu Manoel Victoriano da Silva Santos, Escrivão o escrevi.

“Aos quinze dias do mez de Março de mil oito centos sessenta e cinco, nesta Vila do Acari, em caza de residência do Juiz Municipal e Orfão em exercício o Tenente Coronel João José Dantas, (…) a hi presente o viúvo Manoel de Medeiros Rocha, por elle juiz lhe foi deferida o juramento aos santos evangelhos, que declarasse o dia em que havia falledica sua finada mulher, se tinha feito algum (…) constaria, quais são os seus herdeiros, que lhe havião deixado, que idade tinhão, e que disse a cassignacação todos os seos bens sem acrescentar alguns, (…). Sendo por elle aceito o dicto juramento declarou que sua dicta mulher Anna Joaquina da Purifiação tinha fallecido no dia dois de Abril do anno de mil oito centos sessenta e quatro sem testamento, mais que na sua Meeição tivera libertado os seus escravos Bernardino, Francisca, Marciana, Maria e Anna, na quantia de trez contos e sete centos mil reis, assim tivera achado, a seo enteado José Pedro de Medeiros a quantia de cento e oitenta mil reis, sem deixar filhos, existindo muitos herdeiros collateraes e alguns em lugares não sabidos e incertos, cujos nomes declararia no título de herdeiros, (…).”

Título de Herdeiros

Inventariante meeiro Manoel de Medeiros Rocha, viúvo, 87 anos

Herdeiros Colaterais

JOAQUINA FRANCISCA DE JESUS, falecida que por ela representa seus onze filhos, a saber:

1 – Manoel Baptista de Araújo, casado com Ângela Gersina;
2 – João Baptista do Amparo de Maria, casado com Izabel Maria de Jesus;
3 – Joaquim Baptista de Araújo, casado com Genoveva Rosa de Aguiar;
4 – Elias Pereira Homem, viúvo;
5 – José Baptista de Araújo, solteiro, emancipado;
6 – Elias Gomes Baptista, solteiro, emancipado;
7 – ANNA ROSALINA DE BITANCOURT, casada com PAULO TAVARES DA COSTA;
8 – Thereza Maria de Jesus, casada com José Alves dos Santos;
9 – Maria Joaquina de Jesus, casada com Bartholomeu Elias de Oliveira Campos;
10 – Josefa Joaquina de Jesus, casada com Manoel Francisco;
11 – Vicência Joaquina de Jesus, de idade de 22 anos;
(…)

Paulo Tavares da Costa faleceu em 25 de junho de 1882 com aproximadamente 72 anos. No seu registro48 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e cinco de junho de mil oito centos e oitenta e dous, neste Cemitério sepultou-se com habito preto, o adulto PAULO TAVARES DA COSTA, casado que foi com ANNA ROSALINA BITENCOURT, ambos d’esta Freguesia, morreu de hydropesia com setenta e dois annos de idade e foi encomendado. E para constar mandei fazer este assento, em que me assigno. O Vigr.º Encarregado Jovino da Costa Machado”.

Paulo Tavares da Costa teve seus bens inventariados no ano de 1883. O inventário se encontra no Fórum Municipal de Jardim do Seridó, Inventário no 07, caixa no 287, anos de 1883-1884, no processo SN/1883.

Foram filhos de Ana Joaquina de Bittencourt e Paulo Tavares da Costa:

  1. MARIA ROSALINA DE JESUS, nascida aos 24 de março de 1836 e foi batizada aos 2 de abril do mesmo ano na Fazenda Patos (Caicó-RN). Foram padrinhos Manoel Baptista de Araújo e sua esposa Joaquina Francisca de Jesus (avós maternos). Ela se casou com Paulino Freire de Araújo, filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé. Ela veio a falecer em decorrência de uma inflamação uterina aos 24 de novembro de 1909 em Patos-PB.
  2. ANTÔNIA ROSALINA DE BITANCOURT, nascida aos 18 de abril de 1837 e foi batizada aos 9 de maio do mesmo ano em Caicó-PB. Foram padrinhos João Baptista de Araújo, solteiro, e Josefa Rodrigues, viúva. Ela se casou com José Ribeiro de Araújo. Ela faleceu no dia 29 de setembro de 1932, em Várzea-PB.
  3. PAULA MARIA DO SACRAMENTO, nascida aos 24 de agosto de 1838 e foi batizada aos 28 de outubro do mesmo ano na capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Baptista de Araújo Júnior e Tereza Francelina do Amor Divino. Ela se casou com Antônio do Carmo de Maria, filho de Damázio Freire de Araújo e de Maria José do Carmo.
  4. PEDRO PAULO DA COSTA (FILHO) (Capítulo IV – Os Bisavós).
  5. JOSÉ SOARES DA COSTA, nascido aos 17 de julho de 1841 e foi batizado aos 24 de setembro de 1841 na capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Antônio Tavares da Costa e Sebastiana Rodrigues da Silva. Ele se casou com Jovina Maria da Conceição, filha de Francisco Tavares da Costa e de Josefa Maria de Medeiros no dia 28 de junho de 1862, em Jardim do Seridó-RN.
  6. JOAQUINA ROSALINA DE MARIA, nasceu aos 20 de agosto de 1842 e foi batizada na Fazenda Poço da Pedra, aos 4 de outubro do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Tavares da Costa (provavelmente avô paterno) e Innocencia Maria da Fé. Ela se casou com José Quirino de Maria (natural de Santa Luzia-PB), filho de Damásio Freire de Araújo e de Maria José do Carmo, no dia 25 de novembro de 1864, em Jardim do Seridó-RN. Ela veio a falecer aos 6 de setembro de 1932 em Desterro, Jardim do Seridó-RN.
  7. JOSEFA ROSALINA DE MARIA que se casou com Manoel Fernandes de Maria, filho de Carlos Tavares da Costa e de Paula Ursulina da Fonseca, aos 23 de janeiro de 1866, na Fazenda Desterro (Jardim do Seridó-RN).
  8. LAURENTINO LEOPOLDINO DA COSTA nasceu aos 9 de novembro de 1846 e foi batizado aos 11 de janeiro de 1847 no Sítio Varzeas, que se localizava na época na freguesia de Patos. Foram padrinhos Victor Tavares da Costa, casado e Antonia Rozalina dos Santos, solteira. Ele se casou com Maria Benigna de Medeiros, filha de João José de Araújo e de Benigna Maria da Conceição em 25 de outubro de 1888 no sítio Desterro (Jardim do Seridó-RN).
  9. ELISEU GENUÍNO DA COSTA nasceu aos 30 de abril de 1848 e foi batizado aos 21 de maio do mesmo ano no sítio Varzeas, freguezia dos Patos, atual município de Varzeas-PB. Foram padrinhos José do Valle Baptista e sua mulher Balbina Honeria. Ele se casou com Isabel Maria de Jesus, filha de Carlos Tavares da Costa e de Paula Ursulina da Fonseca, aos 2 de dezembro de 1871 em Jardim do Seridó-RN.
  10. THEREZA ROSALINA DE BITANCOURT nasceu aos 11 de novembro de 1853 e foi batizada na Capela de Santa Luzia-PB aos 28 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Domingos Alves Gameiro e sua mulher Maria Jovina da Nobrega. Ela se casou com Manoel Maria de Lucena, filho de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina dos Prazeres aos 20 de outubro de 1873, na Fazenda Desterro (Jardim do Serido-RN).
  11. PEDRO, nasceu aos 26 de novembro de 1855 e foi batizado na Fazenda Desterro (Jardim do Seridó-RN) aos 26 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Paulino Freire de Araújo e sua mulher Maria Roza de Jesus.
  12. ALEXANDRE FERNANDES DA COSTA, nasceu por volta de 1856. Foi casado com Luisa Rosalina de Figueiredo, filha de Justiniano Dias de Araújo e de Rosalina Joaquina de Figueiredo. Ele faleceu aos 14 de setembro de 1900 em Santa Luzia-PB.
  13. AMARO LEOPOLDINO DA COSTA, nascido aos 12 de junho de 1857 e foi batizado no dia 5 de julho do mesmo ano na capela de Santa Luzia. Foram padrinhos Manoel Maximiano da Nobrega e sua mulher Gertrudes Cristina da Nobrega. Ele se casou com Amélia Maria da Conceição, filha de Antonio do Carmo de Maria e de Paula Maria do Sacramento, aos 20 de maio de 1880 no Sitio Desterro, em Jardim do Seridó-RN.
  14. MANOEL FERNANDES DA COSTA, nascido por volta de 1858. Foi casado com Rosalina Maria da Anunciação, filha de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina dos Prazeres, aos 9 de novembro de 1870, no Sítio Maravilha, em Caicó-RN. Ele faleceu aos 2 de maio de 1938 em Itabaiana-PB.
  15. MARIA OLINDINA DO AMOR DIVINO, nascida aos 5 de fevereiro de 1860 e batizada aos 10 de junho de 1860 em Caicó-RN. Ela se casou com João Baptista de Araújo, filho de João Baptista do Amparo de Maria e de Isabel Maria de Jesus, aos 20 de novembro de 1883, no Sítio Desterro (Jardim do Seridó-RN).
  16. ISABEL LEOPOLDINA DE BITTENCOURT, nascida aos 2 de janeiro de 1863 e foi batizada na igreja Matriz de Santa Luzia-PB aos 30 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Januario Alves da Nobrega e sua mulher Theodora de Araújo da Nobrega.
  17. ROSA MARIA DA CONCEIÇÃO, nascida aos 8 de dezembro de 1864 e foi batizada na Matriz de Santa Luzia-PB aos 16 de abril de 1865. Foram padrinhos Justino Alvaes da Nobrega e sua mulher Maria Joaquina do Sacramento (moradores em Santa Luzia-PB). Ela se casou com Francisco das Chagas de Lucena, filho de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina dos Prazeres, aos 29 de setembro de 1887 no sítio Desterro (Jardim do Seridó-RN).
  18. PAULINO TAVARES DA COSTA, nascido aos 6 de abril de 1867 e foi batizado no oratório do Maracujá da freguesia de Caicó-RN, aos 26 de maio do mesmo ano. Foram padrinhos Joaquim José de Lucena e sua mulher Maria Joaquina dos Prazeres. Ele se casou com Josefa Justiniana de Figueiredo, filha de Justiniano Dias de Araújo e de Rosalina Justiniana das Dores aos 30 de setembro de 1889 no sítio Tembauba (Jardim do Seridó-RN). Ele veio a falecer em 10 de junho de 1959, em Ouro Branco-RN.
  19. JOÃO FERNANDES DA COSTA que se casou com Maria Magdalena de Jesus, filha de João Baptista do Amparo e de Izabel Maria de Jesus, aos 18 de fevereiro de 1873 em Caicó-RN.
  20. ANTÔNIO FERNANDES DA COSTA, que se casou Honorina Maria de Lucena, filha de Joaquim José de Lucena e de Maria Joaquina do Carmo, aos 26 de julho de 1875 no sítio Maracujá, em Caicó-RN.

Capítulo VI – Os Tetravós

Cosme Gomes de Oliveira e Thereza Maria de Jesus

Cosme Gomes de Oliveira nasceu por volta de 1745 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Segundo o livro “Pelos Caminhos da Família Macedo” do autor Eliton Medeiros, ele seria filho de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Valcácer.

Cosme se casou Thereza Maria de Jesus, filha do português Caetano José Coelho e de Maria Thereza de Jesus. O casamento deve ter ocorrido entre os anos de 1775 e 1787 em Caicó-RN. Infelizmente, os livros de matrimônio da dita freguesia anteriores à 1788 já não existem ou não foram encontrados.

Segundo o mesmo livro de Eliton Medeiros, Cosme veio a falecer de esquinancia, aos 30 de janeiro de 1840, sendo sepultado na Igreja Matriz de Caicó-RN. No seu registro49 de sepultamento, pode-se ler:

A trinta de Janeiro de mil oito centos e quarenta foi sepultado nesta Matriz do Seridó o cadaver de COSME GOMES DE OLIVEIRA, casado com THÊREZA MARIA DE JESUS, morador que era nesta Freguezia, falecido de esquinancia, com os Sacramentos na idade de noventa e cinco annos; foi involto em habito branco e encomendado por mim; de que para constar fiz este assento, que assigno. Manoel José Fernandes, ? Vigro, do Seridó

Foram filhos de Thereza Maria de Jesus e de Cosme Gomes de Oliveira:

  1. LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO, nasceu por volta de 1787 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com João de Souto Quaresma, filho de Manoel de Souto Quaresma e de Antônia Maria da Conceição, aos 5 de setembro de 1802 na igreja matriz de Caicó-RN.
  2. IZABEL ALVARES DA ASSUNÇÃO, nasceu por volta de 1790 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com Antônio de Souto Quaresma, filho de Manoel de Souto Quaresma e de Antônia Maria da Conceição, aos 16 de setembro de 1806 no sítio Riacho de Fora, situado na freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Izabel veio a falecer aos 7 de novembro de 1814 em Caicó-RN.
  3. MARIA DE JESUS MADALENA, nasceu por volta de 1798 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com Raimundo José Freire, filho de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Valcácer aos 26 de novembro de 1814 na igreja Matriz de Caicó-RN.
  4. THEREZA ALVARES DA ASSUNÇÃO, nasceu por volta de 1800 e natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com Francisco Xavier dos Santos, filho de Raimundo José Freire (cunhado de Anna através de sua irmã Maria de Jesus de Madalena) e de Ana Maria de Carvalho. O casamento ocorreu na igreja matriz de Caicó-RN aos 27 de novembro de 1815.
  5. MARIA BENTA DO NASCIMENTO, nasceu por volta de 1801 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com José Vicente Ferreira, filho de José Vicente Ferrera e de Rosa Maria, aos 3 de junho de 1819 na fazenda Riacho de Fora, pertencente à época à freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN.
  6. JOSÉ TIMÓTEO DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1802 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele se casou com Isabel Maria de Jesus, filha de Antônio Pereira Camelo e de Apolônia Maria de Jesus aos 13 de agosto de 1820 na igreja matriz de Sant’Anna de Caicó-RN.
  7. ANNA FRANCISCA DO SACRAMENTO, nasceu por volta de 1803 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ela se casou com João Raimundo, filho de Raimundo José Freire (cunhado de Anna através de sua irmã Maria de Jesus de Madalena) e de Ana Maria de Carvalho aos 8 de setembro de 1820 na igreja matriz de Caicó-RN.
  8. COSME GOMES DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1805 e era natural da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele se casou com Thereza de Jesus Maria, filha de Manoel de Souto Quaresma e de Maria da Conceição aos 8 de janeiro de 1821 na fazenda do Cordeiro, Caicó-RN.
  9. CAETANO GOMES DE OLIVEIRA (Capítulo V – Os Trisavós).

Alexandre Renovato de Sá e Josefa Maria do Nascimento

Alexandre Renovato Garcia era filho Antônio Renovato de Sá Barroso e de Francisca Lins (ou Xavier). Ele se casou com Josefa Maria do Nascimento, filha de Vicente Ferreira de Mello e Vicência Lins. No registro50 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte seis dias do mez de Novembro de mil oito centos e sette annos na Fazenda do Saquinho desta Freguezia, pelas nove horas do dia, feitas as denunciações sem impemento, procedendo confissão, comunhão […] da Doutrina Christan […] a dispença do parentesco de sanguinidade o Padre Manoel Teixeira da Fonsêca de minha licença ajuntou em matrimmonio e deu as bençãos nupciais A ALEXANDRE RENOVATO DE SÁ e JOSEFA MARIA DO NASCIMENTO, ambos naturaes e moradôres nesta Freguezia, elle filho legitimo de ANTONIO RENOVATO DE SÁ BARROZO, já defuncto, e de FRANCISCA LINS; ella filha legitima de VICENTE FERREIRA DE MELLO e de VICENCIA LINS, já defunctos; Sendo presentes as testemunhas Francisco Freire de Medeiros, solteiro, e Ignacio Ferreira Bitencourt, moradôres desta Freguezia […] com o deste Padre […] que me fez […] daqui dou Fé e para constar fiz o presente que assigno. Francisco Brito Guerra, Paroco do Siridó.”

Josefa veio a falecer antes de 1842, pois seu marido teria contraído núpcias com outra mulher no dito ano. Entretanto, o registro de óbito não foi encontrado.

Foram filhos de Josefa Maria do Nascimento e de Alexandre Renovato de Sá:

  1. VICÊNCIA MARIA DE SAM PEDRO (Quarta Geração – Página 174).
  2. JOÃO nasceu aos 18 de março de 1814 e foi batizado no dia 12 de abril do mesmo ano na Capela do Acari, em Acari-RN. Foram padrinhos Manoel Rodrigues da Cruz e Maria Rosa do Nascimento.
  3. MANOEL GARCIA DO NASCIMENTO se casou com Maria Francisca de Jesus, filha de Francisco dos Santos Lima e de Maria Joaquina de Vasconcellos, aos 25 de julho de 1836 em Acari-RN.
  4. JOSÉ nasceu aos 2 de junho de 1815 e foi batizado na capela do Acari, em Acari-RN, aos 6 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Antônio Pessoa e Maria do Nascimento, solteiros.
  5. ADRIANA ROSALINA DO AMOR DIVINO nasceu aos 18 de julho de 1816 e foi batizada aos 27 de outubro do mesmo ano. Foram padrinhos Vicente Rodrigues da Cruz e Maria José de Medeiros. Ela se casou com Amador Francisco dos Santos, filho de Amador Francisco dos Santos e Antônia Maria da Conceição, aos 9 de maio de 1834 na fazenda Trapiá, Caicó-RN.
  6. ANA HONORATA DOS SANTOS nasceu aos 5 de junho de 1818 e foi batizada na Capela do Acari, em Acari-RN, aos 5 de julho do mesmo ano. Foram padrinhos Antônio Pereira de Araújo e Theodora Maria. Ela se casou com Francisco dos Santos Lima, filho de Francisco dos Santos Lime e de Maria Joaquina de Vasconcellos, aos 2 de dezembro de 1837 em Acari-RN.
  7. JOÃO GARCIA ROLIM nasceu aos 24 de junho de 1819 e foi batizado na Capela do Acari, em Acari-RN, aos 12 de setembro do mesmo ano. Foram padrinhos José Thomas de Araújo e Josefa Maria da Encarnação, viúva. Ele se casou primeiramente com Anna Maria de Jesus e em seguida com Maria Magdalena da Conceição, filha de Caetano Baptista dos Santos e Guilhermina Umbelina de Araújo, aos 26 de setembro de 1850 em Acari-RN.
  8. THEREZA MARIA DE JESUS que se casou com Damião Soares de Mello, aos 14 de outubro de 1841 no sítio Bico da Arara, em Acari-RN.
  9. MARIA JOSÉ DE SANTANA, nasceu aos 14 de abril de 1821 e foi batizada no dia 1 de julho do mesmo ano na Fazenda Carapatira, em Acari-RN. Foram padrinhos Francisco Corrêa Silva e sua mulher Maria do Carmo Vasconcellos. Ela se casou com Simplício José Ribeiro, filho de Alexandre Rodrigues da Cruz e Rita Maria da Conceição, aos 22 de setembro de 1836, no sítio Bico da Arara, Acari-RN.
  10. ANTÔNIO FRANKLIN DO AMOR DIVINO, nasceu aos 14 de abril de 1822 e foi batizado aos 4 de junho do mesmo ano. Foram padrinhos Bartholomeu da Costa Pereira Corrêa da Silva e sua mulher Maria do Nascimento. Ele se casou com Francisca Luiza do Carmo, filha de Miguel Soares de Mello e Eugenia Maria da Conceição, aos 21 de fevereiro de 1868 em Santa Cruz-RN.
  11. GUILHERMINA nasceu aos 13 de fevereiro de 1826 e foi batizada aos 23 de abril do mesmo ano no Oratório de São João. Foram padrinhos Antônio Corrêa da Silva e Maria Vieira do Sacramento, casados.
  12. ALEXANDRE nasceu aos 15 de novembro de 1828 e foi batizado aos 6 de janeiro de 1829 na Capela da Conceição (Jardim do Seridó-RN). Foram padrinhos Francisco Freire de Medeiros e Maria Joaquina casados.
  13. FRANCISCO LINS DE VASCONCELLOS nasceu aos 16 de abril de 1830 e foi batizado na capela do Acari (Acari-RN) aos 13 de maio do mesmo ano. Não constam padrinhos nesse registro. Ele se casou com Perpétua Thereza de Jesus.
  14. FELIX nasceu aos 18 de dezembro de 1832 e foi batizado no dia 31 do mesmo mês e ano na Capela do Acari, em Acari-RN. Foram padrinhos Antônio da Costa Vieira e Anna Francisca, pelos procuradores Francisco Freire de Medeiros e sua mulher Maria Joaquina.
  15. JOANA DO NASCIMENTO PESSOA.

Após o falecimento da esposa, Alexandre se casou com Joanna Maria de Castro, nascida por volta de 1826, filha de João Soares de Mello e de Joanna Barboza da Conceição, com quem teve alguns filhos. O casamento ocorreu aos 5 de novembro de 1842 no sítio Bico de Arara, no Acari-RN. No registro51 de casamento, pode-se ler:

“Aos cinco de Novembro de mil oitocentos e quarenta e dous pelas nove horas da manha no Sitio denominado Bico d’Arara desta Freguezia do Seridó procedeuse despensa de parentesco de sanguinidade sem impedimentos uniuse em matrimonio e dei as benções nupciais aos meus Parochianos ALEXANDRE RENOVATO DA SILVA e JOANNA MARIA DE CASTRO. Ele vivo que ficou por falecimento de JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO e ella filha legitima de JOÃO SOARES DE MELLO e JOANNA BARBOZA DA CONCEIÇÃO; forão testemunhas Cosme Leandro Mello e Pedro Notasco de Mello que com migo assinarão o assento pelo qual li mandei fazer este que assino. O Vigro Thomás Pereira de Araújo.”

Alexandre Renovato de Sá veio a falecer aos 5 de dezembro de 1870 em Acari-RN. No seu registro52 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos cinco de Dezembro de mil oito centos e setenta, falleceu nesta Freguesia ALEXANDRE RENOVATO DA SILVA, com setenta annos, casado que foi com JOANNA MARIA DE CASTRO, deulhe habito branco, foi sepultado no Cemitério do Gericó nesta Freguezia sendo por mim encommendado; do que para constar fiz este assento que assingo. Vigario Antonio Rafael Gomes de Mello.”

A idade na qual faleceu não corresponde à realidade, pois Alexandre já era casado com sua primeira esposa em 1807.

Foram filhos de Joanna Maria de Castro e de Alexandre Renovato de Sá:

  1. ANTÔNIO FRANKLIN DO AMOR DIVINO, nasceu aos 6 de janeiro de 1844 e foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 7 de abril do dito ano. Foram padrinhos José Martins de Medeiros e Constância Maria do Nascimento. Ele se casou com Francisca Luiza do Carmo, filha de Miguel Soares de Mello e de Eugênia Maria da Conceição aos 21 de fevereiro de 1868 em Santa Cruz-RN.
  2. SENHORINHA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu aos 5 de outubro de 1848 e foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 10 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos José Vicente Francisco e Tereza Francisca de Jesus. Ela se casou com Estevão Ferreira da Silva, filho de João Ferreira da Luz e Maria da Penha da Conceição, aos 15 de fevereiro de 1863 em Acari-RN.
  3. JOSÉ, nasceu aos 27 de março de 1849 e foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 20 de julho do mesmo ano. Foram padrinhos José Alexandre de Mello e Maria Leocadia da Conceição.
  4. CESÁRA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu por volta de 1851. Ela se casou com Pedro Soares de Mello, filho de João Soares de Mello e Joanna Barboza da Conceição, aos 2 de maio de 1867 em Acari-RN.

Nicácio Freire de Araújo e Ignácia Maria da Fé

Nicácio nasceu pelo fim do século XVIII. O local preciso do nascimento ainda está por ser revelado. Ele era filho do português Estevão Dias de Araújo e de Apolônia Gomes Freire do Sacramento.

Ele se casou com Ignácia Maria da Fé, nascida por volta de 1802, filha de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. Segundo Olavo de Medeiros Filho em seu livro “Velhas Famílias do Seridó”, o casal foi proprietário da fazenda Várzea, em Santa Luzia-PB. Nicácio se casou com Ignácia Maria da Fé, nascida por volta de 1802, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.

Nicácio e Ignácia foram donos de muitas terras no Seridó. Em um dos livros de registros de títulos de propriedade dos anos de 1855 & 1856 da Freguesia de Nossa Senhora da Guia de Patos-PB53, pode-se ler:

Nº440
Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, 25 mil réis em terras da Data Olho d´Água dos Campos, entre as Serras da Mandioca e Cozinha. Confina meia légua da parte do nascente em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com as Cabeceiras, ao sul com a mesma Data, ao nascente coma Cozinha e ao poente com a mesma Data. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)

Nº441
Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, uma parte de terras no Sítio trincheira, Data dos Oliveiras, em comum com mais herdeiros, confina ao norte coma Carnaúba, ao sul com Pedra Branca, e ao nascente com o Papagaio e ao poente coma Cruz das Almas, tudo na mesma Data. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)

Nº442
Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, uma parte de terra na Data de sobra de São Mamede, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Tapera, ao sul com os Oliveiras e ao nascente com São Mamede e ao poente com os Oliveiras. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)

Nº443
Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, 4 partes de terra no Sítio Várzeas na Data do Quixeré, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com o Cordeiro da mesma Data, ao sul com a Tubiba e ao nascente com o Olho d´Água Grande, e ao poente com a Cozinha. Vila de Patos, 18/05/1856. (…)

Nº444
Nicácio Freire de Araújo e Inácia Maria da Fé possuímos nesta freguesia de Patos, 3 partes de terra no Sítio Tamanduá Data Olho d´Água, em comum com mais herdeiros, confinando ao norte com a Data do Espírito Santo, ao sul com Cacimba da Velha da mesma Data, e ao nascente com Santo Antônio da mesma data, ao poente com as Várzeas. (…) Vila de Patos 20/05/1856. (…)

Nicácio faleceu após o mês de maio de 1856 por decorrência de cólera (cólera-morbus), com pelo menos 68 anos de idade. Fato interessante é que no cemitério da cidade de Várzea-PB (onde Nicácio e sua família habitavam), em 2007, foi rebatizado via decreto municipal como Cemitério Nicácio Freire de Araújo, em homenagem a todas as vítimas de cólera, doença que assolou a região de 1854 à 1864. Em um fragmento54 disponível no site da prefeitura de Varzea, pode-se ler:

“(…) No ano de 1856, houve uma epidemia chamada de Cólera Morbus, doença que matava o ser humano em menos de 24 horas após a infecção. No Município de Várzea a doença contagiou, entre outros o senhor Nicácio Freire de Araújo acometido pela doença e a família amedrontada após a sua morte, negou-se a transporta-lo para Santa Luzia, enterrando-o no mato, cujo local em 1858 foi cercado para a construção de um cemitério onde hoje chamamos de CEMITÉRIO VELHO em memória das Almas Abandonadas, onde surgiu o povoamento da cidade. A última pessoa a ser sepultada no cemitério foi o senhor Antônio Temiliano no ano de 1911. Desde então, o cemitério é um local de veneração pelas pessoas em sinal de fé, reverenciando e expressando sua piedade cristã. Existe um projeto para criação de uma igreja ao lado do cemitério, mas por motivos por mim desconhecido o projeto parou. Antigos moradores de Várzea contam que neste local existe um corpo santo, muitos devotos conseguiram alcançar milagres. (…)”

Já Ignácia Maria faleceu em 24 de fevereiro de 1882 em Santa Luzia-PB, com idade de 80 anos. No registro55 pode-se ler:

“Aos vinte e quatro de fevereiro de mil oitocentos oitenta e dous, no Cemitério próximo d’esta Matriz, sepultou-se em habito preto, a adulta IGNÁCIA MARIA DA FÉ, viúva, morreu de rheumatismo, na idade de oitenta annos, e foi encomendada. E para constar, mandei fazer este assento, em que me assigno. O Vigr.° Encarregado Jovino da Costa Martins.”

Foram filhos de Ignácia Maria da Fé e Nicácio Freire de Araújo:

  1. AMANCIO FREIRE DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1811 e era natural da freguesia de Patos-PB. Ele se casou com Maria Benta de Medeiros, filha de Francisco Tavares da Costa e de Maria José de Medeiros, aos 19 de fevereiro de 1833 na Fazenda Desterro, atual município de Ouro Branco-RN. O casal habitou no lugar Várzea (Santa Luzia-PB). Sua esposa morreu antes de 1867, pois consta que foi padrinho de um dos filhos do irmão Serafim Dias de Araújo e já era viúvo nesta data. Amancio por sua vez morreu aos 10 de janeiro de 1900, em Várzea-PB.
  2. FRANCISCO FREIRE DE ARAÚJO (Capítulo V – Os Trisavós).
  3. MARIA DE JESUS, nasceu por volta de 1818. Ela veio a falecer com 80 anos aos 24 de julho de 1898 Santa Luzia-PB. Consta que era solteira na data de sua morte.
  4. MANOEL FREIRE DE ARAÚJO (Capítulo V – Os Trisavós).
  5. LUIZA RODRIGUEZ DE FIGUEIREDO, nasceu por volta de 1826. Ela se casou com Antônio Baptista de Figueiredo, filho de João Bento de Figueiredo e de Luiza Rodrigues da Silva. Ela veio a falecer aos 19 de abril de 1899 em Patos-PB, com 73 anos de idade.
  6. SERAFIM DIAS DE ARAÚJO (Capítulo IV – Os Bisavós).
  7. JOÃO MANOEL DE ARAÚJO COSTA, que se casou com Rosa Benvinda de Figueiredo, filha de João Bento de Figueiredo e de Luiza Rodrigues da Silva.
  8. PAULINO FREIRE DE ARAÚJO, que se casou com Maria Rosalina de Bittencourt, filha de Paulo Tavares da Costa e de Anna Joaquina de Bittencourt. Ele veio a falecer aos 20 de agosto de 1924, em Riacho da Roça, São José de Espinharas-PB.
  9. JOSÉ FREIRE (RIBEIRO) DE ARAÚJO, que se casou com Sebastiana Rodrigues da Silva.
  10. ANTÔNIO FREIRE DE ARAÚJO, possível irmão solteiro de Manoel. Em 1843, foi padrinho no batismo de João, filho de Manoel Freire de Araújo.

Francisco Tavares da Costa e Maria José de Medeiros

Francisco Tavares da Costa era filho de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva. Ele se casou primeiramente com Maria José de Medeiros, filha de Manoel de Araújo Pereira e de Francisca Maria de Medeiros. Francisco e Maria moraram na fazenda Várzea (Santa Luzia-PB).

O casamento entre Francisco Tavares da Costa e Maria José de Medeiros ocorreu em 25 de agosto de 1813 em Caicó-RN. No registro56 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e cinco dias do mez de agosto de mil oito centos e treze pelas nove horas da manhan na Fazenda São Pedro desta Freguezia, tendo sido corridos os banhos sem impedimento, obtida dispensa de sanguinidade, satisfeitas as saudáveis penitencias, confissão, Comunhão, e exame de Doutrina Christan, o Padre André Vieira de Medeiros de minha licença ajuntou em Matrimonio, e deo as bênçãos nupciaes aos contrahentes FRANCISCO TAVARES DA COSTA, natural, e morador na Freguezia dos Patos, e MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, natural, e moradora nesta do Siridó; elle filho legitimo de MANOEL TAVARES DA COSTA, e de JOZEFA RODRIGUES DA SILVA, e ella filha legitima de MANOEL D’ARAÚJO PEREIRA, e de FRANCISCA MARIA JOSÉ; sendo prezentes por testemunhas, que com o dito Padre se assignarão no assento, que me foi remettido José Ferreira da Nobrega, e Sebastião José de Medeiros, que reconheço. E para constar fiz o prezente, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra”

Maria José de Medeiros já era falecida no ano de 1831, como foi informado no registro de casamento da filha Clara.

Foram filhos de Maria José de Medeiros e Francisco Tavares da Costa:

  1. CLARA TAVARES DA COSTA, nasceu por volta de 1815 na freguesia de Caicó-RN. Ela se casou com Guilherme José de Souto, filho de João de Souto Quaresma e de Luzia Francisca do Sacramento, aos 8 de novembro de 1831 na fazenda Desterro, pertencente à época a freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. O casal habitou o lugar Papagayo, em Santa Luzia-PB. Ela teria falecido aos 24 de março de 1875 em Santa Luzia-PB (registro à encontrar).
  2. MARIA BENTA DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1817 na freguesia de Caicó-RN. ela se casou com Amâncio Freire de Araújo, filho de Nicácio Freire de Araújo e de Ignácia Maria da Fé, aos 19 de fevereiro de 1833 na fazenda Desterro, freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. O casal habitou o lugar Várzea, em Santa Luzia-PB.
  3. RUFINA MARIA DE JESUS (Capítulo V – Os Trisavós).
  4. FRANCISCO MARIANO DA COSTA foi casado com Thereza Maria de Jesus.

Francisco Tavares da Costa e Josefa Maria de Medeiros

Após o falecimento de sua primeira esposa, Maria José de Medeiros, Francisco Tavares da Costa se casou por uma segunda vez, dessa vez com Josefa Maria de Medeiros (ou Maria da Conceição ou Araújo Nobrega), nascida aos 12 de novembro de 1805 e batizada na Capela do Acari, atual município de Acari-RN, aos 30 do mesmo mês e ano. Ela era filha de Manoel de Araújo Pereira e de Francisca Maria de Medeiros, portanto, Josefa era irmã da primeira esposa de Francisco Tavares da Costa. No seu registro de batismo57, pode-se ler:

JOSEFA, filha legitima de MANOEL DE ARAÚJO PEREIRA e de FRANCISCA MARIA DE MEDEIROS, ambos naturaes desta Freguezia, nasceo aos 12 de novembro de mil oitocentos e cinco e foi batizada ao trinta do mesmo mes e anno na Capella do Acari pelo Padre Manoel Fernandes (?) santos oleos. Foram padrinhos Jozé (?) da Costa e (?) Maria de Moraes. Do que para constar mandei fazer este asento que asigno. O Vgro. Francisco de Brito Guerra

Francisco e Josefa ainda eram vivos no ano de 1862, quando foram padrinhos de batismo do neto, José, filho de José Fernandes da Costa e Maria Clementina da Silva em 8 de dezembro de 1862.

Foram filhos de Josefa Maria de Medeiros e Francisco Tavares da Costa:

  1. HONORATA, nasceu aos 29 de abril de 1826 e foi batizada aos 14 de maio do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José de Araújo Pereira e Joanna Maria de Medeiros. Ela se casou com José Timóteo Cavalcanti de Albuquerque, filho de José Timóteo Cavalcanti de Albuquerque e de Maria José da Piedade.
  2. AMARO TAVARES DA COSTA, nasceu aos 19 de janeiro de 1828 e foi batizado aos 9 de março do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foi padrinho o Reverendo Antonio Dantas Corrêa de Goiz por procurador Manoel Garcia de Medeiros. Ele se casou com Clemência do Sacramento, nascida em 1830, filha de Cosme Vieira da Silva e Josefa Vieira do Sacramento. O casal morou em Patos, na fazenda Lagoa.
  3. MANOEL JORGE DA COSTA nasceu aos 25 de setembro de 1830 e foi batizado na Capela de Santa Luzia-PB aos 10 de novembro do mesmo ano. Foram padrinhos Paulo Tavares da Costa, solteiro e Francisca Maria de Medeiros, casada. Ele se casou com Luzia Joaquina de Jesus.
  4. PASTORINHA TAVARES DA COSTA nasceu aos 4 de março de 1832 e foi batizada no Sítio das Virgens (Santa Luzia-PB) aos 19 de agosto do mesmo ano. Foram padrinhos Cosme Vieira da Silva e sua mulher Josefa Vieira do Sacramento. Ela foi casada com Antônio Jeronimo de Oliveira, filho de Caetano de Oliveira e de Vicência do Amaral. O casal morou em Patos-PB.
  5. CLAUDIANO TAVARES DA COSTA nasceu aos 8 de janeiro de 1834 e foi batizado aos 9 de março do mesmo ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos João Felippe de Paiva e Anna de Paiva Silva. Ele se casou com Severina Vitor da Costa, filha de Victor Tavares da Costa e de Emerenciana Dias de Araújo.
  6. ANTÔNIO DE ARAÚJO (TAVARES) COSTA, nasceu aos 24 de julho de 1835 e foi batizado aos 27 de setembro do mesmo ano no Sitio Desterro, atual cidade de Jardim do Seridó-RN. Foram padrinhos o Padre Luiz Teixeira da Fonseca e Anna Tereza de Jesus. Ele se casou com Celisdônia da Costa Neves, filha de Manoel Gomes dos Santos e de Maria Alves Ferreira.
  7. JOSÉ FERNANDES (TAVARES) DA COSTA (Capítulo IV – Os Bisavós).
  8. ANDRÉ CORCINO DA COSTA, nasceu aos 30 de novembro de 1839 e foi batizado na Capela de Santa Luzia-PB aos 26 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Antônio de Araújo Pereira e Anna Rosalina de Bitencourt. Ele foi casado com Emerenciana Tavares da Costa, filha de Victor Tavres da Costa. O casal motou em Várzea-PB.
  9. MARIA JUSTINA TAVARES DA COSTA (Mariquinha), nasceu aos 13 de setembro de 1841 e foi batizada na Capela de Santa Luzia-PB aos 5 de dezembro do mesmo ano. Foram padrinhos Manoel Tavares da Costa e Tereza Maria da Conceição. Ela se casou com Procópio Vitor Tavares da Costa, filho de Victor Tavares da Costa e Emerenciana Dias de Araújo aos 28 de setembro de 1859, em Santa Luzia-PB.
  10. FELICIANO TAVARES DA COSTA, casado com Maria Madalena da Paz Virgem, filha de João Felippe de Souza e de Joaquina Maria de Jesus.
  11. JOANA TAVARES DA COSTA, nasceu aos 23 de junho de 1843. Ela se casou com Manoel Pio Tavares, filho de Pio Tavares da Costa e de Senhorinha Cardoso de Andrade. O casal morou em Patos-PB.
  12. JOVINA TAVARES DA COSTA, nasceu aos 11 de janeiro de 1845. Ela se casau com José Soares da Costa, filho de Paulo Tavares da Costa e de Anna Rosalina de Bettencourt, aos 28 de junho de 1862, em Jardim do Seridó-RN.
  13. LUZIA BRAZILINA TAVARES DA COSTA, casada com Bartolomeu José de Souto, filho de João de Souto Quaresma e de Luzia Maria do Espírito Santo.

João Bento de Figueiredo e Luiza Rodrigues da Silva

João Bento de Figueiredo era filho de Fernão Correia de Figueiredo e de Luzia Rosa Camelo Pereira.

João se casou com Luiza Rodrigues da Silva, filha de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. O casal foi proprietário da Fazenda Papagaio, situada entre os municípios de Patos-PB e São Mamede-PB. Os descendentes do casal permaneceram na fazenda ao longo das gerações, e até hoje muitos continuam vivendo lá. A casa antiga ainda está de pé, próxima ao Sítio Riacho do Meio, onde nasceu Salviano Canuto de Oliveira, filho de Maria Eulina de Figueiredo.

Foram filhos de Luiza Rodrigues da Silva e João Bento de Figueiredo:


Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva

Manoel nasceu por volta de 1743. Ele era filho de José Tavares da Costa e Joana Baptista de Araújo. Ele se casou com Josefa Rodrigues da Silva, nascida por volta de 1769 em Goiana-PE58, o casal habitou primeiramente na Fazenda Desterro, atual município de Ouro Branco, Rio Grande do Norte.

Ele faleceu em 26 de novembro de 1829 em Caicó-RN com aproximadamente 86 anos de idade. No seu registro59 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e seis de novembro de mil oitocentos vinte e nove, na Fazenda Desterro desta Freguezia, falecêo com os Sacramentos, de molestia de languidez na idade de oitenta e seis annos MANOEL TAVARES DA COSTA, cazado com JOZEFA RODRIGUES DA SILVA; seu cadaver involto em branco foi incommendado solemnemente por mim, que para constar fiz este assento, e assigno, sepuldado nesta Matriz do Seridó. O Vigr.º Francisco de Britto Guerra.”

Assinatura de Manoel Tavares da Costa

Manoel teve seu inventário feito no ano seguinte, em 1830. O documento se encontra em Caicó-RN, Caixa 331, 1830 – Inventário – Manoel Tavares da Costa / Josefa Rodrigues da Silva. Através de dados obtidos da obra “Família Tavares: A Descendência do Português José Tavares da Costa”, pôde-se extrair do inventário:

Dinheiro Ouro Prata e Imóveis
Em dinheiro 30$000
2 pares de butoens de lixar de ouro, no valor de 4$900
Um par de brincos de ouro, no valor de 3$280
5 colheres de prata, no valor de 10$000
2 garfos de prata, no valor de 1$700
4 enxadas novas avaliadas em $600 cada um 2$400
3 foices avaliadas em $640 cada uma 1$920
Uma espingarda velha avaliada em 1$280
Uma serra de torar ponta de novilho no valor de $240
Um oratório com 2 imagens no valor de 16$000
8 tábuas de cedro avaliadas cada uma em 1$000 por 8$000

Título de Vacum
28 vacas avaliadas cada uma em 12$000 por 336$000
8 novilhotes avaliados cada um em 8$000 por 64$000

Título de Cavalos
Um cavalo pai de égua novo 20$000
Dois cavalos capados velhos avaliados em 18$000 cada um 36$000
Um cavalo capado novo 20$000

Título de Escravos
Um escravo cabra, casado, de nome Victorino, de idade de quarenta anos, aberto dos peitos 105$000
Uma escrava, nação de Angola, de nome Mariana, de idade de quarenta e seis anos, perfeita de saúde 140$000
Um escravo cabra, de nome José, casado, de idade de quarenta e oito anos, perfeito de saúde 140$000
Uma escrava cabra, de nome Barba, com sessenta anos de idade, doente 40$000
Uma escrava mulata, de nome Maria, com idade de quarenta anos, doente do peito….60$000
Um escrava mulata, e nome Ana, de idade de trinta anos 160$000
Uma escrava mulata, de nome Custódia, de idade de vinte anos, perfeita de saúde 200$000
Uma escrava mulata, de nomes Sabina, de idade de dezoito anos, perfeita de saúde 200$000
Uma escrava cabra, de nome Joana, de idade de quatro anos, perfeita de saúde 80$000
Um escravo a cabra, de nome Vicência, de idade de quatro anos, perfeita de saúde 80$000
Um escravo crioulo, de nome Pedro, de idade de sessenta anos, quebrado das virilhas 20$000
Uma escrava cabra, de nome Izabel, de idade de seis anos 100$000
Um escravo cabra, de nome André, de idade de cinco anos, prefeito de saúde 100$000
Um escravo mulato de nome Prudenciamo, de idade de cinco anos 100$000
Um escravo Criolo, de nome Cosme, de idade de doze anos prefeito de saúde 125$000

Bens de Raiz
Uma casa de taipa no sítio Desterro, coberta com quatro mil telhas, sete portas, oito janelas, três Currais e dois roçados 325$000
Outra casa de taipa no sítio Desterro, coberta com duas mil telhas, quatro portas com fechaduras 40$000
Uma casa de taipa no sítio Lajes, coberta com três mil telhas, sete portas com fechaduras, dois Currais 50$000
Outra casa de taipa no sítio Lages 45$000
Uma casa de taipa, coberta de telhas, no sítio Limoeiro, na Serra do Teixeira 32$000
Uma sorte de terras no sítio Desterro, no lugar Barro vermelho 50$000
Uma sorte de terras de criar no sítio das várzeas 155$000
Uma sorte de terras de criar gado denominado tamanduá 25$000
Outra sorte de terras, nas Lajes, Ribeiro do que pau há 38$000
Outra sorte de terras de criar no sítio do cordeiro 150$000
Um sítio de criar gado na Ribeira do Sabugi, de nome Jatobá 350$000
Um sítio de criar de nome trincheira, Na Ribeira das espinharas 380$000
Um sítio de terras de plantar na Serra do Teixeira, no lugar do Ruzario 30$000
Sítio de Terra de plantar no lugar Limoeiro, na Serra do Teixeira 130$000
Uma parte de terras de plantar na Serra do Teixeira 100$000

Dívidas Ativas
Francisco Tavares da Costa devia ao casal total de 130$840
Ignácio Borges da Costa devia ao casal total de 99$800
Antônio Tavares da Costa de gel casal total de 6$760
Vítor Tavares da Costa devia ao casal o total de 116$000
Pio Monteiro da Silva devia ao casal total de 15$480
José do vale Baptista devia ao casal total de 39$000
José dias de Araújo devia ao casal total de 170$000
Sebastião José Joaquim devia o casal o total de 40$000
João Christino devia o casal total de 14$000
Manoel Simões, da Cacimba da velha, devia ao casal total de 13$000
Manoel Marques, da fazenda Espírito Santo, devia ao casal total de 165$000
Paulo Tavares da Costa devia ao casal o total de 20$000

Já Josefa faleceu em 27 de novembro de 1842 em Caicó-RN com aproximadamente 73 anos de idade, de “moléstia interior”. No seu registro60 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e sette de novembro de mil oito centos e quarenta e dous foi sepuldato nesta Matriz do Seridó a sima das grades o cadaver de JOZEFA RODRIGUES DA SILVA, viuva de MANOEL TAVARES DA COSTA, morador que era nesta Freguesia, falecida com os Sacramentos de molestia interior na idade de sessenta e três annos; foi invôlto em habito branco, e encomendado solenmente por mim, de que para constar fiz este assento, que assigno. Manoel Jozé Fernandes, Vice- Vigr.º do Seridó. ”

Segundo conta Olávo de Medeiros Filho em seu livro, Josefa seria filha natural do senhor do Engenho Ubu, em Goiana-PE, pertencente à família Borges da Fonseca, fato que não pôde ser comprovado.

Foram filhos de Josefa Rodrigues da Silva e Manoel Tavares da Costa:

  1. IGNÁCIO (TAVARES DA COSTA) BORGES DA COSTA que se casou com Francisca, filha de João Tavares da Ressureição e Joana Maria Baptista.
  2. MANOEL TAVARES DA COSTA (2° de seu nome), casado com Antônia Umbelina do Sacramento, filha de Manoel Simões dos Santos e de Joanna Baptista de Santanna.
  3. IGNÁCIA MARIA DA FÉ (Capítulo V – Os Trisavós).
  4. PAULO TAVARES DA COSTA (Capítulo V – Os Trisavós).
  5. JOSÉ TAVARES (BORGES) DA COSTA (José Barrigada).
  6. ANTÔNIO TAVARES DA COSTA SOBRINHO casou primeiramente com Ignácia de Araújo Nobrega, filha de Manoel de Araújo Pereira e de Francisca Maria de Medeiros, e em seguida com sua sobrinha Josefa Maria Freire de Araújo, filha de Damásio Freire de Araújo e Maria do Carmo Tavares da Costa.
  7. FRANCISCO TAVARES DA COSTA (Capítulo V – Os Tetravós).
  8. PIO TAVARES DA COSTA que se casou com Senhorinha Cardoso de Andrade, filha de Manoel Cardoso de Andrade.
  9. VICTOR TAVARES DA COSTA casou primeiramente com Emerenciana Dias de Araújo, filha de João Bento Dias de Araújo e de Andreza Maria da Conceição, e em seguida com Josefa Simões de Araújo, filha de Sebastião Dias de Araújo e Francisca Simões de Araújo.
  10. CARLOS TAVARES DA COSTA que se casou com Paula Bittencourt, filha de Francisco Baptista dos Santos e Joana Diniz de Bittencourt.
  11. SEBASTIANA TAVARES DA COSTA que se casou com José Dias de Araújo Sobrinho, filho de João Bento Dias de Araújo e Andreza Maria da Conceição.
  12. MARIA DO CARMO TAVARES DA COSTA casou com Damázio Freire de Araújo, filho do português Estêvão Dias de Araújo e Apolônia Gomes do Sacramento.
  13. LUIZA RODRIGUES DA SILVA, casada com João Bento de Figueiredo, filho de Fernão Correia de Figueiredo e de Luzia Rosa.
  14. JOSÉ DO VALE BAPTISTA.

Manoel Baptista de Araújo e Joaquina Francisca de Jesus

Manoel Baptista de Araújo foi casado com Joaquina Francisca de Jesus, filha de Antônio Soares Pereira (o Soarão) e Cosma de Freitas Bonfim. Ambos eram naturais da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN.

Sabe-se através do inventário de Anna Joaquina da Purificação, sua irmã, que já era falecida no ano de 1864.

Foram filhos de Joaquina Francisca de Jesus e Manoel Baptista de Araújo:

  1. MANOEL BAPTISTA DE ARAÚJO, nasceu por volta de 1815. Ele foi casado duas vezes. A primeira com Rita Maria da Conceição, filha de José Baptista dos Santos e Josefa Freire de Araújo. O segundo casamento foi com Angela Avelina Bezerra Cavalcante, filha de Joaquim Fernandes de Araújo e Joaquina Alexandrina Bezerra Cavalcante. Ele veio a falecer aos 28 de julho de 1877 em Timbaúba dos Batistas-RN.
  2. JOÃO BAPTISTA DE ARAÚJO, que foi casado com Izabel Maria de Jesus, filha de José Baptista dos Santos e Josefa Freire de Araújo.
  3. ANNA ROSALINA DE BITTENCOURT (Capítulo V – Os Trisavós).
  4. JOAQUIM BAPTISTA DE ARAÚJO, que foi casado com Genoveva Rosa de Aguiar, filha de João Maria Valle e Maria Joaquina de Aguiar.
  5. ELIAS PEREIRA HOMEM, que se casou com Maria Francisca da Conceição.
  6. JOSÉ, nasceu em janeiro de 1830 e foi batizado aos 19 de março do mesmo ano na matriz de Sant’Anna de Caicó-RN. Foram padrinhos Pedro Antônio Gomes Aranha e sua mulher Ignácia Maria.
  7. JOSÉ, nasceu aos 7 de agosto de 1831 e foi batizado na matriz de Sant’Anna de Caicó-RN aos 8 de setembro do mesmo ano. Foram padrinhos José Carlos da Costa e sua mulher Maria Magdalena.
  8. VICÊNCIA JOAQUINA DE JESUS, nascida aos 15 de março de 1834 e foi batizada aos 24 de junho do mesmo ano na Fazenda Machado, em Caicó-RN. Foram padrinhos Joaquim da Silva Saldanha e sua mulher Francisca Joaquim de Jesus.
  9. BONANÇA, nasceu aos 7 de Abril de 1835 e foi batizada aos 20 de outubro do mesmo ano na fazenda Patos, freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Foram padrinhos João Gomes de Faria e sua mulher Joanna Maria da Conceição.
  10. ELIZEU, nasceu aos 6 de janeiro de 1837 e foi batizado aos 26 de março do mesmo ano na igreja matriz de Sant’Anna de Caicó-RN. Foram padrinhos Cosme Damião Fernandes e sua mulher Izabel Maria de Araújo.
  11. THEREZA MARIA DE JESUS, que foi casada com José Alves dos Santos, filho de João Baptista dos Santos e Maria Marcelina da Conceição. Ela veio a falecer aos 24 de março de 1906 em Acari-RN.
  12. MARIA JOAQUINA DE JESUS, nasceu aos 8 de setembro de 1826 e foi batizada aos 1 de outubro do mesmo ano em Caicó-RN. Ela se casou com Bartholomeu Elias de Oliveira Campos.
  13. JOSEFA JOAQUINA DE JESUS, que foi casada com Manoel Francisco.

Capítulo VII – Os Pentavós

Cosme Gomes de Alarcón e Maria da Conceição Valcacer

Cosme seria filho Daniel Gomes de Alarcón, suposto padre espanhol de ascendência judaica, com uma índia de nome e origem desconhecido. Segundo a tradição existente no Seridó, Cosme Gomes de Alarcón chegou à região de Santa Luzia-PB vindo do Engenho Ubu, em Goiana-PE. Infelizmente, essas afirmações ainda não foram comprovadas com documentação ou registros históricos.

O que se sabe ao certo é que ele se casou com Maria de Conceição Freire, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer.

Foram filhos de Maria da Conceição Valcácer e de Cosme Gomes de Alarcón:

  1. COSME GOMES DE OLIVEIRA (Capítulo V – Os Tetravós).
  2. RAIMUNDO JOSÉ FREIRE que se casou primeiramente com Ana Maria de Carvalho, em 27 de novembro de 1789 na fazenda Cordeyro (Patos). Ana era filha de Antônio Barbosa de Lucena e de Margarida Freire de Araújo (2°). Em seguida, ele que se casou com Maria de Jesus Madalena em 26 de novembro de 1814 em Caicó-RN. Margarida era filha de Cosme Gomes de Oliveira e de Teresa Maria de Jesus.
  3. MANOEL GOMES DE ALARCÃO que se casou em 16 de agosto de 1819 em Caicó-RN, com Josefa Jacinta, filha de José de Souza Forte e de Antônia de Souza Forte.
  4. ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, casada com Alexandre Manuel de Medeiros, filha de Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer (2°). O casal habitou na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB.
  5. APOLONIA GOMES DO SACRAMENTO, casada com o português Estevão Dias de Araújo.
  6. FRANCISCA GOMES FREIRE que se casou com Manoel Antônio Ferreira.

🇵🇹 José Camelo Pereira e Margarida Freire de Araújo

José Camelo Pereira era português e nasceu por volta de 1716. Ele foi casado com Margarida Freire de Araújo, nascida por volta de 1735, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Moraes Valcácer. O casal habitou no sítio Riacho de Fora, situado no termo da Villa do Príncipe, atual Caicó-RN

Margarida Freire de Araújo veio a falecer no dia 10 de maio de 1795 em Caicó-RN. No seu registro61 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos honze dias do mez de maio de mil sete centos noventa e sinco annos nesta Matriz se deu sepultura a Margarida Freire de Araújo, cazada que foi com Jozê Camello Pereira e moradores no Riacho de fora falecida aos dez dias do dito mez com Secenta annos pouco mais ou menos só absolvida por já não falar mais e da dor maligna foi emvolta em abito branco de Bertanha e encommendada p. mim Vigário foi sepultada no Corpo da Igreija do Cruzeiro para baixo de ‘que se fez este acento que asignei. Jozê António Caetano de Mesquita. Cura”

O inventário de Maria foi realizado já no ano seguinte, aos 7 de maio de 1796, em Caicó-RN. Segue um resumo do inventário62 feito por Olavo de Medeiros Filho:

Como pode-se verificar, o casal possuía dívidas e o patrimônio de Maria foi quase em sua totalidade destinado ao pagamento das mesmas.

“[…] Para ocorrer ao pagamento das dívidas deixadas, foram sequestrados por ordem judicial, os bens do espólio; inclusive a porção de terra no Riacho de Fora, uma casa de telha, com uma porta (no Riacho de Fora), uma casa de telha na Serra do Teixeira, com uma porta, ‘com uma roda, seu veio de ferro, sem cobre» uma prensa, um tacho velho’ […]”

Já José faleceu em 23 de junho de 1806 na Fazenda do Remédio (Caicó-RN). No seu registro63 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e trêz do mez de junho de mil oitocentos e seis na Fazenda do Remédio desta Freguezia faleoeo da vida prezente Jozê Camello Pereira, de idade de noventa annos, cazado que foi com Margarida Freire, já então defunta; seu corpo foi involto em hábito Franciscano, encomendado por mim, e sepultado aos vinte e quatro do dito mez no Corpo desta Matriz, de que para constar fiz este Assento, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Foram filhos de Margarida Freire de Araújo e José Camelo Pereira:

  1. JOSÉ CAMELO PEREIRA (2°), que se casou com Teresa Maria de Jesus.
  2. MANOEL CAMELO PEREIRA.
  3. JOÃO FERNANDES.
  4. CAETANO CAMELO PEREIRA, que foi casado com Clara Maria dos Reis, filha de Antônio Pais de Bulhões e Anna Araújo Pereira. Ele veio a falecer aos 18 de agosto de 1821 e foi sepultado na Igreja Matriz de Caicó-RN.
  5. FRANCISCO CAMELO PEREIRA, foi casado e já era falecido no ano do processamento do inventário da mãe, em 1796.
  6. MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO (2a), que foi casada com Antônio Barbosa de Lucena. Ela veio a falecer aos 18 de agosto de 1823 na Fazenda Poço da Pedra, em Caicó-RN.
  7. MARIA TEREZA DA CONCEIÇÃO, se casou com Caetano José Coelho. Ela veio a falecer aos 16 de outubro de 1805 em Caicó-RN.
  8. THEREZA MARIA DE JESUS (Capítulo V – Os Tetravós).
  9. ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, que foi casada com Manoel de Souto Quaresma.
  10. EUGÊNIA MARIA DO ESPIRITO SANTO, que se casou com José Barbosa das Neves, filho de Manoel Barbosa das Neves e Teresa Maria de Jesus. O casamento ocorreu aos 10 de abril de 1796 em na Igreja Matriz de Caicó-RN.
  11. ANA MARIA DA CONCEIÇÃO, que foi casada com José Fernandes Freire, filho natural de João Fernandes Freire e Angela Maria do Espirito Santo. O casamento ocorreu aos 30 de junho de 1800 na Igreja Matriz de Caicó-RN.

Antônio Renovato de Sá Barroso e Francisca Lins

Antônio Renovato de Sá Barroso era filho de Antônio Garcia de Sá Barroso e de Ana Lins de Vasconcellos. Ele se casou com Francisca Lins (ou Xavier Vasconcellos), filha do português Francisco Cardoso dos Santos e Theresa Lins de Vasconcellos.

Foram filhos de Francisca Lins e Antônio Renovato de Sá Barroso:

  1. Alexandre Renovato de Sá (Capítulo V – Os Tetravós).

Vicente Ferreira de Mello e Vicência Josefa Lins de Vasconcellos

Vicente Ferreira de Mello era natural de João Pessoa, na época chamada Cidade da Parahyba. Ele era filho do Tenente Antônio José Pessoa e de Josefa Maria do Nascimento.

Ele se casou com Vicência Josefa (Lins) de Vasconcellos, filha de Antônio Garcia de Sá Barrozo e de Anna Lins de Vasconcellos. O casamento ocorreu aos 27 de novembro de 1788 na Capela do Acari-RN. No registro de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e sete do mez de Novembro de mil e sete centos e oitenta e oito annos na Capella do Acary pellas dez Oras do dia feitas as denunciacoens, na cidade da Parahiba e nesta freguezia sem se descobrir impedimento algum, na prezença do Padre Manoel Gomes de Azevedo de licença minha e das testemunhas Cypriano Lopez Galvão e Antonio Renovato de Sá, se cazarão juxt Trid. por palavras de prezente VICENTE FERREIRA DE MELLO, filho legitimo do Tenente ANTONIO JOZE PESSOA e de sua mulher dona JOZEFA MARIA DO NASCIMENTO natural da Cidade da Parahiba e done VICÊNCIA JOZEFA DE VASCONCELLOS filha legitima do Tenente Coronel ANTONIO GARCIA DE SÁ BARROZO e de sua mulher dona ANNA LINS DE VASCONCELLOS, natural desta freguezia e logo receberão as bençons nuptiais na forma do Rito da Santa Madre Igreja de que fiz este asento que assigno.

Jozê Antonio Cartano de Mesquita, Cura”


Manoel de Araújo Pereira e Francisca Maria de Medeiros

Segundo Olavo de Medeiros Filho em sua obra “Velhas Famílias do Seridó”, Manoel de Araújo Pereira foi único filho de Thomaz de Araújo Pereira com uma cigana. Ele se casou com Francisca Maria José, filha de Manoel Álvares da Nobrega e de Maria José de Medeiros. O casal habitou no lugar Cacimba da Velha (Santa Luzia-PB). Manoel foi criado na Fazenda Picos, no Acari-RN, e tinha o apelido de Paraíba.

Foram filhos de Francisca Maria de Medeiros e Manoel de Araújo Pereira:

  1. MANOEL DE ARAÚJO PEREIRA (2°), que se casou com Thereza Maria de Jesus, filha de Manoel Álvares da Nóbrega (2°) e de Maria Leocádia da Conceição (2ª). Manoel faleceu em Quixaba, nos arredores de Santa Luzia-PB, em 11 de março de 1891. O casal residiu na fazenda Navios (Santa Luzia-PB).
  2. MARIA JOSÉ DE MEDEIROS (Capítulo V – Os Tetravós).
  3. JOSEFA MARIA DE MEDEIROS Capítulo V – Os Tetravós).

🇵🇹 José Tavares da Costa e Joana Baptista de Araújo

José era natural do arquipélago dos Açores, mais precisamente na ilha de S. Miguel. Segundo Olavo de Medeiros Filho, ele era de cor avermelhada e de cabelos ruivos, além de ser primo legítimo dos irmãos Rodrigo de Medeiros Rocha e Sebastião de Medeiros Matos, patriarcas da colonização da região do Seridó.

Após algumas pesquisas nos registros paroquiais da Igreja da Conceição da Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores, foi encontrado o registro64 de casamento datado de 15 de julho de 1708, referente à Francisco de Matos da Costa, filho de Rodrigo de Matos e Maria de Fontes, pais de Manoel de Matos, que por sua vez era pai dos irmãos Rodrigo e Sebastião. Nesse registro, informa que a esposa de Francisco era Maria Madalena Tavares do Rego. Portanto, poderiam ser pais de José Tavares da Costa, e desta forma, seria primo de Rodrigo e Sebastião, comprovando assim as afirmações de Olavo de Medeiros Filho sobre o seu parentesco.

“Aos quinze dias do mes de Julho de mil e sete centos e oito annos de tarde neste igreja de S. da Conceição da vila da Ribeira Gde […] Franco de Mattos da Costa, filho de Rodrigo de Mattos já defunto e de sua mulher Maria de Fontes, moradores na Ribeira Seca desta villa na Freguesia do Apostulo S. Pedro donde o dito contraente eh natural e onde foi baptizado […] com Maria Madalena Tavares do Rego, filha natural do Capitão Sargento José Franco Tavares […] freguesia da Maya, e de Thereza de Souza, moradora foi da dita Freguesia de Santa da […]”

Além disso, a partir de outro registro de casamento, datado de 1764, é possível verificar que Francisco José Tavares, filho de um tal José Tavares da Costa e Margarida Rosa, se casou com Maria Francisca, filha de Rodrigo de Matos e Maria Francisca, o tal Rodrigo filho de José de Matos, tio de Rodrigo e Sebastião. O registro informa que esse José Tavares da Costa, pai do noivo, estava ausente, o que geralmente indicava que a pessoa não estava mais na ilha na data do registro. No registro65, pode-se ler:

“Em os vinte e dois dias do mez de Aosto de mil setessentos e secenta e quatros annos (…) Francisco Joze Tavares filho de Joze Tavares da Costa ausente e de Margarida Roza já defunta com Maria Francisca filha do Alferes Rodrigo de Matos e de Maria Francisca, baptizados e desobrigados (…) TO BE COMPLETED”

Sabe-se que José já estava no Brasil por volta de 1742, ou mesmo antes, quando se casou com Joana Baptista de Araújo, nascida por volta de 1727, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer. Portanto, esses registros podem sugerir que José teria se casado primeiramente nos Açores com Margarida Rosa, tido pelo menos um filho, Francisco José Tavares, antes de deixar sua família e tudo para trás para buscar uma nova vida no Brasil.

José Tavares da Costa e Joana Baptista de Araújo teriam tido por volta de 13 filhos, mas somente os filhos abaixo foram encontrados.

Foram filhos de Joana Baptista de Araújo e José Tavares da Costa:

  1. MANOEL TAVARES DA COSTA (Capítulo V – Os Tetravós).
  2. JOÃO TAVARES DA RESSURREIÇÃO nasceu por volta de 1744. Ele que se casou com Joana Maria Baptista. João veio a falecer aos 13 de maio de 1826 em Caicó-RN.
  3. ANTÔNIO TAVARES DOS SANTOS, nasceu por volta de 1752 na fazenda Varzeas, aos arredores de Santa Luzia-PB. Ele casou primeiramente com Rita Maria da Conceição, filha de Francisco Cardoso dos Santos e de Theresa Lins de Vasconcellos, em seguida com Anna Suzana da Silva, filha de José de Souza e Silva e Florência Maria da Rocha. Em 1825, durante a grande seca, mudou-se para o Brejo de Areia. Na velhice, residiu na Fazenda Timbaúba, em Caicó-RN. Ele foi sepultado em 18 março 1842 em Caicó-RN com noventa anos.

Após a morte de José, Joana teria tido mais alguns filhos naturais, isto é, fora do casamento, e de pais até agora desconhecidos. A partir do registro de casamento de seu filho Caetano Barbosa de Araújo, Joana veio a falecer antes de 1800, pois é citada como já falecida no referido registro.

Foram filhos naturais de Joana Baptista de Araújo:

  1. CAETANO BARBOSA DE ARAÚJO nasceu por volta de 1755. Ele que se casou com Michaella dos Anjos, filha de Antônio Ignácio da Silva e de Ana de Souza Marques. Ele foi sepultado em 31 de outubro de 1842 em Caicó-RN, com idade de 87 anos.
  2. MANOEL BAPTISTA DE ARAÚJO nascido por volta de 1760. Ele se casou com Joaquina Francisca de Jesus, filha de Antônio Soares Pereira e de Cosma de Freitas do Bomfim. Ele veio a falecer no ano de 1869 em São Fernando-RN, como consta em seu inventário.
  3. BENTO FERNANDES FREIRE, nasceu por volta de 1766 em Caicó-RN, pois tinha cerca de 80 anos na data de falecimento. Ele se casou com Maria Reis de Lucena, filha de Antônio Barbosa de Lucena e Margarida Freire de Araújo (2ª de seu nome). Bento veio a falecer no dia 31 de março de 1846 em Caicó-RN. Na verdade, seus ossos foram achados no mato na referida data e só foram de fato sepultados no dia 14 de maio do mesmo ano. Muita coisa pode ser especulada, mas é muito provável que tenha sido assassinado e o corpo deixado no meio da vegetação.
  4. TERESA DE JESUS MARIA que se casou com José Domiciano de Araújo, filho de José Domiciano de Araújo e de Josefa Maria de Oliveira.

Manoel Alvares da Nóbrega e Maria José de Medeiros

Manoel Alvares da Nóbrega era filho de José Alvares da Nóbrega e de Izabel Ferreira da Silva. Segundo informações deixadas pelo Desembargador Felipe Guerra, José era mineiro e Isabel era paraibana. Manoel se casou com Maria José de Medeiros, nascida por volta de 1748, filha de Sebastião de Medeiros Matos e de Antônia de Moraes Valcácer (2ª). O casamento ocorreu em 1765. O casal habitou junto ao olho d’agua Adecucá, na fazenda Santo Domingos, nos arredores de Santa Luzia-PB.

Maria tinha o apelido familiar de Babanca, devido à forma como seus escravos à chamavam. O apelido seria derivado da expressão “Mãe Branca”. Escreveu o Desembargador Felipe Guerra sobre o casal, onde tais informações foram transcritas por Olávo de Medeiros Filho66:

“Teve 14 filhos, morrendo um destes na primeira idade. Ao enviuvar partiu bens com seus 13 filhos, tocando a cada um mais de trezentos mil réis, por legítima paterna, o que não era pouco para uma época em que se vendia um boi para o açougue, na feira, por três patacas. Seis anos depois fez doação a seus Foram filhos de dinheiro de ouro, que havia guardado. Doze anos mais tarde repartiu de sua livre vontade seus haveres com seus treze filhos, reservando para si a terça, que orçou em três contos de réis, falecendo, 14 anos depois, essa terça, já então elevada a 14 contos, foi partilhada por seus herdeiros. Ao morrer, na era de 1840, deixou vivo 13 filhos, 166 netos, 378 bisnetos e 46 trinetos (…)”.

Continuam as trasnscrições:

“A criação foi a fortuna desse casal, de virtudes austeras. A religião católica e o trabalho eram ali praticados diariamente, Todos os dias das três para as quatro horas da madrugada levantava-se um dos chefes da família, regulando-se pela estrela, ora nascente, ora poente, antes mesmo dos primeiros cantares dos pássaros, e a um sinal do chefe acudiam os filhos, e os escravos, e reverentes entoavam o ofício de Nossa Senhora como um preceito obrigatório da saudação do dia. Terminada a oração eram distribuídos os serviços: um grupo para as serras perseguir as onças que estavam acabando a criação; outro a correr os campos e revistar os gados; outro para os pequenos roçados, outro para os serviços domésticos, encher a casa d’água”.

Manoel veio a falecer por volta de 1810, quando seu inventário foi iniciado em Caicó-RN. Maria José de Medeiros faleceu em 14 de dezembro de 1842. No seu registro67 de sepultamento, pode-se ler:

“A quatorze de dezembro de 1842, foi sepultado das grades asima nesta Capella de Santa Luzia, filial da Matriz de Patos o Cadáver de MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, mulher que foi do defunto MANOEL ALVES DA NÓBREGA, moradores que herão em S. Domingos desta Freguesia de Patos, fallecida de morte natural com os Sacramentos na idade de 95 annos, foi envolto o Cadáver em Hábito de S. Francisco e emcomendado pello Padre Frei Ignácio da Encarnação, Coadjuctor (?) digo que para constar mandei fazer este Termo em que me assigno. O Vigr.° Antônio Dantas Correia de Gois.”

Foram filhos de Maria José de Medeiros e Manoel Álvares da Nobrega:

  1. ANASTÁCIO ALVES DA NÓBREGA, que foi casado primeiramente com Clemência Dantas Pereira, filha de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. Ele veio a falecer aos 90 anos de idade em data desconhecida.
  2. ANNA MARIA DE MEDEIROS, que foi casada com José Martins de Oliveira.
  3. JOSÉ FERREIRA DA NÓBREGA, nascido por volta de 1776.  Ele se casou primeiramente com Maria, filha de Miguel Bezerra da Ressurreição e de Maria José do Nascimento, e em seguida com Francisca Bezerra do Sacramento, irmã de sua primeira esposa. Ele veio a falecer em 9 de julho de 1856 em Santa Luzia-PB.
  4. MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, que se casaou com Manoel Antônio Dantas Corrêa, filho de Caetano Danas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira, em 22 de novembro de 1790. Ela faleceu em 10 de dezembro de 1858 na Fazenda Cajueiro (Caicó-RN).
  5. JOÃO ALVES DA NÓBREGA, que foi casado com Joanna Francisca de Oliveira, filha de Manoel de Andrade Baptista e de Maria Francisca de Oliveira.
  6. MANOEL ALVARES DA NÓBREGA (2°), que foi casado com Maria Leocádia da Conceição (2ª), fiha de Sebastião de Medeiros Rocha e de Maria Leocádia da Conceição.
  7. ISABEL FEEREIRA DA SILVA, que foi casada com Domingos Alves Gameiro. Ela faleceu em 22 de outubro de 1866 na Fazenda Serrote (Santa Luzia-PB).
  8. JERÔNIMO JOSÉ DA NÓBREGA, que foi casado com Apolônia Barbosa de Medeiros, filha de Manoel de Medeiros Rocha e de Anna de Araújo Pereira. O casal morou na fazenda Laranjeiras (Patos-PB). Ele veio a falecer em 1859 na fazenda Laranjeiras.
  9. ANTÔNIO ALVES DA NÓBREGA, nascido por volta de 1779 em Santa Luzia-PB. Ele se casou por duas vezes, a primeira com Isabel Rocha. Veio a falecer em 14 de novembro de 1863, no lugar Escadinha.
  10. FRANCISCA MARIA DE MEDEIROS (Capítulo VI – Os Pentavós).
  11. FRANCISCO ÁLVARES DA NÓBREGA, nascido por volta de 1781. Ele se casau por volta de 1828 com Maria Delfina de Medeiros, filha de Sebasitão José de Medeiros e de Maria Francisca do Espírito Santo. O casal habitou a fazenda Barra Verde (São Mamede-PB). Ele veio a falecer em 1862.
  12. JOAQUIM ALVES DA NÓBREGA, que foi casado com Gertrudes Francisca do Sacramento, filha do português Miguel Bezerra da Ressurreição e de Maria José do Nascimento. O casal habitou na Fazenda Cacimba da Pedra (Santa Luzia-PB).
  13. IGNÁCIA MARIA DE MEDEIROS (Página XX).

🇵🇹 Estevão Dias de Araújo e Apolônia Gomes Freire do Sacramento

Segundo a obra de Olavo de Medeiros Filho, os primeiros portadores do sobrenome Dias de Araújo a habitar a região do Seridó foram os irmãos portugueses Estevão Dias de Araújo, Sebastiana Dias de Araújo, Antônio de Araújo Frazão e Cosme Dias de Araújo.

Segundo a mesma obra, “António e Cosme já se encontravam na região da Borborema em 1744, tendo requerido a Sesmaria n° 354, em 30 de janeiro de 1746. Posteriormente, em 1° de fevereiro de 1765, Antônio de Araújo Frazão requereu a Sesmaria n° 612, que compreendia, inclusive, o riacho dos Canudos, local correspondente à atual cidade paraibana do Teixeira”.

Sabe-se que Sebastiana se casou com Cosme Fernandes Freire, filho de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer. Segundo nota referida ao Desembargador Felipe Guerra, todas as famílias de Várzea e Cacimbinha em Santa Luzia-PB, são provenientes do casal.

Já com relação à Estevão Dias de Araújo, ele foi casado com Apolônia Gomes Freire do Sacramento, filha de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Freire.

Foram filhos de Apolônia Gomes Freire do Sacramento e Estevão Dias de Araújo:

  1. JOÃO BENTO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1773. Ele se casou com Andreza Maria da Conceição, filha de João Leitão de Araújo e de Maria da Conceição Frazão. O casal habitou em Cacimbinhas (Santa Luzia-PB).
  2. NICÁCIO FREIRE DE ARAÚJO (Capítulo V – Os Tetravós).
  3. ANTÔNIO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1777. Ele se casou com Adriana Simões de Araújo, filha de José Simões dos Santos e de Joanna Batista de Araújo. O casal habitou em Várzea (Santa Luzia-PB).
  4. JOSÉ DIAS DE ARAÚJO, nascido por 1778. Ele se casou com Maria Teresa de Jesus, filha de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes.
  5. SEBASTIÃO DIAS DE ARAÚJO, que se casou com Francisca Simões de Araújo, filha de José Simões dos Santos e de Joanna Batista de Araújo. O casal morou em Cacimbinhas (Santa Luzia-PB).
  6. DAMAZIO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1780. Ele se casou com MARIA DO CARMO, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
  7. ESTÊVÃO DIAS DE ARAÚJO (2°), nascido por volta de 1782. Segundo Olávo de Medeiros Filhos, Estevão era conhecido como Estevão Moço. No período de seca de 1808, mudou-se para o litoral da Paraíba junto com alguns de seus irmãos. Habitava a fazenda Santo Antônio (Santa Luzia-PB).
  8. MANOEL DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1784. Ele se casou com uma filha de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes. O casal habitou em Guaritá, próximo ao rio Paraíba, tendo acompanhado o seu irmão Estêvão Moço rumo ao litoral, durante a seca de 1808.
  9. ANA FREIRE DE ARAÚJO, nascida por volta de 1790. Ela se casou com João Marinho, da fazenda Guarita, em Itabaiana, Paraíba. Ela acompanhou os irmãos Estêvão Moço e Manoel Dias de Araújo, na mudança ao litoral paraibano em 1808.
  10. MARIA DIAS DE ARAÚJO, nascida por volta de 1788. Ela foi casada com Manuel Gomes da Silva, filho de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes.

Antônio Soares Pereira e Cosma de Freitas do Bonfim

Antônio Soares Pereira, mais conhecido como Soarão. Olavo de Medeiros Filho em sua obra “Velhas Famílias do Seridó”, diz que a tradição oral do Seridó indica que Antônio era um homem de elevada estatura, braços dobrados, mãos pesadas, de enorme força física e muito valente.

Não se sabe exatamente onde nasceu, pois nenhum registro de batismo foi encontrado, mas especúla-se que tenha morado durante certo tempo na freguesia do rio do Peixe, bem como, na fazenda Riachão, localizada no rio Piranhas, próximo à atual cidade de Jardim de Piranhas-RN.

Muitas histórias sobre Antônio Soares Pereira ficaram espalhadas pela tradição oral do Seridó. Segue abaixo algumas das histórias contadas por Olavo de Medeiros Filho conta em seu livro68:

“(…) Soarão dedicou-se também à atívidade de almocreve. Conta-se que, em uma de suas viagens pela zona do brejo paraibano, foi acometido de maleita. Tendo parado em determinado local, descarregou a mercadoria, para dar descanso aos animais. Quando intentou tomar a colocar a carga que conduzia, nos cavalos, tarefa de que sempre se desincumbira mesmo sozinho, sentíu-se um tanto fraco, em virtude do acesso maleitoso. Solicitou ajuda a um brejeiro que se encontrava por perto, tendo o mesmo se recusado a ajudá-lo, alegando não ser seu empregado. Mesmo combalido pela doença, Soarão ainda teve forças suficientes para quebrar algumas mandiocas na cabeça do indivíduo, como desforra pelo atrevimento de sua respostal (…)”

“(…) Conta ainda, a tradição popular, que Soarão costumava tomar banhos regalados em um poço dágua existente no rio Piranhas, cujo nome, muito apropriadamente posto, era o poço das piranhas. Soarão entrava calmamente nágua, despido, tomando banho à vontade. Quando se resolvia a encerrá-lo, saia dágua, trazendo sempre algumas piranhas em estado letárgico, ligeiramente presas, pelos dentes, à sua pele. Soarão divertia-se rolando na areia do rio, para provocar a queda das vorazes piranhas. (…)”

Antônio Soares Pereira se casou com Cosma Freitas do Bonfim, que segundo a tradição, era natural da fazenda Chabocão, localizada em Souza-PB. A informação sobre o parentesco de Cosma ainda é inexistente até então.

Ele veio a falecer por volta de 1840, segundo constam em alguns registros encontrados nos livros da Irmandade das Almas de Caicó-RN. Segundo informação do Dr. Agostinho Brito, descendente de Soarão, o mesmo teria falecido de um câncer que lhe atingira o músculo peitoral esquerdo.

Já Cosma de Freitas do Bonfim veio a falecer no dia 4 de junho de 1822, em Caicó-RN. No registro69 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos quatro dias do mez de Junho de mil oito centos e vinte e dois no corpo desta Matriz foi sepultado o cadáver de COSMA DE FREITAS DO BOMFIM, falecida de moléstia de ourinas com idade de Secenta annos na Fazenda Biaxo de fora desta Freguezia do Siridó, cazada que era com ANTÓNIO SOARES PEREIRA; involto em branco, e encommendado por mím, que para constar fiz este Assento, e assígno.”

Foram filhos de Antônio Soares Pereira e Cosma de Freitas do Bonfim:

  1. JOAQUINA FRANCISCA DE JESUS (Capítulo V – Os Tetravós).
  2. JOAQUIM SOARES DO BONFIM.
  3. ANTÔNIO SOARES PEREIRA, que se casou com Maria Francisca do Carmo.
  4. COSME SOARES PEREIRA, que se casou com Maria Joaquina da Conceição, filha de João Baptista dos Santos e Maria Marcelina da Conceição. Em 1814, o casal habitava na Barra das Espiranhas, Jardim de Piranhas-RN.
  5. JOÃO SOARES PEREIRA, que se casou com Maria Francelina da Conceição.
  6. JOSÉ JOAQUIM SOARES.
  7. JOÃO PEDRO SOARES, que se casou com Anna Maria de Jesus.
  8. MANOEL DA SILVA PEREIRA, que se casou com Vicência Maria da Conceição.
  9. MARIA ROSA DO NASCIMENTO, que se casou com Bartholomeu Correia da Silva, filho de Gonçalo Correa de Ávila e de Izabel Maria de Jesus.
  10. ANNA JOAQUINA DA PURIFICAÇÃO, que foi casada com Manoel de Medeiros Rocha no dia 8 de março de 1836 em Caicó-RN. Ela faleceu no dia 2 de abril de 1864, em Caicó-RN.

Capítulo VIII – Os Hexavós

Manoel Fernandes Freire e Antônia de Moraes Valcácer

Manoel Fernandes Freire nasceu em Olinda-PE. Ele se casou com Antônia de Morais Valcácer, nascida aos Mamanguape-PB, filha do português Pedro Ferreira das Neves e Custódia de Amorim Valcácer. Em documento de requerimento de sesmaria70 atribuído à Manoel, pode-se ler:

“N° 255, de 3 de agosto de 1738

Manoel Fernandes Freire, José da Costa Lima e Claudio Gomes, à sua custa descobriram um sítio de crear gados em um sacco que faz a serra do Boquerão que tem em si um riacho que chamão da alagôa que desagôa nas Piranhas; e porque os supplicantes não achavão sítio algum nesta capitania donde são moradores, em que possão ter seus gados, o que podião fazer neste que descobriram, principiando do riacho da parte do poente correndo por elle abaixo para o nascente, e como não tinhão confrontação com visinho algum, mas em muita distancia com a ribeira das Piranhas, pedião três legoas de comprido e uma de largo para todos os três createm seus gados. Fez-se a concessão de três legoas de comprido e uma de larga a cada um, no governo de Pedro Monteiro de Macedo. ”

Em em 15 de setembro de 1688, Manoel recebe patente de Ajudante do Sargento-mor da Capitania da Paraíba e, em 21 de fevereiro de 1693, assume o posto de Capitão de Infantaria de uma das Companhias que serviam de guarnição na Capitania de Pernambuco.

Manoel já aparece como morador na ribeira do Cupauá em 1732, quando foi testemunha de uma compra de terras do sítio das Raposas, feita em 20 de abril de 1732 por Tomás Diniz da Penha. Manoel Fernandes Freire e Antônia de Moraes Valcácer eram moradores na fazenda Santa Luzia, atual cidade de Santa Luzia-PB, onde criavam gado.

Ambos ainda eram vivos em  1773 e moravam na dita fazenda, quando doam cerras a seu filho o José Fernandes Freire, morador no Taipu. Assinaram o documento: Agostinho José da Costa, a rogo de dona Antônia de Moraes que não sabia ler e escrever, Manoel Fernandes Freire, João de Deus de Moraes, morador na mesma fazenda de Santa Luzia, o reverendo Pe. Manoel Correia de Almeida e José Fernandes Freire.

Foram filhos de Antônia de Morais Valcácer e Manoel Fernandes Freire:

Maria da Conceição Valcacer

  1. JOSÉ FERNANDES FREIRE.
  2. COSME FERNANDES FREIRE que se casou com Sebastiana Dias de Araújo.
  3. MANOEL FERNANDES FREIRE (2° de seu nome).
  4. CATARINA VALCÁCER DE MORAIS nasceu por volta de 1714. Ela foi sepultada em 2 de agosto de 1799 com idade de 85 anos.
  5. APOLÔNIA BARBOSA DE ARAÚJO nasceu estimado por volta de 1714. Ela faleceu em 8 novembro 1802 em Caicó-RN. Ela que se casou com Rodrigo de Medeiros Rocha, natural da Ribeira Seca, ilha de S. Miguel, Açores, filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros Pimentel.
  6. ANTÔNIA DE MORAIS VALCÁCER (2°), que se casou com Sebastião de Medeiros Matos, natural da Ribeira Seca, ilha de S. Miguel, Açores, filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros Pimentel.
  7. JOANA BAPTISTA DE ARAÚJO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  8. MARIA DE CONCEIÇÃO FREIRE (Capítulo VII – Os Pentavós).
  9. MARGARIDA FEIRE DE ARAÚJO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  10. ANA DE AMORIM VALCÁCER casou ao que tudo indica com seu Geraldo Ferreira das Neves Sobrinho, irmão de Antônia de Morais Valcácer.

Antônio Garcia de Sá Barrozo e Anna Lins de Vasconcellos

António Garcia de Sá Barroso nasceu por volta de 1725, filho do português Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles de Bittencourt. Ele se casou com Ana Lins de Vasconcelos, filha de Alexandre Rodrigues da Cruz e Vicência Lins de Vasconcelos. O casamento ocorreu após 1755, pois Antônio é citado solteiro no inventário dos bens de seu pai, Antônio Garcia de Sá.

Em registros do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, consta que António ingressou no Regimento Miliciano da Vila do Príncipe (atual Caicó-RN) em 15 de novembro de 1790, recebendo patente do General D. Thomaz José de Mello em 10 de julho do mesmo ano.

Segundo seu descendente Jayme de Nóbrega Santa Rosa, António construiu a casa-grande da fazenda Serrote, próxima ao riacho Juliana, cujas ruínas ainda existem nas proximidades de Acari.

Antônio Garcia de Sá Barroso veio a falecer aos 20 de maio de 1793 em Acari-RN, sendo sepultado no corpo da Capela de Nossa Senhora da Guia do Acari. No seu registro71 de óbito, pode-se ler:

“[…] Aos Vinte dias do mez de Mayo de mil sete centos noventa e trez annos na Capella de Nossa Senhora da guia do Acari filial desta Matriz se deu sepultura a aadentro o Coronel ANTÓNIO GARCIA DE SÁ BARROZO cazado com Donna ANNA LINS DE VASCONCELLOS fallecido com todos os Sacramentos com idade de cecenta e oito annos emvolto em abito de Sam Francisco, e emcomendado pello Reverendo Padre Manuel Gomes de Azevedo, e foi sepultado no corpo da Igrerja de que se fez este acento que asignei. Jozê António Caetano de Mesquita Cura […]”

Já sua esposa, Anna Lins de Vasconcellos veio a falecer antes de 1801, pois é citada falecida no registro de casamento do filho Marcos Soares Bittencourt.

Foram filhos de Anna Lins de Vasconcellos e Antônio Garcia de Sá Barroso:

  1. ANTÓNIO RENOVATO DE SÁ BARROSO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  2. JOSÉ GARCIA DE SÁ BARROSO, casado com Anna Gertrudes de Santa Rita, filha de Thomaz de Araújo Pereira e Teresa de Jesus Maria.
  3. JOÃO GARCIA DE SÁ BARROSO (ou do AMARAL), nasceu por volta de 1767. Ele se casou com Maria Rosa da Conceição, filha de João Damasceno Pereira e de Maria dos Santos de Medeiros. O casamento ocorreu aos 26 de novembro de 1795 na Fazenda Picos de Baixo, situada aos arredores de Caicó-RN. O casal habitou na Fazenda Bom Descanso, no atual município de São José do Seridó-RN. Ele veio a falecer com 85 anos de idade de moléstia interior aos 24 de junho de 1852, tendo o corpo sepultado acima das grades na Igreja Matriz de Caicó-RN.
  4. MANOEL RAMOS DE BITTENCOURT, casado com Rosa Maria da Costa, filha de Antônio Luiz da Costa e Escolástica Maria da Conceição. O casamento foi celebrado na Capela de Nossa Senhora da Guia do Acari-RN aos 4 de fevereiro de 1798.
  5. RITA MARIA ANGÉLICA, casada com José Barbosa de Medeiros, filho de Manoel de Medeiros Rocha e Anna de Araújo Pereira. O casamento foi celebrado na Fazenda Mulungú (Acari-RN) aos 17 de julho de 1800.
  6. MARCOS SOARES DE BITTENCOURT, nascido por volta de 1778, foi casado com Francisca Maria do Carmo, filha de João Damasceno Pereira e Maria dos Santos de Medeiros. O casal morou na Fazenda Cobra. O casamento foi celebrado na Fazenda Picos de Baixo (Caicó-RN), aos 6 de agosto de 1801. Ele veio a falecer de um cancaro aos 15 de outubro de 1855, sendo enterrado na Igreja Matriz de Caicó-RN das grades para cima.
  7. ALEXANDRE RENOVATO, foi casado com Rita, da família Ribeiro (ou Mataquiri), de São José do Mipibu-RN, onde residiu o casal.
  8. MANUELA DORNELES DE BITTENCOURT, casada com Simplício Francisco Dantas, filho de Caetano Dantas Corrêa e Josefa de Araújo Pereira.
  9. MARIA, casada com Leonardo Pinheiro, filho do primeiro casamento de Miguel Pinheiro. O casal residiu Riacho Fundo (Currais Novos-RN).
  10. TERESA DE JESUS MARTA, casada com Tomaz de Araújo Pereira (3o), filho de Tomaz de Araújo Pereira, sob a referência N l, e filho Tomaz de Araújo Pereira (2o) e de Teresa de Jesus Maria.
  11. ANNA LINS DE VASCONCELOS, casada com Antônio Luis da Costa. O casal morou nos Quintos.
  12. VICÊNCIA JOSEFA DE VASCONCELOS, casada com Vicente Ferreira de Melo (apelidado de Vivente Espiga), filho de Antônio José Pessoa e de Josefa Maria do Nascimento. O casamento foi celebrado na Capela do Acari-RN, aos 27 de novembro de 1788.

Francisco Cardoso dos Santos e Theresa Lins de Vasconcellos

Francisco Cardoso dos Santos

No documento72, pode-se ler:

“(…) Testemunha 47

D. TEREZA LINS VASLOS Va q ficou do Captam FRANCISCO CARDOZO DOS SANTOS natural da Cide da Para e moradora na sua fazenda do Bico da Axaxa onde vive de sua fazenda de gados de idade, que disse ser de trinta e sinco annos pour mais ou menos (…) aos Santos Evangos em que por sua mão direita e prometeu dizer a verdade.

E sendo perguntada do conteudo na Portra do Exmo (…) que toda lhe foi lida e declarada toda lei que publicaram-se ouvira falar da (?) que faria em casa do Visitador Antonia Maria mulher do mundo.

Ao (?) disse q falecendo da vida preste seu marido o Cappam FRANco CARDOZO DOS SANTOS o qual deixou por seu testamenteiro o Cappam Anto Garcia, seu cunhado, compre, parente, e (?) do D. Vizor, este apenas faleceo seu marido do q foi a dous de Mço de 1766, o foi buscar ao Caicó (?) dos tres mezes a obrigou o D.Vizor a requirimentos dos testamenteiro soneregar a terça do teirador (?) seus legados “


Antônio José Pessoa e Josefa Maria do Nascimento


🇵🇹 Thomaz de Araújo Pereira e Maria da Conceição de Mendonça

Thomaz de Araújo Pereira teria nascido por volta de 1700, natural de Viana do Castelo (Portugal)73. De acordo com a tradição familiar, Tomaz de Araújo foi um homem alto, robusto e de força física impressionante. A origem portuguesa é coroborada por alguns registros de batismo de alguns netos de Thomas de Araújo Pereira74 75 76:

“Joam, filho legítimo do capitão Jozé de Araújo, natural da Freguesia de Santa Anna de Caicó, e de Elena Barboza de Albuquerque, natural desta freguesia, neto por parte paterna do tenente-coronel THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA, natural da Villa de Vianna, e de MARIA DA CONCEIÇAM DE MENDONÇA, natural da Freguesia de Nossa Senhora das Neves da Paraíba, e, pela parte materna, do alferes Hipólito de Sá Bezerra, natural da Villa de Vianna, e de Dona Joana Bizerra de Albuquerque, natural desta freguesia, nasceu em oito de abril de 1770 e foi batizado com os Santos Óleos, por minha licença, na Capela de São Gonçalo desta freguesia, pelo Padre Miguel Pinheiro Teixeira, aos vinte e cinco do referido mês e ano; foram padrinhos Francisco Pinheiro Teixeira, casado, e a viúva Dona Joana Bezerra de Albuquerque. De que mandei lançar este assento, em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.”

“Thomáz, filho do Capitam Joze de Araújo Pereira natural da Paraíba, e de Elena Barboza de Albuquerque desta freguezia netto por parte paterna de THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA natural de Viana, e de MARIA DA CONCEIÇAM DE MENDONÇA da Paraíba; e pela materna de Hipólito de Sá Bezerra natural de Viana, e de Dona Joana Bezerra desta freguezia nasceu ao onze de Dezembro do anno de mil sete centos, e setenta e hum, e foi baptizado com os Santos óleos de Licença minha na Capella de Sam Gonçalo do Potigi pelo Padre Manoel António de Oliveira aos dez de Fevereiro do armo de mil Setecentos, e Setenta e douz: foram padrinhos Joam Damasceno Pereira, e Dona Maria dos Santos Pereira moradores no Sertam do SeridÔ, de que mandei Lançar este assento, em que me asigney. Pantaleão da Cosia ãe Aro Vigro do Rio Grande”

“Hipolito filho legitimo de Joze de Araújo Pereira natural do Siridó, e de Dona Elena Barboza desta freguezia neto por parte paterna de THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA natural de Viana, e de MARIA DA CONCEIÇAM natural da Paraíba, e pela materna de Hipolito de Sá Bezerra natural de Viana, e Dona Joana Barboza de Albuquerque desta freguezia nasceo ao trinta de Abril do anno de mil sete centos, e Setenta, e quatro, e foi batizado com os Santos óleos de licença minha na capella de Sam Gonçalo do Potígi pelo Padre Manoel António de Oliveira aos trez de Agosto do dito anno: forão padrinhos Luiz Joze Rodrigues, e Joanna Ferreira filhos da viúva Bonifacia e Antonia moradores nesta cidade, de que mandei lançar este asento, em que me asigney. Pantaleão da Costa de Aro Vigro do Rio Grande”

Após pesquisas na dita região, mais precisamente na freguesia de Montserrate, Viana do Castelo (Portugal), foi possível encontrar um registro de batismo que poderia ser atribuído à Thomaz. Ele seria filho de Fernão Pereira e de Maria Pinta. No suposto registro77 de batismo, pode-se ler:

“THOMAZ, filho de FERN`ÃO PEREIRA e de sua mulher MARIA PINTA morão na Rua de Manjovos, nasceo aos sete de março do anno de mil e sete centos e hum, povoado de sam Joam de abreu da Freguesia de S. Martinho, o batisei aos dose dias do ditto mês (clamo?) foram padrinhos Antonio Brandão Barreto Oficial Maior da Vedoria e Joanna Luiza Maria, donzella, filha de Francisco de Mattos Freire, todos desta parochia de Monserrate. Vigário Gabriel de Mattos Freire”

Ainda não é possível afirmar com total certeza que o registro acima esteja diretamente relacionado a Thomaz de Araújo Pereira. Algumas publicações sugerem que Thomaz seria parente de Amador de Araújo Pereira, figura de destaque na resistência à invasão holandesa em Pernambuco, ocorrida entre 1630 e 1654. O autor Sebastião de Azevedo Bastos, em sua obra No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste (1955)78, menciona que Thomaz e uma possível tia, Anna de Araújo Pereira de Azevedo, casada com Pedro da Costa Azevedo, teriam vindo ao Brasil por influência de Amador de Araújo Pereira. Segundo o autor, ambos seriam aparentados a esse Amador. Mais pesquisas e documentos são necessários para provar tal afirmação.

Thomaz de Araújo Pereira chegou ao Brasil por volta de 1734, período em que já aparece requerendo sesmarias nas capitanias da Paraíba e do Rio Grande do Norte. No Brasil, ele se casou com Maria da Conceição Mendonça, natural da freguesia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa-PB, filha do português Cosme Soares de Brito e de Madalena de Castro. Em algumas dessas requisições79, pode-se ler:

“N° 238, em 25 de maio de 1734

Thomaz de Araújo Pereira, não tendo commodo para crear seus gados, descobrío á custa de seu trabalho um riacho chamado Juazeiro que nasce por detraz da serra da Rajada, que desagôa para o rio da Cauhã e faz barra na ponta da várzea do Pico, em cujo riacho e suas bandas tem terras devolutas e nunca cultivadas; terrenos em que pede três legoas de comprimento e uma de largura, pegando das testadas do sargento-mor Simão de Góes pelo rio acima, ficando o dito rio em meio da dita largura. Fez-se a concessão na forma requerida, no governo de Francisco Pedro de Mendonça Gurjão.”

“N° 592, em 3 de janeiro de 1763

Thomaz de Araújo Pereira, diz que possue sítios de terras de crear gados em Quintoraré, chamados Gravata e Serra do Cuité, os quaes houve por compra, e porque nas ilhargas dos ditos sítios há sobras quer o supiplicante três léguas de comprido e uma de largo, contestando pelo poente com o Picuhy e pela nascente com o sitio Ucó. Foi feita a concessão, no governo de Francisco Xavier de Miranda Henrique. ”

“N° 593, em 9 de janeiro de 1763

Thomaz de Araújo Pereira diz que possue um sitio de terras de crear gados em Quinturaré e chamado riacho do Mulungú e o olho d’agua do Caraibeira, nas testadas do Picuhy da parte do poente, cujo sitio de uma légua em quadro houve por compra ao capitão-mor Luiz Quaresma Dourado, e porque no riacho do dito olho d’agua-Carahybeira se acham sobras, pede o supplicante por data com três léguas de comprido e uma de larga, pegando das testadas de Picuhy pelo poente buscando o olho dagua das Onças, confrontando com os providos do Cornixaou. Foi feita a concessão, no governo de Francisco Xavier de Miranda Henrique.”

Resumidamente, Thomaz de Araújo Pereira foi beneficiado com cinco sesmarias ao longo de sua vida: três situadas na Capitania da Paraíba, uma em 1734 e duas em 1763, e duas na Capitania do Rio Grande do Norte, concedidas em 1746 e 1753, esta última localizada na Fazenda São Pedro. A análise dos limites territoriais dessas terras permite supor que as duas primeiras concessões paraibanas eram próximas entre si, já que ambas são cortadas pelo riacho Juazeiro, na região do Seridó. Nas cartas enviadas à administração da Capitania do Rio Grande do Norte, Thomaz é identificado como residente dessa mesma capitania. Por outro lado, na petição de 1734 à Capitania da Paraíba, ele é descrito como morador local. Já nas duas solicitações de 1763, não há qualquer menção ao seu domicílio.

Quanto à sua trajetória militar, Thomaz de Araújo Pereira foi nomeado Capitão-mor do Regimento de Cavalaria de Ordenanças da Ribeira do Seridó por Joaquim Félix de Lima, então Capitão-mor do Rio Grande do Norte. Um documento datado de 1766 já o menciona como Capitão. Ele assumiu o comando da Ribeira do Seridó em substituição a Cipriano Lopez Galvão, falecido em 1764. Posteriormente, Thomaz foi sucedido no cargo por seu genro, Caetano Dantas Corrêa. Além disso, um documento de 1770 atribui-lhe o posto de Coronel.

No inventário de Domingos Alves dos Santos, processado no ano de 1755, faz-se referência à pessoa do velho Tomaz de Araújo:

“O Sargento-mor Thomaz de Arahujo Pereyra homem viuvo e morador na fazenda de Sam Pedro desta Ribeyra do Ciridó que vindo de suas fazendas de Gado de Idade que disse ser de cincoenta e sinco annos pouco mais ou menos […]”

Com base no registro acima, é possível afirmar que sua esposa, Maria da Conceição Mendonça, já havia falecido em 1755. Além disso, Thomaz de Araújo Pereira menciona ter por volta de 55 anos de idade em 1755, o que corrobora a estimativa do ano de seu nascimento em torno de 1700.

Thomaz de Araújo Pereira faleceu antes de 1781. Em sesmaria de número 801, datada de 4 de julho de 1781, menciona que o sítio Gravata pertencia aos herdeiros de Thomas de Araújo. Infezlimente os registeos de óbitos mais antigos são do ano de 1788.

Foram filhos de Maria da Conceição Mendonça e Thomaz de Araújo Pereira:

  1. TOMAZ DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Teresa de Jesus Maria, filha de Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo. Ele faleceu antes de 1799.
  2. COSME SOARES PEREIRA se casou com Maria do Nascimento, filha de Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles Bittencourt.
  3. JOÃO DAMASCENO PEREIRA se casou com Maria dos Santos de Medeiros, filha de Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo.
  4. JOSÉ DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Helena Barbosa de Albuquerque, filha de Hipólito de Sá Bezerra e de Joanna Barbosa de Albuquerque.
  5. JOANNA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Gregório José Dantas Corrêa em em segunda núpcias, com Estevão Álvares Bezerra.
  6. JOSEFA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com casada com Caetano Dantas Correia, filho de José Dantas Correia e de Isabel da Rocha Meirelles. Ela veio a falecer aos 18 de junho de 1816 no Acari-RN.
  7. HELENA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com João Garcia de Sá Barrozo, filho de Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles Bittencourt.
  8. ANA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Antônio de Pais Bulhões, filho de Manoel da Costa Vieira e de Maria Pais de Bulhões. O casal morou na fazenda Remédio, próxima ao rio São José, local do atual município de Cruzeta-RN. Antônio também foi proprietário da fazenda Serringa, localizada no atual município de Remígio-PB.

Tomaz de Araújo Pereira teria contraído casamento com uma segunda esposa de nome desconhecido, e com ela teria tido somente um filho. Segundo a tradição familiar do Seridó, essa mulher seria uma Cigana de rara beleza

  1. MANOEL DE ARAÚJO PEREIRA (Capítulo VI – Os Pentavós).

🇵🇹 Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer

Sebastião de Medeiros Matos nasceu em 19 de janeiro de 1716 e foi batizado aos 30 do mesmo mês em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros. No seu registro80 de batismo, pode-se ler:

“SEBASTIAM filho de ALFERES MANOEL DE MATOS e de sua molher MARIA DE MEDEIROS, ambos naturais d’esta Freguesia, nasceo aos dezanove dias do mês de janeiro de mil sete centos e dezaseis, foi batizado na pia d’esta parochial aos trinta de dias do dado mês por mim Domingos de Souza Ambar Cura, e foram padrinhos o Rdo Vigro L.do  Joam de Souza Freyre d’esta Freguesia e foram as testemunhas Joam da Silva e Samchristam Manoel Rodriguez ambos d’esta Freguesia. E para constar fiz este termo em o dito dia mez era ut supra. O Cura Domingos de Souza Ambar.”

Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca
Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, com marcação ao local onde hoje se encontra a igreja de São Pedro.

A freguesia de São Pedro da Ribeira Seca surgiu já no século XVI, nas décadas seguintes ao início da colonização da ilha de S. Miguel. Gaspar Frutuoso em sua obra Saudades da Terra – Livro IV (1995)81 faz uma descrição detalhada do surgimento e dos primeiros anos da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca:

“[…] A freguesia de São Pedro da Ribeira Seca (chamada assim por não ter água senão de enchente no Inverno) que se desmembrou da vila da Ribeira Grande e distará dela um tiro de mosquete para a parte do ocidente, com uma ermida da Madre de Deus, que fez Manoel da Costa, junto da sua quinta, tem cento e noventa e um fogos, e seiscentas e oitenta e três almas de confissão, das quais são de comunhão quatrocentas e noventa. O primeiro vigairo foi Luís Cabral; o segundo, o bacharel Ascêncio Gonçalves, que agora tem o dito cargo. Há nela muitos homens honrados e boas terras que se chamam do Morro, por um alto que está junto do mar, assim chamado, e outras duas lombas em que têm as mesmas granjearias que os da Ribeira Grande, com que uns e outros fazem soma ao presente de novecentos e vinte e cinco fogos, e três mil e duzentas e sessenta e seis almas de confissão, das quais são de comunhão duas mil e quatrocentas e cinco. Nestas duas freguesias (em que se compreende a vila e lugar de Rabo de Peixe, seu termo) há muita gente de armas; primeiro houve quatro bandeiras de duzentos e cinquenta homens em cada uma, sc., três na vila e uma em Rabo de Peixe […]”

“[…]Também poucas vilas haverá de tão boa serventia de água e moendas, porque tem dentro em si seis moinhos, cada um de duas pedras, melhores e que melhor moem que todos os da ilha e Portugal, nos quais o Capitão tem de renda perto de trezentos moios de trigo cada ano, em que vão fazer os da cidade suas farinhas; e é abastada de pão, carnes, pastel, linho e legumes, tem criações de gados, ainda que depois do incêndio segundo falta de lenha. Chega o dizimadouro dela (que contêm as duas freguesias da Purificação de Nossa Senhora e de São Pedro), uns anos por outros, a render três contos para el-Rei, pouco mais ou menos, e o dízimo do linho a quarenta mil molhos. Nela se davam os melhores melões de toda a ilha ou iguais com os da fajã dos Mosteiros, o que se perdeu com a alforra que caiu depois do segundo terremoto desta ilha. E muito mais nobre e rica fora, se os senhorios das suas terras viveram nela. Os moradores não são tão ricos como honrados e nobres, por perderem muito de suas fazendas com fianças e invenções de canas de açúquere que o bicho comeu, como a hera de Jonas. O porto de Santa Eiria (que tenho dito) pela costa ser brava, não presta a esta vila para navios, nada se carrega nele e só serve de batéis; e para saída de seus frutos e carregação de seu trigo se serve do porto da vila da Alagoa, que Ihe está julgado por sentença do Regno. […]”

Igreja de São Pedro da Ribeira Seca

A origem da freguesia está relacionada à construção da primeira ermida dedicada a São Pedro, que foi destruída em 1563 por uma erupção do vulcão Pico Queimado (antigamente chamado Pico do Sapateiro). A atual igreja de São Pedro foi posteriormente edificada no mesmo local onde se erguia a antiga ermida.

Interior da Igreja de São Pedro da Ribeira Seca
Pia batismal da Igreja de São Pedro da Ribeira Seca. Está seria a pia usada no batismo de Sebastião, Rodrigo e grande parte da sua ascendência.

Em 12 de dezembro de 1575, a paróquia e freguesia de São Pedro foram instituídas pelo Cabido da Sé de Angra, sendo confirmadas por cartas régias de D. Sebastião em 1576 e tendo como primeiro vigário, o Padre Luís Cabral82.

Ao longo dos séculos seguintes, a igreja passou por diversas reformas e ampliações: obras na sacristia (1702), talha da capela-mor (1730), aquisição de sinos (1739), reconstrução da igreja com pedras do Convento de Jesus (1830) e nova decoração por entalhadores locais (1845).

A erupção do vulcão Pico do Sapateiro de 1563

O povoamento foi parcialmente destruído por terremotos, seguidos por erupções vulcânicas do Pico Queimado e da Lagoa do Fogo que occorreram no ano de 1563. Hoje, existe nos arredores da igreja de São Pedro, uma fonte de água que foi soterrada pela lava durante a erupção e que foi encontrada na década de 1950 durante escavações no local. Gaspar Frutuoso descreve a fonte e os eventos catastróficos ocorridos durante o dito ano:

“[…] A fonte de que se tirou a água do chafariz ou fonte da vila, que nela se bebe, sai perto de umas pedras brancas (que é uma veia de pedra que está ao pé da serra); era muito boa água até ao terremoto e incêndio que aconteceu nesta ilha o ano de mil e quinhentos e sessenta e três, porque devia de ter seu nascimento em alguma concavidade limpa; achavam-se nela as condições que se requerem a uma boa água, quase nascia com o rosto ao sol, era delgada e fria, sem nenhum sabor, e assim satisfazia com sua bondade a quem a bebia, porque se bebia dela o que a vontade pedia e nada embaraçava o estômago nem impedia as mais obras da natureza. Mas, com o terremoto que disse, que teve a força toda perto da mesma fonte, detrás da serra de Vulcão, arruinou-se a terra, abrindo-se em muitas partes e rebentou o biscouto de pedra fervida para a mesma parte da fonte, muito perto, e parece claro que para a dita fonte e concavidade do monte se abriram comissuras e veias de pedra hume e enxofre, que inficionaram e corromperam a dita água, que agora é grossa e cheira a lodo, e muitos anos depois do terremoto fedia a enxofre e se sentia nela fedor de pedra hume. Desta mesma água se deu um cano para a freguesia da Ribeira Seca, de que bebem os seus moradores (e não é boa) porque com a quentura do enxofre vem como cozida. […]”

E segue a descrição detalhada dos dias da erupção de 1563 que afetaram a Ribeira Seca, feita por Gaspar Frutuoso83:

“[…] Deste pico lavrou o fogo por debaixo do chão e foi dar em outro, que chamam o pico do Sapateiro, que está sobre a Ribeira Grande, da parte do norte, o qual começando arder a terça-feira, começou depois a correr dele uma ribeira de fogo pela Ribeira Seca abaixo até chegar ao mar, correndo mansamente como metal derretido, por fazer fio como alféloa, sendo pedra que estava fervendo e fazendo grande estrondo quando entrou no mar, onde fez um grande cais ou ilhéu de penedia, ficando, ali, e por toda a ribeira acima um bravo biscoutal da Deste pico lavrou o fogo por debaixo do chão e foi dar em outro, que chamam o pico do Sapateiro, que está sobre a Ribeira Grande, da parte do norte, o qual começando arder a terça-feira, começou depois a correr dele uma ribeira de fogo pela Ribeira Seca abaixo até chegar ao mar, correndo mansamente como metal derretido, por fazer fio como alféloa, sendo pedra que estava fervendo e fazendo grande estrondo quando entrou no mar, onde fez um grande cais ou ilhéu de penedia, ficando, ali, e por toda a ribeira acima um bravo biscoutal da […]”

Sebastião de Medeiros Matos chegou ao Brasil por volta do ano de 1739, acompanhado de seu irmão mais velho, Rodrigo de Medeiros Rocha. Conforme relata a tradição oral da região, eles buscaram abrigo, em um primeiro momento, junto a parentes que já viviam em Pernambuco. No entanto, diante do risco que isso representava, esses familiares optaram por enviá-los ao interior da então Capitania da Paraíba do Norte. Foi ali, na fazenda Preás, situada nas serras de Parelhas, território que hoje pertence ao Rio Grande do Norte, que os irmãos Medeiros permaneceram ocultos por algum tempo84, até de estabelecer definitivamente na região onde atualmente se localiza a município de Santa Luzia-PB.

É importante destacar que a chegada de Sebastião e Rodrigo ao Brasil coincide com um período de intensificação da emigração de açorianos rumo à América portuguesa, conforme analisado por Cibele Caroline da Rosa e Luís Fernando da Silva Laroque (2018)85. Segundo os autores, esse movimento foi impulsionado por fatores estruturais como crises climáticas e agrícolas, fome, instabilidade econômica e um sistema de herança que excluía os filhos não primogênitos da posse das terras familiares, forçando muitos a buscar melhores condições de vida no Brasil.

Embora a tradição local afirme que os irmãos Sebastião e Rodrigo tenham emigrado como forma de ocultar um passado comprometedor na Ilha de S. Miguel, mudando até os seus sobrenomes ao chegarem ao Brasil86 87 88, é igualmente plausível que tenham feito parte de um amplo fluxo migratório dos Açores a América Portuguesa motivado pelas adversidades nas ilhas e pela esperança de melhores oportunidades no continente americano.

A emigração açoriana atingiu seu auge a partir de 1747, quando a Coroa Portuguesa, por meio de um edital real, passou a incentivar oficialmente o deslocamento de famílias açorianas para a América. O objetivo era não apenas aliviar a pressão demográfica e econômica sobre o arquipélago, mas também povoar e proteger o sul do império, especialmente diante das crescentes disputas territoriais com a Espanha.

Olavo de Medeiros Filho, em seu livro Velhas Famílias do Seridó (1981)89, conta um relato do Dr. Agostinho Brito, descendente de Sebastião, em que explicaria como foi apresentado a sua futura esposa. O relato segue:

“[…] ao tempo em que estiveram morando nos Preás, dedicaram-se a trabalhos de natureza jurídica, cuidando de questões de terras, por serem pessoas letradas. Certo dia, chegou-lhes um convite formulado pelo Capitão-mor Geraldo Ferreira das Neves Sobrinho, desejoso de que os dois irmãos comparecessem à fazenda Picotes, em Santa Luzia, a fim de tratarem de uma questão de terras, em que se achava envolvida aquela
autoridade.

Comparecendo aos Picotes, foram os dois irmãos informados de que teriam de viajar à ribeira do Piancó, no trato do caso litigioso, região essa que se encontrava sem segurança para os eventuais viajantes, em virtude de ali ter surgido um levante dos indígenas.

Recusaram a incumbência, o que despertou a ira do Capitão-mor. Este deu-lhes conhecimento de queliavia chegado um mandado judicial, pedindo providências no sentido de serem presos dois fugitivos da Justiça, cuja descrição coincidia com as pessoas de Rodrigo e Sebastião de Medeiros. Após a ceia, em um quarto fechado, conferenciaram, longamente, Rodrigo e Sebastião, para discutirem a situação; ou viajariam ao Piancó, ou seriam entregues a Justiça pelo Capitão-mor. Conta a tradição que Geraldo conseguiu ouvir, ardilosamente, a conversa dos dois irmãos. Rodrigo já se mostrava disposto a enfrentar o perigo representado pelos indígenas, viajando ao Piancó, no que hesitava Sebastião em apoiá-lo. Dizia Rodrigo: “Mas, Sebastião, nós não temos condições de regressarmos ao Reino!…”

Finalmente, o Capitão-mor propôs uma terceira opção: os dois irmãos se casariam com duas irmãs, ambas sobrinhas de Geraldo, no que, a contragosto, concordaram Rodrigo e Sebastião. Casaram-se, finalmente, Sebastião com Antônia e Rodrigo com Apolônia, sob o patrocínio do Capitão-mor, tio das nubentes!… […]

Sebastião se casou com Antônia de Morais Valcácer (2ª de seu nome), filha de Manoel Fernandes Freire e Antônia de Morais Valcácer em data indeterminada, mas muito provavelmente em Patos-PB. Se o casamento foi arranjado como informar o texto acima, nunca vamos de fato saber.

Em 1757, após o falecimento de seu irmão Rodrigo de Medeiros Rocha, ficou responsável pelos seus bens e por todos os seus filhos. Em 1759, como Tenente, requereu sesmaria onde, pode-se ler:

“Nº 497 em 24 de março de 1759

Tenente Vicente Ferreira Neves e Tenente SEBASTIÃO DE MEDEIROS, moradores nesta capitania, dizem que a custa de sua fazenda e risco de suas vidas, tinham descoberto sobre a serra da Borburema, sertões deste governo, terras devolutas e desaproveitadas, com sufficiencia de crear gados e como careciam de terras para os crear pretendiam que se lhes concedesse por sesmaria em nome de S.M. tres leguas de comprido e uma de largo, para ambos, na dita serra, logar chamado Albino riacho chamado Olho d’Agua Grande que nascia da pedra chamada o Fundamento cujas terras confrontam em muita distância pela parte do nascente com R.R.P.P. da companhia do sitio do Poço, pela parte do poente com terras do defunto Izidoro Hortins, pela do norte com as de Antônio de Araujo Frazão e Cosme Dias de Araujo e pela do sul com José da Costa Romeo ou com quem verdadeiramente pertencesse, podendo fazer do comprimento largura ou da  largura comprimento, pedindo em conclusão se lhe concedesse as ditas terras por sesmaria com as confrontações declaradas para fazer a sua situação e peão no dito logar chamado Albino e Riacho chamado Olho d’Agua Grande. Foi feita a concessão, no governo de José Henrique de Carvalho.”

Segundo informa um de seus descendentes no livro de Olávo de Medeiros Filho, Sebastião possuía casa em Santa Luzia, na rua Padre Jovino. Sebastião e sua esposa Antônia habitaram na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB, muito provavelmente recebida como dote por ocasião do casamento de sua esposa, ou herdada de seu sogro, Manoel Fernandes Freire. Segundo Olavo de Medeiros Filho, Sebastião possuía estatura elevada, era moreno, magro, de pernas finas, queixo proeminente e temperamento irritadiço90.

Sebastião de Medeiros Matos ainda estava vivo em 1793, conforme demonstram referências encontradas no inventário de bens de Domingos Álvares dos Santos, onde é mencionado com a patente de Capitão. Também fazia parte do quadro da Irmandade das Almas do Caicó. Sua presença ainda é registrada em 1805, por ocasião do inventário de seu genro, Manoel Álvares da Nóbrega, realizado em Santa Luzia-PB, o que indica que provavelmente faleceu após essa data.

Nada foi encontrado até agora sobre o ano de falecimento de Antônia de Morais Valcácer.

Foram filhos de Antônia de Morais Valcácer e Sebastião de Medeiros Matos:

  1. SEBASTIÃO DE MEDEIROS ROCHA, ou Sebastião da Cachoeira em virtude de residir na Fazenda Cachoeira, situada a umas duas léguas de Santa Luzia, pelo rio Quipauá abaixo) se casou primeiramente com Maria Leocádia da Conceição, filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Em seguida, que se casou com Victorina Maria da Conceição (de Araújo), filha de Cosme Fernandes Freire e de Sebastiana Dias de Araújo. Sebastião faleceu por volta de 1831, como consta nos livros da Irmandade das Almas de Caicó e sua esposa Maria Leocádia em meados de 1800, pois seu inventário era realizado no ano seguinte, em 1801. Sua segunda esposa, Victorina, faleceu em 07 de março de 1843 em Santa Luzia-PB.
  2. ALEXANDRE MANOEL DE MEDEIROS se casou com Antônia Maria da Conceição, filha de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria de Conceição Freire. O casal habitou na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB. Sabe-se que Alexandre morreu por volta de 1834, pois nesse ano foram celebradas missas em sua lembrança, conforme registros encontrados em um velho livro de assentamentos da Irmandade das Almas de Caicó-RN. 
  3. JOÃO CRISÓSTOMO DE MEDEIROS nasceu em 15 de junho de 1766. Ele se casou com Francisca Xavier Dantas, filha de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. Ele foi faleceu em 16 de dezembro de 1812.
  4. MARIA JOSÉ DE MEDEIROS (Capítulo VI – Os Pentavós).
  5. QUITÊRIA MARIA DA CONCEIÇÃO.
  6. ANTÔNIA DE MORAIS SEVERA que se casou com João de Morais Camelo, natural dos Gariris Velhos, atual São João do Cariri. O casal habitou na fazenda Santo Antônio (Santa Luzia) e em seguida se mudaram para o Ceará.
  7. LUZIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO nasceu por volta de 1759. Ela se casou com Caetano Dantas Corrêa (2°), filho legítimo de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. O casal habitou na fazenda Carnaúba (Acari). Ela faleceu na fazenda da Carnaúba e foi sepultada em 9 de agosto de 1810, com idade de 51 anos.
  8. VICÊNCIA FERREIRA DE MEDEIROS, que se casou com Martinho Garcia de Araújo Pereira. Vicência faleceu no dia 19 de setembro de 1826 na fazenda da Barra, localizada na então freguesia de Sant’Anna do Seridó (Caicó-RN) e foi sepultada na Igreja Matriz de Caicó. 

Referências

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  7. Certidão de óbito de Estevam Otalíbio de Medeiros. ↩︎
  8. Certidão de óbito de Francisca Amaral de Medeiros. ↩︎
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  61. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 88. ↩︎
  62. FAMILYSEARCH. Memória: [Inventário de Maria Freire de Araújo]. FamilySearch Memories, record ID 213780968. Disponível em: https://www.familysearch.org/en/memories/memory/213780968. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  63. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939K-Q49D-WB. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939K-Q49D-WB. Acesso em: 8 jul. 2025. ↩︎
  64. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia da Conceição, tomo C (1699‑1723), p. 45. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-CONCEICAO-C-1699-1723/SMG-RG-CONCEICAO-C-1699-1723_item1/index.html?page=45. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  65. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia da Conceição, tomo C (1751‑1771), p. 99. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-CONCEICAO-C-1699-1723/SMG-RG-CONCEICAO-C-1751-1771_item1/index.html?page=99. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  66. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Senado Federal, Centro Gráfico, 1981, p. 65. ↩︎
  67. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 33S7-9P9C-FZB. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:33S7-9P9C-FZB. Acesso em: 8 jul. 2025. ↩︎
  68. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Senado Federal, Centro Gráfico, 1981, p. 168. ↩︎
  69. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939K‑Q49Z‑CV. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939K‑Q49Z‑CV. Acesso em: 8 jul. 2025. ↩︎
  70. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 17. ↩︎
  71. FAMILYSEARCH. Registro genealógico (ou título conforme o conteúdo da página). FamilySearch, v. 1, 2025. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939K-Q49D-GH. Acesso em: 8 jul. 2025. ↩︎
  72. PT-TT-CS-H-001-0010-00017_m0084.TIF – Autuamento (traslado) de um sumário de testemunhas ordenado pelo Bispo de Pernambuco sobre o procedimento do cónego Manuel Garcia Velho do Amaral na visita feita nas freguesias do Sertão do Norte – Arquivo Nacional da Torre do Tombo – DigitArq, acessado aos 19 de janeiro de 2025. ↩︎
  73. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 111. ↩︎
  74. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS2Q-N9ZJ-P. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-N9ZJ-P. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  75. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS2Q-N96Y-L. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-N96Y-L. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  76. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS2Q-N9CK-S. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-N9CK-S. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  77. https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1096946, Imagem: PT-ADVCT-PVCT19-001-00004_m0159, acessado aos 24 de julho de 2024. ↩︎
  78. BASTOS, Sebastião de Azevedo. No roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste. 1954. p. 16, 18, 31, 323. ↩︎
  79. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 112. ↩︎
  80. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-439S-M ↩︎
  81. FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da terra: livro IV. Nova ed. Palavras prévias de João Bernardo de Oliveira Rodrigues. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1998. p. 204. ↩︎
  82. FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da terra: livro IV. Nova ed. Palavras prévias de João Bernardo de Oliveira Rodrigues. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1998. p. 204. ↩︎
  83. FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da terra: livro IV. Nova ed. Palavras prévias de João Bernardo de Oliveira Rodrigues. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1998. p. 367. ↩︎
  84. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
  85. ROSA, Cibele Caroline da; LAROQUE, Luís Fernando da Silva. Quando migrar é necessário: açorianos povoam o Continente de Rio Grande de São Pedro (meados do século XVIII). Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 10, n. 2, p. 104–116, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v10i2a2018.1864. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  86. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 362.º, Da descendência de Rodrigo de Matos, § 1.o, N.o 4 & Notas 3). ↩︎
  87. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 27. ↩︎
  88. AUGUSTO, José. Famílias seridoenses. João Pessoa: Sebo Vermelho Edições, 2002. p. 49-50. ↩︎
  89. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
  90. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎

Ascendência Estevão Otalíbio de Medeiros

Sumário


Capítulo I – Estevão Otalíbio de Medeiros

Estevão Otalíbio de Medeiros foi agricultor, filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros. Ele nasceu em Santa Luzia-PB, em 2 de janeiro de 1911, e foi batizado na Igreja Matriz da cidade em 1 de março do mesmo ano. No seu registro1 de batismo, pode-se ler:

“No dia primeiro de março de mil novencentos e onze, nesta Matriz de Santa Luzia, batizei solenemente a ESTEVÃO, filho legitimo de MANOEL SALVIANO DE LUCENA e FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, nasceu aos dois de janeiro deste mesmo ano. Goram padrinhos Francisco Sales de Medeiros e Inácia Vitalina de Medeiros. Do que para constar mandei fazer este assento e assino. Pe. João Batista de Albuquerque. Vigário”

O registro de nascimento civil de Estevão foi realizado anos depois, em 1917, juntamente com o registro de seus irmãos. Essa prática era comum na época, pois o registro civil não tinha a mesma relevância que o registro religioso para as pessoas, sendo muitas vezes adiado ou, em alguns casos, até mesmo negligenciado. No entanto, com o passar do tempo, essa situação mudou. No seu registro2 de nascimento civil, pode-se ler:

“Aos doze de Novembro de mil novecentos e dezesete n’este Districto da Paz, Parochia e Municipio de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, em meu Cartorio compareceu MANOEL SALVIANO DE LUCENA na qualidade de pai da criança e em presença das testemunhas, abaixo, nomiadas e assignadas, declarou: Que no dia dois de janeiro de mil novecentos e onze, pelas dezesete horas, no logar Umburana d’este Districto, nasceu uma criança viva do sexo masculino, a qual se chama ESTEVÃO OTALÍBIO DE MEDEIROS; que não existe nem existio outro irmão com nome igual ao do recem-nascido, o qual é filho legítimo d’elle declarante e de sua mulher FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, creadores, naturaes e residentes n’este Districto; que os seus avós paternos são: SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA, agricultor, domiciliado e residente n’este Districto, E LEOCADIA MARIA DE JESUS, fallecida e sepultada no cemiterio publico d’esta Villa; que os seus avós maternos são: JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO e MAXIMIANA ANGELA DE JESUS, fallecidos e sepultados no cemiterio publico d’esta Villa; e que finalmente as testemunhas são: Antonio Aurelio de Medeiros e José Theodelo Fernandes, creadores, naturaes e recidentes n’este Districto. Do que para constar lavrei este termo em que commigo assinam-se o declarante e as testemunhas. Eu, Ignacio de Loyola Dantas, Official interino do Registro Civil, o escrevi. […]”

Carteira de Identidade de Estevão Otalíbio de Medeiros

Ele se casou com Francisca Amaral (que passou a usar o sobrenome Medeiros após o casamento), professora da rede estadual de ensino do estado da Paraíba, filha de Sebastião Leopoldino do Amaral e de Maria Christina de Figueiredo. Francisca nasceu em 14 de dezembro de 1919 em Várzea-PB, e foi batizada em 29 de fevereiro de 1920, na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. No seu registro3 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e nove de Fevereiro de mil novicentos e vinte nesta Matriz baptisei solenimente a FRANCISCA filha legitima de SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL e MARIA CHRISTO DE FIGUEIREDO; nasceo aos quartorze de Dezembro de mil novicentos e dezenove. Foram padrinhos: Severino Genezio da Costa e Adelia Maria da Conceição. Do que para constar mandei fazer este assento em que me assigno. Vigr.o Belinaro Dantas”

O seu nascimento foi registrado aos 6 de março de 1920 em Santa Luzia-PB. No seu registro4 de nascimento civil, pode-se ler:

“Aos seis dias do mez de Março do anno de mil novecentos e vinte n’este Districto de Paz, Termo de Santa Luzia do Sabugy, comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu Cartório compareceu SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, na qualidade de pai e em presença as testimunhas abaixo nomeadas declarou: Que no dia quatorze de Dezembro do anno de mil novecentos e dezenove e pelas uma horas da manhã no loga Varzeas d’este Districto nasceu uma criança viva do sexo feminino à qual chamou-se FRANCISCA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, que não existe nem existiu outra irmã com o nome igual ao da registrada a qual é filha legitima d’elle declarante e de sua mulher MARIA CHRISTINA DE FIGUERÊDO ambos creadores e residentes no mesmo logar Varzeas deste Districto; que os seus avós paternos são: Francisco Januário do Amaral e Josepha Carolina de Jesus, creadores domiciliados e residentes em Varzeas d’este Districto; que o seus avós maternos são: Manoel Alexandrino de Jesus e Theodora Leopoldina de Figuerêdo, creadores domiciliados e residentes no desterro, município do Jardim do Seridó; que finalmente as testemunhas  são: Antônio Aurelio de Medeiros e Gentil Geiciano Fernandes, ambos commerciantes e residentes n’esta Villa. Do que para constar lavrei este Termo em que me assigno com o declarante e as testemunhas […]”

No registro de nascimento civil mencionado, consta que ela se chamava Francisca Leopoldina de Medeiros, um nome que nunca utilizou ao longo de sua vida, seja pessoalmente ou em documentos. Esse equívoco pode ter diversas explicações, como um erro do tabelião no momento do registro ou até mesmo um engano do pai, Sebastião Leopoldino do Amaral, ao escolher o nome da filha. Entretanto, o verdadeiro motivo da alteração permanece desconhecido.

Essa é a tua!

Estevão costumava contar que no dia que conheceu Francisca Amaral, teria ido à negócios à casa de seu pai Sebastião Leopoldino do Amaral. Lá, teria visto Francisca, que passava as roupas com ferro à brasa. Dizia Estevão que no momento que à viu passar pelo corredor da casa para guardar as roupas, teria ouvido uma voz dizendo:

— Essa é a tua!

Logo tomou coragem para conhecer sua futura e única esposa. O namoro começou logo em Janeiro de 1938 e o casamento foi realizado meses depois, em Dezembro. Eles foram casados por quase 70 anos quando à morte de fato os separou.

Estevão e Francisca iniciaram o namoro em janeiro de 1938, e, poucos meses depois, em maio do mesmo ano, oficializaram o noivado. O casamento foi celebrado em uma terça-feira, à uma hora da tarde, no dia 13 de dezembro de 1938, na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. No registro5 de casamento religioso, pode-se ler:

“Aos treze de Dezembro de mil novecentos e trinta e oito, ne’esta Matriz de Santa Luzia Assisti o concenso nupcial de meus freguezanos ESTEVÃO OTALIBIO DE MEDEIROS e FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS, solteiros e foram tistimunhas: João {?} da Silva e Pedro Valentino de Medeiros. E para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigário P. Manoel Firmino Gil”

No entanto, o registro de casamento civil ocorreu anos depois, em Cabaceiras-PB, município no qual o casal habitava no momento. No registro6 civil de casamento, pode-se ler:

“Casamento Civil dos Conthahentes ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS e dona FRANCISCA AMARAL que passará a assinar-se FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS. Aos vinte e um dias do mêz de Agosto do ano de mil novecentos e quarenta (1940), nesta Povoação de Vêreda Grande da Comarca de Cabaceiras, deste Estado da Parahyba do Norte, as onze horas em na residencia do cidadão João Lopez Sobrinho, onde se achava presente o juiz de Direito Interino e Casamentos Doutor Manoel José Nunes Cavalcante Filho, comigo Oficial […] e as testemunhas cidadãos José Lopez de Andrade e Roldão Claudio de Mello, funcionários públicos, residentes nesta mesma Povoação, reclamam-se em matrimonio por suas livres e expontaneas vontades sendo pela mesma autoridade dito “os declaro casados em nome da Lei”; ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS e dona FRANCISCA AMARAL; o contrahente solteiro, nascido em Santa Luzia do Sabugy, deste mesmo Estado, no lugar Varzea a doze de janeiro de mil novecentos e onze, agricultor, residente nesta dita Povoação, filho do cidadão MANOEL SALVIANO DE LUCENA e dona FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, naturaes e residentes no mesmo lugar Varzea; e a contrahente, solteira, nascida no mesmo logar Varzea, a quartorze de dezembro de mil novecentos e dezenove, funcionaria pública, residente nesta mesma Povoação, filha do cidadão SEBASTIÃO LEOPOLDINO DE AMARAL e dona MARIA CHRISTINA DE FIGUEIRÊDO, naturaes do mesmo logar Varzea e residentes no logar Ribeira desta mesma Comarca. Pelo Meretissimo Juiz foram dispençados os proclamar do casamento dos contrahentes […] Os contrahentes declararam neste auto serem casados catolicamente, tendo nascido {?} auto, uma filha de nome Maria Saléte de Medeiro, nascida aos dezenove de Agosto de mil novecentos e trinta e nove e que não há impedimento algum, que os {?} de se cazarem. Em firmeza do que eu Severino Francisco de Assis lavrei este auto que vai por todos assinados. Eu Severino Francisco de Assis Oficial privativo do Registro Civil, o escrevi e assino”

Estevão e João Mendonça, marido de Marta Leopoldina de Medeiros, irmã de Estevão.

O casal se estabeleceu inicialmente em Várzea Grande, chegando a essa localidade em 15 de fevereiro de 1939. Em seguida, mudaram-se para Vereda Grande em 7 de outubro de 1941, conforme anotações de Francisca. Posteriormente, residiram pela primeira vez em Barra de Figueira (“A Barra”), nas proximidades de São João do Cariri-PB, antiga propriedade de Manoel Salviano de Lucena, pai de Estevão, a partir de 8 de fevereiro de 1944.

Adquiriram então a Fazenda Poço de Pedras, localizada às margens do rio Taperoá, na divisa entre os municípios de Cabaceiras-PB e São João do Cariri-PB. Em 15 de fevereiro de 1951, mudaram-se novamente para a Fazenda Barra de Figueira, onde viveram até maio de 1956. Nesse ano, transferiram-se para Campina Grande-PB, estabelecendo-se na Rua Doutor de Vasconcelos, nº 250/260. Por fim, em 1976, o casal se mudou definitivamente para Brasília-DF, acompanhados de sua filha mais nova, Suely (outros filhos já haviam se instalado na capital nos anos anteriores), onde residiram até seus últimos dias de vida.

Casa de Estevão e Francisca na “Barra” (São João do Cariri-PB). O sítio se chamava Barra de Figueiras.
Filhos e filhas de Francisca Amaral de Medeiros e Estevão Otalíbio de Medeiros.
Primeira residência de Estevão Otalíbio de Medeiros e Francisca Amaral na cidade de Brasilia-DF.

Das bodas de ouro até as de diamante

O casal comemorou suas bodas de ouro (50 anos de casamento) em 1988, um marco significativo em sua jornada juntos. A celebração aconteceu no dia 13 de dezembro daquele ano, em um culto especial realizado na Igreja Batista Filadélfia, localizada no Guará-DF. Amigos e familiares se reuniram para prestar homenagens a Estevão e Francisca, que, ao longo das cinco décadas de união, construíram uma vida marcada por amor, respeito e superação.

Comemoração das bodas de ouro de Francisca Amaral e Estevão Otalíbio de Medeiros. Da esquerda para a direita: Cloves, Cristovam, José, Francisca, Estevão, Suely, Maria de Fátima, Dolores, Judith, Marinete e Salete.

Dez anos depois, em 1998, o casal celebrou suas notáveis bodas de diamante, marcando 60 anos de casamento. A cerimônia foi novamente realizada na mesma igreja onde haviam comemorado as bodas de ouro, a Igreja Batista Filadelfia do Guará-DF, renovando votos e compartilhando com amigos e familiares a alegria de uma vida construída com amor e cumplicidade ao longo de seis décadas.

Comemoração das bodas de diamante, simbolizando incríveis 60 anos de matrimônio.

Estevão Otalíbio de Medeiros veio a falecer aos 25 de outubro de 2005 em Brasília-DF, com 94 anos de idade. Na certidão7 civil de óbito, pode-se ler:

“[…] Certifico que, sob os números e na data acima, foi registrado o óbito de: ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS do sexo masculino, falecido(a) aos vinte e cinco dias do mês de outubro do ano de dois mil e cinco (25/10/2005), às 01:00 horas, no(a) em domicilio […], com 94 anos de idade, estado civil casado, profissão trabalhador rural, natural de Santa Luzia-PB, residente e domiciliado(a) no(a) […] filho(a) de MANOEL SALVIANO DE LUCENA e de FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS. – […] O falecido era casado com a Senhora FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS, pelo cartório de Cabaceiras-PB, livro 12, fls 98 e 99, Termo 866. Deixou doze filhos […], maiores e não interditados. Não deixou bens a inventariar. Não deixou testamento conhecido. […]”

Francisca, por sua vez, faleceu em 26 de maio de 2015 em Brasília-DF com 95 anos de idade. Na sua certidão8 civil de óbito, pode-se ler:

“[…] Nome: FRANCISCA AMARAL DE MEDEIROS […] Naturalidade Várzea-PB […] Filiação e residência SEBASTIÃO LEOPOLDINO DO AMARAL, MARIA CRISTINA DE FIGUERÊDO. […] Data e Hora de falecimento aos vinte e seis dias do mês de maio do ano de dois mil e quinze […] Observações averbações Era viúva de ESTEVAM OTALIBIO DE MEDEIROS, casados pelo cartório de cabaceiras – PB […]”

Foram filhos de Francisca Amaral de Medeiros e de Estevão Otalíbio de Medeiros:

  1. MARIA SALETE DE MEDEIROS.
  2. MARINETE DE MEDEIROS.
  3. MARINALDO AMARAL DE MEDEIROS.
  4. MARIO MEDEIROS DO AMARAL.
  5. JOSÉ AMARAL DE MEDEIROS.
  6. JOÃO AMARAL DE MEDEIROS.
  7. JUDITE AMARAL DE MEDEIROS.
  8. MARINA AMARAL DE MEDEIROS.
  9. MARIA DE LOURDES AMARAL DE MEDEIROS.
  10. MARIA DOLORES DE MEDEIROS.
  11. SALVIANO AMARAL DE MEDEIROS.
  12. CRISTOVAM AMARAL DE MEDEIROS.
  13. JOSÉ CLOVES AMARAL DE MEDEIROS.
  14. MARIA DE FÁTIMA AMARAL DE MEDEIROS.
  15. SUELY AMARAL DE MEDEIROS.

Capítulo II – Os Pais

Manoel Salviano de Lucena e Felismina Leopoldina de Medeiros

Manoel Salviano de Lucena era paraibano, agricultor, nascido em Santa Luzia-PB no dia 17 de dezembro de 1872, sendo batizado aos 22 de junho do ano seguinte na igreja Matriz da cidade. Ele era filho de Salviano Baptista de Lucena e de Leocádia Carolina de Medeiros. Foi descrito pelos seus familiares como de pele clara e olhos azuis. No seu registro de batismo9, pode-se ler:

“No dia vinte e dois de junho de mil oito centos e setenta e três, baptizei solenemente o MANOEL, filho legítimo de SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA e LEOCÁDIA MARIA DA CONCEIÇÃO; nasceu a dezessete de dezembro de 1872: forão padrinhos João Maria de Damasceno e Antônia Maria da Conceição; e para constar mandei fazer este em que me assigno. O Vigr.º Manoel Tertulliano de Figueiredo.”

Ele se casou primeiramente com Maria do Carmo de Jesus, nascida por volta de 1876 em Santa Luzia-PB, filha de Antônio Militão de Nobrega e de Maximiana Angela de Jesus. O casamento foi realizado no dia 11 de dezembro de 1894 em Santa Luzia-PB. No registro do casamento10, pode-se ler:

“No dia onze dias do mêz de dezembro de mil oito centos noventa e quatro n’esta Villa em Casa da Repartição do Registro Civil d’esta Villa […] em matrimonio Manoel Salviano de Lucena, solteiro, creador, com idade 21 annos e filho legítimo de Salviano Baptista de Lucena e Leocádia Maria de Jezus naturais e rezidentes n’este termo e Maria do Carmo de Jesus, solteira com idade de 18 annos e filha legítima de Antônio Millitão de Nobrega, Já fallecido e de Maximiana Angela de Jezus, naturais e rezidentes n’este termo; os quais declarão […]’’

Conta a tradição familiar que Maria chegou a ter um filho com Manoel Salviano, mas a criança não sobreviveu ao parto. Além disso, segundo alguns descendentes de Manoel, Maria teria morrido de tristeza devido à ausência de seu marido, que havia deixado sua terra natal logo após o casamento, junto com seu cunhado Franklin Saturnino Alves da Nobrega, rumo aos seringais da região norte do Brasil, muito provavelmente no estado do Amazonas segundo alguns parentes.

Sabe-se, porém, que Maria morreu de um possível ataque cardíaco, no dia 21 de outubro de 1901, em Santa Luzia-PB. No registro de civil de óbito11 de Maria, pode-se ler:

“Aos vinte um dias do mez de Outubro de mil nove sentos e um […] faleceo MARIA DO CARMO DE JESUS com idade de vinte cinco annos, Cazada com MANOEL SALVIANO DE LUCENA e finalmente a morte foi natural proveniente de Emfarto e vai ser sepultada no Cemitério desta Villa […]”

E no seu registro12 de sepultamento, pode-se ler, pode-se ler:

“Aos vinte e um de Outubro de mil novecentos e um, neste Cemiterio sepultou-se em habito branco a adulta MARIA DO CARMO DE JESUS, casada que foi com MANOEL SALVIANO DE LUCENA, morreu de peito com idade de vinte e cinco annos e para constar mandei fazer este em que me assigno. Vigario Padre João Baptista de Albuquerque”

Nos seringais, Manoel teria conhecido uma índia com quem teria tido pelo menos 2 filhos, chamados Garcino e Fileno. Manoel era muito reservado sobre o assunto e costumava repetir somente a seguinte poesia, cujo as personagens principais eram os seus dois filhos:

“Fileno e Garcino, tenham paciência
Que o tempo andando vem
De uma sorte de ventura
Deus querendo faz uma feliz criatura”

Manuel também costumava contar algumas histórias da sua vida nos seringais para os seus filhos e netos. As histórias abaixo foram recontadas por Maria Salete de Medeiros, filha mais velha de Estevão Otalíbio de Medeiros, filho de Manoel Salviano de Lucena.

A bola negra brilhante que descia o rio

Certo dia ele foi ver a praia do rio Amazonas, com alguns colegas de trabalho dos Seringais e viram uma grande bola negra e brilhante, que descia o rio e vinha em direção à margem, onde eles estavam. Ele disse que nunca viu uma coisa tão linda e brilhante como aquela. Nisso, um dos homens que estavam ali disse que aquilo era um tesouro, dizendo que ele iria ficar com o tesouro. Porém, quando a bola chegou à margem, o homem ao pegar no objeto, ficou com uma das mãos grudada; tentou se livrar, colocando a outra mão, mas também ficou grudada. Tentou forçar com os pés, mas os pés também ficaram grudados e a água arrastou a bola para o meio do rio e continuou descendo rio abaixo, levando o homem junto com ela. Esse homem nunca mais foi visto.

A jiboia que hipnotizou um homem

O grupo estava na mata, a caminho do serviço. De repente, perceberam que um dos companheiros começou a cambalear, como bêbado, para lá e para cá, e tirou os calçados e toda a roupa, como se estivesse hipnotizado. O homem começou a caminhar em direção a certo local. Foi então que um dos colegas percebeu que ali estava uma grande jiboia com os olhos “encatitados” (termo que Manoel usava para dizer vidrados/fixados) no homem. Então, alguns homens do grupo que usavam qualquer coisa de ouro – como aliança, corrente, dentes de ouro, etc. – Tomaram a frente daquele homem, em direção à cobra, e aí ela perdeu a força, por causa do ouro, e eles conseguiram salvar o homem. Porém, três dias depois aquele homem morreu de forma estranha, ainda hipnotizado pela cobra.

Salviano e o seu amigo índio

Contava que o índio o chamava de “Saiviano” e que ele tinha percepção das coisas que podiam acontecer, só de observar a natureza. Um certo dia, Manoel e o índio iam pegar uma canoa no rio Amazonas, para irem a determinado lugar. Porém, quando entraram no barco, o índio pegou no braço de Manoel e disse: “Saiviano, não vai dar certo. ” Então o vovô desistiu de pagar aquela canoa e aguardaram na margem. Quando a canoa deu partida e navegou um pouco, uma grande cobra levantou-se dentro do rio, por baixo da canoa – pois estava atraída pelo cheiro das galinhas que alguém levava para vender, o que fez a canoa virar. Foi um grande apuro, mas todos se salvaram, pois ainda estava próximo da margem.

O Bicho de Pé

Manoel chegou na Barra de Figueiras montado em pomposo alazão. Ele estava morando no Hotel Ornalinda, em São João do Cariri. Veio morar na fazenda. No mesmo dia sentou-se no batente da entrada do armazém, tirou as botas e lavou os pés. Com uma peixeira, retirou algo sob o dedão do pé e me mostrou. Parecia uma semente de mamão, com uma bolha transparente e escura no interior. Foi perguntado o que era aquilo. Ele respondeu rindo: “É um bicho-de-pé que estava me incomodando”

Muitos nordestinos foram para campos de extração de borracha com promessas de enriquecimento e melhoria de vida. Como não conseguiam a tão esperada riqueza, retornavam para a suas cidades e famílias. Foi provavelmente o caso de Manoel, que após 7 anos nos seringais, retornou à Santa Luzia-PB. No seu retorno, Manoel comprou a propriedade Barra de Figueiras com meia dúzia de contos de réis, fruto do seu trabalho nos seringais.

Conta a tradição familiar que ao voltar dos seringais, sabendo da morte de Maria do Carmo de Jesus, Manoel teria logo procurado uma nova esposa. A nova pretendente seria Felismina, irmã por parte de mãe de sua falecida esposa. Felismina não gostava muito de sua madrasta (sua mãe havia falecido alguns anos antes) e queria logo se casar. Entretanto, antes de marcar o casamento, Salviano propôs um desafio à Felismina: ela deveria fazer um terno de linho novo a partir de um de seus ternos. Felismina era uma exímia costureira e topou o desafio. Após alguns dias de trabalho, Felismina surpreendeu o seu futuro marido, que ficou perplexo com o capricho e a qualidade do resultado.

Felismina Leopoldina de Medeiros, era paraibana, dona de casa, nascida no dia 20 de novembro de 1888 e foi batizada no dia 25 do mesmo mês e ano em Santa Luzia-PB. Era filha do segundo casamento de ambos, Joaquim Francisco de Melo e Maximiana Ângela de Jesus. No seu registro de batismo13, pode-se ler:

“No dia vinte e cinco de novembro de mil oito centos oitenta e oito, n’esta Matriz, baptizei solenemente a Felismina, branca, filha legítima de Joaquim Francisco de Mello e Maximiana Maria de Jesus, nasceu a vinte do mesmo mez e anno; Foram padrinhos: Manoel Bento Maria de Medeiros e sua mulher Thereza Maria Idalina de Jesus, todos d’esta Freguesia. E para constar mandei fazer este assento, em que me assigno.”

O casamento ocorreu no dia 21 de março de 1908 também em Santa Luzia-PB, na Igreja Matriz da cidade. Manoel e Felismina habitaram na Fazenda Umburana (Santa Luzia-PB). No registro de casamento14 de Manoel e Felismina, pode-se ler:

“No dia vinte e dois do mez de março de mil novecentos e oito […] n’esta Villa de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, pelas seis horas do dia em Caza de rezidencia do Doutor Pedro Firmino da Costa e Souza Juiz Municipal do Termo para representar a lei do Casamento com migo Escrivão de Cazamento e as testemunhas João Simplício Baptista e Manoel Cavalcante de Mello, receberam-se em matrimônio MANOEL SALVIANO DE LUCENA, Viuvo com idade de trinta e cinco annos, Creador natural e rezidente n’este Termo, filho legítimo de SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA e LEOCÁDIA MARIA DA CONCEIÇÃO e FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, Solteira, com dezoito annos de idade, natural e rezidente n’este Termo, filha legítima de JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO e MAXIMIANA ANGELA DE MEDEIROS, os quais n’este declararam que não são parentes em graus (?). […]”

O documento foi assinado por todos menos Salviano, que não sabia ler nem escrever como consta nos registros de nascimento de seus filhos. Já Felismina, assinou o documento e a assinatura pode ser vista abaixo.

Assinatura de Felismina Leopoldina de Medeiros

Já na velhice, por volta de 1946, Manoel e Felismina foram viver com seu filho mais velho, Estevam Otalíbio de Medeiros. Segundo alguns parentes, Manoel Salviano nos anos finais de vida já não estava com a memória muito boa, mesmo assim era capaz de entoar músicas na ligua Tupi-Guarani.

Manoel veio a falecer de congestão no dia 11 de agosto de 1951 em São João do Cariri-PB, com 78 anos de idade. No seu registro de óbito15, pode-se ler:

“No dia onze dias do mez de agosto do ano de mil novecentos e cincoenta e um, nesta cidade de São João do Cariri; do Estado da Paraíba, em meu cartório compareceu Estevam Otalíbio de Medeiros, brasileiro, casado, agricultor, natural deste Estado e residente neste Distrito no lugar Barra da Figueira e declarou que em sua casa no lugar Barra de Figueira faleceu seu pai de nome Manoel Salviano de Lucena, brasileiro, casado com Felismina Leopoldina de Medeiros, agricultor de côr branca do sexo masculino, faleceu com idade de setenta e oito anos, cauza da morte congestão, seu cadaver foi sepultado no cemitério público desta cidade; filho de Salviano Batista de Lucena e Leocádia Maria da Conceição; o falecido deixou nove filhos cujos nomes são os seguintes: Maria Maura, nascida no ano de mil novecentos; Estevam Otalíbio de Medeiros, quarenta anos; Marta Medeiros com trinta e nove anos, Francisco das Chagas Medeiros com trinta e oito anos; José Antônio de Medeiros com trinta e seis anos de idade; Luzia Medeiros Lima com trinta seis anos de idade; Francisca Lucena de Medeiros com trinta e cinco anos; Catarina Erasma de Medeiros com vinte e oito anos; João Ramalho de Lucena com vinte e cinco anos; o falecido não deixou testamento […]”

Já Felismina veio a falecer de anoxia cerebral, decorrente muito provavelmente de uma queda (anoxia, hematoma intra cérébral e hemorragia), Hemorragia), em Campina Grande-PB, em 5 de julho de 1978. Em seu registro16 de óbito, pode-se ler:

“Em seis de julho de mil novecentos e setenta e oito nesta cidade de Campina Grande, Estado da Paraiba em cartório compareceu José Paulo Cavalcanti e exibindo o atestado de óbito firmado Dr. Fernando Mauricio de Lira dando como causa da morte Anoxia Cerebral, Hematoma Intra Cerebral, Hemorragia, declarou que no dia cinco de julho de mil novecentos e setenta e oito as 18 e 30 em Rua Dr. Wasconcelos, 324, Felismina Leopoldina de Medeiros do sexo feminino profissão doméstica, natural d’este Estado Santa Luzia, domiciliado e residente em nesta cidade com 88 anos de idade, estado civil viúva, filha legítima de JOAQUIM FRANCISCO DE MELO, agricultor, MAXIMIANA DE JESUS, doméstica, paraibanos, já falecidos, A falecida viúva de Manoel Salviano de Lucena deixa os filhos seguintes: Maria Lidia, Estevam, Marta, Maria, Francisco das Chagas, José Antônio, Luzia, Francisca, Catarina, e João. O sepultamento será no cemitério de morte Santa Clara […]”

Manoel e Felismina tiveram 10 filhos, sendo 6 mulheres e 4 homens. Fato interessante é que Manoel registrou de uma só vez 5 de seus 10 filhos, no caso da filha mais velha, 7 anos depois. Foram filhos do casal:

Felismina reunida com parte de seus filhos (da esquerda para a direita: Maria Lydia, Estevam, Luzia e Catarina.
Estevão ao centro, no sofá, com suas irmãs, da esquerda para a direita: Luzia Leopoldina de Medeiros, Marta Leopoldina de Medeiros e Maria Lydia de Medeiros.
  1. MARIA LYDIA DE MEDEIROS nasceu no dia 3 de janeiro de 1910 e foi batizada aos 9 de fevereiro do mesmo ano na Igreja Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Francisco de Melo e Maria das Dores de Jesus. Ela se casou com José Marinho da Silva, filho de Manoel Marinho da Silva e de Firmina Virginia de Jesus, irmã de Francisco Januário do Amaral, pai do marido da esposa de seu irmão Estevão Otalíbio de Medeiros. O casamento ocorreu aos 27 de março de 1926 em Santa Luzia-PB. Maria faleceu em Campina Grande, em 10 de novembro de 2004.
  2. ESTEVÃO OTALÍBIO DE MEDEIROS (Capítulo I – Um resumo de sua história).
  3. MARTHA LEOPOLDINA DE MEDEIROS nasceu no dia 28 de março de 1912 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com João Mendonça (Pai Joca).
  4. FRANCISCO DAS CHAGAS MEDEIROS nasceu no dia 9 de novembro de 1913 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Ludovina L. Medeiros, filha de Antônio Calixto de Medeiros e de Maria das Dores de Medeiros em 10 de dezembro de 1941 em Santa Luzia-PB. Francisco e Ludovina moraram por toda a vida em São João do Cariri-PB. Francisco veio a falecer no dia 23 de outubro de 2001 em Campina Grande, PB. Segundo registro de casamento do casal, consta que Ludovina faleceu 21 de maio de 2000, em Campina Grande-PB.
  5. JOSÉ ANTÔNIO DE MEDEIROS (José Salviano) nasceu no dia 19 de abril de 1915 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Eliza Amaral, filha de Sebastião Leopoldino do Amaral e de Maria Christina de Figueiredo. José faleceu no dia 24 de abril de 1999 em Campina Grande-PB.
  6. JOANNA LEOPOLDINA DE MEDEIROS nasceu no dia 11 de dezembro de 1916 segundo o registro civil, e 19 de dezembro, segundo o registro de batismo. Ela foi batizada no dia 1 de janeiro de 1917 na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Joaquim e Maria Izabel. Joanna muito provavelmente morreu jovem, pois não há parentes que tenham lembranças de sua pessoa. Segundo alguns filhos e filhas de Estevão (irmão de Joanna), ele costumava falar sobre uma tal Joana. Queria até batizar uma de suas filhas com o referido nome, muito provavelmente por lembrança de sua irmã falecida.
  7. LUIZA CATARINA ou LUZIA LEOPOLDINA DE MEDEIROS nasceu  em Santa Luzia-PB no dia 17 de março de 1918.
  8. FRANCISCA LUCENA DE MEDEIROS (Chiquita) nasceu no dia 4 de junho de 1920 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com João Medeiros Ramos em 1948, na cidade de Monteiro-PB. Ela faleceu no dia 2 de outubro de 2010 em Sinop-MT. O casal habitou por vários anos a Fazenda Capoeiras (Paraíba).
  9. JACINTHA TEODORA DE MEDEIRAS nasceu no dia 3 de julho de 1921 em Santa Luzia-PB. Jacintha faleceu pouco tempo depois, no dia 24 de maio de 1922, em Santa Luzia-PB.
  10. CATARINA ERASMA DE MEDEIROS nasceu no dia 25 de novembro de 1922 em Santa Luzia-PB. Ela faleceu em Campina Grande, no dia 14 de março de 1990.
  11. JOÃO RAMALHO DE LUCENA nasceu no dia 23 de outubro de 1926 em Santa Luzia-PB. Ele faleceu no dia 31 de março de 1998 em Campo Grande-MS.

Capítulo III – Os Avós

Salviano Baptista de Lucena e Leocádia Maria de Medeiros

Salviano Baptista de Lucena nasceu no dia 12 de maio de 1842 e foi batizado em 26 de junho do mesmo ano, na capela de São João Baptista, atual município de São João do Sabugi-RN. Ele era filho de Manoel Baptista de Lucena e de Guilhermina Antônia da Rocha. No seu registro de batismo17, pode-se ler:

“SALVIANO, filho legítimo de MANOEL BAPTISTA DE LUCENA, e de GUILHERMINA ANTÔNIA DA ROCHA, naturaes e moradores nesta Freguesia do Seridó, nasceo nos doze de Mario de mil oito centos e quarenta e dous e foi baptizado com os santos Óleos no dia vinte e seis de junho do mesmo anno, na Capella de São João, pelo Padre Joaquim Hélio de Medeiros, de minha licença: forão Padrinho Antônio Gomes de Oliveira, e sua mulher Maria José do Nascimento, naturaes e moradores nesta Freguesia; de que para constar mandei fazer este assento, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra. ”

Ele se casou com Leocádia Carolina de Medeiros, filha de Felix Gomes de Medeiros e Josefa Maria da Conceição. Leocádia (em alguns registros o sobrenome de Leocádia varia um pouco sendo conhecida também como Leocádia Maria do Espírito Santo e Leocádia Leopoldina de Medeiros) nasceu no dia 9 de dezembro de 1837 e foi batizada em 25 de dezembro do mesmo ano na capela São João Baptista, atual município de São João do Sabugi-RN, mesmo local de batismo de seu marido. No seu registro de batismo18 podemos ler:

“LEOCADIA, filha legítima de FELIS GOMES DE MEDEIROS e de JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO, naturaes e moradôres n’esta Freguesia do Seridó, nasceo à nove, e foi baptizada com os santos óleos à vinte cinco de dezembro de mil oito centos e trinta e sete no Oratório de São João pelo Padre Joaquim Felis de Medeiros de minha licença: forão Padrinhos Manoel Benvenuto de Medeiros e sua mulher Balbina José de Medeiros; de que para constar mandei fazer este assento em que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

O casamento ocorreu no dia 12 de outubro de 1868 na capela de São João Baptista (São João do Sabugi-RN). No registro19 do casamento, pode-se ler:

“No dia doze horas do dia doze d’outubro de mil oito centos e sessenta e oito, na Capella de São João Baptista, do Sabugy, na Freguesia de Serra Negra, na Província do Rio Grande do Norte, o Reverendíssimo Joaquim Felis de Medeiros, da licença minha, e […], unio em Matrimonio, e dei logo as benções nupciais aós contraentes, meos Parochiannos SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA, e LEOCADIA MARIA DO ESPIRITO SANTO, elle filho legitimo de MANOEL BAPTISTA DE LUCENA, e GUILHERMINA MARIA DA CONCEIÇÃO, já fallecidos; e ella filha legítima FELIS GOMES DE MEDEIROS, e JOSEFA MARIA DE MEDEIROS: presente por testemunhas Eliseo Maria de Medeiros, morador n’esta Freguesia de Santa Luzia do Sabugy, e Salustianno Baptista de Lucena, morador na de Serra Negra, ambos casados: de que fiz este assento, e nelle me assigno. O Vigr.º Antônio Germano Barbalho Bezêma.”

Não se sabe a data exata de falecimento de Salviano. No registro de nascimento de um de seus netos em 1917, ainda era vivo, habitando em Santa Luzia-PB. Já Leocádia faleceu no dia 19 de abril de 1911, com 73 anos de idade, sendo sepultada em 20 de abril do mesmo ano, também em Santa Luzia-PB. No seu registro20 de sepultamento, pode-se ler:

“No anno de mil novecentos e onze, no dia dezenove de abril de, faleceu com setenta e quatro annos de idade, LEOCADIA MARIA DO ESPIRITO SANTO, casada com SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA, foi encomendada no dia seguinte o sepultou-se no Cemitério de L. Miguel d’esta Villa. Do que para constar mandei fazer este assento e assigno. O Vigr.º P. João Baptista de Albuquerque. ”

E pode-se ler no seu registro21 de óbito:

“No dia vinte dias do mez de abril de mil nove centos e onze […] em meu Cartório compareceu Manoel Paulino de Maria, em qualidade de Vizinho, e na presença das testemunhas, abaixo assignadas declarou que pelas onze horas da noite do dia dezenove do corrente mez em Sítio Annalher d’este termo falleceu Leocadia Maria do Espirito Santo, Cazada cum SALVIANNO BAPTISTA DE LUCENA, com idade de setenta e quatro annos, deixou treis filhos legítimos são os seguintes: MANOEL SALVIANO DE LUCENA, com idade de trinta annos, Maria Leocádia de Jesus, com idade de quarenta annos, Francisca Maria da Conceição com trinta e cinco annos, finalmente a morte foi natural proveniente de {?} e veio ser sepultada no Cemitério d’este Villa […]”

Foram filhos de Leocádia Carolina de Medeiros e Salviano Baptista de Lucena:

  1. MARIA, nascida no dia 7 de julho de 1869 e foi batizada aos 19 de agosto do mesmo ano no Sítio Santa Fé, Santa Luzia-PB. Foram padrinhos, Januário Alvares da Nobrega e sua mulher Theodora Arcanja da Nobrega. Ela faleceu por volta de 3 meses depois em 25 de setembro de 1869 em Santa Luzia-PB.
  2. MARIA LEOCÁDIA DE JESUS, nascida no dia 31 de julho de 1870 em Santa Luzia-PB. Ela se casou com Manoel Bernardes. Ela veio a falecer aos 12 de novembro de 1929 em Mulungu-PB. Existe ainda uma outra Maria Leocádia, que teria se casado com Silvino Tiburtino de Medeiros e que teria falecido após 1929. Muito provavelmente uma irmã, mais nova.
  3. FRANCISCA MARIA DA CONCEIÇÃO, batizada em 11 de dezembro de 1871 no lugar Riacho (Santa Luzia-PB), na casa de Roberto Barboza de Maria. Foram padrinhos Eliseu Maria de Medeiros e Guilhermina Rosalina de Medeiros.
  4. FRANCISCO, gêmio de Francisca Maria da Conceição, batizado em 11 de dezembro de 1871 junto com a irmã, no lugar Riacho (Santa Luzia-PB), na casa de Roberto Barboza de Maria.
  5. MANOEL SALVIANO DE LUCENA (Capítulo II – Os Pais).
  6. JOSÉ SALVIANO DE MEDEIROS, nascido no dia 22 de fevereiro de 1874 em Santa Luzia-PB, vindo a falecer no Sítio Gatos em 15 de janeiro de 1896, em Santa Luzia-PB, com 21 anos de idade. José Salviano de Medeiros era criador e faleceu solteiro.

Joaquim Francisco de Melo e Maximiana Angela de Jesus

Joaquim Francisco de Melo nasceu no dia 15 de março de 1861 e foi batizado no dia 29 de abril do mesmo ano no Oratório do Maracujá, localizado em fazenda de mesmo nome, e que na época, estava sob a jurisdição da Matriz de Santa ‘Anna, atual Caicó-RN. Era agricultor e filho de Cassiano de Mello Montenegro e Catharina Maria da Conceição. No seu registro22 de batismo, pode-se ler:

“JOAQUIM, filho legítimo de CASSIANO DE MELLO MONTE NEGRO, e CATHARINA MARIA DE JESUS d’esta Freguesia, nasceo a quinze de março, e foi baptizado solenemente no Oratório do Maracujá, pelo Padre Gil Braz de Figueirêdo de minha licença, a vinte e nove de abril de mil oito centos e sessenta e um: Padrinhos Luiz Emiliano de Figueirêdo e sua mulher Izabel Maria de Jesus, de que mandei fazer este Assento que assigno. O Vigr.° Francisco Rafael Ferreira.”

Suposta fotografia de Joaquim Francisco de Mello.

Ele se casou duas vezes até onde se sabe. Sua primeira esposa foi Maximiana Angela de Jesus e em seguida Francisca Leopoldina de Medeiros.

Maximiana Angela de Jesus, nasceu no dia 21 de janeiro de 1858 e foi batizada no dia 16 de março do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Ela era filha de Antônio Garcia de Araújo e Joanna Idalina de Medeiros. No seu registro23 de batismo, pode-se ler:

“Ao dezenove de março de mil oito centos cinquenta nove, foi por mim batizada solenemente n’esta Matriz de Santa Luzia, par vela MAXIMIANNA, branca, nasceo a vinte hum de fevereiro do mesmo anno, filha de legitima de ANTÔNIO GARCIA D’ARAÚJO e D. JOANNA IDALINA DE MEDEIROS, forão Padrinhos Antônio Santiago de Medeiros e sua mulher Ignácia Victoria de Medeiros de que para constar fez este assento. O Vigr.º Antaro Estanislaó Aurique e Vasconcellos. ”

Maximiana também se casou por mais de uma vez. Primeiramente com Antônio Militão de Medeiros Nobrega e em seguida com Joaquim Francisco de Melo, após a morte do seu primeiro esposo. O casamento ocorreu no dia 29 de setembro de 1874 em Santa Luzia-PB. No registro24 de seu primeiro casamento, pode-se ler:

“No dia vinte e nove de setembro de mil oitocentos e settenta e quatro, a uma hora da tarde, reparado decentemente uni altar na caza da residência do Senhor Antônio Garcia d’Araújo, na Cachoeira d’esta Freguesia de Santa Luzia, em minha presença e na das testemunhas José Maria de Medeiros, cazado d’esta Freguesia, e José Modesto d’Araújo, solteiro, da Freguesia do Jardim, receberam-se em matrimonio por palavras de presente e de mim receberam as benções Nupciais meus Parochiannos ANTÔNIO MILITÃO DE MEDEIROS NOBREGA e MAXIMIANA ANGELA DE MARIA, brancos, filhos legítimos, elle de MANOEL DAMASCENO ROCHA e MARIA DO CARMO DE JEZUS, já fallecida, ella de ANTÔNIO GARCIA D’ARAÚJO e JOANNA IDALINA DE MEDEIROS: havendo precedido a dispensa de parentesco que há entre elles, e […]. Para constar faço este assento que assigno. O Vigr.º Incomendado João Maria C. de Brito.”

Do seu primeiro casamento, Maximiana Angela de Jesus e Antônio Militão de Medeiros Nobrega tiveram os seguintes filhos:

  1. MARIA VICÊNCIA DE JESUS nasceu por volta de 1875, pois tinha 23 anos no dia da morte de sua mãe. Casou-se com Franklin Saturnino Alves da Nobrega, filho de Noberto Alves Nobrega e de Luzia Enedina de Medeiros. Seu marido veio a se casar novamente em 1906, então podemos concluir que Maria veio a falecer antes de 1906.
  2. MARIA DO CARMO DE JESUS (Capítulo II – Os Pais).

O registro de casamento entre Joaquim Francisco de Mello e Maximiana Angela de Jesus não pôde ser encontrado (por algum motivo, os registros de casamento da freguesia de Santa Luzia de 1881 a 1909 não existem). Entretanto, presumisse que tenham se casado por volta de 1885, um ano antes do nascimento da primeira filha do casal.

Maximiana faleceu em 27 março 1898 em Santa Luzia-PB, com 39 anos de idade devido à um parto. Não se sabe se o bebê sobreviveu, pois, nenhum registro foi encontrado a esse respeito. No seu registro25 de sepultamento pode-se ler:

“No dia vinte e sete de março de mil oitocentos e noventa oito, n’este Cemitério se sepultou em hábito preto a adulta MAXIMIANA ANGELA DE JESUS, casada que foi com JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO, morreu de parto com idade de 38 anos, foi encomendada. E para constar mandei fazer este assento que me assigno. O Vigr.° P.e João Baptista de Albuquerque.”

E em no seu registro26 de óbito:

“No dia vinte oito dias do mez de março de mil oito centos e noventa e oito […] em meu Cartório compareceu João Garcia de Medeiros na qualidade de irmão com a presença das testemunhas abaixo assignadas declarou que em pelas duas horas do dia de mesmo dia em Sítio Navios d’este Termo, falleceu MAXIMIANA ANGELA DE JESUS com idade de trinta e oito annos, Cazada com JOÃO (JOAQUIM) FRANCISCO DE MELLO e tinha sette filhos legítimos os quais são Maria Vicencia de Jesus, com idade vinte seis annos, Maria do Carmo de Jesus, com idade de vinte dois annos, Joanna Maria de Mello, com idade de onze annos, Theodora Maria de Jesus com idade de deis annos, Felismina Maria de Jesus idade nove annos, Manoel Firmino de Medeiros oito annos, José Francisco de Mello, idade seis annos, Maria das Dores de Jesus quatro annos, e finalmente a morte foi natural por ventre de parto e vai ser sepultada no cemiterio desta Villa […]”

Foram filhos de Maximiana Angela de Jesus e Joaquim Francisco de Mello:

  1. JOANA MARIA DE JESUS (FLORENTINA DE MEDEIROS), nascida por volta de 1886, pois tinha 11 anos no dia da morte de sua mãe. Ela se casou com Franklin Saturnino Alves da Nobrega, filho de Noberto Alves da Nobrega e de Luzia Enedina de Medeiros, aos 5 de maio de 1906 em Santa Luzia-PB. Joana era meia irmã por parte de mãe da primeira esposa de Franklin. Ela veio a falecer em 13 de dezembro de 1976, em Santa Luzia-PB.
  2. THEODORA MARIA DE JESUS, nasceu aos 7 de setembro de 1887 e foi batizada aos 13 de novembro do mesmo ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Antônio Garcia Damasceno, irmão de Maximiana, e Luzia Maria da Conceição. Ela se casou com Cassiano Hipólito Damasceno, filho de Francisco Sales Damasceno e de Maria Herminia das Virgens.
  3. FELISMINA LEOPOLDINA DE MEDEIROS (Capítulo II – Os Pais).
  4. MANOEL FIRMINO (PONCIANO) DE MEDEIROS, nascido no dia 19 de novembro de 1889 no Sítio Riacho da Cozinha (Santa Luzia-PB). Se casou com Luzia Elizia de Jesus, filho de Francisco Clementino Dantas e de Maria José da Conceição aos 31 de maio de 1911 em Santa Luzia-PB. Manoel veio a falecer aos 5 de janeiro de 1947.
  5. JOSÉ FRANCISCO DE ALBUQUERQUE MELO, nascido no dia 23 de março de 1891 no Sítio Riacho da Cozinha (Santa Luzia-PB). Ele se casou com Maria Agostinha dos Santos, filha de Braz José de Medeiros e de Maria José da Nóbrega, aos 12 de outubro de 1917.
  6. PEDRO CLEMENTE (ELIZIO) DE MELLO, nascido no dia 4 de julho de 1892 em Santa Luzia-PB. Ele faleceu em 15 de junho de 1895 no Sítio Riacho da Cozinha (Santa Luzia-PB).
  7. MARIA DAS DORES DE JESUS, nascida por volta de 1894, pois tinha 4 anos no dia da morte de sua mãe. Ela se casou com Antônio Calixto de Medeiros, filho de Antoino Calixto de Medeiros e de Maria Joventina de Medeiros, em 28 de outubro de 1913, em Santa Luzia-PB.
  8. SEM NOME, provavelmente nascido aos 27 de março de 1898 em Santa Luzia-PB. Não foi encontrado registro de batismo pois a criança provavelmente nasceu morta, pois foi o motivo da morte de Maximiana.

Após a morte de sua segunda esposa, Francisco se casou com Francisca Leopoldina de Medeiros, nascida aos 18 de junho de 1882 em Jardim do Seridó-RN, dona de casa, filha de Alexandre José de Medeiros e de Antônia Maria da Conceição. O casamento ocorreu em 20 de outubro de 1904 em Santa Luzia-PB. No registro27 de casamento, pode-se ler:

“No dia vinte dias do mez de outubro do anno de mil novecentos e quatro as cinco hotas da tarde em caza de rezidencia do Contratante […] receberam-se em matrimonio JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO, filho legítimo de CASSIANO DE MELLO MONTE-NEGRO e CATHARINA MARIA DA CONCEIÇÃO, com quarenta e trez annos de idade, natural e rezidente n’esta Villa, com Dona FRANCISCA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, com vinte dois annos de idade natural da Cidade do Jardim, Estado do Rio Grande do Norte, e rezidente n’esta Villa, filha legítima de ALEXANDRE JOSÉ DE MEDEIROS e ANT&ONIA MARIA DA CONCEIÇÃO, os quais no mesmo (?) declararam que não são parentes entre si, e nem tem outro impedimento legal que os impida de cazar-se um com o outro […]”

Joaquim veio a falecer em 12 de abril de 1917 em Santa Luzia-PB com 56 anos de idade. No seu registro28 de óbito, pode-se ler:

“No dia vinte oito dais do mês de abril do ano de mil novecentos e dezessete, n’esta Villa de Santa Luzia do Sabugy, Estado da Parahyba, no meu Cartório compareceu Manoel Ponciano de Medeiros na qualidade de filho na presença das testemunhas abaixo assignadas declarou que pelas doze horas da tarde do dia doze do corrente mês e anno no Sítio Posso da Pedra d’este Termo, faleceu JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO com idade de 56 annos, Cazado, […], os quais são os seguintes: Luzia Francisca de Jesus, em idade um anno,  Maria Francisca das Neves das Merceeis em idade onze annos, Luiz Francisco de Mello em idade seis annos, Francisco Joaquim de Mello com idade onze anos, Joaquim de Mello Filho com idade oito annos, Antônia Francisca […]”

Sem nenhuma explicação, o registro foi terminado sem dar mais informações sobre os seus filhos. Entretanto, as informações contidas no registro foram suficientes para conseguir a data e o local de falecimento.

Já Francisca Leopoldina de Medeiros veio a falecer aos 2 de julho de 1874 em Santa Luzia-PB. No seu registro29 de óbito, pode-se ler:

“Em dois de julho de mil novecentos e setenta e quatro nesta cidade de Santa Luzia Estado da Paraiba, em cartório compareceu Maria de Fátima Medeiros na qualidade de declarante e exibindo atestado de óbito firmado, digo em presença das testemunhas no final assinadas dando como causa da morte natural declarou que no dia de hoje a 01h45 horas no domicilio em nesta Cidade de Santa Luzia, faleceu FRANCISCA LEOPOLDINA DE MEDEIROS do sexo feminino, de côr branca, profissão domestica, natural do Rio Grande do Norte domiciliada e residente em nesta Cidade, com noventa e dois annos de isadade, estado civil viuva filha de ALEXANDRE JOSÉ DE MEDEIROS e de ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, falecidos. O sepultamento sera feito no cemitério desta cidade. A falecida não era eleitora, não deixou bens para inventariar e deicou os seguintes filhos Maria Leodovina Fernandes, Antonia de Medeiros {?} Joaquim Izidoro de Medeiros, Braz Gabriela de Melo, Luiz José de Mello, do que para constar lavrei este termo em que assino […]”

Encontro de Estevão Otalíbio de Medeiros, filho de Manoel Salviano de Lucena e de Felismina Leopoldina de Medeiros, com sua família, dentre eles podemos notar seus meio-tios, filhos de seu avô Joaquim Francisco de Melo e Francisca Leopoldina de Medeiros.

Foram filhos de Francisca Leopoldina de Medeiros e Joaquim Francisco de Melo:

  1. LUZIA MEDEIROS DE MELO, nasceu aos 27 de agosto de 1905 e foi batizada aos 9 de outubro do mesmo ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Franklin Saturnino da Nobrega e Maria Vicência de Mello. Ela se casou com Augusto Jerônimo de Oliveira, filho de Manoel Jerônimo da Trindade e de Maria Justina da Conceição aos 5 de maio de 1923 em Patos-PB. Ela veio a falecer aos 9 de março de 1942 em Santa Luzia-PB.
  2. MARIA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, nascida no dia 3 de janeiro de 1907 no sítio Navios (Santa Luzia-PB). Ela se casou com Manoel José Fernandes, filho de Ezequiel de Araújo Fernandes Filho e de Josephina Augusta de Brito Guerra aos 19 de março de 1926 em Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 20 de abril de 1989 em Santa Luzia-PB.
  3. LUIZ FIRMINO DE MEDEIROS (JOSÉ DE MELO), nascido no dia 2 de fevereiro de 1908 no sítio Navios (Santa Luzia-PB). Ele veio a falecer aos 10 de maio de 2004 em Soledade-PB.
  4. FRANCISCO SALES DE MELO, nasceu por volta de 1909 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Haydée Barbosa, filha de Anísio da Silva Barbosa e de Valentina de Oliveira. Ele veio a falecer aos 19 de abril de 1967 em Campina Grande-PB.
  5. JOAQUIM IZIDORO DE MEDEIROS, nascido em 4 de abril de 1910 no sítio Navios (Santa Luzia-PB). Ele se casou com Maria Alabibe Castelo Branco, filha de Mardoqueu Castelo Branco e de Cecília Rodrigues de Lima, aos 18 de setembro de 1942 em Santa Luzia-PB. Ele veio a falecer aos 18 de junho de 2005 em Soledade-PB.
  6. AUGUSTA LEOPOLDINA DE MEDEIROS, nascida no dia 7 de outubro de 1911 no sítio Navios (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Francisco Gergentino de Araújo e Deolinda Tertulina de Araújo.
  7. ANTONIA DE MEDEIROS MELO, nasceu aos 2 de janeiro de 1914. Ela se casou com José Amancio de Lima. Ela veio a falecer aos 20 de outubro de 2003 em Santa Luzia-PB.
  8. BRAZ GABRIELA DE MELO, nasceu no dia 18 de março de 1915 e foi batizado aos 28 do mesmo mês e ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Francisco Antonio Damasceno e Teresa Clementina de Jesus. Ele se casou com Rita Isabel de Jesus, filha de Francisco Malaquias de Araújo e de Maria Rufina de Jesus, aos 6 de fevereiro de 1942 em Santa Luzia-PB. Ele veio a falecer aos 2 de março de 1995 em Santa Luzia-PB.
  9. ALEXANDRE JOSÉ DE MELO, nasceu aos 20 de junho de 1916 em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Francisca de Oliveira Melo, filha de José Antônio de Oliveira e de Felismina de Barros, aos 23 de junho de 1950, em Soledade-PB. Ele veio a falecer aos 13 de junho de 1994 em Campina Grande-PB.

Capítulo IV – Os Bisavós

Manoel Baptista de Lucena e Guilhermina Antônia da Rocha

Manoel Baptista de Lucena nasceu no dia 12 de janeiro de 1806 e foi batizado no dia 16 de setembro do mesmo ano, no Sítio Riacho de Fora, ligado na época à Freguesia de Caicó-RN. Ele era filho de Bento Fernandes Freire e Maria dos Reis de Lucena. No seu registro30 de batismo, pode-se ler:

“MANOEL, filho legitimo de BENTO FERNANDES FREIRE e de MARIA DOS REIS DE LUCENA, moradôres e naturais desta frequezia, nasceu ao doze diaz de Janeiro de mil oitocentos e seis, e foi baptizado por mim no Sitio do Riacho de Fora aos deseseis de Setembro do dito anno, e lhe-pos os Santos oleos. Forão Padrinhos Caetano Camillo Pereira, e Izabel Bezêrra de Lucena, solteira; e para constar fiz este adjunto, que assigno. O Vigr.° Francisco Brito Guerra.”

Manoel se casou primeiramente com Joanna Baptista da Desolação, filha de João Ferreira Matos e de Mônica Maria do Sacramento o dia 20 de fevereiro de 1829, em Caicó-RN. No registro31 de casamento, pode-se ler:

“No dia vinte de fevereiro de mil oito centos e vinte nove, pelas oito horas da manham nesta Matriz do Seridó, feitas as canônicas denunciações […] tendo obtida despença de sanguinidade, confissão, comunhão, e exame de Doutrina Chistan, em minhas presnça e das testemunhas João Soares da Silva e Manoel d’Assunção, casados, moradores nesta Freguesia, receberamse em matrimonio por palavras (?) MANOEL BAPTISTA DE LUCENA, natural, e morador nesta Freguesia do Seridó, e JOANNA BAPTISTA DA DEZOLAÇÃO, natural e moradora na Freguesia dos Patos, elle filho legítimo de BENTO FERNANDES FREIRE e de MARIA DOS REIS DE LUCENA, e ella filha legítima JOÃO FERREIRA MATOS, já falecido, e de MÔNICA MARIA DO SACRAMENTO, e logo lhes dei as bênçãos nupciais na forma (?): e para constar mandei fazer este assento, que com as fitas testemunhas assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Joanna veio a falecer no dia 9 de setembro de 1835, em decorrência de complicações no parto de sua filha Izabel (seis dias depois do nascimento) e foi sepultada no dia seguinte em Caicó-RN. No registro32 de sepultamento de Joanna, pode-se ler:

“A dez de setembro de mil oito centos e trinta e cinco foi sepultada nesta Matriz abaixo das grades o cadaver de JOANNA BAPTISTA DA DEZOLAÇÃOcazada com MANOEL BAPTISTA DE LUCENA morador no Posso da Pedra desta Freguesia, falecida de parto com os Sacramentos na idade de vinte e cinco annos: foi envolto em branco, e encomendado pello Padre Ignácio Gonçalves Mello de minha licença; de que para constar mandei fazer assento que assigno. O Vigr..° Manoel José Fernandes.”

Joanna teve os seus bens inventariados por Manoel Baptista de Lucena no ano de 1837 (inventário localizado em Caicó-RN, Caixa 334 – 1837 – Inventário – Joana Batista de Lucena/Manoel Batista de Lucena). No documento, pode-se ler:

“Orfão 1837
Auto de Inventario que mandou fazer o Juiz dos ORfãos Alexandre de Araújo Pereira nos bens e fazenda que ficarão por falecimento de JOANNA BAPTISTA DA DESOLAÇÃO, Cazada que foi com MANOEL BAPTISTA DE LUCENA moradores no Passo da Pedra deste Termo.

Inventariante Meeiro MANOEL BAPTISTA DE LUCENA

Herdeiros
Maria idade – 7 anos
Joaquina idade – 5 anos
Manoel idade – 4 anos
João idade – 3 anos
Izabel idade – 2 anos

Anno do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e trinta e sete aos trinta e hum dias do mes de Maio do dito anno nesta Villa Nova do Principe Comarca de Acari, Provincia do Rio Grande do Norte em Caza de Aposentadoria do Juiz dos Orfãos Alexandre de Araújo Pereira onde o Escrivão de Paz e de Orgão no impedimento do Actual adiante me achava estando presente o viuvo MANOEL BAPTISTA DE LUCENA por ser notificado como deve do mandado sobsequente para efeito de fazer inventario a querer o Juiz lhe deferio a juraramento dos Santos Evangelhos em hum Livro de lhe em que pos sua mam deireita em carregando lhe que bem e fielmente declarace o dia, mes e anno em que faleceo sua mulher e os herdeiros de seu Cazal, assim dinheiro, outo, prata cobre, ferro alfacas de caza moveis gado vacum, e Cavallos, Ovelhas, cabras Escravos, Terras, e tudo mais que valer a quantia de oitenta reis, Dividas Activas e Passivas, se havia deixado testamento solene para se lhe dar comprimento de justiça recebido por elle o referido juramento de baixo declarou que sua mulher JOANNA BAPTISTA DA DESOLAÇÃO faleceo no anno de mil oito centos e trinta e sinco a nove de setembro sem testamento, e os herdeiros do seu Cazal já os havia declarados seos nomes no rosto deste, e os bens do seu monte os heria declarando no decarço deste commo hé obrigado para não incorrer nas penas da Lei; e prejuiz, e sunegados, e para constar mandou o Juiz fazer este auto em que asignam o Juiz, o Inventaruante, eu Antonio da Silva de Souza escrivão de PAz de Orfãos no empedimento do Actual escrivão.”

Podemos ver ao final das declarações iniciais, a assinatura de Manoel Baptista de Lucena:

Assinatura de Manoel Baptista de Lucena.

E segue o inventário:

“Descrição e avaliação dos bens Inventariados hé o seguinte:

Titulo dinheiro Nada
Titulo Ouro
13$500 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal hum par de cadiados com o pezo de quatro oitavas e meia cada huma avaliada pellos Lauvados a tres mil reis que foi a somma a quantia de treze mil e quinhentos reis com o que sai fora
6$500 Declarou o Inventariante haver no seu Cazal huma velta de cordão de outo com o pezo de tres oitavas e meia cada huma oitava pellos Louvados {?} valer tres mil reis que faz a somma de seis mil e quinhentos reis com que sai fora.
6$000 Declarou o Inventariante haver sem seu Cazal dois pares de algobas com o pezo de oitava cada hum por availada neste Inventario pellos Louvados a trez mil reis a oitava que faz a soma da quantia de seis mil reis com o que sai fora.
Titulo Prata
6$720 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal hum par de liporas de prata com o pezo de quarenta e duas oitavas cada huma avaliada pellos Louvados a sento e secenta reis que faz a soma de seis mil sete centos e vinte reis com que se sai fora […]
Titulo de Cobre Nada
Titulo de Ferro
$640 Declarou o Inventariante avec em seu Cazal hum machado pequeno avaliado pellos Louvados que acharão valer a quantia de seis centos e quarenta reis com que sai fora
$640 Declarou o Inventariante aver em seu Cazal huma Inxada que axarão valer os Louvados seis centos e quarenta reis com que sai fora
$960 Declarou o Inventariante aver em seu Cazal huma Marca de ferrar gados avaliada pellos Louvados em nove centos e secenta reis com o que serão fora {?}
6$000 Declarou o Inventariante avec em seu Cazal hum serrote aparilhado de ferro que axarão os Louvaod valer a quantia de seis mil reis com que se sai fora.
2$560 Declarou o Inventariante avec em seu Cazal quatro Cangalhas avaliadas cada huma pellos Louvados em seis centos e quarenta reis que somma todas a quantia de dois mil quinhentos e secenta reis com que sai fora
12$000 Declarou o Inventariante aver seu Cazal huma Caza de Taippa e terra alheias que axarão os Louvados valer a quantia de doze mil reis com que se sai fora
36$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal seis Garrotes avaliados cada hum em deis mil reis que axarão os Louvados valer a soma a quantia de trinta e seis mil reis com que se sai fora {?}
12$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal quatro Bezerros avaliados pellos Louvados cada hum a tres mil reis que somma a quantia de doze mil reis com que se sai fora a margem
168$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal doze Vacas solteiras avaliadas cada huma pellos Louvados em quatorze mil reis que faz a soma de cento e secenta e oito mil reis com que se sais fora a margem
10$000 Declarou o Inventariante av er no seu Cazal huma Novinhota avaliada pellos Louvados em deiz mil reis com que se sai fora
24$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal quatro Garrotas avaliadas pellos Louvados a seis mil reis cada huma que soma a quantia de vinte e quatro mil reis com que se sai fora a margem
18$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal seis Bezerras avaliadas pellos Louvados cada huma a tres mil reis que somma a quantia de dezoito mil reis com que se sai fora a margem
Titulo de Cavallos
35$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal hum Cavallo Capado avaliado pelos Louvados em trinta e sinco mil reis com que se sai fora a margem
20$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal hum Poltro de dois annos avaliado pellos Louvados em vinte mil reis com que sai fora a margem
16$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal hum Poltro de anno e meio que axarão os Louvados valer dezaseis mil reis com que se sai fora a margem
6$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal hum Poltrinho deste anno avaliado pellos Louvados seis mil reis que sais fora a margem
28$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal duas Eguas velhas avaliadas cada huma a quantia de quatorze mil reis que acharão os Louvados vales que soma a quantia de vinte oito mil reis com que sai fora a margem
125$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal sinco eguas solteiras avaliadas pellos Louvados cada huma em vinte sinco mil reis que soma a quantia de Sento e vinte sinco mil reis com que sai fora
6$000 Declarou o Inventariante aver no seu Cazal huma Poltra deste anno avaliada pellos Louvados em seis mil reis com que se sais fora a margem
Titulo Ovelhum Mada
Titulo Cabrum Nada
Titulo Escravos Nada
Terras Nada
Dividas Activas Nada
Dividas Passivas Nada
Inserramento”

Segue a descrição da partilha:

“Descripção da Partilha
Acharão elles Juiz e Partidores empor o Monte da Fazenda na quantia de quinhentos e setenta e nove mil quinhentos e vinte reis com que sai fora […]

Meação 289$760 Acharão elles Juiz e PArtidores que este monte dividito em duas partes iguais caber aos Inventariante Meeiro a quantia de duzento oitenta nove mil sete centos e secenta reis com que sai fora a margem
Meação 289$760 Acharão mais elles Juiz e PArtidores tocas a falecida de sua meação outra igual quantia de duzentos e oitenta nove mil sete centos sesenta reis com que sai fora em margem
Pagamento do Meeiro Inventariante MANOEL BAPTISTA DE LUCENA de sua Meação da quantia de 289$760

[TO COMPLETE]

Foram filhos de Joanna Baptista da Desolação e Manoel Baptista de Lucena:

  1. MARIA, nascida no dia 8 de janeiro de 1830 e foi batizada no dia 8 de março do mesmo ano no lugar Poço da Pedra (Caicó-RN). Foram padrinhos Bento Fernandes Freire e sua esposa Maria dos Reis de Lucena, avós paternos.
  2. JOAQUINA, nascida por volta do final do ano de 1831, pois é mencionada no inventário da mãe no ano de 1837, tendo 5 anos de idade.
  3. MANOEL BAPTISTA DE LUCENA, nascido no dia 8 de outubro de 1832 e foi batizado no dia 28 de dezembro do mesmo ano no Oratório São João (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos José Felis de Lima e ? Maria, ambos solteiros. Ao que consta, teria se casado duas vezes, na primeira com Izabel Maria da Conceição, filha de Victorino de Sousa Marques e Leonor Maria de Jesus e após com Maria Izabel da Conceição, filha de José Ayres Baptista de Lucena e de Florência Maria dos Reis, aos 3 de janeiro de 1891 em Caicó-RN.
  4. JOÃO, nascido no dia 14 de junho de 1834 e foi batizado no dia 7 de dezembro do mesmo ano na capela São João (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos João Baptista de Lucena e Maria Izabel.
  5. IZABEL, nascida no dia 4 de setembro de 1835 e foi batizada aos 3 de outubro do mesmo ano em perigo de vida. Não houve padrinhos. Sabemos que ela sobreviveu, pois é mencionada no inventário da mãe, no ano de 1837, tendo 2 anos de idade.

Manoel se casou com Guilhermina Antônia da Rocha, nascida por volta de 1815, após a morte de sua primeira esposa por volta de 1837. Infelizmente, os registros de casamento de 1834 à 1867 da Freguesia de Caicó não estão disponíveis ou não existem mais, o que poderia comprovar tal afirmação por completo.

Guilhermina seria filha de Antônio de Medeiros Rocha (2°) e de Ignácia Maria de Medeiros. A hipótese de parentesco de Guilhermina foi levantada através do registro de batismo de sua primeira filha com Manoel Baptista de Lucena. No registro, consta que os padrinhos eram Antônio de Medeiros Rocha e Ignácia Maria de Medeiros. Naquela época, era comum os avós serem padrinhos dos netos, em muitas vezes, dos primogênitos. Além disso, seus filhos tiveram outros padrinhos do ramo Medeiros Rocha, o que pode indicar que Guilhermina fazia parte dessa família.

Sabe-se que o casal Manoel já era falecido na data do casamento de seu filho Salviano Baptista de Lucena, em 1868. Já Guilhermina Antônia da Rocha faleceu em decorrência do parto do filho Justino e foi sepultada aos 26 de dezembro de 1853, em Santa Luzia-PB, com 38 anos de idade. No seu registro33 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte seis de Dezembro de mil oito centos e cincoenta e tres nesta Capella de S. Luzia, foi sepultada da grade a baixo o cadaver de GUILHERMINA ANTÔNIA DA ROCHA, mulher de MANOEL BAPTISTA DE LUCENA, de trinta oito annos de idade, faleceo de Parto envolta em habito branco, com os sacramentos, encommendada pelo Pe Gil Braza de Figueiredo. O Vigro Mel Cadozo da Cruz.”

O casal Guilhermina Antônia da Rocha e Manoel Baptista de Lucena tiveram os seguintes filhos:

  1. ANNA, nascida aos 5 de abril de 1838 e foi batizada aos 3 de maio do mesmo ano na capela São João (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos Antônio de Medeiros Rocha e sua esposa Ignácia Maria de Medeiros.
  2. SEBASTIÃO, nascido aos 10 de julho de 1839 e foi batizado aos 29 de setembro do mesmo ano na capela São João (São João do Sabugi-RN). Foram padrinhos João Manoel de Medeiros e sua esposa Maria Eduarda de Medeiros.
  3. JOSÉ BAPTISTA DE LUCENA, nascido aos 21 de outubro de 1840 e foi batizado aos 1 de janeiro de 1841 no Sítio Barboza? (Caicó-RN). Foram padrinhos Antônio Fernandes dos Santos e sua esposa Venância Joaquina. Ele teria se casado com Florencia dos Reis de Maria.
  4. SALVIANO BAPTISTA DE LUCENA (Capítulo III – Os Avós).
  5. ANNA, nascida aos 2 de outubro de 1845 e foi batizada aos 14 de dezembro de 1845 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Antônio de Medeiros Rocha Júnior e Anna Constância de Medeiros Nóbrega, ambos solteiros, moradores de Caicó-RN.
  6. ROBERTO BAPTISTA DE LUCENA nasceu no dia 5 de junho de 1847 e foi batizado aos 8 do mesmo mês e ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Gregório de Medeiros e Maria Francisca Paulina de Medeiros. Ele se casou com Anunciada Miguelina de Moraes, filha de Valentim Valério de Moraes e de Thereza Maria de Jesus em 03 de novembro de 1870 na Fazenda Jardim (Serra Negra do Norte-RN). Ele teria se casado por uma segunda vez com Anna Felismina de Jesus, também filha de Valentim Valcácer de Moraes e de Theresa Maria de Jesus, aos 7 de outubro de 1877 em Santa Luzia-PB.
  7. JOAQUIM BAPTISTA DE LUCENA, nasceu no dia 15 de outubro de 1848 e foi batizado aos 10 de dezembro do mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Patrício Emiliano Rangel, solteiro, e Thereza Maria do Sacramento, casada. Se casou com Custódia Maria da Conceição, no dia 7 de dezembro de 1869 em Caicó-RN. Se casou pela segunda vez com Maria da Conceição de Maria no dia 24 de outubro de 1871, também em Caicó-RN. Ele veio a falecer no dia 26 de dezembro de 1936.
  8. ANTÔNIO BAPTISTA DE LUCENA, se casou com Maria Isabel de Araújo, filha de Joaquim de Araújo Pereira e de Josefa Hidacina da Silva, ao 1 de julho de 1881 em Serra Negra do Norte-RN.
  9. JUSTINO, nasceu aos 18 de dezembro de 1853 e foi batizado no dia 1 de janeiro de 1854 na capela de Santa Luzia, na atual Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Galdino José Baptista e sua mulher Antônia Maria da Conceição.

Felix Gomes de Medeiros e Josefa Maria da Conceição

Felix nasceu no ano de 1803 muito provavelmente onde hoje se localiza o município de São João do Sabugi-RN. Ele era filho de Sebastião José de Medeiros e de Maria Francisca do Espírito Santo. Não foi possível recuperar muitas informações de seu registro34 de batismo, pois, ele se encontra bastante deteriorado. Entretanto, pode-se ler:

“Felis, filho legítimo de Sebastião José de Medeiros e de Maria Francisca Espirito Santo, naturais […]”

Ele se casou com Josefa Maria da Conceição, nascida por volta de 1810, natural muito provavelmente de São João do Sabugi-RN. Ela era filha de João Garcia de Araújo e de Maria da Francisca de Medeiros, e meia irmã por parte de pai de Antônio Garcia de Araújo, casado com Joanna Idalina de Medeiros (Página 63). Casaram-se na Fazenda Carnaubinha, localizada no atual município de São João do Sabugi-RN.

O casamento entre Felix Gomes de Medeiros e Josefa Maria da Conceição ocorreu aos 11 de janeiro de 1830 na Fazenda Carnaubinha, atual município de São João do Sabugi-RN. Não se sabe ao certo a data de nascimento de Josefa, mas existe uma boa possibilidade de ela ter sido batizada na freguesia do Seridó, Caicó-RN. No registro35 de casamento, pode-se ler:

“Aos onze dias de janeiro de mil oitocentos e trinta, sete horas do dia na Fazenda Carnaubinha d’esta Freguesia do Seridó, tendo precedido depuração de sanguinidade, ambos sem impedimento, Confissão, Comunhão e exame de Doutrina Christan, em minha presença, digo, de minha licença o Padre Manoel José Fernandes ajuntou em matrimonio, e deo as benções nupciais aos meus Paroquianos FELIS GOMES DE MEDEIROS e JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO, brancos, elle filho legítimo de SEBASTIÃO JOSÉ DE MEDEIROS, e de MARIA FRANCISCA DO ESPIRITO SANTO, e ella filha legítima de JOÃO GARCIA DE ARAÚJO, e de MARIA DA CONCEIÇÃO DE MEDEIROS, já falecida sendo testemunhas José Felippe de Santiago, solteiro, e João Manoel de Medeiros, casado, que com o dito Padre assignarão o assento, que me foi remetido, pelo qual fiz o presente e assigno. O Vigr.º Francisco de Brito Gomes. ”

Felix possuía escravos como podemos ver nos registros de batismo seguintes. No primeiro, vemos o registro de batismo de José, filho natural de Maria, escrava de Felix. Fato interessante é que José, foi liberto no momento do batismo mediante o pagamento de 50 mil reis. No registro36, pode-se ler:

“JOZÉ, filho natural de Maria, escrava de FELIX GOMES DE MEDEIROS, desta freguezia do Seridó, nasceu a doze de Abril de mil oito centos e trinta e hum, e foi baptizado com os Santos Oleos na Fazenda Carnaubinha a vinte de Maio do dito anno pelo Reverendo Ignácio Gonçalves Mello de minha licença: forão Padrinhos João Filippe de Medeiros e Maria Francisca de Medeiros solteiros, os quaes logo na Pia o libertarão por cincoenta mil reis, de que para constar mandei fazer este assento que assigno. Manoel josé Fernandes, Coadjutor por procuração”

No primeiro, vemos o registro de batismo de Ignácia, filho de João e Antonia, escravos de Feliz Gomes de Medeiros. No registro37, pode-se ler:

“IGNACIA, filha legitima de João e Antonia, escravos de FELIX GOMES DE MEDEIROS, desta Freguezia do Seridó, nasceu à oito de Abril de mil oito centos e trinta e quatro e foi baptizada com os Santos Oleos na Fazenda Mulungu a doze de Junho do dito anno pelo Padre Ignacio Gonçalves Mello de minha licença, forão Padrinhos João Honório de Medeiros e hoanna da Cruz de que para constar mandei gazer este assento que assigno. O Vigr.o Francisco de Brito Guerra”

Temos o batismo de Francisco, filho do casal João e Antônia, escravos de Felix. No registro38, pode-se ler:

“FRANCISCO, filho legitiomo de João e Antonia, escravos de FELIZ GOME SDE MEDEIROS, desta Freguesia do Seridó nasceo a dez e foi baptizado com os Santos Oleos a dez e nove de Setembro de mil oito sentos e trinta e seis na Capela de São João pelo Padre Joaquim Felix de Medeiros de minha licença forão padrinhos Manoel Gardia de Medeiros Junior e Guilhermina Honorata de Medeiros, cazados de que para constar mandei fazer este assento que assigno O Vigr.o Francisco de Brito Guerra”

E por fim, temos o batismo de José, também filho do casal João e Antônia, escravos de Felix. No registro39, pode-se ler:

“JOZÉ, filho legitiomo de João e Antonia, escravos de FELIZ GOME SDE MEDEIROS, desta Freguesia do Seridó nasceo a doze de Novembro de mil oito centos e trinta e sete e foi baptizado com os Santos Oleos a dez e nove de Setembro de mil oito sentos e trinta e seis na Capela de São João a vinte sete de Dezembro do dito anno pelo Padre Joaquim Felix de Medeiros de minha licença forão padrinhos Sebastião José de Medeiros e sua mulher Anna Francisca, de que para constar mandei fazer este assento que assigno O Vigr.o Francisco de Brito Guerra”

Felix Gomes de Medeiros e Josefa Maria da Conceição ainda eram vivos por volta de 1870, data de casamento de seu filho Manoel Delfino de Medeiros. Presume-se que tenham falecido em São João do Sabugi-RN (Brasil).

Foram filhos de Josefa Maria da Conceição e Felix Gomes de Medeiros:

  1. MARIA, nascida aos 31 de outubro de 1830 e foi batizada aos 7 de novembro do mesmo ano no Oratório de São João (Caicó-RN). Foram padrinhos João Garcia de Araújo e sua esposa Maria Francisca do Espírito Santo.
  2. ISABEL, nascida aos 4 de setembro de 1831 e foi batizada aos 9 de setembro de 1831 na Fazenda Mulungu, atual município de São João do Sabugi-RN. Foram padrinhos Sebastião José de Medeiros e Theresa Maria.
  3. MANOEL DELFINO DE MEDEIROS, nascido aos 24 de dezembro de 1832 e foi batizado aos 1 de janeiro de 1833 na Fazenda Carnaubinha, atual município de São João do Sabugi-RN. Foram padrinhos João Felippe de Medeiros, e Izabel Maria da Conceição, solteiros. Ele se casou com Ana Francisca de Medeiros, filha de Sebastião José de Medeiros e Maria Francisca de Medeiros. Ele faleceu aos 14 de agosto de 1901, em Serra Negra do Norte-RN.
  4. ANNA CLAUDINA DE MEDEIROS, nascida aos 13 de abril de 1834 e foi batizada aos 12 de junho do mesmo ano na Fazenda Molungu, atual município de São João do Sabugi-RN. Foram padrinhos João Honório de Medeiros e Guilhermina Honorata de Medeiros. Ela casou com Manuel Benvenuto de Medeiros, seu tio paterno, filho de Sebastião José de Medeiros e Maria Francisca do Espírito Santo.
  5. SEBASTIÃO BASÍLIO DE MEDEIROS, nascido aos 14 de junho de 1835 e foi batizado aos 20 do mesmo mês e ano na Fazenda Mulungu, atual município de São João do Sabugi-RN. Foram padrinhos Sebastião José de Medeiros Junior (provavelmente tio paterno), solteiro, e Maria Francisca de Medeiros, casada. Ele que se casou com Maria Joaquina da Conceição, filha de Sebastião José de Araújo e Maria Francisca de Medeiros. Teria se casado uma segunda vez com Maria Senhorinha de Medeiros, sem documentos comprovatórios.
  6. JUSTINA GARCIA DE MEDEIROS nasceu no dia 17 de setembro de 1836 e foi batizada aos 19 de setembro de 1836, na Capela São João, atual município de São João do Sabugi-RN. Ela que se casou com José Calazans de Medeiros, filho de Manuel Joaquim de Medeiros. Ela faleceu aos 16 de maio de 1926, em São João do Sabugi-RN.
  7. LEOCÁDIA CAROLINA DE MEDEIROS (Capítulo III – Os Avós).
  8. GUILHERMINA IDALINA DE MEDEIROS, nascida aos 1 de agosto de 1840 e foi batizada aos 8 de agosto de 1840 em Caicó-RN, na Fazenda Mulungu, atual município de São João do Sabugi-RN. Ela se casou com Eliseu Evangelista de Medeiros, filho de José Felipe de Medeiros e de Jerônima Candida de Jesus, aos 11 de outubro de 1866 no Sítio Tapirá, Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 3 de maio de 1930 em São Mamede-PB.
  9. JOÃO OLINTO DE MEDEIROS nasceu no dia 26 abril 1847 e foi batizado aos 3 de maio de 1847, na Fazenda São João, atual município de São João do Sabugi-RN. Ele que se casou com Josefa Carolina Maria da Conceição, filha de Thomaz Garcia de Medeiros e de Carolina Maria da Conceição, aos 26 de novembro de 1870 em Serra Negra do Norte-RN.
  10. MARIA CAROLINA DE MEDEIROS, nascida por volta de 1852. Ela se casou com Antônio David de Medeiros (Antônio Baeta), filho de José Felipe de Medeiros e de Jerônima Candida de Jesus, em 11 de outubro de 1866 no Sítio Tapirá (Santa Luzia-PB).

Cassiano de Mello Montenegro e Catharina Maria da Conceição

Cassiano de Mello Montenegro ou de Albuquerque Mello nasceu por volta de 1827, pois havia 92 anos de idade no dia do seu falecimento. Não se sabe onde nasceu e até recentemente, não se sabia também o seu parentesco. Entretanto, através do licenciamento eleitoral40 feito no ano de 1892 em Santa Luzia-PB e disponibilizado por um parente descendente de Cassiano, constatou-se que ele era filho de Francisco de Paula Albuquerque Montenegro. Em alguns registros, mostra-se como esposa de Francisco, Maria Aranha, mas nenhum documento foi encontrado que comprovasse o verdadeiro nome de sua mãe.

Registro eleitoral de Cassiano de Mello Montenegro, em Santa Luzia-PB.

Alistamento eleitoral no início da república no Brasil

Após a Proclamação da República no Brasil, através da nova constituição de 1891 e de leis ordinárias nos anos subsequentes, regulava-se no Brasil o processo eleitoral, incluindo a efetivação dos direitos políticos aos cidadãos do país. Entretanto, o direito ao voto não foi dado por lei a todos os cidadãos, dentre eles os analfabetos e escravos recém-libertos. Nessa época, só estudava quem era muito rico, portanto, tal restrição visava tirar o poder de votar das pessoas menos favorecidas.

No documento de alistamento eleitoral de Santa Luzia-PB, podemos ver que havia somente 451 pessoas aptas para o voto no ano de 1892, todos eles homens. Pode-se ver alguns dos nossos antepassados na tal lista, observando-se também a ausência de outros, que na época estavam vivos e ativos, mas não puderam exercer o voto, pois eram muito provavelmente analfabetos ou simplesmente não tinham tempo ou interesse em participar. Tais documentos são de extrema importância na reconstrução do nosso passado, mas mostra também uma situação de desigualdade extrema.

Cassiano se casou com Catharina Maria da Conceição, nascida por volta de 1832, filha de Manoel José de Araújo e Josefa Maria de Jesus. Não foi encontrado o registro de casamento entre os dois, mais presumisse que tenham se casado por volta de 1852 em Santa Luzia-PB, onde batizaram a maioria dos seus filhos.

Catharina Maria da Conceição recebeu parte da herança da avó materna, Catarina Maria de Jesus, após a sua morte em 25 de março de 1865. No inventário41, pode-se ler:

“[…] Pagamento ao herdeiro CATHARINA cazada com MANOEL CASSIANO MONTENEGRO de sua herança na quantia de 136$192 para o que receba os bens seguintes:
Haverá um (?) pagamento na terra da Serra do Teixeira, Data do Riacho (?) Sitio Conceição a quantia de sette centos e noventa e tres reis
Haverá mais do herdeiro João Bento a quantia de cinco mil sette centos e dezeseis reis
Assim mais da herdeira Maria quantia de cinto vinte e nove mil seis centos e oitenta e tres reis
Inteirado nesta herdeira Catharina”

Assinatura de Cassiano no inventário de sua sogra, Catharina Maria da Conceição.

Cassiano de Mello Montenegro veio a falecer aos 21 de abril de 1919 em Santa Luzia-PB com 92 anos de idade. No seu registro42 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e um de abril de 1919 no Cemitério d’esta Villa sepultou-se com hábito preto o adulto CACIANO DE ALBUQUERQUE MELLO, viúvo por falecimento de CATHARINA MARIA DA CONCEIÇÃO; morreu de velho com noventa e dois annos de idade; do que para constar, mandei fazer este assento, em que me assigno. O Vigr.° Belizário Dantas”

E no seu registro43 civil de óbito, pode-se ler:

“Aos vinte e um do mez de abril do anno de mil novecentos e dezenove, n’este Districto de Paz, Termo de Santa Luzia do Sabugy, Comarca de Patos, Estado da Parahyba, em meu Cartório compareceu Francisco Paulino de Mello, na qualidade de filho, e, presente as testemunhas abaixo assignadas declarou: que no dia de hoje, pelas onze horas, n’esta Villa de Santa Luzia do Sabugy, faleceu com idade de noventa e dois annos CASSIANO DE ALBUQUERQUE MELLO, viúvo por falecimento de CATHARIANA MARIA DA CONCEIÇÃO, era Parahybano e rezidia n’esta mesma Villa; que o falecido não deixou testamento; que deixou os seguintes filhos: Maria Magdalena de Jesus, viúva, sessenta e seis annos; Antônia Maria do Sacramento, solteira, com sessenta e cinco annos; elle declarante, digo, Maria, digo, Izabel Maria da Conceição, viúva, com cincoenta e cinco annos; Francisco Paulino de Mello, viúvo, cincoenta e dois annos e Maria José da Pacificação, Cazada, com quarenta e nove annos; que a sua morte foi proveniente de seu estado (?) de velhice; que vai ser sepultado no cemitério d’esta Villa; e que (?) as testemunhas são: José Theodulo Fernandes e Manoel Paulino de Mello, que attestou ser verdade o fallecimento de Cassiano de Albuquerque Mello visto como acopanharam o (?) até o cemitério, que assistiram ao seu sepultamento. Do que para constar, lavrei este termo em que assigno com o declarante e as testemunhas […]”

Catharina Maria da Conceição já era falecida em 1891, como consta no registro de casamento de seu filho Francisco Paulino de Mello, mas com registro de óbito ou sepultamento ainda por descobrir.

Foram filhos de Catharina Maria da Conceição e Cassiano de Mello Montenegro:

  1. MARIA MAGDALENA DE JESUS, nascida por volta de 1853, pois consta que tinha 66 anos no registro de óbito de seu pai. Foi casada com Pedro Leitão de Maria, filho de Joaquim Leitão de Araújo e Josefa Maria da Conceição, aos 4 de março de 1867 em Santa Luzia-PB. Ela veio a falecer aos 13 de junho de 1931 em Santa Luzia-PB.
  2. ANTÔNIA MARIA DO SACRAMENTO, nascida por volta de 1854, pois consta que tinha 65 anos no registro de óbito de seu pai.
  3. PEDRO, nascido aos 8 de março de 1855 e foi batizado aos 20 de julho do mesmo ano em Santa Luzia-PB.
  4. SEBASTIÃO JOSÉ DE MELLO, nascido aos 9 de agosto de 1859 e foi batizado aos 6 de novembro de 1859 no Maracujá (Caicó-RN). Foram padrinhos João Bento da Silva, irmão de Catharina, e sua esposa Anna Joaquina da Conceição.
  5. JOAQUIM FRANCISCO DE MELLO (Capítulo III – Os Avós).
  6. IZABEL MARIA DA CONCEIÇÃO nasceu no dia 24 março 1863 e foi batizada aos 26 de abril de 1863 no Oratório do Maracujá (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos Paulo Garcia de Ávila e Maria Umbelina de Oliveira.
  7. FRANCISCO PAULINO DE MELLO nasceu no dia 18 de março de 1866 e foi batizado aos 22 de abril de 1866 no sítio Maracujá (Santa Luzia-PB). Foram padrinhos José de Medeiros Rocha e Maria Izabel de Medeiros. Ele se casou com Luzia Maria da Conceição, filha de Pedro Santos de Maria e de Maria Magdalena de Jesus. O casal habitava no Sítio Catolé (Santa Luzia-PB). Consta no registro de casamento que eram parentes de terceiro grau. Francisco veio a falecer em 14 de dezembro de 1945, em Santa Luzia-PB.
  8. LUZIA nasceu no dia 14 março 1868 e foi batizada aos 24 de maio de 1868 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Calmont de Araújo Guerra e sua mulher Antônia Vieira de Souza.
  9. MARIA JOSÉ DA PACIFICAÇÃO, nascida aos 2 de fevereiro de 1870 e foi batizada aos 16 de fevereiro de 1870 no Sítio Várzeas (Santa Luzia-PB).

Antônio Garcia de Araújo e Joanna Idalina de Medeiros

Antônio Garcia de Araújo nasceu no dia 28 de maio de 1829 e foi batizado aos 9 de julho do mesmo ano na Fazenda Carnaúba, situada hoje onde se encontra o município de Carnaúba dos Dantas-RN. O registro de batismo, entretanto, foi feito em Caicó-RN. Ele era filho de João Garcia de Araújo e Tereza Maria de Jesus, e era meio-irmão por parte de pai de Josefa Maria da Conceição, casada com Felix Gomes de Medeiros (Capítulo III). No registro44 de batismo de Antônio, pode-se ler:

“ANTÔNIO, filho legítimo de JOÃO GARCIA DE ARAÚJO, e de THEREZA MARIA DE JESUZ, naturais, e moradores nesta Freguesia do Seridó, nasceo à vinte oito de maio de mil oito centos e vinte nove, e foi batizado com os Santos Óleos na fazenda Carnaúba à nove de julho do dito anno pelo Reverendo Coadjutor Manoel José Fernandes de minha licença: forão Padrinhos Bartholomeu Corrêa da Silva e Luzia Maria de Jesuz, casados: de que para constar mando fazer este assento que assigno. ”

Ele se casou com Joanna Idalina de Medeiros, nascida por volta de 1830 (data estimada a partir do seu registro de sepultamento). Joanna era filha de João Damasceno de Medeiros Rocha e de Maria Joaquina do Prazeres45. O casal morou na Fazenda Cachoeira, próxima à atual cidade de Santa Luzia-PB. Antônio e Joanna seriam primos de primeiro grau, pois Tereza Maria de Jesus e João Damasceno de Medeiros Rocha (suposto pai de Joanna) eram irmãos.

Antônio faleceu no dia 16 agosto de 1916, em Santa Luzia-PB, com aproximadamente 87 anos, apesar de no seu registro constar que morreu com 90 anos. No seu registro46 de óbito, pode-se ler:

“Aos dezenove dias do mez de agosto de mil novecentos e dezesseis n’esta Villa de Santa Luzia do Sabugy, em meu Cartório compareceu Cândido Garcia de Medeiros na qualidade de filho em na presença das testemunhas, abaixo assignadas declarou que pelas nove horas da manhã do dia dezesseis do corrente mez e anno no Sítio Caxueira d’este Termo, falleceu ANTÔNIO GARCIA DE ARAÚJO, viúvo com idade noventa annos […] deixou oito filhos legítimos e são os seguintes: João Garcia de Medeiros com (?) annos, Thereza Maria de Jesus de idade cincoenta e três annos, Candido Garcia de Medeiros em idade cincoenta e um annos, Manuel Aniceto de Medeiros cincoenta e dois annos de idade, Geraldo Garcia de Medeiros com quarenta e seis annos de idade, Joanna Idalina de Medeiros com idade quarenta e cinco annos, Antônio Garcia Damasceno com idade quarenta e quatro annos, Antônia Maria de Jesus Medeiros com idade sessenta annos; […]”

Já Joanna veio a falecer no dia 4 de maio de 1913, também em Santa Luzia-PB, com aproximadamente 82 anos de idade. No seu registro47 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos quatro de maio de mil novecentos e treze, no Cemiterio d’esta Villa, sepultou-se em habito preto, a adulta JOANNA IDALINA DE JESUS, casada com ANTONIO GARCIA DE ARAÚJO, morreu de uma inflacão pulmonar, digo, intestinal, com oitenta e dois annos de idade. Ao que, para constar, mandei fazer este assento e assigno. Padre João Baptista […]”

Foram filhos do casal Joanna Idalina de Medeiros e Antônio Garcia de Araújo:

  1. JOÃO GARCIA DE MEDEIROS, nasceu no dia 20 de janeiro, muito provavelmente no ano de 1851, em Santa Luzia-PB. Ele se casou com Thereza Maria de Jesus, filha de Antônio Santiago de Medeiros e de Ignácia Victória de Medeiros, aos 7 de setembro de 1881 em Jardim do Seridó-RN. João veio a falecer aos 11 de março de 1920 em Santa Luzia-PB.
  2. THEREZA MARIA IDALINA DE JESUS, nasceu aos 5 de outubro de 1853 e foi batizada no dia 1 de novembro do mesmo ano na capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Joaquim de Medeiros e Maria Leocadia de Medeiros. Ela se casou com Manoel Bento Maria de Medeiros, filho de Antônio Santiago de Medeiros e de Ignácia Victória de Medeiros em 1 de junho de 1872, na Fazenda Cachoeira, Santa Luzia-PB.
  3. CÂNDIDO GARCIA DE MEDEIROS, nasceu aos 11 de março de 1855 e foi batizado aos 28 do mesmo mês e ano na Capela de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Francisco ? de Medeiros e sua mulher Maria Leocadia de Medeiros. Ele se casou com Benvinda Maria da Circuncisão, filha de Manoel Alves de Nóbrega e de Anna de Medeiros. Ele veio a falecer aos 18 de fevereiro de 1952 em Santa Luzia-PB.
  4. ANTÔNIA MARIA DE JESUS MEDEIROS nasceu no dia 21 de setembro de 1856 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Alves da Nobrega e Anna Joaquina da Conceição. Ela se casou com Joaquim Estanislau de MEdeiros, filho de Bartholomeu José de Medeiros e de Ludovina Clara das Virgens aos 29 de setembro de 1874 em Santa Luzia-PB. Ela faleceu em 4 de março de 1923 em Santa Luzia-PB.
  5. DEMICIANO GARCIA DE ARAÚJO, foi batizado no dia 27 de dezembro de 1857 na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Damasceno Rocha, casado, e Luzia Enedina de Medeiros, casada.
  6. MAXIMIANA ANGELA DE JESUS (Capítulo III – Os Avós).
  7. MARIA CAROLINA DE JESUS, nascida aos 5 de dezembro de 1860 e foi batizada aos 17 de dezembro de 1860 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos, Sebastião Augusto Damasceno e sua esposa Maria Leocádia da Conceição. Ela se casou com Pedro Amâncio Ferreira Lima, filho de José Joaquim Ferreira Lima e Antônia Margarida do Sacramento aos 18 de fevereiro de 1894 em Santa Luzia-PB. Pedro Amâncio era marido de sua irmã, Luiza Maria de Medeiros, que faleceu por volta de 1893.
  8. IZABEL, nascida aos 31 de janeiro de 1862 e foi batizada aos 2 de março de 1862 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Roberto Alves da Nóbrega e Justina Maria de Jesus.
  9. MANOEL ANICETO DE MEDEIROS, nascido aos 19 de abril de 1863 e batizado aos 24 de maio de 1863 em Santa Luzia-PB. Foi padrinhos Sebastião Augusto Damasceno. Ele se casou com Sabina Alves da Nóbrega, filha de Roberto Alves da Nóbrega e de Luzia de Medeiros. Que se casou em seguida com Maria Pia de Araújo, filha de José Paulino de Araújo e de Rita Nóbrega. Ele veio a falecer aos 14 de agosto de 1946 em Santa Luzia-PB.
  10. LUZIA MARIA DE MEDEIROS, nascida aos 16 de outubro de 1864 e foi batizada no mesmo ano em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Capitão Francisco Antônio de Medeiros e Anna Vieira Mimosa. Ela se casou com Pedro Amâncio Ferreira Lima, filho de José Joaquim Ferreira Lima e Antônia Margarida do Sacramento, por volta de 1890. Ela faleceu por volta de 1893. Seu marido se casou com a irmã Maria Carolina de Jesus.
  11. IGNÁCIA MARIA DE JESUS, nascida aos 1 de fevereiro de 1866 e foi batizada aos 18 de fevereiro de 1866 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos José Clementino de Medeiros e sua esposa Luzia José de Medeiros, moradores em Jardim do Seridó-RN. Ela se casou com José Alves de Azevedo, filho de Manoel Francisco dos Santos e Maria Joaquina da Conceição aos 10 de janeiro de 1891 em Santa Luzia-PB.
  12. JOANNA IDALINA DE MEDEIROS, nascida aos 10 de setembro de 1867 e foi batizada aos 29 de setembro de 1867 em Santa Luzia-PB. Foram Padrinhos Antônio Philadepho da Trindade de Verna e sua esposa Gertrudes Maria Bezerra. Ela se casou com Manoel Batista de Morais, filho de Manoel de Morais Rocha Filha e de Antônia Maria da Conceição. Ela veio a falecer aos 28 de agosto de1946 em Patos-PB.
  13. GERALDO GARCIA DE MEDEIROS, nascido aos 5 de dezembro de 1868 e batizado aos 1 de janeiro de 1869 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel de Morais Rocha Junior e sua esposa Antônia Maria da Conceição. Ele se casou com Raymunda Maria da Conceição, filha de Manoel Francisco dos Santos e de Maria Joaquina da Conceição no dia 29 de dezembro de 1890 em Jardim do Seridó-RN. Geraldo veio à falecer aos 8 de novembro de 1951 em Jardim do Seridó-RN.
  14. ANTÔNIO GARCIA DAMASCENO, nascido aos 23 de fevereiro de 1870 e foi batizado aos 4 de abril de 1870 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos o Tenente João Felippe de Medeiros e Anna Thereza de Jesus. Ele se casou com Justina Maria da Conceição, filha de Manoel Pereira de Araújo e de Luzia Maria da Conceição aos 9 de outubro de 1889 em Caicó-RN (lugar Boa Vista).
  15. BASÍLIO, nascido aos 16 de junho de 1872 e foi batizado aos 1 de junho de 1872 em Santa Luzia-PB. Foram padrinhos João Honório de Medeiros e Vicência Ferreira de Araújo.
  16. ANA nasceu no dia 16 de julho de 1874 e batizada aos 23 de agosto do mesmo ano na Matriz de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Manoel Bento de Maria Medeiros e sua mulher Thereza Maria Idalinda de Jesus.

Capítulo V – Os Trisavós

Bento Fernandes Freire e Maria Reis de Lucena

Bento Fernandes Freire nasceu por volta de 1766 em Caicó-RN, pois tinha cerca de 80 anos na data de falecimento. Ele era filho de Joana Baptista, que seria viúva do português José Tavares da Costa48. Consta no registro de casamento feito na igreja matriz de Caicó que Bento era filho natural, ou seja, filho fora de um matrimônio.

Bento se casou com Maria Reis de Lucena, filha de Antônio Barbosa de Lucena e Margarida Freire de Araújo (2ª de seu nome) em 9 de setembro de 1802 em Caicó-RN. No registro49 de casamento, pode-se ler:

“Aos nove dias do mez de setembro de mil oito centos e dous annos nesta Matriz as nove oras e hum quarto da minha depois de feitas as denunciaçoes nesecarias cem rezultar empedimento algum e já Dispençados em prezença do Reverendo Padre Coadjutor Goncallo Bizerra de Brito fazendo as minhas vezes, e das testemunhas o Coronel António da Silva, e Souza, e António Baptista dos Santos se receberam por Espozos Just. Trid.: por palavras de prezentes BENTO FERNANDES FREIRE, filho natural de JOANNA BAPTISTA já falecida com MARIA DOS REZ DE LUCENA, filha legitima de ANTÔNIO BARBOZA DE LUCENA, e sua mulher MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO naturais e moradores nesta Freguezia, e logo lhes deu as benças Nupciais na forma do Ritual Romano de que mandei fazer este acento que asignei.”

Em 1804, data do nascimento do primeiro filho do casal, moravam no Sítio Poço da Pedra. Já em 1817, se encontravam em um lugar chamado Cordeiro.

Bento veio a falecer no dia 31 de março de 1846 em Caicó-RN. Na verdade, seus ossos foram achados no mato na referida data e só foram de fato sepultados no dia 14 de maio do mesmo ano. Muita coisa pode ser especulada, mas é muito provável que tenha sido assassinado e o corpo deixado no meio da vegetação. No seu registro50 de sepultamento pode-se ler:

“Aos quatorze dias do mês de Maio de mil oito centos e quarenta seis forão sepultados nesta Matriz do Siridó abaixo das grades os ossos de BENTO FERNANDES FREIRE, morador que foi nesta Freguezia, casado com MARIA DOS REIS DE LUCENA, falecido perdido no mato em trinta e hum de Março dyto anno, tendo de idade oitenta annos pouco mais ou menos; forão involtos em branco, e encomendados por mim, de que para constar fiz êste assento, que assigno. O Vigr° Manoel josé Fernandes.”

Foram filhos de Maria Reis de Lucena e Bento Fernandes Freire:

  1. ANTONIO FERNANDES DE LUCENA, nasceu no dia 2 de abril de 1804 e foi batizado no dia 29 de abril do mesmo ano, no Riacho de Fora, Caicó-RN. Foram padrinhos Manoel da Ascenção de Lucena e Florência Maria de Jesus. Ele se casou com Damiana Joaquina da Conceição, filha de João Freire de Matos e Mônica Maria da Conceição aos 3 de novembro de 1822 em Caico-RN.
  2. MANOEL BAPTISTA DE LUCENA (Capítulo IV – Os Bisavós).
  3. JOSÉ FELIX DE LIMA (LUCENA), nasceu por volta de 1809. Foi casado com Alexandrina Maria da Conceição, filha de Manoel de Souto Quaresma e de Maria da Conceição de Jesus, aos 6 de maio de 1829 em Caicó-RN.
  4. JOÃO BAPTISTA DE LUCENA, nasceu por volta de 1810. Ele se casou com Heduvirges Maria da Conceição, filha de João de Souto Quaresma e de Luzia Maria do Espirito Santo em 7 de janeiro de 1830 na fazenda Capoeira do Cordeiro, em Caicó-RN.
  5. JOÃO CRUZ DE LUCENA, nasceu por volta de 1813. Ele foi casado com Maria Manoela do Carmo, filha de Manoel Carneiro de Moraes e Florencia Maria de Jesus. Ele veio a falecer aos 6 de junho de 1890, em Caicó-RN.
  6. ANNA, nasceu no dia 20 de agosto de 1815 e foi batizada em 24 de setembro do mesmo ano, em Caicó-RN. Foram padrinhos Antônio Correia da Silva e Thereza de Jesus, ambos solteiros.
  7. VALENTIM, nasceu no dia 1 de março de 1817 e foi batizado no dia 1 de maio do mesmo ano em Caicó-RN. Foram padrinhos Francisco Corrêa de Ávila e sua mulher Maria do Carmo.
  8. JOSÉ NARCISO DE LUCENA, foi batizado com 15 dias de idade em junho de 1819, na Capala Alagoa Grande (filial da Matriz de Manguápe). Foram padrinhos Estevão Gomes de Mello e Antônia Thereza de Jesus (moradores no Riacho de Fora). Ele foi casado com Anna Joaquina do Sacramento.
  9. IGNÁCIO, nasceu aos 10 de abril de 1821 e foi batizado na igreja Matriz de Caicó-RN aos 10 de junho do mesmo ano. Foram padrinhos João Onofre de Lucena e Joaquim Gonçalves Ramos.

Sebastião José de Medeiros e Maria Francisca do Espírito Santo

Sebastião José de Medeiros (Sebastião do Mulungu) nasceu por volta de 1776, era natural, muito provavelmente, da região de Santa Luzia-PB. Era filho de Alexandre Manuel de Medeiros e de Antônia Maria da Conceição. Ele se casou com Maria Francisca do Espírito Santo, nascida por volta de 1779, era muito provavelmente natural da região de São João do Sabugi-RN, onde seus pais habitavam. Ela filha de Antônio de Medeiros Rocha e Maria da Purificação. O casamento ocorreu no dia 13 de julho de 1800 em Patos-PB. No registro51 de casamento, pode-se ler:

“Aos treze dias do mez de julho de mil oitocentos annos nesta Matriz pelas sinco Oras da tarde depois de Dispença do parentesco em que sam Ligados, e dos banhos da Freguezia de Patos tudo pello Reverendo Senhor Dotor Vizitador, nesta feitas as denunciações necessárias sem rezultar empendimento algum em minha prezença e das testemunhas o Reverendo Padre Fabricio da Porciuncula Carneiro e Rodrigo de Medeiros Rocha se receberam por Espozos Just. Trid. SEBASTIÃO JOZÊ DE MEDEIROS natural desta Freguezia e morador que foi na dos Pattos filho Legitimo de ALEXANDRE MANUEL DE MEDEIROS, e ANTONIA MARIA DA CONCEIÇÃO com MARIA FRANCISCA DO ESPÍRITO SANTO natural desta, moradora que foi na Freguezia dos Pattos filha Legitima de ANTÔNIO DE MEDEIROS ROCHA, e Dona MARIA DA PURIFICAÇÃO moradores nesta e logo lhes dei as benças Nupciais na forma do Rito da Santa Madre Igreija de que se fez este acento que asignei. Vigr.° Antônio Caetano de Mesquita”

Segundo Olavo de Medeiros Filho em seu livro Velhas Famílias do Seridó, em 1814, Sebastião morava na Fazenda Quixeré e em 1816 habitava na Fazenda Mulungu, localizada à mais ou menos 4 km de São João do Sabugi-RN.

Sebastião faleceu no dia 5 de agosto de 1835, com 59 anos de idade, devido a uma indigestão. No seu registro de sepultamento52, pode-se ler:

“A cinco de agosto de mil oito centos e trinta e cinco foi sepultado nesta Matriz ásima das grades o cadáver de Sebastião Jozé de Medeiros cazado com Maria Francisca do Espírito Santomorador que era nesta Freguezia, falecido de hua indigestão com todos os Sacramentos na idade de cincoenta e nove annos: foi invôlto em branco, e encomendado solemnemente por mim; de que para constar fiz este Assento, que assigno. O Vice-Vigr.° Manoel Jozé Fernnandes.”

Já Maria faleceu no dia 4 de dezembro de 1843, com aproximadamente 64 anos de idade, devido a um ferimento no pé. No seu registro53 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos quatro dias do mez de dezembro de mil oitocentos e quarenta e trêz foi sepultado nesta Matriz ásima das grades o cadáver de MARIA FRANCISCA DO ESPIRITO SANTO, viúva de SEBASTIÃO JOZÉ DE MEDEIROS, moradora que era nesta Freguezia, falecida de hma estrepada n’hum pé com todos os Sacramentos na idade de sessenta e quatro annos: foi invôlto em habito branco, e encomendado solemnemente por mim; de que para constar fiz este Assento, que assigno, O Vice-Vigr.º Manoel Jozé Fernandes.”

Foram filhos de Maria Francisca do Espírito Santo e Sebastião José de Medeiros:

  1. MARIA DELFINA DE MEDEIROS, que teria nascido aos 10 de janeiro de 1801, batizada em Caicó-RN (não há registros que comprovem essa data, somente uma nota em um livro mencionando o ocorrido). Ela se casou com Francisco Alvares da Nóbrega, filho de Manoel Alves da Nóbrega e de Maria José de Medeiros. Ela teria falecido por volta de 1890 em Caicó-RN.
  2. ANA VIOLANTE DE MEDEIROS, nasceu por volta de 1802. Ela se casou com José Barbosa de Medeiros, filho de Manoel de Medeiros Rocha e de Ana de Araújo Pereira, aos 9 de julho de 1820 na Matriz de Caicó-RN. Ela veio a falecer aos 12 de setembro de 1896 em Acari-RN.
  3. FELIX GOMES DE MEDEIROS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  4. MANOEL BENVENUTO DE MEDEIROS nasceu aos 27 de junho de 1804 e foi batizado aos 8 de setembro do mesmo ano em Caicó-RN. Foram padrinhos Alexandre Manoel e Ignacia Maria. Ele se casou com Ana Claudina de Medeiros, sua sobrinha, filha de Felis Gomes de Medeiros e de Josefa Maria da Conceição e teria se casado também dom Balbina Medeiros.
  5. ANTÔNIO MANOEL DE MEDEIROS, nasceu aos 25 de julho de 1805 e foi batizado aos 6 de agosto do mesmo ano na Fazenda do Sabugi, Caicó-RN. Foram padrinhos Gregório José Dantas e sua mulher Thereza Maria de Jesus. Ele se casou com Guilhermina Honorata de Medeiros, filha de José Barbosa de Medeiros e de Rita Lins de Vasconcellos, aos 21 de novembro de 1831 na Fazenda Remedio, Caicó-RN. Ele faleceu aos 12 de abril de 1873 em Acari-RN.
  6. JOSÉ PEQUENO DE MEDEIROS, nasceu por volta de 1806. Ele se casou com Izabel Maria dos Prazeres, filha de Francisco Correia de Avila e de Maria do Carmo de Vasconcellos, aos 8 de janeiro de 1833, na Fazenda Salgado, Caicó-RN.
  7. NOME DESCONHECIDO (LEODEGARIA), faleceu aos 6 de abril de 1809 em Caicó-RN. Ao que tudo indica, morreu ainda bebê.
  8. SEBASTIÃO JOSÉ DE MEDEIROS (2o), nasceu aos 17 de dezembro de 1809 em Caicó-RN. Ele foi casado com Anna Francisca da Trindade, filha de Francisco Correia d’Ávila e de Maria do Carmo de Vasconcelos.
  9. JOÃO HONÓRIO DE MEDEIROS, nasceu aos 2 de maio de 1813 e foi casado com Maria Hermínia de Medeiros, filha de Pacífico José de Medeiros e Francisca Xavier do Nascimento.
  10. ISABEL FRANCISCA DO ESPÍRITO SANTOS nasceu no dia 15 de agosto de 1814 e foi batizada na Fazenda Quixeré no dia 15 de outubro do mesmo ano, em Caicó-RN. Foram padrinhos Pacífico José de Medeiros, solteiro, e Dona Rita Maria, casada. ela se casou com Manoel Vieira da Costa, filho de Francisco Vieira da Costa e de Maria do Carmo de Vasconcellos. Ela veio a falecer aos 15 de novembro de 1882 em Caicó-RN.
  11. ANTONIA FRANCELINA DE MDEIROS nasceu no dia 16 de maio de 1816 e foi batizada na Fazenda Mulungu do Sabugi no dia 11 de junho do mesmo ano, em Caicó-RN. Foram padrinhos Rodrigo Freire de Medeiros, solteiro, e Ignácia Maria de Medeiros, casada. Ela se casou com Antônio Vieira da Costa, filho de Francisco Vieira da Costa e de Maria do Carmo de Vasconcellos.
  12. JOANA PORFÍRIA DE MEDEIROS, nasceu aos 24 de novembro de 1817 e foi batizada aos 1 de janeiro de 1818 na Fazenda São João, Caicó-RN. Ela se casou com o tio materno João Felipe de Medeiros, filho de João Garcia de Araújo e de Maria Francisca do Espirito Santo.

João Garcia de Araújo e Maria Francisca do Espírito Santo

João Garcia de Araújo54 nasceu por volta de 1790, natural da freguesia de Caicó-RN. Ele era filho de Martinho Garcia de Araújo Pereira e de Vicência Ferreira de Medeiros. Ele se casou primeiramente com Maria Francisca do Espírito Santos (ou de Medeiros), nascida por volta de 1788, também natural da freguesia de Caicó-RN, filha do português José Ignácio de Matos e de Quitéria Maria da Conceição.

Maria veio a falecer no dia 1 de dezembro de 1814 em Caicó-RN, com aproximadamente 26 anos de idade. Ela foi sepultada em 2 de dezembro de 1814 em Caicó-RN. No seu registro55 de sepultamento, pode-se ler:

“Ao primeiro de dezembro de mil oito centos e quatorze na Fazenda Carrapateira desta Freguezia, faleceo de catarrão malignado com todos os Sacramentos MARIA FRANCISCA DE MEDEIROS, cazada com JOÃO GARCIA DE MEDEIROS, tendo de idade vinte e seis annos, seu cadáver foi envolto em panno branco, encommendado por mim, e sepultado no dia seguinte nesta Matriz do cruzeiro para sima. E para constar fiz este Assento que assigno. O Vigr.º Francisco de Brito Guerra.”

Maria teve seu inventário processado no ano de 1815 pelo marido João Garcia de Araújo. O documento se encontra em Caicó-RN, caixa 325, 1815 – Inventário – Maria Francisca de Medeiros / João Garcia de Araújo (Documento ainda à ser transcrito).

Foram filhos de Maria da Francisca de Medeiros e João Garcia de Araújo:

  1. JOÃO FELIPE DE MEDEIROS, nascido por volta de 1812. Foi casado com Joanna Porfíria de Medeiros, filha de Sebastião José de Medeiros e Maria Francisca do Espírito Santo (Capítulo IV).
  2. JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO (Capítulo IV – Os Bisavós).
  3. MARIA FRANCISCA DE MEDEIROS, que se casou com Sebastião Garcia de Medeiros, filho de Sebastião José de Metos e de Vicência Ferreira de Medeiros.

João Garcia de Araújo e Teresa Maria de Jesus

Após a morte de sua primeira esposa Maria Francisca de Medeiros, João Garcia de Araújo se casou pela segunda vez com Tereza Maria de Jesus, nascida por volta de 1787, filha de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição. O casal morou na Fazenda Carnaubinha, atual município de São João do Sabugi-RN. O casamento ocorreu por volta de 1815, mas sem provas documentais.

Tereza teve seu inventário realizado no ano de 1850 pelo marido João Garcia de Araújo. O documento se encontrar em Caicó-RN, Caixa 339, 1850 – Inventário – Tereza Maria de Jesus / João Garcia de Araújo.

Tereza Maroa de Jesus veio a falecer de febre intermitente aos 30 de julho de 1849, sendo sepultada na Igreja Matriz de Caicó-RN. No registro56 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos trinta dias do mez de Julho de mil oitocentos e quarenta e nove, foi sepultado acima das Grades nesta Matriz o Cadáver de TEREZA MARIA DE JEZUS, moradora que era nesta Freguezia, mulher de JOÃO GARCIA DE ARAÚJO, fallecida de febres intermitentes com os Sacramentos, na idade de sessenta e dous annos: foi invôlto em branco, e encommendado solemnemente por min; de que para constar mandei fazer este Assento, que assigno. O Vigr.o Manoel Jozê Fernandes”

Já João Garcia de Araújo veio a falecer no dia 6 de setembro de 1871, em Serra Negra do Norte-RN, segundo consta em seu inventário inciado no dia 7 de outubro de 1871 (Pasta no 2, 1862-1871, imóvel Carnaubinha). No documento57, pode-se ler:

“Termo de juramento e de declaração do herdeiro Inventariante.
Aos sete dias do mez de Outubro de mil oito centos e setenta e ū, nesta cidade do Principe e caza de residência do Doutor Juis Municipal e dos Orfãos o Doutor Manoel Rodrigues da Cunha Vianna, onde eu Escrivão vim, presente o Herdeiro Inventariante João Felippe de Medeiros e o Juis lhe deferio o juramento dos Santos Evangelhos debaixo […] que declarou o dia mez e anno em que havia fallecido seo pai JOÃO GARCIA DE ARAUJO, quais os herdeiros, que lhes havião ficado seos nomes e idades se tinha feito alguã disposição […] declarou que seo pai havia fallecido no dia seis de Setembro do findo passado sem testemento algum deixando herdeiros netos menores de vinte e hū annos cujos nomes e idades declararia no titulo de herdeiros […]”

Título de Herdeiros
1º Inventariante Herdeiro – João Felippe de Medeiros – Viúvo.
2 Manoel Pereira de Araujo – Casado.
3 Joze Garcia de Araujo – Casado.
4 Francisco Pereira de Medeiros – Casado.
5 Antonio Garcia de Araujo – Casado.
6 Maria Francisca, casada, com Sebastião Jose de Araujo.
7 Josefa Maria, casada, com Felis Ferreira digo Felis Gomes de Medeiros.
8 Guilhermina Maria, casada, com Jose Garcia de Medeiros.
9 Maria Leocadia da Conceição, solteira.
10 Anna Teresa, casada com Antonio Garcia de Araujo Pereira.
11 Antonia Maria, já falecida, que por ella representa seos filhos 1 Alexandre Garcia do Nascimento.
2 Jose Garcia de Medeiros, solteiro.
3 Pedro Thomás de Araujo, com 18 annos.
4 Bernardino Garcia de Araujo, com 15 annos.
5 Thomás Garcia de Araujo, com 14 annos.
6 Manoel com idade de 10 annos
7 Theresa com idade de 17 annos.
8 Joanna Maria, casada com Martinho Garcia de Medeiros.
9 Angelica Maria, casada com Firmino Garcia de Medeiros.
10 Carolinda Maria, falecida, que por ella representa seos filhos
1 João Basilio de Medeiros – Casado.
2 Firmino Jose de Medeiros – Casado.
3 Josefa Casada com João Olinto de Medeiros.
4 Maria Carolinda da Conceição, com idade de 15 annos.
5 Joaquim Alves com idade de 17 annos.
6 Cesaria Carolinda com idade de 12 annos.”

Foram filhos de Teresa Maria de Jesus e João Garcia de Araújo:

  1. MANOEL PEREIRA DE ARAÚJO, nasceu aos 9 de outubro de 1816 e foi batizado aos 29 de novembro do mesmo ano na matriz de Caicó-RN. Foram padrinhos João Manoel de Medeiros, solteiro, e Antonia Maria, casada. Ele se casou com Luiza Maria da Conceição, filha de Manoel Barbosa de Carvalho e de Ana Izabel de Figueiredo.
  2. JOSÉ GARCIA DE ARAÚJO, nasceu aos 15 de novembro de 1817 e foi batizado aos 14 de dezembro do mesmo ano na Igreja de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos Martinho de Medeiros Rocha e sua mulher Anna Joaquina do Sacramento. Ele se casou com Maria Izabel de Jesus, sua prima de primeiro grau paterna, filha de Alexandre Garcia de Araújo e Izabel Maria da Silva. Ele veio a falecer aos 6 de abril de 1891 em São João do Sabugi-RN.
  3. GUILHERMINA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu aos 13 de fevereiro de 1819 e foi batizado aos 18 de março do mesmo ano na Igreja de Santa Luzia-PB. Foram padrinhos João Damasceno Rocha, casado, e Vitorina Maria da Conceição. Ela se casou com José Garcia de Medeiros, seu primo de primeiro grau paterno, filho de Manoel Garcia de Medeiros e de Antônia Maria das Mercês.
  4. ANNA TERESA DE JESUS, nasceu aos 5 de abril de 1820 e foi batizada aos 15 de maio do mesmo ano na Fazenda Carrapateira, Caicó-RN. Foram padrinhos Alexandre Garcia de Araújo, Solteiro, e Virginia Maria de Araújo, casada. Ela se casou com Antônio Garcia de Araújo, seu primo de primeiro grau paterno, filho de Alexandre Garcia de Araújo e Izabel Maria da Silva.
  5. ANTÔNIA MARIA DO ROSÁRIO, nasceu aos 6 de outubro de 1821 e foi batizada aos 7 do mesmo mês e ano na Fazenda Carrapateira, Caicó-RN. Foram padrinhos José Firmeza da Costa e Francisca Lozana, solteiros. Ela se casou com Bernardino Garcia de Araújo, filho de Thomaz Garcia de Sá e de Angelica Maraia do Nascimento. Ela faleceu no ano de 1869 no Sítio Varzea, atual município de Varzea-PB.
  6. FRANCISCO GARCIA DE MEDEIROS, nasceu por volta de 1824. Ele se casou com Vicência Ferreira de Medeiros, sua prima de primeiro grau paterna, filha de Alexandre Garcia de Araújo e de Izabel Maria da Silva. Ele veio a falecer aos 18 de novembro de 1872, em Jardim de Piranhas-RN.
  7. CAROLINA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu aos 6 de julho de 1827 e foi batizada aos 04 de setembro do mesmo ano em São João do Sabugi-RN. Foram padrinhos Pedro Camelo Pereira, casado, e sua irmã Maria Freire, solteira. Ela se casou com Thomaz Garcia de Medeiros, seu primo de primeiro grau paterno, filho de Alexandre Garcia de Araújo e de Izabel Maria da Silva.
  8. ANTÔNIO GARCIA DE ARAÚJO (Capítulo IV – Os Bisavós).
  9. MARIA LEOCÁDIA DA CONCEIÇÃO, nasceu por volta de 1830. Ela veio a falecer aos 3 de agosto de 1899 em Serra Negra do Norte-RN.

Francisco de Paula Albuquerque Montenegro e Maria Aranha

Segundo a obra Montenegro: A história e uma família 1634-1996 (1996), da autora Maria Yolanda Montenegro Travares58, Francisco de Paula Albuquerque Montenegro seria filho de Francisco Dias (Leite) de Albuquerque Montenegro, morador nos arredores da freguesia do Desterro, divisa entre Paraíba e Pernambuco, e proprietário do engenho Oratório, situado na zona da mata da região de Itambé-PE. A obra não informa o nome da esposa de Francisco Dias de Albuquerque Montenegro, pai de Francisco. Entretanto, registros de batismo encontrados da Matriz de Itambé, sugerem que sua esposa se chamava Anna Clara Cavalcante.

Segundo a mesma autora, Francisco de Paula Albuquerque Montenegro teria se casado com Maria Aranha, natural de Goiania-PE. Ela seria relacionada com a família Aranha da Fonseca, cujo inúmeros registros são encontrados nos livros paroquiais da região de Itambé-PE e Goiania-PE.

Além dos registros de batismo encontrados na freguesia de Santa Luzia-PB relacionados ao filho Cassiano de Mello Montenegro, pouco foi encontrado que pudesse explicar a origem da família na região do Seridó, ou como ali chegaram. Sabe-se que inúmeras pessoas ligadas a família Albuquerque Montenegro participaram, inclusive o próprio Francisco de Paula de Albuquerque Montenegro, da famosa Revolução de 1817, um evento que buscava a instauração da república na província de Pernambuco e que foi fortemente combatida pelas forças coloniais à época.

A maioria dos seus integrantes foram presos e outros fugiram para as províncias vizinhas. Esse pode ter sido o motivo pelo qual alguns integrantes dessa família teriam se mudado para a Paraíba e Rio Grande do Norte, onde recomeçaram suas vidas sem muito alarde ou sem serem perseguidos pelo seu passado revolucionário.

Francisco de Paula de Albuquerque Montenegro teria falecido em Goiania-PE em avançada idade segundo uma nota escrita no livro “História da Revolução de Pernambuco”, do autor Francisco Muniz Tavares59. Esse mesmo livro cita que ele teria sido enviado pelos revolucionários ao Rio da Prata (Argentina) e Nova York (Estados Unidos) para buscar apoio e estabelecer relações com a futura república pernambucana.

Foram filhos de Maria Aranha e Francisco de Paula Albuquerque Monte-Negro:

  1. CASSIANO DE MELO MONTENEGRO (Capítulo IV – Os Bisavós).

Manoel José de Araújo e Josefa Maria de Jesus

Manoel José de Araújo nasceu por volta de 1790 e era muito provavelmente natural de Santa Luzia-PB. De acordo com Sebastião de Azevedo Bastos, no livro “No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste”60, ele seria filho de João Bento Dias de Araújo e de Andreza Maria da Conceição, ou Leitão.

Ainda segundo a mesma fonte, Manoel José de Araújo casou-se com Josefa Maria de Jesus, provavelmente natural de Santa Luzia-PB, nascida por volta de 1800, filha de Bento José de Figueiredo e de Catharina Maria da Conceição. Josefa era prima de primeira grau por parte de mãe de Manoel.

Ambos faleceram antes de 1865, ano em que foi processado o inventário de Catharina Maria da Conceição, mãe de Josefa. O inventário menciona que Josefa já havia falecido, mas não indica que Manoel fosse o responsável ou o cabeça da família, termo usado para identificar o homem no casal na época. A herança destinada a Josefa foi inteiramente repartida entre os filhos do casal. No testamento61, pode-se ler:

“[…] Título de Herdeiros […]

– 5 Josefa fallecida que por ella represtão seus filhos:
1 Jose Joaquim de Araújo, Casado
2 Joaquim Francisco de Araújo, Casado
3 Miguel Joaquim de Araújo, Casado
4 João Dias de Araújo, Casado
5 Manoel Felippe de Araújo, Casado
6 Pedro Paulo de Araújo, Casado
7 Paulo José de Araújo, Casado
8 Catharina Maria da Conceição cazada com Cassiano de Mello Montenegro
9 Maria Josefa fallecida que foi representada pelos filhos […]”

Não se sabe se a ordem dos filhos representava a ordem exata de idade entre eles, mas para fins deste livro, eles serão listados na mesma ordem que no inventário de Catharina Maria da Conceição.

Foram filhos de Josefa Maria de Jesus e de Manoel José de Araújo:

  1. JOSÉ JOAQUIM DE ARAÚJO.
  2. JOAQUIM FRANCISCO DE ARAÚJO.
  3. MIGUEL JOAQUIM DE ARAÚJO.
  4. JOÃO DIAS DE ARAÚJO.
  5. MANOEL FELIPE DE ARAÚJO.
  6. PEDRO PAULO DE ARAÚJO.
  7. PAULO JOSÉ DE ARAÚJO.
  8. CATHARINA MARIA DE JESUS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  9. MARIA JOSEFA.

João Damasceno Rocha e Maria Joaquina dos Prazeres

João Damasceno nasceu em 1791 em Santa Luzia-PB. Ele era filho de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição. Ele se casou em 1811 com Maria Joaquina dos Prazeres, nascida por volta de 1793, filha de José Simões dos Santos e Joana Baptista de Araújo em 1811. Segundo Olavo de Medeiros Filho, O casal habitou em sua fazenda Cachoeira, as margens do rio Quipauá, atual município de Santa Luzia-PB62.

João Damasceno faleceu em 26 de janeiro de 1856 com 65 anos de idade. Em seu registro63 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dezessete de janeiro de mil oito centos e cincoenta e seis, nesta Capella de Santa Luzia, foi sepultado de grades acima o cadaver de JOÃO DAMACENO ROCHA marido de MARIA JOAQUINA DOS PRAZERES, falecido de hidropelia com secenta e cinco annos de idade com os sacramentos, envolto em habito preto, encomendado foi. O Vigr.° Manoel Cardozo da Cruz.”

Já sua esposa Maria, teria falecido em 3 de abril de 1862 com 69 anos de idade, segundo Olávo de Medeiros Filho. Infelizmente, os livros paroquiais de onde as informações foram tiradas não estão mais disponíveis.

Foram filhos de Maria Joaquina dos Prazeres e João Damasceno de Medeiros Rocha:

  1. MANOEL DAMASCENO ROCHA, nascido por volta de 1813. Ele se casou com Maria do Carmo da Nóbrega, filha de Manoel Alves da Nóbrega e de Maria Leocádia da Conceição. Ele veio a falecer aos 8 de junho de 1888, em Santa Luzia-PB.
  2. TERESA MARIA DE JESUS nasceu em 1819. Ela se casou com José Alves de Medeiros, filho de Manoel Alves da Nóbrega e de Maria Leocádia da Nóbrega. Ela faleceu em 29 de agosto de 1844, em Santa Luzia-PB.
  3. LUZIA ENEDINA DE MEDEIROS nasceu por volta de 1820. Ela se casou com Roberto Alves da Nóbrega, filho de Manoel Alves da Nóbrega e de Maria Leocádia da Nóbrega. Ela faleceu aos 27 de agosto de 1876 em Santa Luzia-PB.
  4. FRANCISCO ANTÔNIO DE MEDEIROS nasceu em 14 de agosto de 1822 em Patos-PB. Ele se casou com Ana Vieira Mimosa, filha de Cosme Pereira da Costa e de Maria Teresa de Jesus. Ele faleceu em 15 de março de 1896.
  5. JOÃO DAMASCENO ROCHA FILHO se casou com Umbelina Maria ou Dornelles de Medeiros.
  6. FRANCISCO DAMASCENO ROCHA, nasceu aos 14 de agosto de 1822 em Patos-PB. Ele se casou com Anna Vieira de Medeiros, filha de Cosme Pereira da Costa e de Maria Thereza de Jesus Medeiros, aos 8 de novembro de 1842 em Caicó-RN. Ele veio a falecer aos 15 de março de 1896 em Caicó-RN.
  7. JOSÉ CLEMENTINO DE MEDEIROS, nasceu por volta de 1826. Ele se casou com Luzia José Medeiros, filha de Manoel de Araújo Pereira Júnior e de Teresa Maria de Jesus. Ele veio a falecer aos 22 de outubro de 1899 em Ouro Branco-RN.
  8. ANTÔNIO SANTIAGO MEDEIROS nasceu por volta de 1828. Ele se casou com Vitória Medeiros, filha de Manoel de Araújo Pereira Júnior e de Teresa Maria de Jesus. Ele veio a falecer aos 31 de outubro de 1913 em Jardim do Seridó-RN.
  9. JOANNA IDALINA DE MEDEIROS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  10. ANA MARIA DE MEDEIROS se casou com Manoel Alves da Nóbrega (2°), filho de Manoel Alves da Nóbrega e de Maria Leocádia da Nóbrega.
  11. MARIA LEOCÁDIA DE MEDEIROS se casou Manoel Joaquim de Medeiros, filho de José de Medeiros Rocha e Luzia Maria de Jesus.
  12. CLEMENTINO DAMASCENO DE MEDEIROS.
  13. SEBASTIÃO AUGUSTO DE MEDEIROS.

Capítulo VI – Os Tetravós

Joana Baptista de Araújo com homem desconhecido

Joana Baptista de Araújo nasceu por volta de 1727 e era filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer. Segundo Olávo de Medeiros Filho64, Joana Baptista de Araújo se casado com José Tavares da Costa, nascido no arquipélago dos Açores, mais precisamente na ilha de S. Miguel. José era primo legítimo dos irmãos Rodrigo de Medeiros Rocha e Sebastião de Medeiros Matos, considerados os patriarcas da família Medeiros no Seridó. O casal teria tido por volta de 13 filhos.

Após a morte de José, Joana teria tido mais alguns filhos naturais, isto é, fora do casamento, e de pais até então desconhecidos. A partir do registro de casamento de seu filho Caetano Barbosa de Araújo, Joana veio a falecer antes de 1800, pois é citada como já falecida no referido registro.

Foram filhos naturais de Joana Baptista de Araújo:

  1. CAETANO BARBOSA DE ARAÚJO nasceu por volta de 1755. Ele que se casou com Michaella dos Anjos, filha de Antônio Ignácio da Silva e de Ana de Souza Marques. Ele foi sepultado em 31 de outubro de 1842 em Caicó-RN, com idade de 87 anos.
  2. MANOEL BAPTISTA DE ARAÚJO nascido por volta de 1760. Ele se casou com Joaquina Francisca de Jesus, filha de Antônio Soares Pereira e de Cosma de Freitas do Bomfim. Ele veio a falecer no ano de 1869 em São Fernando-RN, como consta em seu inventário.
  3. BENTO FERNANDES FREIRE (Capítulo V – Os Trisavós).
  4. TERESA DE JESUS MARIA que se casou com José Domiciano de Araújo, filho de José Domiciano de Araújo e de Josefa Maria de Oliveira.

Antônio Barbosa de Lucena e Margarida Freire de Araújo

Antônio Barbosa de Lucena supostamente nasceu na freguesia Nossa Senhora do Bom Sucesso, atual Pombal-PB. Ele seria filho de Ignácio de Lucena Barros e Anna Maria de Carvalho. A comprovação dessa ascendência ainda carece de respaldo documental direto, porém há indícios que sustentam essa hipótese.

Membros da família de Ignácio de Lucena Barros frequentemente participaram como padrinhos, madrinhas ou testemunhas nos batismo e casamento dos filhos e filhas de Antônio Barbosa de Lucena. Adicionalmente, em um gesto sugestivo, Antônio e sua esposa escolheram nomear sua primeira filha como Anna Maria de Carvalho, em possível homenagem à suposta avó paterna.

Ele foi casado com Margarida Freire de Araújo, filha do português José Camello Pereira e de Margarida Freire de Araújo65. Não se sabe muito mais do casal Antônio e Margarida.

Margarida veio a falecer no dia 18 de agosto de 1823 na Fazenda Poço da Pedra (Caicó-RN). No seu registro66 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dezoito dias do mez de agosto de mil oito centos e vinte três na Fazenda Poço da Pedra desta Freguezia faleceu de estupor com o Sacramento da Extrema unção MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO, de idade de settenta annos, Viúva; seu cadáver imvolto em branco foi sepultado no corpo desta Matriz, sendo encomendado por mim, que para constar fiz este Assento que assigno. O Víg° Francisco de Brito Guerra.”

O inventário de Margarida Freire de Araújo foi realizado no ano de 1831, anos depois de sua morte. Ele está disponível em Caicó-RN, Caixa 332, 1831 – Inventários – Margarida Freire de Araújo / João Onofre de Lucena. No documento, pode-se ler:

“[…] por falecimento de MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO, cazada que foi com ANTONIO BARBOZA DE LUCENA moradores que forão do sítio Poço da Pedra deste Termo. 1831 […]

Inventariante e herdeiro
João Onofre de Lucena, C… – 1
Germano Barbosa, C… – 2
Thereza Maria, emancipada – 3
MARIA DOS REIS DE LUCENA, C. com – 4
Bento Fernandes Freire
Florencia Maria de Jesus, C. com – 5
Manoel Carneiro de Morais
Isabel Bezerra de Lucena C. com – 6
José Coutinho de Lira
Anna Maria de Carvalho, já falecida – 7
Cazada que foi com Raimundo José Freire
Em que foi representado pelos seus filhos […]
Manoel de Assunção de Lucena, – 8
já falecido, que foi representado pelos seus filhos […]”

“”

Foram filhos de Margarida Freire de Araújo e Antônio Barbosa de Lucena:

  1. ANNA MARIA DE CARVALHO, nascida por volta de 1770 vindo a falecer em 14 de janeiro de 1809 em Caicó-RN. Ela foi casada com Raimundo José Freire, filho de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Freire.
  2. GERMANO BARBOSA DE LUCENA nasceu por volta de 1795. Ele se casou com Antônia Maria de Jesus, filha de José Carneiro de Casto e de Anna Joaquina de Souza, aos 18 de julho de 1813 em São João do Sabugi-RN.
  3. MANOEL DE ASSUNÇÃO DE LUCENA, nasceu por volta de 1779. Ele foi casado com Maria José de Jesus, filha de José Carneiro de Castro e Ana Joaquina de Sousa. Ele veio a falecer aos 15 de fevereiro de 1830 em Caicó-RN.
  4. MARIA DOS REIS DE LUCENA (Capítulo V – Os Trisavós).
  5. THEREZA MARIA DE JESUS.
  6. ISABEL BEZERRA DE LUCENA nasceu por volta de 1797. Ela se casou com José Coutinho de Lira, filho de Valentim Lopez e de Ana Maria. O casamento ocorreu em 30 de outubro de 1811 em Caicó-RN.
  7. JOÃO ONOFRE DE LUCENA nasceu por volta de 1801. Ele se casou primeiramente com Ana Joaquina de Jesus, filha de José Carneiro de Castro e de Ana Joaquina de Souza. O casamento ocorreu em 13 de outubro de 1819 na Fazenda São João (Caicó-RN). Ele se casou por uma segunda vez após o falecimento da sua primeira esposa. Desta vez com Joanna Baptista de Jesus, filha de Manoel de Souto Quaresma e de Anna Maria da Penha, aos 22 de setembro de 1831 em Caicó-RN.
  8. FLORÊNCIA MARIA DE JESUS nasceu por volta de 1807. Ela se casou com Manoel Carneiro de Morais, filho de José Carneiro de Castro e de Ana Joaquina de Souza. O casamento ocorreu em 15 de janeiro de 1821 na Fazenda São João (Caicó-RN).

Alexandre Manuel de Medeiros e Antônia Maria da Conceição

Alexandre era filho do açoriano Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer (2°). Ele se casou com Antônia Maria da Conceição, filha de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria de Conceição Freire. O casal habitou na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB.

Sabe-se que Alexandre morreu por volta de 1834, pois nesse ano foram celebradas missas em sua lembrança, conforme registros encontrados em um velho livro de assentamentos da Irmandade das Almas de Caicó-RN. Segundo o mesmo livro, Ele teria sido eleito em 1833 Juiz de Mesa. Em 1834, sua esposa Antônia Maria da Conceição seria eleita Juíza de Mesa, já constando que Alexandre era falecido67.

Foram filhos de Antônia Maria da Conceição e Alexandre Manuel de Medeiros:

  1. SEBASTIÃO JOSÉ DE MEDEIROS (Capítulo V – Os Trisavós).
  2. ALEXANDRE MANOEL DE MEDEIROS FILHO se casou primeiramente com Isabel Freire de Medeiros, filha de Antônio de Medeiros Rocha e Maria da Purificação, aos 22 de dezembro de 1805 em Caicó-RN. O segundo casamento foi com Ana Teresa, filha de José Simões dos Santos e Joana Batista de Araújo. Ele faleceu aos 13 de fevereiro de 1850 em Santa Luzia-PB.
  3. DOMINGOS JOSÉ DE MEDEIROS que se casou com Ana Dias de Araújo, filha de José Dias de Araújo e de Maria Teresa de Jesus. Ele morou junto com sua esposa no Poço Redondo.
  4. IGNÁCIA MARIA MADALENA que se casou com o Capitão Rodrigo de Medeiros Rocha, filho de João Damasceno Pereira e de Maria dos Santos de Medeiros. Faleceu no dia 20 de junho de 1850, em Caicó-RN. Seu marido já estava morto na data do falecimento.
  5. ANA JOAQUINA DO SACRAMENTO foi casada com Martinho de Medeiros Rocha, filho de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição.
  6. MARIA DO SACRAMENTO que se casou com José de Medeiros Rocha, filho de Sebastião de Medeiros Rocha e de Maria Leocádia da Conceição. Ele morou junto com sua esposa na Quixaba.
  7. BARTOLOMEU JOSÉ DE MEDEIROS se casou primeiramente com Mariana Bezerra do Nascimento, filha do português Miguel Bezerra da Ressurreição e de Maria José do Nascimento, e em seguida com Luduvina Clara das Virgens, criada por José Rodrigues de Abreu Bezerra e Ana Luiza Nóbrega. Ele era proprietário da fazenda Cacimba de Pedra. Ele faleceu em 24 de agosto de 1894 em Jardim do Seridó-RN.

Antônio de Medeiros Rocha e Maria da Purificação

Antônio nasceu por volta de 1752 no Seridó, muito provavelmente na redondezas da freguesia de Sant’Anna de Caicó-RN. Ele era filho do açoriano Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo. Ele se casou com Maria da Purificação, nascida por volta de 1766, filha de João Garcia de Sá Barroso e de Helena de Araújo Pereira68.

Maria da Purificação faleceu em 15 de março de 1826 com aproximadamente 60 anos e foi sepultada em 16 de março de 1826. No seu registro69 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos quinze dias do mez de março de mil oitocentos e vinte e seis na Fazenda Jardim desta Freguezia faleceo hidrópica com todos os Sacramentos na idade de sessenta annos MARIA DA PURIFICAÇÃO, branca, cazada com ANTÓNIO DE MEDEIROS ROCHA, e foi sepultada no dia seguinte nesta Matriz do Siridó de grade asima era abito de borel, sendo encomendada solemnemente por mim, que para constar mandei fazer este Assento, e assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Segundo Olavo de Medeiros Filho70, Maria da Purificação pesava mais de 117 kg (oito arrobas). Ao falecer, teve que ser transportada em uma rede até a cidade de Caicó-RN onde foi sepultada, cerca de 30 km de distância de sua fazenda. O evento gerou a ideia da construção de uma capela mais próxima, o que deu origem à atual cidade de São João do Sabugi.

Já Antônio foi sepultado no dia 27 de fevereiro de 1833. No seu registro71 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte sette de fevereiro de mil oitocentos e trinta e trêz foi sepultado nesta Matriz acima das grades o cadáver de ANTÔNIO DE MEDEIROS ROXA, Viúvo DE MARIA DA PURIFICAÇÃO, morador nesta Freguezia, falecido de moléstia interior com todos os Sacramentos na idade de oitenta e hum anos: foi involto em preto, e encommendado solemnemente por mim; de que para constar mandei fazer este assento, que assigno. Manoel José Fernandes. Coadjutor Pro-Parocho.”

Foram filhos de Maria da Purificação e Antônio de Medeiros Rocha:

  1. MARIA JOSÉ DE MEDEIROS que se casou com Antônio Corrêa da Silva, filho de Gonçalo Corrêa da Silva e de Isabel Maria de Jesus.
  2. MARIA FRANCISCA DO ESPÍRITO SANTO (Capítulo V – Os Trisavós).
  3. TERESA DE JESUS MARIA que se casou em 17 de janeiro de 1802 com Gregório José Dantas Corrêa, filho de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira.
  4. ISABEL FREIRE DE MEDEIROS que se casou em 22 de dezembro 1805 com Alexandre Manoel de Medeiros Júnior, filho de Alexandre Manoel de Medeiros e de Antônia Maria da Conceição.
  5. HELENA nasceu por volta de 1782. Ela faleceu em 17 de abril de 1796, em Santa Luzia-PB.
  6. MARIA MAGDALENA DO NASCIMENTO que se casou com Francisco José de Medeiros, filho de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição.
  7. JOÃO MANOEL DE MEDEIROS que se casou em 22 de fevereiro de 1819 com Maria Eduarda De Medeiros, filha de José Barbosa de Medeiros e de Rita Maria José.
  8. RODRIGO FREIRE DE MEDEIROS que se casou em 13 de junho de 1820 com Joana Faustina da Silva, filha de Antônio da Silva e Souza e Teresa Maria Rocha.
  9. GUILHERME JOSÉ DE MEDEIROS que se casou em 22 de novembro de 1824 com Marta Vieira do Sacramento, filha de Francisco Vieira da Costa e de Maria do Carmo de Vasconcelos.
  10. ANA CONSTÂNCIA DE MEDEIROS nasceu por volta de 1798. Ela se casou em 6 de fevereiro de 1834 em Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil, com José da Costa Firmeza, filho de Caetano Camelo Pereira e de Clara Maria dos Reis. Ela foi sepultada em 26 de dezembro de 1855.
  11. ANTÔNIO DE MEDEIROS ROCHA (2°) filho de Antônio de Medeiros Rocha e Maria da Purificação. Ele se casou com Ignácia Maria de Medeiros, filha de Manoel Álvares da Nóbrega e Maria José de Medeiros. O casal habitou a Fazenda Ipueira, localizada no atual município de Ipueira-RN. Existe um inventário localizado em Serra Negra-RN onde ele é inventariante de Josefa Carolina de Medeiros. O inventário se localiza na pasta no 1, de 1854-1861 (imóvel Ipueira). Outros documentos são encontrados na pasta no 3, 1872-1879 (Ipueira).
  12. MARIA nasceu em 8 de março 1803. Ela foi batizada aos 21 de abril de 1803 na Fazenda Sabugi. Foram padrinhos João Garcia de Sá Barrôzo, casado, e Francisca Maria Joaquim, casada.

Martinho Garcia de Araújo Pereira e Vicência Ferreira de Medeiros

Martinho Garcia de Araújo seria filho de João Garcia de Sá Barroso e de Helena de Araújo Pereira, segundo Olavo de Medeiros Filho. Ele teria nascido em 1754, pois é informado em seu registro de sepultamento que teria 60 anos na data de 1814. Entretanto, o mesmo autor colocar em dúvida tal afirmação, dizendo que se fosse verdade, Martinho teria nascido antes do casamento dos pais, João e Helena72.

Entretanto, algumas fontes indicam que ele seria, na verdade, filho da segunda esposa de João Garcia de Sá Barroso, Maria Magdalena de Castro. Essa afirmação vem do fato que ele é citado no inventário da referida Maria como herdeiro, o que leva a crer que seria filho da mesma.

Martinho Garcia de Araújo Pereira se casou com Vicência Ferreira de Medeiros, nascida por volta de 1760, filha de Sebastião de Medeiros Matos e de Antônia de Morais Valcácer (2ª de seu nome)73. Não se sabe a data de nascimento do casal, muito menos do casamento. Foi possível somente encontrar os registros de sepultamento dos dois.

Ele faleceu no dia 3 de outubro de 1814 e foi sepultado no corpo da Capela da Conceição, localizada atualmente na cidade de Jardim do Seridó-RN. Na época, a cidade fazia parte da freguesia de Sant’Ana do Seridó, atual Caicó-RN, de onde o registro de sepultamento foi retirado. No registro74 de sepultamento podemos ver:

“Aos trêz de outubro de mil oito centos, e quatorze faleceo em idade de sessenta annos com todos os sacramentos de febre catarral MARTINHO D’ARAÚJO, cazado com VICENCIA DE MEDEIROS, Brancos, e foi sepultado no corpo da Capella da Conceição, filial desta Matriz do Siridó, invôlto em branco, encomendado de minha licença pelo Padre Manoel Teixeira da Fonseca; de que para constar fiz este Assento, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Já Vicência faleceu no dia 19 de setembro de 1826 na fazenda da Barra, localizada na então freguesia de Sant’Anna do Seridó (Caicó-RN) e foi sepultada na Igreja Matriz de Caicó. No seu registro75 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dezenove dias do mêz de setembro de mil oito centos e vinte seis na Fazenda da Carnaúba, digo da Barra Freguezia de Santa Anna do Siridó, faleceo da vida prezente de hua dor com todos os Sacramentos VICÊNCIA FERREIRA DE MEDEIROS, viúva de MARTINHO DE ARAÚJO, de idade de sessenta e seis annos; seo cadáver foi involto em habito branco, sepultado nesta Matriz do Siridó de grade ásima, e encomendado pelo Padre Manoel Jozé Fernandes de minha licença: de que para constar mandei fazer este assento, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Foram filhos de Vicência Ferreira de Medeiros e Martinho Garcia de Araújo Pereira:

  1. JOÃO GARCIA DE ARAÚJO (Capítulo V – Os Trisavós).
  2. VICÊNCIA MARIA (FERREIRA) DE MEDEIROS, nascida por volta de 1792. Ela se casou em 20 de janeiro de 1810 com Sebastião José de Medeiros, filho de José Inácio de Matos e de Quitaria Maria. Ela faleceu em 22 de março de 1858 em Caicó-RN. Vicência foi inventariada por Sebastião José de Medeiros. O inventário se localiza na pasta no 1, de 1854-1861.
  3. SEBASTIÃO GARCIA DE MEDEIROS, nascido por volta de 1794. Ele se casou com Luzia Maria de Jesus, filha de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição, aos 30 de agosto de 1814 na Matriz de Sant’Anna de Caicó-RN.
  4. ALEXANDRE GARCIA DE ARAÚJO nasceu estimado por volta de 1795. Ele se casou com Isabel Maria da Silva, filha de Damião Fernandes da Silva e Isabel Maria de Jesus, aos 9 de outubro de 1823 na Fazenda Volta, em São João do Sabugi-RN. Ele faleceu em 22 junho 1854 em Caicó-RN.
  5. MANOEL GARCIA DE MEDEIROS que se casou primeiramente com Isabel Maria da Conceição, filha de Sebastião de Medeiros Rocha e de Maria Leocádia da Conceição, e em seguida com Antônia, filha de João de Morais Camelo e António de Morais Severa.
  6. MARTINHO GARCIA DE ARAÚJO JUNIOR que se casou com Joaquina Maria da Conceição.
  7. MARIA que se casou com José de Morais Camelo, filho de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa.

🇵🇹 José Ignácio de Matos e Quitéria Maria da Conceição

José Ignácio nasceu supostamente nos Açores, Portugal e teria se casado com sua sobrinha, Quitéria Maria da Conceição, nascida antes de 1754 e filha de Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer (2°).

José seria sobrinho dos famosos irmãos Rodrigo e Sebastião, conhecidos como os patriarcas da família Medeiros na Ribeira do Seridó. Especula-se que José Ignácio de Matos também acompanhou os tios acima citados na vinda ao Brasil. José veio a falecer muito provavelmente antes de 181476.

Já sua esposa Quitéria veio a faleceu na Fazenda da Carrapateira, em Caicó-RN e foi sepultada no dia 22 de novembro de 1814, com mais de 60 anos de idade. No seu registro77 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte, e dous dias do mez de novembro de mil oito centos, e quatorze nesta Matriz de grades para sima foi sepultado o cadáver de QUITERIA MARIA DA CONCEIÇÃO, viúva de JOZÉ IGNACIO DE MATTOS, falecida na Fazenda da Carrapateira d’esta Freguesia, com todos os Sacramentos, com idade de sessenta, e tantos annos, de moléstia de tosse, foi amortalhada em panno branco, e encómendada por mim, que para constar fiz este assento, e assigno. O Vigr.º Francisco de Brito Guerra.”

Foram filhos de Quitéria Maria da Conceição e José Ignácio de Matos:

  1. SEBASTIÃO JOSÉ DE MEDEIROS que se casou em 20 de janeiro de 1810 com Vicência Maria de Medeiros, filha de Martinho Garcia de Araújo Pereira e de Vicência Ferreira de Medeiros.
  2. MARIA FRANCISCA DE MEDEIROS (Capítulo V – Os Trisavós).

Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição

Sebastião (Sebastião da Cachoeira em virtude de residir na Fazenda Cachoeira, situada a umas duas léguas de Santa Luzia, pelo rio Quipauá abaixo) Ele se casou primeiramente com Maria Leocádia da Conceição, filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Em seguida, que se casou com Victorina Maria da Conceição (de Araújo), filha de Cosme Fernandes Freire e de Sebastiana Dias de Araújo78.

Sebastião faleceu por volta de 1831, como consta nos livros da Irmandade das Almas de Caicó e sua esposa Maria Leocádia em meados de 1800, pois seu inventário era realizado no ano seguinte, em 1801. Sua segunda esposa, Victorina, faleceu em 07 de março de 1843 em Santa Luzia-PB. No seu registro79 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos 7 de março de 1843 foi sepultada das grades a sima na Capella de Santa Luzia, filial da Matriz de Patos, o cadáver de VICTORINA MARIA DA CONCEIÇÃO, cazada que foi com SEBASTIÃO DE MEDEIROS ROCHA, já fallecido, moradores que forão na Fazenda Caxueira, desta Freguesia de Patos, fallecida de […], com os Sacramentos, na idade de 62 annos, foi envolta em hábito branco […] encomendado pelo Reverendo Padre José Modesto Pereira de Brito de minha licença de que para constar mandei fazer este Termo em que me assigno. O Vigr.° Antônio Fontes Garcia de Sá.”

Foram filhos de Maria Leocádia da Conceição e Sebastião de Medeiros Rocha:

  1. MARTINHO DE MEDEIROS ROCHA, que se casou com Ana Joaquina do Sacramento, filha de Alexandre Manoel de Medeiros e de Antônia Maria da Conceição.
  2. MANOEL ANTÔNIO DE MEDEIROS, que se casou com primeiramente com Córdula e em seguida com Ignácia Maria, ambas filhas de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa.
  3. FRANCISCO JOSÉ DE MEDEIROS, que se casou com Maria Madalena do Nascimento, filha de Antônio de Medeiros Rocha e de Maria da Purificação.
  4. JOÃO DAMASCENO ROCHA (Capítulo V – Os Trisavós).
  5. JOSÉ DE MADEIROS ROCHA que se casou primeiramente com Maria do Sacramento de Medeiros, filha de Alexandre Manoel de Medeiros e de Antônia Maria da Conceição, e em seguida com Luzia, filha de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa.
  6. SEBASTIÃO DE MEDEIROS ROCHA (2°) que se casou com Ana, filha do velho Araújo, da Cacimba da Velha.
  7. MARIA LEOCÁDIA DA CONCEIÇÃO (2°) (Mariazinha) que se casou com Manoel Alves da Nóbrega (2°), filho de Manoel Álvares da Nóbrega e de Maria José de Medeiros. O casal residia na fazenda Navios (Santa Luzia).
  8. ANA que se casou com João de Morais Camelo (2°), filho de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa.
  9. TEREZA MARIA DE JESUS (Capítulo V – Os Trisavós).
  10. ISABEL MARIA DA CONCEIÇÃO que se casou com Manoel Garcia de Medeiros, filho de Martinho Garcia de Araújo Pereira e Vicência Ferreira de Medeiros. O casal habitou a fazenda Santo Antônio (São João do Sabugi).
  11. LUZIA MARIA DE JESUS que se casou em 30 de agosto de 1814 em Caicó-RN, com Sebastião Garcia de Medeiros, filho de Martinho Garcia de Araújo Pereira e de Vicência Ferreira de Medeiros.

João Bento Dias de Araújo e de Andreza Maria da Conceição

João Bento Dias de Araújo nasceu por volta de 1773 e era filho de Estevão Dias de Araújo e de Apolônia Gomes do Sacramento. Ele se casou com Andreza Maria da Conceição, nascida por volta de 1770, filha de João Leitão de Araújo e de Maria da Conceição Frazão. O casal habitou na Fazenda Cacimbinhas, em Santa Luzia-PB.

Andreza Maria da Conceição veio a falecer aos 22 de agosto de 1852 em Santa Luzia-PB, com 82 anos, vitima de uma gripe. No seu registro80 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e dois do mes de Agosto de mil oito centos e cincoenta e dois, nesta Capella de S. Luzia foi sepultado de grande a cima o cadaver {?} ANDREZA MARIA DA CONCEIÇÃO, mulher de JOÃO BENTO DE ARAÚJO, com oitenta e dois annos de idade, fallecida de Cattarro, involta em habito branco, incomendada pelo P. Gil Braz de Figueiredo com todas os sacramentos. O Vigario Manoel Cordeiro da Cruz.”

João veio a falecer no dia 13 de fevereiro de 1856 em Santa Luzia-PB, com 97 annos, e segundo o registro, morreu de velhice. A informação sobre a idade é provavelmente equivocada, pois teria nascido 1759, alguns anos após a data estimada de nascimento da mãe e do pai. No seu registro81 de sepultamento, pode-se ler:

“Ais treze de Fevereiro de mil oito centos e cincoenta e seis nesta Capella de S. Luzia goi sepultado de grades a cima o cadaver de JOÃO BENTO DE ARAÚJO, com noventa e sette annos de idade, fallecido de velhice, envolto em habito branco com os sacramentos, foi casado com ANDREZA MARIA DA CONCEIÇÃO, encommendado pelo Padre Gil Braz de Figueiredo. O Vigr.o Manoel Cordeiro da Cruz.”

Foram filhos de Andreza Maria da Conceição e de João Bento Dias de Araújo:

  1. MANOEL JOSÉ DE ARAÚJO (Capítulo V – Os Trisavós).
  2. ANNA MARIA DO SACRAMENTO, nascida por volta de 1797. Ela se casou com João Bento da Silveira (de Figueiredo), filho de Bento José de Figueiredo e de Catharina Maria de Jesus. O casamento ocorreu aos 16 de abril de 1818 em Santa Luzia-PB (ainda sem comprovação por registro). Ela veio a falecer aos 22 de fevereiro de 1886 em Caicó-RN.
  3. EMERENCIANA DIAS DE ARAÚJO, que se casou com Vitor Tavares da Costa, filho Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
  4. JOSÉ DIAS DE ARAÚJO SOBRINHO, que se casou Sebastiana Tavares da Costa, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
  5. JOÃO BENTO DIAS ARAÚJO, que se casou com Florência Marinho.

Bento José de Figueiredo e de Catharina Maria da Conceição

Segundo Sebastião de Azevedo Bastos, em sua obra No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste (1955)82, Bento José de Figueiredo seria filho de Fernão Correia de Figueiredo e Luzia Roza (Camello de Figueiredo). Ele se casou com Catharina Maria da Conceição, filha de João Leitão de Araújo e de Maria da Conceição Frazão.

Ao que tudo indica, o casal viveu por muitos anos na Paraíba, mais especificamente nos arredores de Patos-RN. Após a morte de Bento José de Figueiredo, Catharina passou a viver com o filho mais velho, João Bento da Silveira, na Fazenda Campos da Anca Pelada, que mais tarde seria renomeada Fazenda Palma. Essa propriedade viria a dar origem ao atual Distrito de Palma-RN, um pequeno vilarejo localizado entre as cidades de Caicó-RN e Santa Luzia-PB.

Casa construída por João Bento da Silveira, filho de Bento José de Figueiredo e de Catharina Maria da Conceição na Fazenda Palma (Palma-RN).

Bento José de Figueiredo é mencionado em um registro de terras dos anos de 1855 a 1856 da antiga freguesia de Patos, o que pode indicar que ainda estava vivo nesse período. No registro83, pode-se ler:

“[…] No 173
José Félix da Silva e sua mulher Izidra Maria de Jesus declaramos possuir 42 mil réis de terras na Data da Conceição no Lugar do Sítio da Conceição cuja terra houvemos por compra feita a diferentes donos: Maria José Gandinha, a BENTO JOSÉ DE FIGUEIREDO e a Manuel José do Nascimento e a Manuel Teixeira, para o norte extrema com os herdeiro do finado João Machado da Costa, para o poente com a Data do Livramento, para o sul com o Pajeú, e para o nascente com o Cariri Velho e Olho d ́Água do Espírito Santo. Povoação da Serra do Teixeira 24/09/1855. Assina a rogo dos declarantes Guilherme Nunes da Costa. […]”

Catharina veio a falecer aos 25 de março de 1865, no seu sítio Palma. O seu inventário está localizado em Caicó-RN (Caixa 343, 1865 – Inventário – Catharina Maria de Jesus / João Bento da Silveira). No inventário84, pode-se ler:

“Villa do Principe 1865
Deffunta CATHARINA MARIA DE JESUS, Viuva de BENTO JOSÉ DE FIGUEIREDO moraroes que forão no Sitio Palma deste Termo. […]

Anno do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos [sessenta] e cinco, aos tres dias do mez de Maio do dito anno nesta Villa do Principe em caza de residencia do Juiz Municipal e dos Orfõas em exercicio sem impedimento aos atuais {?} da Commarca o Cidadão Jozué Maria de Faria que {?} foi vinto, ahi pelo {?} que JOÃO BENTO DA SILVA lhe havia requerido {?} que tendo fallecido sua mai CATHARINA MARIA DE JESUS deixando herdeiros menores de vinte e hum annos e que não puderão vir a esta Villa muitos dos herdeiros, elle juiz de {?} a caza de sua residencia na Fazenda Palmas com dia e hora certa para ali de proceder o dito inventario. Pelo que elle juiz lhe havia nomeado o dia cinco do corrente pelas nove horas começarão pelo cujo {?} de intimar o dito JOAO BENTO {?} para naquelle dia e horas ter {?} o referido inventario. […]

Certifico que intimei a JOÃO BENTO DA SILVEIRA para no dia tres {?} convocar todos os herdeiros de sua finada mai CATHARINA MARIA DE JESUS e prestar juramento e fazer se as {?} declarações […]”

E segue os termos de juramento:

“Termo de declarações e juramentos do herdeiro inventariante

Aos cinco dias do mez de maio de mil oito centos e sessenta e cindo nesta Fazenda Palma do Termo da Villa do Principe […] ahi presente JOÃO BENTO DA SILVEIRA inventariante herdeiro o juiz lhe deferio o juramento dos Santos {?} debaixo {?} de bem e fielmente declarar o dia o mes e anno em que falleceu sua mai CATHARINA MARIA DA CONCEIÇÃO, se tinha testamento alquao conparição testamenteiro quais herdeiros que lhe deixas ficado seus nomes e idades, que declarou a conegação todos os bens sem ocultar coisa alguma debaixo das pernas {?} o direito que nelles tem, pagar o dobro de sua valia e encorrer nas penas {?}: que sendo aceito o dito juramento declarou sua mai havia fallecido no dia 25 de de março do corrente anno havendo herdeiros menores e maiores de vinte e hum annos e cujos nomes e idades declararia no Título dos Herdeiros e {?} finalmente daria a {?} todos os bens sem ocultar coisa alguma debaixo das pernas […] João Bento de Maria”

Segue o Título dos Herdeiros:

“Titulo de Herdeiros

1 João Bento da Silveira – Inventariante herdeiro
2 Joaquim Joze de Sant’Anna – Casado
3 Antonio Joze de Santa’Anna – Casado
4 Bento Joze de Figueiredo – Casado
5 Jozefa fallecida que por ella representão seos filhos:
[5.]1 Joze Joaquim d’Araujo – Casado
[5.]2 Joaquim Francisco d’Araujo – Casado
[5.]3 Miguel Joaquim d’Araujo – Casado
[5.]4 João Dias de Araújo – Casado
[5.]5 Manoel Felippe d’Araujo – Casado
[5.]6 Pedro Paulo d’Araujo – Casado
[5.]7 Paulo Joze d’Araujo – Casado
[5.]8 CATHARINA MARIA DA CONCEIÇÃO casada com CASSIANO DE MELLO MONTENEGRO
[5.]9 Maria Jozefa fallecida que por ellas representão seus filhos, bisnetos da Inventariada:
[5.9.]1 Manoel com idade 13
[5.9.]2 Luiz – 12
[5.9.]3 Pedro – 11
[5.9.]4 João – 10
[5.9.]5 Maria – 4
[5.9.]6 Iria Maria Casada com Martinho Joze de Maria
[5.9.]7 Antonio Alves de Souza {?} 7
[5.9.]8 Cordulina Maria cazada com Antonion Ignacio de Freitas
[5.9.]9 Ludovina Maria Cazada com Joze Antonio de Freitas
6 Luzia fallecida que por ella representão seus filhos, netos da Inventariada
[6.]1 Sulpiro {?} de Maria Filho
[6.]2 Joze Vicente de Maria Cazado
[6.]3 Antonio Pacifico de Maria
[6.]4 Maria Luzia de Maria {?}
[6.4.]1Beleiana com idade 17
[6.4.]2 Antonia – 14
[6.4.]3 Anna – 10
[6.4.]4 Luzia – 9
[6.]5 Manoel Joze fallecido que por elle representão seus filhos bisnetos da inventariada
[6.5.]`1 Maria Joze casada com Manoel Pereira de MAria
[6.5.]2 Maria Luzia Casada com Manoel Francisco de Maria
[6.5.]3 Luzia Maria Casada com Manoel Maria de Moraes
[6.5.]4 Joze Nicacio digo Joaquina Maria cazada com Joze Nicacio de Maria
[6.5.]5 Candido com idade 11
[6.5.]5 Sebastianna – 10
[6.5.]6 Francisco – 9
[6.5.]7 João – 8
[6.]6 Alexandrina fallecida que por ella representão seus filhos orfãos e bisnetos da inventariada
[6.6]1 Antonia com idade de 14
[6.6]2 Balbiana – 11
[6.6]3 Anna com idade de 10
[6.6]4 Luzia – 4
7 Maria fallecida que por ella representa seus filhos, netos da Inventariada
[7.]1 Antonio Dias d’Araujo – cazado
[7.]2 Selestino Joze Dias – Casado
[7.]3 Joaquina Maria cazada com João Gonçalves de Souza
[7.]4 Andreza Maria fallecida que por ella representão seus filhos, bisnetos da inventariada
[7.4]1 Joze Antonio de Freitas Cazado
[7.4]2 Antonio Joze de MAria Solteiro
[7.4]3 Pedro Joze de Freitas Solteiro
[7.4]4 Paulino Joze de Freitas Solteiro
[7.4]5 Luiz com idade de 15 anos
[7.4]6 João – 12
[7.4]7 Felisbella – 14
[7.4]8 Maria – 13
[7.4]9 Joaquina 11
[7.4]10 Senhorinha 9
[7.4]11 Rozalina 6 […]”

Segue a declaração dos bens:

“Dinheiro
Declarou o Inventariante haver em dinheiro a quantidade de sessenta e cindo mil reis em ouro, prata, cobre, latau ferro nada 65$000

Moveis
Declarou haver huma caza muito velha que os lavrados acharão valer cinco mil reis 5$000
Assim mais huma assadina de ferro que os lavrados acharão valer mil reis 1$000
Assim mais outra assadina que os lavrados acharão valer seicentos e quarenta reis 640
Assim mais outra assadina pequena que o s lavrados achão valer quinhentos reis 500
Assim mais hum ferro de ferrear gado que os lavrados acharão valer em {?} sette mil reis 7$000

Gado
Declarou o Inventariante haver srtte vaccas pariadas que os lavrados acharão valer trinta e dois mil reis que os lavrados acharão valer digo e todas por {?} duzentos e vinte e quatro mil reis 224$000
Assim mais oito vaccas solteiras que os lavrados acharão valer cada huma vinte e seis mil reis cada huma e todas a importancia de duzentos e trinta e oito mil reis 238$000
Assim mais huma Novilha que os lavrados acharão valer quinze mil reis 15$000
Assim mais quatro Garrotas que os lavrados acharão valer dez mil reis cada huma e todas a importancia de quarenta mil reis 40$000
Assim mais dez novilhos que os lavrados acharão valer trinta mil reis {?}
Assim mais trez garrotes que os lavrados acharão valer trinta mil reis todos
Assim mais dois Bois de anno que os lavrados acharão valer cincoenta e dois mil reis ambos 50$000
Assim mais hum novinho grande que os lavrados acharão valer trinta e cinco mil reis 35$000

Cavallos
Declarou haver hum Cavallo velho que os lavrados acharão valer desoito mil reis 18$000
Assim mais uhm Egua que os lavrados acharão valer quarenta e quatro mil reis

Cabras
Declarou haver cinco cabeças de cabras que os lavrados acharão valer seis mil reis todas

Escravos
Declarou haver huma escrava Criola de nome Ignacia com trinta sette annos de idade, sadia que os lavrados acharão valer hum conto e duzentos mil reis 1 200$000
Assim mais outra escrava criola de nome Rita com vinte e cinco annos sadia que os lavrados acharão valer hum conto cento e sessenta mil reis 1 160$000
Assim mais outra escrava criola de nome Maria com dez e sette annos de idade sadia que os lavrados acharão valer hum conto de reis 1 000$000
Assim mais hum escravo {?} de nome Lucas com desoito annos de idade que os lavrados acharão valer hum conto de reis 1 000$000
Assim mais um escravo {?} de nomme gregorio com dez e seis annos, que os lavrados acharão valer oito centos e sessenta mil reis 860$000
Assim mais um escravo criolo de nome Camilo que os lavrados acharão valer por oitocentos mil reis 800$000
Assim mais um escravo criolo de nome Elias com dois annos de idade que os lavrados acharão valer trezentos mil reis 300$000

Bens de Rais
Declarou haver huma parte na Data do Riacho Verde, Sitio Conceição e os demais herdeiros que os lavrados acharão valer cincoenta mil reis sendo {?} Serra do Teixeira, Provincia da Parahyba. 50$000
Declara haver huma pequena parte de terras de criar no Sitio Alteiro em comum com os mais herdeiros na Freguesia de Santa Luzia, Provincia da Parahyba que os lavrados acharão valer douze mil reis 12$000
Assim mais outra pequan parte de terras na Data da Boa Vinta que os lavrados acharão \valer doze mil reis 12$000

Dividas Passivas
Declarou deixar consorte pelo officio Parochial, ao Reverendo Vigario a quantia de quaroze mil e quatro centos reis 14$400
Declarou deixar mais aos herdeiro Joaquim Francisco d’Araujo a quantia de cinto mil e quarenta mil reis e ao inventariante a quantia de quarenta e seis mil reis 5$000 / 46$000
Declarou dever ao monte elle inventariante a quantia de um conto sette centos mil reis {?} 1 700$000
Assim mais dun o herdeiro Joaquim Joze de Sant’Anna a quantia de cincoenta e tres mil cento e vinte reis 53$120
Assim mais deve os herdeiros da finada Maria quarenta mil reis 40$000
Assim mais deve ao herdeiro Antonio Jose de Figueiredo a quantida de trinta e sinco quinhentos e cincoenta mil reis 35$550
Assim mais dever o herdeiro Bento Joze de Figueiredo a quantia de cento e noventa e cinco sete centos e sessenta reis 195$760
Assim mais dever os herdeiros da difunta Luzia a quantia de trinta mil reis 30$000 […]”

Foram filhos de Catharina Maria da Conceição e Bento José de Figueiredo:

  1. JOÃO BENTO DA SILVEIRA (DE FIGUEIREDO), nascido por volta de 1798. Ele se casou com Anna Maria do Sacramento, filha de João Bento Dias de Araújo e de Andreza Maria da Conceição. O casamento ocorreu aos 16 de abril de 1818 em Santa Luzia-PB (ainda sem comprovação por registro). Ela veio a falecer aos 22 de fevereiro de 1886 em Caicó-RN. Eles tiveram dois filhos: Gil Braz de Figueiredo e Luiz Emiliano de Figueiredo. Gil Braz de Figueiredo foi um padre que teve muita influência na região do Seridó na época.

    O casal era proprietário da fazenda Várzeas (atual município de Varzea-PB). Em 11 de junho de 1836, mudaram-se para a fazenda Campos da Anca Pelada, no Rio Grande do Norte, comprada por dois contos de réis. O nome Anca Pelada referia-se a um cabeço de pedras brancas na propriedade. Incomodados com os comentários dos moradores da Vila do Príncipe, Ana pediu a João que mudasse o nome da fazenda, que passou a ser chamada Palma, inspirado nos cinco riachos que formavam o rio local85.
  2. JOAQUIM JOSÉ DE SANTA’ANNA,
  3. ANTÔNIO JOSÉ DE SANT’ANNA,
  4. BENTO JOSÉ DE FIGUEIREDO,
  5. JOSEFA MARIA DE JESUS (Capítulo V – Os Trisavós).
  6. LUIZA,
  7. MARIA,

🇵🇹 José Simões dos Santos e Joana Baptista de Araújo

José Simões dos Santos nasceu por volta de 1760. Ele casou com Joana Baptista de Araújo, nascida por volta de 1759, filha de Cosme Fernandes Freire e de Sebastiana Dias de Araújo. Segundo Olavo de Medeiros Filho86, José Simões dos Santos era português. Em sua adolescência estava vagando sem rumo no Piauí quando foi encontrado por Sebastião de Medeiros Rocha (Júnior). Sebastião ofereceu um emprego para cuidar de seus bois e o levou para Fazenda Cachoeira, localizada nos arredores de Santa Luzia-PB, onde criou o menino.

Ainda segundo Olavo de Medeiros Filho, João Simões dos Santos começou seu namoro com Joana Batista. Como não era um homem de posses, a família de Joana não concordava com a união, mas isso não desanimou a moça. Após o casamento, o casal morou na fazenda do pai adotivo de José Simões.

Segundo consta um velho livro da Irmandade das Almas do Caicó, José Simões foi eleito Irmão de Mesa da Irmandade, ficando no posto de 1795 a 1803. José foi sepultado em 8 de janeiro de 1831. No seu registro87 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos oito de janeiro de mil oitocentos trinta, e hum nesta Matriz de grade acima foi sepultado o cadáver de JOZÉ SIMÕES DOS SANTOS, cazado com JOANNA BAPTISTA DE ARAÚJO, falecido com todos os Sacramentos na idade de setenta annos, sendo involto em habito branco, e encommendado pêlo Reverendo Coadjutor Manoel Jozé Fernandes; de que para constar mandei fazer este Assento, que assigno. O Vigr.º Francisco de Brito Guerra.”

O inventário de José Simões dos Santos foi realizado no mesmo ano de sua morte e está localizado em Caicó-RN (Caixa 332, 1831 – Inventário – José Simões dos Santos / Joana Batista de Araújo).

Já Joanna foi sepultada em 10 de agosto de 1844 em Santa Luzia-PB. No seu registro88 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dez de agosto de mil oitocentos e quarenta e quatro foi sepultada das grades asima na Capela de Santa Luzia, filial da Matriz de Pattos o cadaver de JOANNA BAPTISTA DE ARAÚJO, viúva que ficou do falecido JOZÉ SIMÕES DOS SANTOS, moradores no Posso Redondo, da Freguezia de Pattos, fallecida de molestia natural com o os Sacramentos na idade de 85 anos, foi involta em habito branco e encommendado pelo Padre José […] Ferreira de Brito de minha licença de que para constar mandei fazer este Termo em que me assigno. O Vigr.º Antônio Dantas Garcia da […]”

Foram filhos de Joana Baptista de Araújo e José Simões dos Santos:

  1. CAETANO SIMÕES DOS SANTOS que se casou com Antônia Gertrudes do Sacramento, filha do português Miguel Bezerra da Ressurreição e de Maria José do Nascimento. O casal morou em Santa Luzia.
  2. ANTÔNIO SIMÕES DOS SANTOS, que se casou com Antônia Alves, filha de Joaquim Alves, do Cabaço.
  3. JOSÉ SIMÕES DOS SANTOS (2°) que se casou com Ana Joaquina do Sacramento, filha de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa. O casou habitou a fazenda Santo Antônio (Santa Luzia).
  4. MANOEL SIMÕES DOS SANTOS que se casou em 9 de novembro de 1818 na fazenda São Roque com Joana Batista de Sant’Anna, filha de Manoel Alvares do Nascimento e de Maria José.
  5. FRANCISCA que se casou com Sebastião Dias de Araújo, filho de Estêvão Dias de Araújo e Apolônia Gomes Freire do Sacramento. O casal habitou na fazenda Cacimbinhas (Santa Luzia).
  6. ADRIANA, que contraiu núpcias com o seu parente Antônio Dias de Araújo, filho do casal Estêvão Dias de Araújo e Apolônia Gomes Freire do Sacramento. O casal habitou na fazenda Várzea (Santa Luzia).
  7. TERESA que se casou com Ignácio Alves Gameiro, filho de Domingos Alves Gameiro e Isabel Ferreira da Silva.
  8. ANA TERESA que se casou com Alexandre Manoel de Medeiros Júnior, filho de Alexandre Manoel de Medeiros e de Antônia Maria da Conceição. O casal habitou no Poço Redondo (Santa Luzia).
  9. MARIA JOAQUINA DOS PRAZERES (Capítulo V – Os Trisavós).
  10. FRANCISCO SIMÕES DOS SANTOS que se casou com uma filha de João Machado da Costa e de Maria Francisca de Oliveira (2ª). O casal habitou no Teixeira.

Capítulo VII – Os Pentavós

🇵🇹 José Camelo Pereira e Margarida Freire de Araújo

José Camelo Pereira era português e nasceu por volta de 1716. Ele foi casado com Margarida Freire de Araújo, nascida por volta de 1735, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Moraes Valcácer. O casal habitou no sítio Riacho de Fora, situado no termo da Villa do Príncipe, atual Caicó-RN89.

Margarida Freire de Araújo veio a falecer no dia 10 de maio de 1795 em Caicó-RN. No seu registro90 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos honze dias do mez de maio de mil sete centos noventa e sinco annos nesta Matriz se deu sepultura a MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO, cazada que foi com JOZÊ CAMELLO PEREIRA e moradores no Riacho de fora falecida aos dez dias do dito mez com Secenta annos pouco mais ou menos só absolvida por já não falar mais e da dor maglina foi envolta em abito branco de Bertanha e encommendada p. mim Vigário foi sepultada no Corpo da Igreija do Cruzeiro para baixo de que se fez este acento que asignei. Jozê António Caetano de Mesquita. Cura”

O inventário de Maria foi realizado já no ano seguinte, aos 7 de maio de 1796, em Caicó-RN, tendo seu marido como inventariante (inventário localizado em Caicó-RN, Caixa 323 – 1796 – Inventário – Margarida Freire/José Camelo Pereira). Segue um resumo do inventário91 transcrito por Olavo de Medeiros Filho:

“”

“”

Como pode-se verificar, o casal possuía dívidas e o patrimônio de Maria foi quase em sua totalidade destinado ao pagamento das mesmas.

“”

José faleceu em 23 de junho de 1806 na Fazenda do Remédio (Caicó-RN). No seu registro92 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e trêz do mez de junho de mil oitocentos e seis na Fazenda do Remédio desta Freguezia faleoeo da vida prezente JOZÊ CAMELLO PEREIRA, de idade de noventa annos, cazado que foi com MARGARIDA FREIRE, já então defunta; seu corpo foi involto em hábito Franciscano, encomendado por mim, e sepultado aos vinte e quatro do dito mez no Corpo desta Matriz, de que para constar fiz este Assento, que assigno. O Vigr.° Francisco de Brito Guerra.”

Foram filhos de Margarida Freire de Araújo e José Camelo Pereira:

  1. JOSÉ CAMELO PEREIRA (2°) se casou com Teresa Maria de Jesus.
  2. MANOEL CAMELO PEREIRA se casou com Anna Maria da Conceição.
  3. JOÃO FERNANDES.
  4. CAETANO CAMELO PEREIRA, nasceu por volta de 1761. Ele se casou com Clara Maria dos Reis, filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Ele veio a falecer aos 17 de agosto de 1821, em Jardim do Seridó-RN.
  5. FRANCISCO CAMELO PEREIRA se casou com Thereza Maria do Carmo.
  6. MARGARIDA FREIRE DE ARAÚJO (2ª) (Capítulo VI – Os Tetravós).
  7. MARIA.
  8. ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO, nasceu por volta de 1756. Ela se casou com Manoel Souto Quaresma aos 10 de maio de 1772, em Caicó-RN. Veio a falecer aos 17 de maio de 1816 em Caicó-RN.
  9. TERESA MARIA DE JESUS se casou com Cosme Gomes de Oliveira.
  10. EUGÊNIA MARIA DO ESPIRITO SANTO se casou com José Barbosa das Neves.
  11. ANA MARIA DA CONCEIÇÃO se casou com José Fernandes Freire, filho de João Fernandes Freire e Angela Maria do Espirito Santo, aos  30 de junho de 1800 em Caicó-RN.

🇵🇹 Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer

Sebastião de Medeiros Matos nasceu em 19 de janeiro de 1716 e foi batizado aos 30 do mesmo mês em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros. No seu registro93 de batismo, pode-se ler:

“SEBASTIAM filho de ALFERES MANOEL DE MATOS e de sua molher MARIA DE MEDEIROS, ambos naturais d’esta Freguesia, nasceo aos dezanove dias do mês de janeiro de mil sete centos e dezaseis, foi batizado na pia d’esta parochial aos trinta de dias do dado mês por mim Domingos de Souza Ambar Cura, e foram padrinhos o Rdo Vigro L.do  Joam de Souza Freyre d’esta Freguesia e foram as testemunhas Joam da Silva e Samchristam Manoel Rodriguez ambos d’esta Freguesia. E para constar fiz este termo em o dito dia mez era ut supra. O Cura Domingos de Souza Ambar.”

Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca
Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, com marcação ao local onde hoje se encontra a igreja de São Pedro.

A freguesia de São Pedro da Ribeira Seca surgiu já no século XVI, nas décadas seguintes ao início da colonização da ilha de S. Miguel. Gaspar Frutuoso em sua obra Saudades da Terra – Livro IV (1995)94 faz uma descrição detalhada do surgimento e dos primeiros anos da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca:

“[…] A freguesia de São Pedro da Ribeira Seca (chamada assim por não ter água senão de enchente no Inverno) que se desmembrou da vila da Ribeira Grande e distará dela um tiro de mosquete para a parte do ocidente, com uma ermida da Madre de Deus, que fez Manoel da Costa, junto da sua quinta, tem cento e noventa e um fogos, e seiscentas e oitenta e três almas de confissão, das quais são de comunhão quatrocentas e noventa. O primeiro vigairo foi Luís Cabral; o segundo, o bacharel Ascêncio Gonçalves, que agora tem o dito cargo. Há nela muitos homens honrados e boas terras que se chamam do Morro, por um alto que está junto do mar, assim chamado, e outras duas lombas em que têm as mesmas granjearias que os da Ribeira Grande, com que uns e outros fazem soma ao presente de novecentos e vinte e cinco fogos, e três mil e duzentas e sessenta e seis almas de confissão, das quais são de comunhão duas mil e quatrocentas e cinco. Nestas duas freguesias (em que se compreende a vila e lugar de Rabo de Peixe, seu termo) há muita gente de armas; primeiro houve quatro bandeiras de duzentos e cinquenta homens em cada uma, sc., três na vila e uma em Rabo de Peixe […]”

“[…]Também poucas vilas haverá de tão boa serventia de água e moendas, porque tem dentro em si seis moinhos, cada um de duas pedras, melhores e que melhor moem que todos os da ilha e Portugal, nos quais o Capitão tem de renda perto de trezentos moios de trigo cada ano, em que vão fazer os da cidade suas farinhas; e é abastada de pão, carnes, pastel, linho e legumes, tem criações de gados, ainda que depois do incêndio segundo falta de lenha. Chega o dizimadouro dela (que contêm as duas freguesias da Purificação de Nossa Senhora e de São Pedro), uns anos por outros, a render três contos para el-Rei, pouco mais ou menos, e o dízimo do linho a quarenta mil molhos. Nela se davam os melhores melões de toda a ilha ou iguais com os da fajã dos Mosteiros, o que se perdeu com a alforra que caiu depois do segundo terremoto desta ilha. E muito mais nobre e rica fora, se os senhorios das suas terras viveram nela. Os moradores não são tão ricos como honrados e nobres, por perderem muito de suas fazendas com fianças e invenções de canas de açúquere que o bicho comeu, como a hera de Jonas. O porto de Santa Eiria (que tenho dito) pela costa ser brava, não presta a esta vila para navios, nada se carrega nele e só serve de batéis; e para saída de seus frutos e carregação de seu trigo se serve do porto da vila da Alagoa, que Ihe está julgado por sentença do Regno. […]”

Igreja de São Pedro da Ribeira Seca

A origem da freguesia está relacionada à construção da primeira ermida dedicada a São Pedro, que foi destruída em 1563 por uma erupção do vulcão Pico Queimado (antigamente chamado Pico do Sapateiro). A atual igreja de São Pedro foi posteriormente edificada no mesmo local onde se erguia a antiga ermida.

Interior da Igreja de São Pedro da Ribeira Seca
Pia batismal da Igreja de São Pedro da Ribeira Seca. Está seria a pia usada no batismo de Sebastião, Rodrigo e grande parte da sua ascendência.

Em 12 de dezembro de 1575, a paróquia e freguesia de São Pedro foram instituídas pelo Cabido da Sé de Angra, sendo confirmadas por cartas régias de D. Sebastião em 1576 e tendo como primeiro vigário, o Padre Luís Cabral95.

Ao longo dos séculos seguintes, a igreja passou por diversas reformas e ampliações: obras na sacristia (1702), talha da capela-mor (1730), aquisição de sinos (1739), reconstrução da igreja com pedras do Convento de Jesus (1830) e nova decoração por entalhadores locais (1845).

A erupção do vulcão Pico do Sapateiro de 1563

O povoamento foi parcialmente destruído por terremotos, seguidos por erupções vulcânicas do Pico Queimado e da Lagoa do Fogo que occorreram no ano de 1563. Hoje, existe nos arredores da igreja de São Pedro, uma fonte de água que foi soterrada pela lava durante a erupção e que foi encontrada na década de 1950 durante escavações no local. Gaspar Frutuoso descreve a fonte e os eventos catastróficos ocorridos durante o dito ano:

“[…] A fonte de que se tirou a água do chafariz ou fonte da vila, que nela se bebe, sai perto de umas pedras brancas (que é uma veia de pedra que está ao pé da serra); era muito boa água até ao terremoto e incêndio que aconteceu nesta ilha o ano de mil e quinhentos e sessenta e três, porque devia de ter seu nascimento em alguma concavidade limpa; achavam-se nela as condições que se requerem a uma boa água, quase nascia com o rosto ao sol, era delgada e fria, sem nenhum sabor, e assim satisfazia com sua bondade a quem a bebia, porque se bebia dela o que a vontade pedia e nada embaraçava o estômago nem impedia as mais obras da natureza. Mas, com o terremoto que disse, que teve a força toda perto da mesma fonte, detrás da serra de Vulcão, arruinou-se a terra, abrindo-se em muitas partes e rebentou o biscouto de pedra fervida para a mesma parte da fonte, muito perto, e parece claro que para a dita fonte e concavidade do monte se abriram comissuras e veias de pedra hume e enxofre, que inficionaram e corromperam a dita água, que agora é grossa e cheira a lodo, e muitos anos depois do terremoto fedia a enxofre e se sentia nela fedor de pedra hume. Desta mesma água se deu um cano para a freguesia da Ribeira Seca, de que bebem os seus moradores (e não é boa) porque com a quentura do enxofre vem como cozida. […]”

E segue a descrição detalhada dos dias da erupção de 1563 que afetaram a Ribeira Seca, feita por Gaspar Frutuoso96:

“[…] Deste pico lavrou o fogo por debaixo do chão e foi dar em outro, que chamam o pico do Sapateiro, que está sobre a Ribeira Grande, da parte do norte, o qual começando arder a terça-feira, começou depois a correr dele uma ribeira de fogo pela Ribeira Seca abaixo até chegar ao mar, correndo mansamente como metal derretido, por fazer fio como alféloa, sendo pedra que estava fervendo e fazendo grande estrondo quando entrou no mar, onde fez um grande cais ou ilhéu de penedia, ficando, ali, e por toda a ribeira acima um bravo biscoutal da Deste pico lavrou o fogo por debaixo do chão e foi dar em outro, que chamam o pico do Sapateiro, que está sobre a Ribeira Grande, da parte do norte, o qual começando arder a terça-feira, começou depois a correr dele uma ribeira de fogo pela Ribeira Seca abaixo até chegar ao mar, correndo mansamente como metal derretido, por fazer fio como alféloa, sendo pedra que estava fervendo e fazendo grande estrondo quando entrou no mar, onde fez um grande cais ou ilhéu de penedia, ficando, ali, e por toda a ribeira acima um bravo biscoutal da […]”

Sebastião de Medeiros Matos chegou ao Brasil por volta do ano de 1739, acompanhado de seu irmão mais velho, Rodrigo de Medeiros Rocha. Conforme relata a tradição oral da região, eles buscaram abrigo, em um primeiro momento, junto a parentes que já viviam em Pernambuco. No entanto, diante do risco que isso representava, esses familiares optaram por enviá-los ao interior da então Capitania da Paraíba do Norte. Foi ali, na fazenda Preás, situada nas serras de Parelhas, território que hoje pertence ao Rio Grande do Norte, que os irmãos Medeiros permaneceram ocultos por algum tempo97, até de estabelecer definitivamente na região onde atualmente se localiza a município de Santa Luzia-PB.

É importante destacar que a chegada de Sebastião e Rodrigo ao Brasil coincide com um período de intensificação da emigração de açorianos rumo à América portuguesa, conforme analisado por Cibele Caroline da Rosa e Luís Fernando da Silva Laroque (2018)98. Segundo os autores, esse movimento foi impulsionado por fatores estruturais como crises climáticas e agrícolas, fome, instabilidade econômica e um sistema de herança que excluía os filhos não primogênitos da posse das terras familiares, forçando muitos a buscar melhores condições de vida no Brasil.

Embora a tradição local afirme que os irmãos Sebastião e Rodrigo tenham emigrado como forma de ocultar um passado comprometedor na Ilha de S. Miguel, mudando até os seus sobrenomes ao chegarem ao Brasil99 100 101, é igualmente plausível que tenham feito parte de um amplo fluxo migratório dos Açores a América Portuguesa motivado pelas adversidades nas ilhas e pela esperança de melhores oportunidades no continente americano.

A emigração açoriana atingiu seu auge a partir de 1747, quando a Coroa Portuguesa, por meio de um edital real, passou a incentivar oficialmente o deslocamento de famílias açorianas para a América. O objetivo era não apenas aliviar a pressão demográfica e econômica sobre o arquipélago, mas também povoar e proteger o sul do império, especialmente diante das crescentes disputas territoriais com a Espanha.

Olávo de Medeiros Filho, em seu livro Velhas Famílias do Seridó (1981)102, conta um relato do Dr. Agostinho Brito, descendente de Sebastião, em que explicaria como foi apresentado a sua futura esposa. O relato segue:

“[…] ao tempo em que estiveram morando nos Preás, dedicaram-se a trabalhos de natureza jurídica, cuidando de questões de terras, por serem pessoas letradas. Certo dia, chegou-lhes um convite formulado pelo Capitão-mor Geraldo Ferreira das Neves Sobrinho, desejoso de que os dois irmãos comparecessem à fazenda Picotes, em Santa Luzia, a fim de tratarem de uma questão de terras, em que se achava envolvida aquela
autoridade.

Comparecendo aos Picotes, foram os dois irmãos informados de que teriam de viajar à ribeira do Piancó, no trato do caso litigioso, região essa que se encontrava sem segurança para os eventuais viajantes, em virtude de ali ter surgido um levante dos indígenas.

Recusaram a incumbência, o que despertou a ira do Capitão-mor. Este deu-lhes conhecimento de queliavia chegado um mandado judicial, pedindo providências no sentido de serem presos dois fugitivos da Justiça, cuja descrição coincidia com as pessoas de Rodrigo e Sebastião de Medeiros. Após a ceia, em um quarto fechado, conferenciaram, longamente, Rodrigo e Sebastião, para discutirem a situação; ou viajariam ao Piancó, ou seriam entregues a Justiça pelo Capitão-mor. Conta a tradição que Geraldo conseguiu ouvir, ardilosamente, a conversa dos dois irmãos. Rodrigo já se mostrava disposto a enfrentar o perigo representado pelos indígenas, viajando ao Piancó, no que hesitava Sebastião em apoiá-lo. Dizia Rodrigo: “Mas, Sebastião, nós não temos condições de regressarmos ao Reino!…”

Finalmente, o Capitão-mor propôs uma terceira opção: os dois irmãos se casariam com duas irmãs, ambas sobrinhas de Geraldo, no que, a contragosto, concordaram Rodrigo e Sebastião. Casaram-se, finalmente, Sebastião com Antônia e Rodrigo com Apolônia, sob o patrocínio do Capitão-mor, tio das nubentes!… […]

Sebastião se casou com Antônia de Morais Valcácer (2ª de seu nome), filha de Manoel Fernandes Freire e Antônia de Morais Valcácer em data indeterminada, mas muito provavelmente em Patos-PB. Se o casamento foi arranjado como informar o texto acima, nunca vamos de fato saber.

Em 1757, após o falecimento de seu irmão Rodrigo de Medeiros Rocha, ficou responsável pelos seus bens e por todos os seus filhos. Em 1759, como Tenente, requereu sesmaria onde, pode-se ler:

“Nº 497 em 24 de março de 1759

Tenente Vicente Ferreira Neves e Tenente SEBASTIÃO DE MEDEIROS, moradores nesta capitania, dizem que a custa de sua fazenda e risco de suas vidas, tinham descoberto sobre a serra da Borburema, sertões deste governo, terras devolutas e desaproveitadas, com sufficiencia de crear gados e como careciam de terras para os crear pretendiam que se lhes concedesse por sesmaria em nome de S.M. tres leguas de comprido e uma de largo, para ambos, na dita serra, logar chamado Albino riacho chamado Olho d’Agua Grande que nascia da pedra chamada o Fundamento cujas terras confrontam em muita distância pela parte do nascente com R.R.P.P. da companhia do sitio do Poço, pela parte do poente com terras do defunto Izidoro Hortins, pela do norte com as de Antônio de Araujo Frazão e Cosme Dias de Araujo e pela do sul com José da Costa Romeo ou com quem verdadeiramente pertencesse, podendo fazer do comprimento largura ou da  largura comprimento, pedindo em conclusão se lhe concedesse as ditas terras por sesmaria com as confrontações declaradas para fazer a sua situação e peão no dito logar chamado Albino e Riacho chamado Olho d’Agua Grande. Foi feita a concessão, no governo de José Henrique de Carvalho.”

Segundo informa um de seus descendentes no livro de Olávo de Medeiros Filho, Sebastião possuía casa em Santa Luzia, na rua Padre Jovino. Sebastião e sua esposa Antônia habitaram na Fazenda Cacimba da Velha, em Santa Luzia-PB, muito provavelmente recebida como dote por ocasião do casamento de sua esposa, ou herdada de seu sogro, Manoel Fernandes Freire. Segundo Olavo de Medeiros Filho, Sebastião possuía estatura elevada, era moreno, magro, de pernas finas, queixo proeminente e temperamento irritadiço103.

Sebastião de Medeiros Matos ainda estava vivo em 1793, conforme demonstram referências encontradas no inventário de bens de Domingos Álvares dos Santos, onde é mencionado com a patente de Capitão. Também fazia parte do quadro da Irmandade das Almas do Caicó. Sua presença ainda é registrada em 1805, por ocasião do inventário de seu genro, Manoel Álvares da Nóbrega, realizado em Santa Luzia-PB, o que indica que provavelmente faleceu após essa data.

Nada foi encontrado até agora sobre o ano de falecimento de Antônia de Morais Valcácer.

Foram filhos de Antônia de Morais Valcácer e Sebastião de Medeiros Matos:

  1. SEBASTIÃO DE MEDEIROS ROCHA (Capítulo VI – Os Tetravós).
  2. ALEXANDRE MANOEL DE MEDEIROS (Capítulo VI – Os Tetravós).
  3. JOÃO CRISÓSTOMO DE MEDEIROS nasceu em 15 de junho de 1766. Ele se casou com Francisca Xavier Dantas, filha de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. Ele foi faleceu em 16 de dezembro de 1812.
  4. MARIA JOSÉ DE MEDEIROS, nascida por volta de 1748. Ela se casou por volta de 1765 com Manoel Alvares da Nóbrega era filho de José Alvares da Nóbrega e de Izabel Ferreira da Silva. Ela faleceu aos 14 de dezembro de 1842. O casal residiu na fazenda Santo Domingos, em Santa Luzia-PB.
  5. QUITÊRIA MARIA DA CONCEIÇÃO (Capítulo VI – Os Tetravós).
  6. ANTÔNIA DE MORAIS SEVERA que se casou com João de Morais Camelo, natural dos Gariris Velhos, atual São João do Cariri. O casal habitou na fazenda Santo Antônio (Santa Luzia) e em seguida se mudaram para o Ceará.
  7. LUZIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO nasceu por volta de 1759. Ela se casou com Caetano Dantas Corrêa (2°), filho legítimo de Caetano Dantas Corrêa e de Josefa de Araújo Pereira. O casal habitou na fazenda Carnaúba (Acari). Ela faleceu na fazenda da Carnaúba e foi sepultada em 9 de agosto de 1810, com idade de 51 anos.
  8. VICÊNCIA FERREIRA DE MEDEIROS (Capítulo VI – Os Tetravós).

Cosme Gomes de Alarcón e Maria de Conceição Freire

Cosme seria filho Daniel Gomes de Alarcón, suposto padre espanhol de ascendência judaica, com uma índia de nome e origem desconhecidos. Segundo a tradição existente no Seridó, Cosme Gomes de Alarcón chegou à região de Santa Luzia-PB vindo do Engenho Ubu, em Goiana-PE. Infelizmente, essas afirmações ainda não foram comprovadas com documentação ou registros históricos.

O que se sabe é que ele se casou com Maria de Conceição Freire, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer.

Foram filhos de Maria de Conceição Freire e Comes Gomes de Alarcón:

  1. RAIMUNDO JOSÉ FREIRE que se casou primeiramente com Ana Maria de Carvalho, em 27 de novembro de 1789 na fazenda Cordeyro (Patos). Ana era filha de Antônio Barbosa de Lucena e de Margarida Freire de Araújo (2°). Em seguida, ele que se casou com Maria de Jesus Madalena em 26 de novembro de 1814 em Caicó-RN. Margarida era filha de Cosme Gomes de Oliveira e de Teresa Maria de Jesus.
  2. MANOEL GOMES DE ALARCÃO que se casou em 16 de agosto de 1819 em Caicó-RN, com Josefa Jacinta, filha de José de Souza Forte e de Antônia de Souza Forte.
  3. ANTÔNIA MARIA DA CONCEIÇÃO (Capítulo VI – Os Tetravós).
  4. APOLONIA GOMES DO SACRAMENTO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  5. FRANCISCA GOMES FREIRE que se casou com Manoel Antônio Ferreira.

🇵🇹 Rodrigo de Medeiros Rocha e Apolônia Barbosa de Araújo

Rodrigo de Medeiros Rocha nasceu em 21 de janeiro de 1709 e foi batizado na Igreja de São Pedro no dia 26 do mesmo mês e ano na Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Manoel de Matos e Mariade Medeiros. No seu registro104 de batismo, pode-se ler:

“RODRIGO filho de Manoel de Matos e de sua molher Maria de Mideiros naturais e moradores n’esta Freguesia do Apostolo Sam Pedro da Ribeira Seca, nasceo aos vinte e hum dias do mês de janeiro de mil i sete centos e nove annos e em aos vinte e seis dias do referido mês e ano foi batizado n’esta ditta Igreja Paroquial de Deos Pay pelo Padre Joam de Souza Freire vigário da ditta Igreja, foi padrinho Manoel de Frias Ferreira fregues d’este freguesia. Foram padrinhos Joam da Sylva e Antônio da Sylva, fregueses d’esta Freguesia e comigo assignaram dia mez e Era ut supra e em qual fiz este termo para constar. O Cura Francisco de Souza da Motta.”

Ele chegou ao Brasil por volta do ano de 1739, junto com o seu irmão Sebastião de Medeiros Matos. No Brasil, Rodrigo se casou com Apolônia Barbosa de Araújo, nascida por volta de 1714, filha de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer105 106 107. O casamento ocorreu muito provavelmente na região do atual município de Santa Luzia-PB, por volta de 1739, pois seu filho primogênito teria nascido por volta de 1740, conforme informa Olavo de Medeiros Filho em “Velhas Famílias do Seridó”108.

Rodrigo e sua família moraram na Fazenda Pocinhos (São José do Sabugi-RN), localizada na ribeira do rio Quipauá.

Rodrigo faleceu antes de 1757109, ano em que se processou seu inventário cujos autos acham-se arquivados no 1° Cartório Judiciário do Caicó-RN. Sebastião foi o tutor dos seus sobrinhos menores, conforme consta nos autos do referido inventário. Rodrigo teria por volta de 48 anos quando morreu.

“[…] RODRIGO […] Morou na fazenda Pocinhos, na ribeira do Quipauá, no atual município de S. José do Sabugi. Já era falecido em 1757, ano em que processou-se o seu inventário, cujos autos acham-se no 1º Cartório Judiciário do Caicó. Sebastião foi o tutor dos seus sobrinhos menores, conforme consta dos autos do referido inventário. […]”

Já Apolônia faleceu e foi sepultada em 28 de novembro de 1802 na Fazenda do Remédio, em Cruzeta-RN, e foi sepultada em Acari-RN com aproximadamente 88 anos de idade. No seu registro110 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e oito dias do mez de novembro de mil oitocentos, e dois faleceo da vida prezente na fazenda do Remédio Apolonia Barbosa, viúva que era de Rodrigo de Medeiros Roxa com todos os sacramentos, e foi sepultada no mesmo dia na Capella do Acari das grades do arco para cima, encomendada pelo Reverendo Jozé António Caetano de Mesquita, involta em habito do Carmo: tinha de idade oitenta, e oito annos: do que para constar, fiz este assento, em que me assigno. O Vigr.º Francisco de Brito Guerra.”

A informação do local de óbito é confirmada por Olavo de Medeiros Filho em Velhas Famílias do Seridó (1981), onde informa queApolônia Barbosa de Araújo morava na Fazenda do Remédio no ano de 1794, onde veio a falecer anos depois, no mesmo local111.

“[…] Com referência a APOLÔNIA BARBOSA DE ARAÚJO, anotação existente em um dos livros de assentamentos da antiga freguesia do Seridó aponta-a residindo, no ano de 1790, no Riacho de Fora, propriedade pertencente a filhos seus. Em 1794 morava na fazenda do Remédio, na companhia do seu filho caçula, Manoel de Medeiros Rocha. […]”

Foram filhos de Apolônia Barbosa de Araújo e Rodrigo de Medeiros Rocha:

  1. JOSÉ BARBOSA DE MEDEIROS nasceu por volta de 1740. Ele se casou com Maria da Conceição, filha de Cosme Soares Pereira e de Maria do Nascimento. Ele faleceu em estimado antes de 1785.
  2. RODRIGO DE MEDEIROS ROCHA (2°) nasceu por volta de 1741.
  3. TERESA DE JESUS MARIA nasceu por volta de 1742. Ela se casou com Tomaz de Araújo Pereira (2°), filho de Tomaz de Araújo Pereira e de Maria da Conceição de Mendonça. Ela foi sepultada em Ele faleceu em 1 de fevereiro de 1802 em Areia-PB.
  4. ISABEL MARIA DE JESUS nasceu por volta de 1745. Ela se casou com Gonçalo Correia da Silva, filho dos portugueses Francisco Correia d’Ávila e Maria da Silva Tavares. Ela foi sepultada em 8 de fevereiro de 1836.
  5. MARIA DOS SANTOS DE MEDEIROS nasceu em 30 de setembro de 1745. Ela se casou com João Damasceno Pereira, filho de Tomaz de Araújo Pereira e de Maria da Conceição de Mendonça. Ela faleceu em 18 de dezembro de 1833.
  6. FRANCISCO FREIRE DE MEDEIROS nasceu em 15 de agosto de 1750. Ele se casou com Antônia Vieira da Costa, filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Ele foi sepultado em 19 de dezembro de 1821.
  7. ANTÔNIO DE MEDEIROS ROCHA (Capítulo VI – Os Tetravós).
  8. MANOEL DE MEDEIROS ROCHA nasceu em 31 de julho de 1755. Ele foi casado em primeiro casamento com Clara Maria dos Reis, filha de Antônio Pais Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Em seguida, se casou com Ana de Araújo Pereira, também filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira. Ele faleceu em 8 de fevereiro de 1837. O casal habitou a Fazenda Remédio, que originou a atual cidade de Cruzeta, Rio Grande do Norte, Brasil.

Ascendência Sefardita dos irmãos Sebastião e Rodrigo

Segue a ascendência Judaica Sefardita dos irmãos Sebastião de Medeiros Matos e Rodrigo de Medeiros Rocha, que o leva até Águeda Moniz, acusada e sentenciada por crime de judaísmo pelo Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa no ano de 1597, na Ribeira Grande, Ilha dos Açores.

Rodrigo e Sebastião nasceram nos Açores. Eles eram filhos de Maria de Medeiros, que por sua vez era filha de Maria de Medeiros Rocha. Esta era filha de outra Maria de Medeiros, descendente de Beatriz Furtado, filha de Manuel Rodriguez Furtado, que era filho de Beatriz Marques. Todos esses antepassados nasceram e viveram nos Açores. Rodrigo e Sebastião são os únicos dessa linha familiar de quem se tem notícia que emigraram para o Brasil, possivelmente acompanhados por um primo chamado José Ignácio de Matos.

Beatriz Marques tinha uma irmã chamada Elvira Marques, casada em segundo casamento com João Martins Moniz. Esse casal teve uma filha chamada Águeda Moniz. Ela se casou com Álvaro Lopez da Costa, nascido por volta de 1554. Águeda Moniz era natural de Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores, e supõem-se que seu marido também o era, segundo consta em seu processo112.

Águeda Moniz foi condenada pela Inquisição de Lisboa no Auto da Fé de 23 de fevereiro de 1597, Processo PT/TT/TSO-IL/028/06750 por crime de judaísmo. Foi sentenciada a ir ao auto-da-fé com vela acesa na mão, abjuração de leve, penitências espirituais e pagamento de custas. O documento contem 64 páginas e está disponível para consulta no site Arquivo Nacional Torre do Tombo. A partir desse documento pôde-se extrair as informações que seguem.

O processo contra Águeda Moniz teve inicio após denúncia de Constança Afonso, cristã velha, casada com Morgado Bartholomeu Jácome Raposo. Na primeira sessão de confissão de Águeda Moniz, feita no dia 17 de setembro de 1592, podemos ver que ela é descrita como cristã nova, assim como: seus pais, João Martins Moniz e Elvira Marques, sua tia Beatriz Marques e seu primo Manuel Rodriguez Furtado, cura da igreja de Maia (freguesia situada dentro do concelho de Ribeira Grande).

Seguindo, Águeda Moniz conta que aos 5 anos ficou órfã de pai e mãe e foi deixada aos cuidados de sua tia, Beatriz Marques, por cerca de dez anos, onde vivenciou costumes judaicos praticados por Beatriz Marques e sua família. Segue a transcrição completa da primeira sessão de confissão113:

“[…] Confissão de Agada Moniz.

Aos dezasete dias do mês de setembro da era de mil e quinhentos e noventa e dous annos na Ilha de Sam miguel na villa da Ribeira grande, nas pousadas de ALVARO LOPEZ DA COSTA aonde o Snor Inquisidor foi tomar esta confissão de AGADA MONIS christã nova molher do ditto ALVARO LOPEZ por estar muito enferma em cama a qual disse ser de idade de trinta annos pouco mais ou menos e por dizer que tinha de que se acusar lhe foi dado Juramento dos santos evangelhos enque ella pos sua mão e prometeo dizer verdade e acusandose disse que sendo de idade de cinquo annos ficou órfã de pai e mai em poder de sua tia BRIATIZ MARQUES christã nova molher de MANOEL RODRIGUEZ mercador moradores que foram desta villa e na sua casa esteve por espaço de dez annos e em todo este tempo mandava a ella declarante as sestas feiras a tarde lançar lançois lavados nas camas, e as suas escravas já de functas varrer as casas, e a limpar os candieiros pondo lhes torcidas novas e azeite limpo deixando os acezos ate por si so apagarem. e todos os sabbados mandava a ella declarante que desse camisas lavadas ao ditto MANOEL RODRIGUEZ seu marido e a seus filhos convem a saber Matheus Nunes christão novo cura nesta Igrejá com quē ella declarante esta, e Antonio furtado christão novo lavrador morador nesta villa, e o leçençiado Pero Rodriguez furtado morador na cidade de Angra, os quais todos no dito tempo todos os sabbados vestião as ditas camisas lavadas que lhe ella dava e porque MANOEL RODRIGUEZ christão novo cura da maia Irmão dos sobredittos era pequeno ella declarante lhos vestia mas nunca a ditta BRIATIZ MARQUES sua tia lhe declarou atenção conque mãdava fazer aquellas cousas nē ella declarante vestia camisas lavadas nos ditos dias de sabbados porque as via vestir as sobredittas pessoas, e lhas dava por mãdado de sua tia para isso: e declarou q o ditto MANOEL RODRIGUEZ e a ditta BRIATIZ MARQUES sam ja defunctos, e assi todas as mais pessoas que avia naquela casa de serviço e disse mais sendo perguntada que nunca soube q aquillo eram çerimonias judaicas senam avera dous annos que o perguntou a Anna Cabral molher de Gonçalo Ayres o gramatico desta villa que lho disse porque se ella soubera nam vestira nos ditos dias de sabbados de trabalho camisas lavadas a seus filhos, quãdo os tinha aos quais enquanto eram vivos e a dous sobrinhos seus, filhos do dito MANOEL RODRIGUEZ cura da Maia que tem em seu poder vestio nos ditos dias camisas lavadas ate avera os ditos dous annos, q como tem ditto soube aquillo ser çerimonia judaica, e declarou que o sobrinho se chama MATHIAS, de idade de quatro annos e a moça BRIATIZ de cinquo: e que isto he o que lhe lembra, o que fez sem ma tençam, mas sem embargo disso pede perdão e misericordia. foi lhe ditto que cuide bem em suas cousas e acabe de sencarregar sua conçiençia declarando toda a verdade de suas cupas e atenção que teve qũado as cometteo porque asi lhe convem pera salvação de sua alma, e alcançar a misericordia que a sancta madre igreja da aos bons e verdadeiros confitentes! E por dizer que nam era demais lembrada foi lhe mandado ter sergredo no caso sob carrego do juramento q reçebeo. e declarou que os ditos seus primos convem a saber Matheus Nunez, Pero Rodriguez Furtado e Antonio Furtado naquele tempo em que lhe ella via vistir as ditas camisas lavadas aos sabbados de trabalho que foi por espaço dos ditos dez annos eram já todos homēs e o ditto Matheus Nunez era de epistola quando faleçeo a ditta sua mai, e o ditto MANOEL RODRIGUEZ cura da Maia era cachopo como tem ditto e do custume o que tem ditto. e assinei aqui por ella a seu roguo com o snor Inquisidor Manoel Marionho o escrivi. Manoel marinho. Jeronimo Teixeira cabral.

Aqual confissão eu Manoel marinho Notario Appostolico do Sancto officio tresladei bem e fielmente di proprio conque concorda e a conçertei aqui com o snor Inquisidor […]”

A transcrição menciona que ela tinha 30 anos na data da primeira sessão de confissão. Como veremos mais a frente, ela corrige essa informação na sua terceira sessão, dizendo ter 35 anos. Levando em consideração as informações citadas anteriormente, ele teria nascido por volta de 1557, teria ficado órfã em 1562 e teria vivido na casa de sua tia até 1572.

Na terceira sessão de confissão, Águeda Moniz descreve, com muitos detalhes, sua genealogia até seus avós por parte de pai e mãe. Pode-se ler em um dos trechos114:

“[…] Aos vinte oito dias do mes de novembro da era de mil e quinhentos e noventa e dous ãnos, na Ilha de Sam Miguel na villa da Ribeira grande […] mandou vir perante si AGADA MONIZ […] Disse que ella se chamada AGADA MONIZ Christã nova natural e moradora nesta villa de idade de trinta e cinquo annos porque se enganou na primeira sessão en dizer q era de trinta; e que não tem avós nem avôs nem pai nem mai; os quais todos foram moradores nesta villa e o avô da parte de seu pai se chamava CHRISTOVAM MARTINS CHRISTÃO novo mercador e sua avó desta parte IZABEL MONIZ christã nova: e seu avô da parte de sua mai se chamava MARCOS AFONSO mercador e sua avó INES DE XEREZ, christãos novos, e seu pai de chamava JOÃO MARTINS MONIZ, mercador e sua mai ERVIRA MARQUES, christãos novos defuntos e que nam tem tios nem tias da parte de seu pai nem de sua mai; e que tem hum irmão e hua irmã: e o irmão se chama Marcos Afonso morador na ilha da madeira do qual não tem novas à muitos annos, e não sabe que officio tem nem se he casado que poderá ter de idade de trinta e sete annos e a irmã se chama Izabel dos Archanjos freira professa no mosteiro de Jesus da ordem de Santa Clara desta villa; e que ella he casada com ALVARO LOPEZ DA COSTA christão velho, e delle teve filhos que nosso Senhor levou; e que nem ella nem parente seu dentro no quarto grao que saiba foi prezo nem penitenciado pello Santo officio; e que ella he christã bautizada e foi na Igreja Matriz desta villa por Frei Manoel Vigairo que foi della e forão seus padrinhos MANOEL RODRIGUEZ seu tio primo com irmão de seu pai e ANA FERNANDES, sua tia irmã de seu pai moradores que forão nesta villa já deguntos e na mesma Igreja foi chrismada pello Bispo Dom Pedro de Castilho e foi seu padrinho lecenciado Gaspar Frutuoso vigairo que foi desta igreja; e de que veo a amor de disquirição vai as missas e pregações e se confessa e comunga e faz as mais obras de christã […]”

Por fim, Águeda Moniz foi condenada por judaísmo e sentenciada a ir ao auto-da-fé com vela acesa na mão, abjuração de leve, penitências espirituais, pagamento de custas. A sentença foi proferida no dia 23 de fevereiro de 1597, pelo Tribunal do Santo Ofício – Inquisição de Lisboa115, estando Águeda Moniz presa na data da sentença.

“[…] Acordão os Inquisitores ordinário e despensados da Santa Inquisição […] esses autos e os urgentes indicios que delles e da pena da justiça Autor […] contra AGUEDA MONIZ, chsitã nóva, molher de ALVARO LOPEZ DA COSTA christão velho morador na Villa da ribeira grande Ilha de São Miguel Rée presa pu presente está. De ella andar apartada de nossa santa fé católica, e ter crença na ley de moyses, e por sua […] guardar os sabados de trabalho como os judeus costumão, com o mais que dos Autos consta. Avendo podém despeito a […] da prova da justiça não ser bastante para maior condenação. Mandão que a Ree Agueda Moniz vá ao Auto da Fee […] com súa vella asesa na mão na forma costumada, e nele faça abjuração de levi sujeita na fée e por tal a declarão. Sem pena e penitencia de suas culpas comprir as mais penas e penitencias espirituais lhe fazeno mi provas e pague as custas. […]

Foi publicada a sentença atraz escrita a Ree AGADA MONIZ em sua pressoa e sendo digo no auto publico da fee q se celebrou na Ribeira desta cidade de Lisboa aos vinte e trez diaz do mez de fevereiro de mil quinhentos noventa e sete annos […]”


João Garcia de Sá Barroso e Helena de Araújo Pereira

João nasceu por volta de 1729. Ele era filho de Antônio Garcia de Sá e Maria Dornelles Bittencourt. Ele se casou primeiramente com Helena de Araújo Pereira, filha de Tomaz de Araújo Pereira e de Maria da Conceição de Mendonça. O casamento deve ter ocorrido por volta de 1756, em Caicó-RN.

No registro116 do seu terceiro casamento, pode-se ler:

“Aos quinze dias do mez de fevereiro de mil sette centos, e noventa annos na Fazenda de São Pedro desta Freguezia da Glorioza Santa Anna do Siridó de licença minha pellas doze oras do dia, pouco mais, ou menos, feitas as denunciações sem se descobrir impedimento algum, em prézenças do Reverendo Manoel Gomes de Azevedo, e das testemunhas o Capitão Caetano Dantas Corrêa, e o Capitão João Damasceno Pereira, moradores nesta ditta Freguezia, se receberão por Espozos Juxt. Trid. Por palavras de prezente os Nubentes o Capitão João Garcia de Sá Barrozo e Dona Maria de Jezus de Vasconcellos; elle Viuvo, que ficou de Dona Maria Magdalena de Castro, filho legitimo do Capitão António Garcia de Sá, e de Dona Maria Dornelles de Bitancor; e ella filha legitima de Jozé Fidelis, e de Dona Ignacia do Espírito Santo, moradores nesta ditta Freguezia do Sirídó; e logo lhes deo as benções nuptiaís, na forma do Ritto da Santa Madre Igreja; de que se fez este acento, que o asigney. Jozê António Caetano de Mesquita, Cura. ”

João Garcia de Sá Barroso sempre habitou na fazenda São Pedro, desde o seu primeiro casamento com Helena de Araújo Pereira.

Foram filhos de Helena de Araújo Pereira e João Garcia de Sá Barroso:

  1. JOSÉ GARCIA DE ARAÚJO, teria casado com Sinforosa Cincinato, filha do Coronel Cincinato, rico fazendeiro dos Inhamuns, no Piauí. Morou na Ribeira do Sabugi, nos arredores de Patos-PB.
  2. LOURIVAL GARCIA DE ARAÚJO, teria se casado com Zulmira Feitosa, filha do Coronel Miguel Feitosa e de Jovita Feitosa, ricos fazendeiros dos Inhamuns, no Piauí. Assim como o irmão José, morou na Ribeira do Sabugi, Patos-PB.
  3. MARIA DA PURIFICAÇÃO (Capítulo VI – Os Tetravós).

João Garcia de Sá Barroso e Maria Magdalena de Castro

Em seu segundo casamento, João Garcia de Sá Barroso se casou com Maria Madalena de Castro, filha de Thomaz de Araújo Pereira e de Maria da Conceição Mendonça, irmã da sua primeira esposa, Helena de Araújo Pereira. O casamento deve ter ocorrido na década de 1770, mas sem data e local conhecidos.

Maria Magdalena de Castro morreu ao que tudo indica antes de 1788. Algumas fontes indicam que a data de falecimento foi 12 de setembro de 1787, mas sem registros que comprovem a referida data.

Foram filhos de Maria Magdalena de Castro de de João Garcia de Sá Barroso:

  1. MARTINHO GARCIA DE ARAÚJO PEREIRA (Capítulo VI – Os Tetravós).
  2. MANOEL GARCIA DE SÁ BARROSO, nasceu por volta de 1779 e foi casado com Maria José de Vasconcellos, filha de João Baptista de Avelar e de Maria Bartoleza de Vasconcellos, aos 1 de maio de 1797, na fazenda Victoria, em Caicó-RN. Ele veio a falecer aos 1 de março de 1842, em Acari-RN.
  3. ANNA DORNELLES DE BITTENCOURT, nasceu por volta de 1781 e foi casada com Vincente Soares de Avelar, filho de João Batista de Avelar e de Maria Bartoleza de Vasconcellos, aos 30 de janeiro de 1797 na fazenda Victoria, em Caicó-RN. Ela veio a falecer aos 29 de junho de 1840, em Caico-RN.
  4. HELENA MARIA DE SANTA TERESA, nasceu por volta de 1782, e foi casada com Ignácio Ferreira de Bittencourt, filho de Antônio Ferreira de Macedo e de Francisca do Carmo, aos 30 de novembro de 1798 na Fazenda São José, em Caicó-RN. Ela faleceu aos 6 de novembro de 1844 em Caicó-RN.
  5. THOMAZ GARCIA DE SÁ, nasceu por volta de 1784, e foi casado com Angélica Maria do Nascimento, filha de Joaquim Antônio de Souza e de Damázia Maria de Jesus, aos 27 de novembro de 1813 em Caicó-RN.

Após a morte de Maria Magdalena de Castro, ocorrida antes de 1788, ele se casou pela última vez, dessa vez com Maria de Jesus de Vasconcelos, filha de José Fidélis de Oliveira e de Ignácia Esteves do Espírito Santo. O casamento ocorreu aos 15 de fevereiro de 1790 em Caicó-RN. No registro de casamento, pode-se ler:

“Aos quinze dias do mez de Fevereiro de mil sette centos, e noventa annos na Fazenda de São Pedro desta Freguezia da Glorioza Santa Anna do Siridó de licença minha pellas doze oras do dia, pouco mais, ou menos, feitas as denunciações sem se descobrir impedimento algum, em prézenças do Reverendo Manoel Gomes de Azevedo, e das testemunhas o Capitão Caetano Dantas Corrêa, e o Capitão João Damasceno Pereira, moradores nesta ditta Freguezia, se receberão por Espozos Juxt. Trid. por palavras de prezente os Nubentes o Capitão JOÃO GARCIA DE SÁ BARROZO e Dona MARIA DE JEZUS DE VASCONCELLOS; elle Viuvo, que ficou de Dona Maria Magdalena de Castro, filho legitimo do Capitão António Garcia de Sá, e de Dona Maria Dornelles de Bitancor; e ella filha legitima de Jozé Fidelis, e de Dona Ignacia do Espírito Santo, moradores nesta ditta Freguezia do Sirídó; e logo lhes deo as benções nuptiaís, na forma do Ritto da Santa Madre Igreja; de que se fez este acento, que o asigney. Jozê António Caetano de Mesquita Cura”

João Garcia de Sá Barroso veio a falecer e ser sepultado aos 4 de março de 1795 em Acari-RN. No seu registro117 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos quatro dias de março de mil sete centos noventa e sinco annos, na Capella de Nossa Senhora da Guia do Acari desta Freguezia se deu sepultura á Joam Garcia de Sá Barrozo  de idade de cincoenta e oito annos pouco mais ou menos com todos os Sacramentos, cazado que foi com Maria de Jezus, e foi emvolto em abito de Sam Francisco emcomendado pello Reverendo Padre Joze da Costa Soares Administrador di minha Licença de que se fez este acento que assignei. O Vigr.º Jozê António Caetano de Mesquita. Cura.”

Foram filhos de Maria de Jesus de Vasconcelos e João Garcia de Sá Barroso:

  1. MARIA DORNELLES BITTENCOURT, nascida por volta de 1791 e cujo nome é muito provavelmente uma homenagem de João a sua mãe. Ela se casou com Joaquim Gonçalves de Castro, filho de Antônio Gonçalves de Castro e Maria dos Anjos, aos 16 de maio de 1811 na Matriz de Sant’Anna de Caicó-RN.

🇵🇹 Estevão Dias de Araújo e Apolônia Gomes Freire do Sacramento

Segundo a obra de Olavo de Medeiros Filho, os primeiros portadores do sobrenome Dias de Araújo a habitar a região do Seridó foram os irmãos portugueses Estevão Dias de Araújo, Sebastiana Dias de Araújo, Antônio de Araújo Frazão e Cosme Dias de Araújo.

Segundo a mesma obra, “António e Cosme já se encontravam na região da Borborema em 1744, tendo requerido a Sesmaria n° 354, em 30 de janeiro de 1746. Posteriormente, em 1° de fevereiro de 1765, Antônio de Araújo Frazão requereu a Sesmaria n° 612, que compreendia, inclusive, o riacho dos Canudos, local correspondente à atual cidade paraibana do Teixeira”.

Sabe-se que Sebastiana se casou com Cosme Fernandes Freire, filho de Manoel Fernandes Freire e de Antônia de Morais Valcácer. Segundo nota referida ao Desembargador Felipe Guerra, todas as famílias de Várzea e Cacimbinha em Santa Luzia-PB, são provenientes do casal.

Já com relação à Estevão Dias de Araújo, ele foi casado com Apolônia Gomes Freire do Sacramento, filha de Cosme Gomes de Alarcón e de Maria da Conceição Freire.

Foram filhos de Apolônia Gomes do Sacramento e de Estevão Dias de Araújo:

  1. JOÃO BENTO DIAS DE ARAÚJO (Capítulo VI – Os Tetravós).
  2. NICÁCIO FREIRE DE ARAÍJO, nasceu pelo fim do século XVIII. Ele se casou com Ignácia Maria da Fé, nascida por volta de 1802, filha de Manoel Tavares da Costa e Josefa Rodrigues da Silva. Nicácio faleceu após o mês de maio de 1856 por decorrência de cólera (cólera-morbus), com pelo menos 68 anos de idade.
  3. o casal foi proprietário da fazenda Várzea, em Santa Luzia-PB. Nicácio se casou com Ignácia Maria da Fé, nascida por volta de 1802, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
  4. ANTÔNIO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1777. Ele se casou com Adriana Simões de Araújo, filha de José Simões dos Santos e de Joanna Batista de Araújo. O casal habitou em Várzea (Santa Luzia-PB).
  5. JOSÉ DIAS DE ARAÚJO, nascido por 1778. Ele se casou com Maria Teresa de Jesus, filha de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes.
  6. SEBASTIÃO DIAS DE ARAÚJO, que se casou com Francisca Simões de Araújo, filha de José Simões dos Santos e de Joanna Batista de Araújo. O casal morou em Cacimbinhas (Santa Luzia-PB).
  7. DAMAZIO DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1780. Ele se casou com MARIA DO CARMO, filha de Manoel Tavares da Costa e de Josefa Rodrigues da Silva.
  8. ESTÊVÃO DIAS DE ARAÚJO (2°), nascido por volta de 1782. Segundo Olávo de Medeiros Filhos, Estevão era conhecido como Estevão Moço. No período de seca de 1808, mudou-se para o litoral da Paraíba junto com alguns de seus irmãos. Habitava a fazenda Santo Antônio (Santa Luzia-PB).
  9. MANOEL DIAS DE ARAÚJO, nascido por volta de 1784. Ele se casou com uma filha de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes. O casal habitou em Guaritá, próximo ao rio Paraíba, tendo acompanhado o seu irmão Estêvão Moço rumo ao litoral, durante a seca de 1808.
  10. ANA FREIRE DE ARAÚJO, nascida por volta de 1790. Ela se casou com João Marinho, da fazenda Guarita, em Itabaiana, Paraíba. Ela acompanhou os irmãos Estêvão Moço e Manoel Dias de Araújo, na mudança ao litoral paraibano em 1808.
  11. MARIA DIAS DE ARAÚJO, nascida por volta de 1788. Ela foi casada com Manuel Gomes da Silva, filho de Manoel da Silva e de Maria da Conceição Gomes.

Antônio Paes de Bulhões e Ana de Araújo Pereira

Antônio de Pais Bulhões era muito provavelmente natural de Goiana-PE, filho de Manoel da Costa Vieira e de Maria Paes de Bulhões. Em alguns documentos da época, encontramos referência à João Paes de Bulhões, irmão de Antônio, informando que ele era natural de Goiana-PE. Tudo leva a crer que Antônio também seria.

Ele se casou com Ana de Araújo Pereira, filha de Tomaz de Araújo Pereira e de Maria da Conceição de Mendonça. O casal morou na fazenda Remédio, próxima ao rio São José, local do atual município de Cruzeta-RN. Antônio também foi proprietário da fazenda Serringa, localizada no atual município de Remígio-PB.

Olavo de Medeiros Filho transcreve em sua obra, Velhas Família do Seridó (1981), algumas passagens118 dos relatos de Manoel Dantas, que serão trazidas abaixo:

“No município do Acari existiu, no século passado, um preto, Feliciano José da Rocha, que jamais será esquecido nas tradições daquele povo, que o venera como um grande cidadão, tipo da honradez e do civismo. Os fatos que se prendem à existência de Feliciano José da Rocha merecem certa atenção, pelo ensinamento moral que deles ressalta. Nascido e criado em Camaratuba, gozava Feliciano de certa estima da parte do senhor que lhe concedia tempo de trabalhar para si.

Numa das secas que assolaram o alto sertão, António Pais de Bulhões, rico proprietário que habitava aquelas paragens, acossado pela fome, veio procurar víveres em Camaratuba, à casa do senhor de Feliciano que tinha boas provisões de farinha.

O camaratubense, egoísta e atemorizado pela crise climatérica, não quis vender a António Pais um grão sequer da preciosa fécula, apesar das vantajosas propostas de compra com dinheiro à vista em metal sonante, e — coração fechado ao sofrimento alheio, — não foi sensível às súplicas de Antônio Pais que lhe fez que era um homem abastado, que do seu ter nada poupava para mitigar a fome da mulher e filhos que lá pelos sertões se ficaram alimentando-se da massa do xique-xique. Então, Feliciano da Rocha, condoído de semelhante martírio, pediu permissão ao senhor para vender ao sertanejo urn pouco que lhe restava da sua provisão de farinha. Obtida a concessão, António Pais carregou o comboio, e, agradecido, entregou ao escravo as moedas que o senhor recusara.

Dando de marcha, foi Feliciano ao seu alcance e restituiu-lhe o dinheiro, dizendo que a dureza do coração do senhor e as privações que passava a família de António Pais foram o que determinara ceder um pouco de farinha, que nenhum dinheiro pagava. Pois bem, retorquiu-lhe António Pais, aceito a sua generosidade, porque vejo que é um homem de bem. Em paga do benefício que me faz, dou-lhe a manha amizade, e algum dia nos havemos de encontrar.

De fato, passada a seca, António Pais voltou a Camaratuba, comprou Feliciano da Rocha, passou-lhe imediatamente carta de liberdade, entregando-lhe uma de suas melhores fazendas de gado para ser vaqueiro. Feliciano enricou, adquiriu a fazenda Barrentas no Acari, onde morreu em idade avançada, querido e respeitado como um dos homens de bem daquela terra…”

Em outra passagem transcrita, pode-se ler:

“Antônio Pais de Bulhões, que já nos é conhecido pela peripécia sucedida entre ele e Feliciano José da Rocha, viveu em meados do século passado nos sertões do Seridó e deixou de si boa memória. Era solteiro, já entrado em anos, quando casou-se com uma filha do abastado português Tomaz de Araújo Pereira. Inimigos ambos, se não se atrevia António Pais a pedir a moça em casamento, nem Tomaz de Araújo a pude recusar quando lhe a pediram nas circunstâncias que passo a referir.

Não era coisa fácil naqueles tempos remotos em que o sertão mal começava a povoar-se ouvir uma missa, e muito mais difícil tornava-se a ajudá-la, se o padre não viesse acompanhado de acólito. Sucedeu que Tomaz de Araújo mandou a alguma distância buscar um padre para dizer missa, na sua fazenda Picos de Baixo. Chegado o sacerdote verificou-se que da numerosa assistência de fiéis, nenhuma podia auxiliá-lo na celebração do santo sacrifício. E ia António Pais o único que, naquelas redondezas, sabia as respostas em latim do ritual romano e não se atrapalhava na prática das cerimónias da liturgia cristã.

Condição especial como essa fez Tomaz de Araújo quebrar a sua caturrice de português teimoso e capitular diante do inimigo. Antônio Pais não se fez de rogado no convite que lhe dirigiram por intermédio de um amigo comum e vedo servir de acólito. Acabada a missa, querendo Antônio Pais retirar-se, um amigo que sabia a simpatia que lhe inspiravam os lindos olhos e a cútis morena de D. Ária de Araújo, fez público e solenemente o pedido de casamento, que nenhum dos dois recusou, selando-se com esse fato uma amizade sincera.

Realizado o enlace matrimonial, António Pais recebeu a esposa com as atenções e delicadeza compatíveis com a sua educação, e, espírito prático, entregou-lhe para governar a casa provida de um tudo, dizendo-lhe:

— Nesta casa só se come duas vezes ao dia; eu governo da porta do meio para fora e a senhora da porta do meio para dentro.

Volvidos tempos na paz imperturbável de um casal bem acomodado, seguindo António Pais com a invariabilidade de um dogma os preceitos que no seu modo de viver se traçara, quando a filharada punha notas estídulas e alegres de doce e santa felicidade na habitação dos robustos sertanejos, veio o chefe da família a saber que a esposa, obedecendo-lhe passivamente em tudo, excepcionava quanto à alimentação, e, em sua ausência, reunia-se com as criadas e filhas em abundante e substancial colação que perfazia o número de três que eram habituais em muitos casais sertanejos.

Ira-se António Pais e pede à esposa contas dessa grave infração da disciplina doméstica:

D. Ana era mulher que sabia conciliar a obediência com a altivez e responde-lhe em tom de firme decisão:

— Senhor Antônio Pais, quando nos casamos Vosmecê disse-me que governava da porta do meio para fora e eu da porta do meio para dentro. Em casa de meu pai todos os dias almoçava, jantava e ceava, aqui faço o mesmo. Para isso foi que trouxe cem vacas de ponta dourada, 50 novilhotas e 50 garrotes. Vosmecê pode continuar a comer as vezes que quiser, que eu, meus filhos e minhas escravas havemos de almoçar, jantar e cear.

— Tem razão, senhora, capitulou Antônio Pais. E até a morte separá-los, cada qual seguiu invariavelmente o seu sistema.”

Sobre a morte de Antônio Paes de Bulhões, temos as seguintes transcrições:

“Anos atrás, lia o padre Manoel Gomes pachorrentamente o breviário, quando lhe bate à porta um escravo de António País de Bulhões a chamá-lo para ouvir de confissão o senhor que ficara moribundo. Nem um momento perdeu o sacerdote em ir prestar os últimos socorros espirituais a um seu paroquiano e amigo, e qual não foi a surpresa que experimentou, quando, ao chegar à fazenda de António Pais, encontrou-o de preto na porta do copiá:

— Bom susto v. me pregou, senhor compadre, diz-lhe o padre em tom de chalaça. Vejo que não sofre coisa alguma.

— Apeie-se depressa e venha ouvir-me de confissão que estou morrendo, replica António Pais, cuja fisionomia não dava sinais de moléstia.

— O que eu quero é que apresse o jantar, que tenho a barriga pregada no espinhaço depois da caminhada que fiz com este sol de rachar, observa o padre.

— Morro sem confissão, retruca António Pais, cambaleando para um lado em convulsões de agonizante.

Momentos depois era cadáver.

Esta morte súbita deixou profunda impressão no espírito do padre, aberto às superstições. Sobrevindo-lhe a loucura, foi-se formando entre os seus paroquianos uma lenda que, ainda hoje, passados mais de cem anos, repete-se nas cavaqueiras dos sertões sertanejos:

“Era madrugada, quando ao dirijir-se o padre à sacristia para revestir-se dos ornamentos sacerdotais, acercou-se-lhe um penitente pedindo que o ouvisse de confissão. Completamente às escuras, via somente o vulto sem distinguir-lhe as feições, e tendo-o ajoelhado aos seus pés, escutou-lhe as mazelas da alma, das quais o purificou com a absolvição em nome de Deus.:

— Sabe a quem acaba de confessar?, pergunta-lhe o esconhecido.

— A um cristão que, atormentado pelo pecado, veio procurar alívio no tribunal da penitência.

— Não, senhor; à alma de António Pais de Bulhões, ao qual, em artigo de morte, o senhor deixou de confessar.

E, virando-se, o padre viu-lhe nas costas um fogo vivo que lhe
ofuscou a vista e perturbou-lhe a razão.”

Antônio veio a falecer antes de 1788 em Acari-RN. Sua esposa Anna de Araújo Pereira já era falecida na data de casamento de um de seus filhos em 1809.

Foram filhos de Ana de Araújo Pereira e Antônio Paes de Bulhões:

  1. MARIA LEOCÁDIA DA CONCEIÇÃO (Capítulo VI – Os Tetravós).
  2. ANA DE ARAÚJO PEREIRA, que foi casada com Manoel de Medeiros Rocha, filho de Rodrigo de Medeiros Rocha e Apolônia Barbosa de Araújo. O casal habitou a Fazenda do Remédio, atual município de Cruzeta-RN.
  3. COSME PEREIRA DA COSTA, que foi casado com Maria Teresa de Jesus, filha de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa. O casal habitou a Fazenda Umari (Caicó-PB).
  4. CLARA MARIA DOS REIS, nascida por volta de 1763. Ela foi casada com Caetano Camelo Pereira, filho de José Camelo Pereira e Margarida Freire de Araújo. Clara veio à falecer em 15 de março de 1843 com 80 annos de idade.
  5. BARTHOLOMEU DA COSTA PEREIRA, que foi casado com sua sobrinha Tereza de Jesus Maria, filha de Caetano Camelo Pereira e Clara Maria dos Reis.

Capítulo VIII – Os Hexavós

Manoel Fernandes Freire e Antônia de Moraes Valcácer

Manoel Fernandes Freire nasceu em Olinda-PE. Ele se casou com Antônia de Morais Valcácer, nascida aos Mamanguape-PB, filha do português Pedro Ferreira das Neves e Custódia de Amorim Valcácer. Em documento de requerimento de sesmaria119 atribuído à Manoel, pode-se ler:

“N° 255, de 3 de agosto de 1738

Manoel Fernandes Freire, José da Costa Lima e Claudio Gomes, à sua custa descobriram um sítio de crear gados em um sacco que faz a serra do Boquerão que tem em si um riacho que chamão da alagôa que desagôa nas Piranhas; e porque os supplicantes não achavão sítio algum nesta capitania donde são moradores, em que possão ter seus gados, o que podião fazer neste que descobriram, principiando do riacho da parte do poente correndo por elle abaixo para o nascente, e como não tinhão confrontação com visinho algum, mas em muita distancia com a ribeira das Piranhas, pedião três legoas de comprido e uma de largo para todos os três createm seus gados. Fez-se a concessão de três legoas de comprido e uma de larga a cada um, no governo de Pedro Monteiro de Macedo. ”

Em em 15 de setembro de 1688, Manoel recebe patente de Ajudante do Sargento-mor da Capitania da Paraíba e, em 21 de fevereiro de 1693, assume o posto de Capitão de Infantaria de uma das Companhias que serviam de guarnição na Capitania de Pernambuco.

Manoel já aparece como morador na ribeira do Cupauá em 1732, quando foi testemunha de uma compra de terras do sítio das Raposas, feita em 20 de abril de 1732 por Tomás Diniz da Penha. Manoel Fernandes Freire e Antônia de Moraes Valcácer eram moradores na fazenda Santa Luzia, atual cidade de Santa Luzia-PB, onde criavam gado.

Ambos ainda eram vivos em  1773 e moravam na dita fazenda, quando doam cerras a seu filho o José Fernandes Freire, morador no Taipu. Assinaram o documento: Agostinho José da Costa, a rogo de dona Antônia de Moraes que não sabia ler e escrever, Manoel Fernandes Freire, João de Deus de Moraes, morador na mesma fazenda de Santa Luzia, o reverendo Pe. Manoel Correia de Almeida e José Fernandes Freire.

Foram filhos de Antônia de Morais Valcácer e Manoel Fernandes Freire:

  1. JOSÉ FERNANDES FREIRE.
  2. COSME FERNANDES FREIRE que se casou com Sebastiana Dias de Araújo.
  3. MANOEL FERNANDES FREIRE (2° de seu nome).
  4. CATARINA VALCÁCER DE MORAIS nasceu por volta de 1714. Ela foi sepultada em 2 de agosto de 1799 com idade de 85 anos.
  5. APOLÔNIA BARBOSA DE ARAÚJO nasceu estimado por volta de 1714. Ela faleceu em 8 novembro 1802 em Caicó-RN. Ela que se casou com Rodrigo de Medeiros Rocha, natural da ilha de S. Miguel, Açores, filho de Manoel de Matos e Maria de Medeiros Pimentel.
  6. ANTÔNIA DE MORAIS VALCÁCER (2°) (Capítulo VII – Os Pentavós).
  7. JOANA BAPTISTA DE ARAÚJO (Capítulo VI – Os Tetravós).
  8. MARIA DE CONCEIÇÃO FREIRE que se casou com Cosme Gomes de Alarcón, filho de Daniel Gomes de Alarcón e de uma índia de nome desconhecido.
  9. MARGARIDA FEIRE DE ARAÚJO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  10. ANA DE AMORIM VALCÁCER casou ao que tudo indica com seu Geraldo Ferreira das Neves Sobrinho, irmão de Antônia de Morais Valcácer.

🇵🇹 Manoel de Matos e Maria de Medeiros

Manoel de Matos, Alferes, nasceu e viveu na Lombra de Santa Bárbara, Ribeira Grande, S. Miguel, nos Açores. Ele foi batizado aos 2 de março de 1668 na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores e foi o filho primogênito de Rodrigo de Matos e de Maria Lopez de Fontes. No seu registro120 de batismo, pode-se ler:

“Em os dous dias do mez de março de mil seis centos e sessenta e outo annos Baptizei eu o P.e Cura Pedro de Souza de Melo a húm menino a quem pus o nome M.EL filho de RODRIGO DE MATOS e MARIA LOPEZ DE FONTES sua molher foram padrinhos Franco da Rocha fo do Capitam Matias Furtado da Lomba e Maria de Teves molher de João de Pimentel, da Lomba dia ut supra. O Cura Pedro de Souza de Melo.”

No registro, pode-se ler que várias referências cópias/vias requeridas nas datas de 20 de dezembro de 1771, 28 de fevereiro de 1819 e 8 de março de 1849. Não se sabe ao certo o motivo da emissão das vias, mas pode-se especular que seriam para fins de casamento ou inventário de seus descendentes.

Madre Teresa da Anunciada
Memorial dedicado a Madre Teresa da Anunciada, construído anexado à Igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, Açores.

Manoel de Matos nasceu na mesma época que Teresa de Jesus, conhecida como Madre Teresa da Anunciada121. Foi freira da Ordem de Santa Clara e tornou-se figura central na origem da devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, hoje a mais importante festividade religiosa dos Açores. Faleceu com fama de santidade, estando em curso o processo de sua canonização.

Ela batizada dez anos antes de Manoel, em 25 de novembro de 1658, na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca. Ela era a filha mais nova entre os treze filhos de Jerónimo Ledo de Paiva, natural da Ribeira Seca, e de Maria do Rego Quintanilha, natural da vila do Nordeste.

Dada a proximidade dos nascimentos e o fato de ambos terem nascido na mesma freguesia, sendo batizados na mesma igreja e pertencentes a famílias profundamente enraizadas na região, é possível que Manoel de Matos e Teresa de Jesus tenham se conhecido em algum momento, antes ou após de esta ingressar na vida religiosa.

A Lombra de Santa Bárbara

O povoamento da região onde hoje se localiza a freguesia de Santa Bárbara foi iniciado por volta de 1643, sendo chamada na época de Lomba ou Lomba da Ribeira Seca, pois pertencia a freguesia da Ribeira Seca até então.

Posteriormente veio a ser chamada de Lombra de Santa Bárbara, devido a construção de uma igreja dedicada a Santa Bárbara, por volta do final do século XVIII. Foi elevada a freguesia aos 11 de junho de 1971 e hoje integra a cidade de Ribeira Grande.

Foram encontrados vários registros de batismo na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca em que Manoel de Matos aparece como padrinho, todos antes de seu casamento com Maria de Medeiros. Neles, pode-se ler122 123 124 125 126 127:

“Manoel Em os oito dias do Mes de Novembro de mil seis centos oitenta e quatro annos Baptizei eu o cura a Manoel, fo de Manoel Perez tecelão e de sua molher Barbara Dias. Foi padrinho MANOEL DE MATTOS fo de RODRIGO DE MATTOS mor na Lomba desta freguezia Era up Supra. O Cura Manoel Perez e Souza.”

“Julia, Em os vinte e nove dias do Mes de Maio de Mil seis centos oitenta e nove annos. Baptizzou o Rdo Vigro desta Igreja a JULIA, fa de pais não sabidos. foi padrinho MEL DE MATOS, fo RODRIGO DE MATOS lavrador. Era ut Supra. O Cura Manoel Perez e Souza.”

“Franca. Em os vinte dias do Mes de Mayo de seis centos e noventa annos. Baptizei eu o cura a Franca fa de Paulo de Souza e de sua mer Thereza de Souza foi padrinho MANOEL DE MATTOS, fo de RODRIGO DE MATTOS lavrador todos moradores na Lomba de Santa Barbara Era ut Supra. O Cura Manoel Perez e Souza. “

“Manoel, Em os sete dias do Mez de Março de seis centos noventa annos. Baptizou o Rdo Dr Vigro desta freguezia Dos João de Souza Freire a Manoel fo de Viculão Roiz e sua Mulher Maria Alvez, foi padrinho MANOEL DE MATOS fo de RODRIGO DE MATOS, morador na Lomba de Santa Barbara. Era ut Supra. O Cura Manoel Perez e Souza.”

“João. Em os vinte e oito dias do Mes de Junho de Mil seis centos e noventa e dois annos. Baptisei eu o cura a João, fo de Paulo de Souza e de sua Mulher Tereza de Souza. Foi padrinho MANOEL DE MATOS filho de RODRIGO DE MATOS todos moradores na Lomba desta freguezia. Era ut Supra. O Cura Manoel Perez e Souza.”

“Josepha, Em os vinte e coatro dias do Mez de Abril de mil seis centos noventa dois annos, Baptizei eu o cura a Josepha fa de Miguel de Oliveira […] e de sia mer Maria Nunez, forão padrinhos MANOEL DE MATOS fo de RODRIGO DE MATOS e Francisca fa de Dionizio de Aveiro já defunto todos desta freguezia Era ut Supra. O Cura Manoel Perez e Souza.”

Manoel de Matos se casou com Maria de Medeiros (em alguns registros, de Medeiros Pimentel128 129), filha de Bartholomeu de Frias e de Maria de Medeiros Rocha. Maria nasceu e foi batizada aos 10 de janeiro de 1675 também na Freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. No seu registro130 de batismo, pode-se ler:

“Em os dez dias do mes de janrº de mil, seisctºs e setenta e cinco eu João de Souza Freyre Vigrº desta parochial do Apostolo S. Pº da Rª Secca Baptizei a Mª fª de BARTOLOMEU DE FRIAS, e de sua m.er Mª DE MEDEIROS DA ROCHA, e foram Padrinhos Francº da Rocha seu tio, e Mª de Rezende, m.er de Antº Pacheco. era ut supra. João de Souza Freyre.”

O casamento entre Manoel de Matos e Maria de Medeiros foi realizado aos 17 de junho de 1693 na Igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ribeira Grande, S. Miguel, nos Açores. No registro131 de casamento, pode-se ler:

“Em os dezessete dias do Mês de junho de mil seis centos noventa trêz annos Recebeo o R.do Ouvidor o D.ºr João de Souza Freyre na forma do sagrado concilio Trident. Não avendo de novo canônico impedimento algum a MANOEL DE MATOS filho de RODRIGO DE MATOS e de sua molher MARIA DE FONTES com MARIA DE MEDEIROS, filha de BARTHOLOMEU DE FRIAS e de sua molher MARIA DE MIDEIROS já defunta. Forao padrinhos o Capitão Francisco Tavares Homem, Antônio brum da Silveira, moradores em Ribeira Grande e madrinha Maria de Fontes e assistiram muitas pessoas, em dia, mez e Era ut supra. O Cura Manoel Perez de Souza.”

Também pôde-se encontrar no registro acima várias referências à vias ou cópias feitas nas datas seguintes: 1 de janeiro de 1772. Em seguida a 27 de janeiro de 1830. A terceira aos 7 de março de 1848 e a última, aos 29 de janeiro de 1861. Novamente, não se sabe ao certo os motivos das vias/cópias, mas seriam para fins de casamento ou inventário de seus descendentes.

Como dito no início do capítulo, Manoel de Matos foi alferes, posto militar de baixa patente, situado acima do cargo de sargento, ao qual pardos e mulatos aspiravam durante o período colonial.132. Não se sabe ao certo quando ele ascendeu ao cargo, mas foi muito provavelmente após o seu casamento com Maria de Medeiros.

Em janeiro de 1723, Maria de Medeiros recebeu um título de terra no Arrebentão após uma partilha amigável da herança de Bartolomeu de Frias Camelo133. Anos depois, em 29 de abril de 1728, Manoel e Maria venderam terras que possuia, recebidas por testamento de Bartolomeu de Frias Camelo, em conjunto com outras pessoas na região do Arrebentão, em S. Miguel, nos Açores134. A venda foi feita à Manuel de Resendes Sousa, morador em Ponta Delgada, nos Açores.

Manoel faleceu e foi sepultado aos 7 de novembro de 1729 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores, com 60 anos de idade. No seu registro135 de sepultamento, pode-se ler:

“Em os sete dias do mez de novembro de mil sete centos e vinte e nove faleceo de vida prezente o alferes MANOEL DE MATTOS homê casado morador nesta freguesia com todos os divinos sacramentos sendo de idade de sessenta annos pouco mais ou menos não fez testamento foi seu corpo sepultado involto com hábito de sayal e acompanhado dos religiosos do Collegio e mais clérigos fazem nesta freguesia e por verdade fica sepultado em sepultura da fábrica por sua alma se fez hú ofício de nove licons e se dicerão cento e dez missas, e pa constar fiz este termo q assigno em o dito dia mez e anno ut supra. O Vigro Manoel da Costa.”

Maria de Medeiros veio a falecer alguns anos depois de seu marido, sendo sepultada aos 21 de novembro de 1734, na Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores, com 60 anos de idade. No seu registro136 de sepultamento, pode-se ler:

“[…] Em os vinte e hú dias do mes de novembro de mil sete centos e trinta e coatro faleceo de vida prezente com todos os divinos sacramtºs sendo de idade sessenta anos pouco mais ou menos MARIA DE MIDEYROS viúva do alferes MANOEL DE MATTOS moradora na Lomba (de Santa Bárbara) desta freguezia, não fez testamtº foi seu corpo involto em hábito de sayal e acompanhada dos religiosos de S. Frcº e Colegio desta Igreja, e nela sepultado em sepultura da fábrica, por sua alma se fes no dia de seu enterramtº hú oficio de nove liçõns e se dizem cem missas rezadas, pª constar fis este termo q assigno no dº dia ut supra. O Vigrº Manoel da Costa. […]”

Foram filhos de Maria de Medeiros e Manoel de Matos:

  1. MARIA DE FRIAS DE MEDEIROS foi batizada aos 21 de outubro de 1696 em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Rodrigo de Matos Filho muito provavelmente tio paterno. Ela se casou com Manoel de Souza Vieira Moreira, filho de Ignácio Moreira e de Bárbara Francisca Ferreira em 25 de junho de 1719 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ela faleceu em 28 de fevereiro de1722 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores aos 26 anos.
  2. JOSEFA MARIA DE FRIAS foi batizada aos 16 de fevereiro de 1698 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Rodrigo de Matos, seu tio. Ela foi casada com Manoel de Melo Cabral, filho de João de Almeida Mascarenhas e de Maria de Melo Cabral, em 18 de julho de 1726 em Ribeira Seca, ilha de S. Miguel, nos Açores.
  3. MANOEL nasceu em 4 de novembro de 1699 e batizado aos 9 de novembro do mesmo ano em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Feitor Francisco Corderiro da Mota.
  4. BELCHIOR MANOEL nasceu 26 de março de 1701 e foi batizado aos 29 do mesmo mês e ano em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Feitos Francisco Cordeiro da Mota e testemunhas  Pe Jerônimo da Rocha e João de Arruda.
  5. BARTHOLOMEU DE FRIAS nasceu em 9 de setembro de 1702 e foi batizado aos 17 do mesmo mês e ano em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Manoel de Frias Pereira.
  6. ANTÔNIO nasceu em 4 de fevereiro de 1704 e foi batizado aos 9 do mesmo mês e ano em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Antônio Brum da Silveira.
  7. ANNA DO ESPIRITO SANTO nasceu em 1 de junho de 1705 e foi batizada aos 6 do mesmo mês e ano em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Antônio Brum da Silveira e testermunhas Bartholomeu de Frias e seu filho Francisco de Frias Machado. Ela se casou com Bernardo de Souza Moreira, filho de Ignácio Moreira de Souza e de Bárbara Ferreira, aos 18 de maio de 1736.
  8. ANTÔNIO DE MEDEIROS nasceu em 17 de janeiro de 1707 e foi batizado aos 23 do mesmo mês e ano em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele foi casado com Francisca de Rezendes, filha de Domingos Bultão de Melo e de Maria Francisca de Rezendes em 5 de março de 1735 em Espírito Santo da Maia, Ilha de S.Miguel, nos Açores.
  9. RODRIGO DE MEDEIROS ROCHA (Capítulo VII – Os Pentavós).
  10. FRANCISCO DE MEDEIROS, nasceu aos 30 de setembro de 1710 e foi batizado aos 12 de outubro do mesmo ano m Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele se casou com Antônia Francisca de Medeiros, filha de Antônio Jacome Raposo e de Maria Pacheco Muniz,  aos 8 de agosto de 1736, em S. Miguel de Vila Franca do Campo, Açores.
  11. FRANCISCA MARGARIDA, nasceu em 14 de junho de 1712 e foi batizada aos 18 do mesmo mês e ano em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foram padrinhos Manoel Pacheco Botelho, marido de Maria de Arruda, e Maria Madalena, esposa de Francisco de Matos da Costa. Ela foi casada com João de Melo, filho de Domingos de Melo e de Maria Francisca em 20 de junho de 1735 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Francisco Ferreira, filho de Inácio Moreira e Bárbara Francisca Ferreira, em 7 dezembro 1737 em Ribeira Seca, ilha de S. Miguel.
  12. SEBASTIÃO DE MEDEIROS MATOS (Capítulo VII – Os Pentavós).
  13. ANTÔNIA MARIA DE MEDEIROS nasceu em 16 de novembro de 1718 e foi batizada aos 21 do mesmo mês e ano em em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho o Pe Antônio Furtado de Mendonça. Ela foi casada com Francisco Ferreira, filho de Inácio Moreira e Bárbara Francisca Ferreira, em 7 de dezembro de 1737 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores.
  14. BERNARDO nasceu em 20 de setembro de 1720 e foi batizado no aos 26 do mesmo mês e ano em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho o Pe Antônio Furtado de Mendonça.

🇵🇹 Antônio Garcia de Sá e Maria Dornelles Bittencourt

Antônio Garcia de Sá era português e segundo a tradição oral seridoense, era proveniente do arquipélago dos Açores137. Entretando, a origem de Antônio Garcia de Sá permanece envolta em incertezas. Ao longo do tempo, diferentes autores ofereceram versões sobre sua naturalidade, ora confiando na memória popular, ora buscando respaldo em registros mais sólidos.

Joaquim Estanislau de Medeiros (1998), especifica que Antônio teria vindo da Ilha de S. Miguel, mantendo, contudo, a tradição oral como única fonte. Na mesma linha, Alves (2013), no Memorial Açoriano – Tomo LI, reforça essa origem micaelense, mas o faz com maior prudência. Reconhecendo o peso das narrativas orais, o autor alerta para a necessidade de investigação mais aprofundada quanto à procedência real dessa informação.

Outros autores, como Eliton S. Medeiros, em Pelos Caminhos da Família Macedo – Do Sertão do Piauí ao Seridó (2021), mantêm a versão da origem açoriana, seguindo a tradição.

Araújo Lima, por sua vez, em Siará Grande – Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil (2016), vai além, localizando a suposta origem de Antônio na freguesia de Vila Franca do Campo, também na Ilha de S. Miguel. No entanto, essa indicação parece frágil, pois, não há, até o momento, registros documentais que confirmem tal ligação. Curiosamente, o autor menciona uma inquirição de genere feita por um homônimo de Antônio Garcia, que sugere haver dúvidas quanto a uma origem açoriana, insinuando, talvez, raízes no Portugal continental.

A hipótese de ser originário de Portugal continental ganha força com a pesquisa de Thiago Aécio Sousa, na 4ª edição de A Família Sá do Nordeste Brasileiro (2022). O autor apresenta duas possibilidades para a filiação de Antônio Garcia de Sá:

  • Ser filho de Leonardo Ribeiro de Sá, com alguma filha de Joseph Garcia e Maria de Sá (esta última, filha do Padre Antônio de Sá Barreiros). Por essa via, seria natural de Pernambuco e tio paterno de Leonarda de Sá.
  • Ou então, ser ele próprio filho de Joseph Garcia e Maria de Sá, o que faria dele originário de Vila Nova de Famalicão, em Braga (Portugal continental), e tio-avô materno de Leonarda.

Essas hipóteses são sustentadas por documentos concretos, entre os quais uma procuração emitida por Leonarda de Sá em 1742, na qual nomeia seu tio Antônio Garcia de Sá e Antônio Gomes Bettencourt como seus procuradores na Ribeira do Acaracú, situada no Ceará (Brasil). Em 1751, uma nova procuração revela outras informações sobre seus bens e ascendência, mencionando inclusive a posse de escravos herdados de seu pai, o coronel Sebastião de Sá. O batismo de Dâmaso (1731), filho de João Vieira Passos e Maria da Fonseca, também reforça a presença de Antônio Garcia na região como padrinho, já então casado em Pernambuco.

Mais recentemente, Garcia, em Breve Notícia da Família Garcia de Sá no Norte de Portugal – Ancestrais e Colaterais (2023), reforça a segunda tese apresentada por Sousa. Para ele, Antônio Garcia de Sá seria natural de Vila Nova de Famalicão, em Braga, o que afastaria definitivamente a hipótese açoriana.

Antônio veio para o Brasil, desembarcando muito provavelmente em Pernambuco. Ele se casou com Maria Dornelles Bittencourt, que seria filha de Antônio Gomes de Bittencourt e de Paula Dornelles Bittencourt, ambos da Ilha da Madeira (Portugal). A filiação de Maria ainda carece de documentação complementar que a comprove de forma definitiva.

O casal habitou a Fazenda Quimporó, entre os atuais municípios de Cruzeta, Acari e São Vicente, todos no estado do Rio Grande do Norte.

A partir de informações contidas em seu inventário processado em 1754, veio a falecer em 27 de agosto de 1754 (o inventário está localizado em Caicó-RN, Caixa 321, 1755 – Inventário – Antônio Garcia de Sá / Maria Doneles Bittencourt).

Também segundo a tradição seridoense, os primeiros oito filhos do casal eram todos portugueses, provenientes dos Açores. Os demais teriam nascido no Brasil, após a aquisição da Fazenda Quimporó, por Antônio.

Foram filhos de Maria Dornelles Bittencourt e Antônio Garcia de Sá:

  1. ANA DO SACRAMENTO, nascida por volta de 1723. Ela se encontrava casada em 1755 com José do Paraíso.
  2. MARIA DO NASCIMENTO, nascida por volta de 1724. Ela foi casada com Cosme Soares Pereira, filho de Tomaz de Araújo Pereira e de Maria da Conceição de Mendonça. O casal habitou a Fazenda Riacho da Várzea (Acari-RN). Maria veio a falecer em 25 de fevereiro de 1810 em Acari-RN, com oitenta e seis anos de idade.
  3. ANTÔNIO GARCIA DE SÁ BARROSO, nascido por volta de 1725. Ele foi casado com Ana Lins de Vasconcelos, filha do casal Alexandre Rodrigues da Cruz e de Vicência Lins de Vasconcelos. O casal habitou a Fazenda Serrote (Acari-RN). Antônio veio a falecer em 20 de maio de 1793 em Acari-RN, com 68 anos de idade.
  4. JOSÉ GARCIA DE SÁ, nascido por volta de 1726. Era casado com esposa desconhecida na época da realização do inventário de seu pai.
  5. ANA DORNELLES DE BITTENCOURT, nascida por volta de 1728, estando solteira em 1755, na época da realização do inventário de seu pai.
  6. JOÃO GARCIA DE SÁ BARROSO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  7. TEREZA DE JESUS, nascida por volta de 1730.
  8. IGNÁCIA DORNELLES BITTENCOURT, nascida entre os anos de 1731 e 1736. Ela foi casada com José Gomes de Melo.
  9. ANA MARIA, nascida por volta de 1737.
  10. HELENA DO ROSÁRIO DE BITTENCOURT [TO DO].
  11. FRANCISCA DO CARMO, nascida por volta de 1739. Casou-se com Antônio Ferreira de Macedo (ou de Mendonça), filho de Manoel Ferreira de Macedo e de Ana dos Prazeres de Mendonça. O casamento ocorreu em 30 de agosto de 1856 na Fazenda Timporó.

🇵🇹 Thomaz de Araújo Pereira e Maria da Conceição de Mendonça

Thomaz de Araújo Pereira teria nascido por volta de 1700, natural de Viana do Castelo (Portugal)138. De acordo com a tradição familiar, Tomaz de Araújo foi um homem alto, robusto e de força física impressionante. A origem portuguesa é coroborada por alguns registros de batismo de alguns netos de Thomas de Araújo Pereira139 140 141:

“Joam, filho legítimo do capitão Jozé de Araújo, natural da Freguesia de Santa Anna de Caicó, e de Elena Barboza de Albuquerque, natural desta freguesia, neto por parte paterna do tenente-coronel THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA, natural da Villa de Vianna, e de MARIA DA CONCEIÇAM DE MENDONÇA, natural da Freguesia de Nossa Senhora das Neves da Paraíba, e, pela parte materna, do alferes Hipólito de Sá Bezerra, natural da Villa de Vianna, e de Dona Joana Bizerra de Albuquerque, natural desta freguesia, nasceu em oito de abril de 1770 e foi batizado com os Santos Óleos, por minha licença, na Capela de São Gonçalo desta freguesia, pelo Padre Miguel Pinheiro Teixeira, aos vinte e cinco do referido mês e ano; foram padrinhos Francisco Pinheiro Teixeira, casado, e a viúva Dona Joana Bezerra de Albuquerque. De que mandei lançar este assento, em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.”

“Thomáz, filho do Capitam Joze de Araújo Pereira natural da Paraíba, e de Elena Barboza de Albuquerque desta freguezia netto por parte paterna de THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA natural de Viana, e de MARIA DA CONCEIÇAM DE MENDONÇA da Paraíba; e pela materna de Hipólito de Sá Bezerra natural de Viana, e de Dona Joana Bezerra desta freguezia nasceu ao onze
de Dezembro do anno de mil sete centos, e setenta e hum, e foi baptizado com os Santos óleos de Licença minha na Capella de Sam Gonçalo do Potigi pelo Padre Manoel António de Oliveira aos dez de Fevereiro do armo de mil Setecentos, e Setenta e douz: foram padrinhos Joam Damasceno Pereira, e Dona Maria dos Santos Pereira moradores no Sertam do SeridÔ, de que mandei Lançar este assento, em que me asigney. Pantaleão da Cosia ãe Aro Vigro do Rio Grande”

“Hipolito filho legitimo de Joze de Araújo Pereira natural do Siridó, e de Dona Elena Barboza desta freguezia neto por parte paterna de THOMÁZ DE ARAÚJO PEREIRA natural de Viana, e de MARIA DA CONCEIÇAM natural da Paraíba, e pela materna de Hipolito de Sá Bezerra natural de Viana, e Dona Joana Barboza de Albuquerque desta freguezia nasceo ao trinta de Abril do anno de mil sete centos, e Setenta, e quatro, e foi batizado com os Santos óleos de licença minha na capella de Sam Gonçalo
do Potígi pelo Padre Manoel António de Oliveira aos trez de Agosto do dito anno: forão padrinhos Luiz Joze Rodrigues, e Joanna Ferreira filhos da viúva Bonifacia e Antonia moradores nesta cidade, de que mandei lançar este asento, em que me asigney. Pantaleão da Costa de Aro Vigro do Rio Grande”

Após pesquisas na dita região, mais precisamente na freguesia de Montserrate, Viana do Castelo (Portugal), foi possível encontrar um registro de batismo que poderia ser atribuído à Thomaz. Ele seria filho de Fernão Pereira e de Maria Pinta. No suposto registro142 de batismo, pode-se ler:

“THOMAZ, filho de FERNÃO PEREIRA e de sua mulher MARIA PINTA morão na Rua de Manjovos, nasceo aos sete de março do anno de mil e sete centos e hum, povoado de sam Joam de abreu da Freguesia de S. Martinho, o batisei aos dose dias do ditto mês (clamo?) foram padrinhos Antonio Brandão Barreto Oficial Maior da Vedoria e Joanna Luiza Maria, donzella, filha de Francisco de Mattos Freire, todos desta parochia de Monserrate. Vigário Gabriel de Mattos Freire”

Ainda não é possível afirmar com total certeza que o registro acima esteja diretamente relacionado a Thomaz de Araújo Pereira. Algumas publicações sugerem que Thomaz seria parente de Amador de Araújo Pereira, figura de destaque na resistência à invasão holandesa em Pernambuco, ocorrida entre 1630 e 1654. O autor Sebastião de Azevedo Bastos, em sua obra No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste (1955)143, menciona que Thomaz e uma possível tia, Anna de Araújo Pereira de Azevedo, casada com Pedro da Costa Azevedo, teriam vindo ao Brasil por influência de Amador de Araújo Pereira. Segundo o autor, ambos seriam aparentados a esse Amador. Mais pesquisas e documentos são necessários para provar tal afirmação.

Thomaz de Araújo Pereira chegou ao Brasil por volta de 1734, período em que já aparece requerendo sesmarias nas capitanias da Paraíba e do Rio Grande do Norte. No Brasil, ele se casou com Maria da Conceição Mendonça, natural da freguesia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa-PB, filha do português Cosme Soares de Brito e de Madalena de Castro. Em algumas dessas requisições144, pode-se ler:

“N° 238, em 25 de maio de 1734

Thomaz de Araújo Pereira, não tendo commodo para crear seus gados, descobrío á custa de seu trabalho um riacho chamado Juazeiro que nasce por detraz da serra da Rajada, que desagôa para o rio da Cauhã e faz barra na ponta da várzea do Pico, em cujo riacho e suas bandas tem terras devolutas e nunca cultivadas; terrenos em que pede três legoas de comprimento e uma de largura, pegando das testadas do sargento-mor Simão de Góes pelo rio acima, ficando o dito rio em meio da dita largura. Fez-se a concessão na forma requerida, no governo de Francisco Pedro de Mendonça Gurjão.”

“N° 592, em 3 de janeiro de 1763

Thomaz de Araújo Pereira, diz que possue sítios de terras de crear gados em Quintoraré, chamados Gravata e Serra do Cuité, os quaes houve por compra, e porque nas ilhargas dos ditos sítios há sobras quer o supiplicante três léguas de comprido e uma de largo, contestando pelo poente com o Picuhy e pela nascente com o sitio Ucó. Foi feita a concessão, no governo de Francisco Xavier de Miranda Henrique. ”

“N° 593, em 9 de janeiro de 1763

Thomaz de Araújo Pereira diz que possue um sitio de terras de crear gados em Quinturaré e chamado riacho do Mulungú e o olho d’agua do Caraibeira, nas testadas do Picuhy da parte do poente, cujo sitio de uma légua em quadro houve por compra ao capitão-mor Luiz Quaresma Dourado, e porque no riacho do dito olho d’agua-Carahybeira se acham sobras, pede o supplicante por data com três léguas de comprido e uma de larga, pegando das testadas de Picuhy pelo poente buscando o olho dagua das Onças, confrontando com os providos do Cornixaou. Foi feita a concessão, no governo de Francisco Xavier de Miranda Henrique.”

Resumidamente, Thomaz de Araújo Pereira foi beneficiado com cinco sesmarias ao longo de sua vida: três situadas na Capitania da Paraíba, uma em 1734 e duas em 1763, e duas na Capitania do Rio Grande do Norte, concedidas em 1746 e 1753, esta última localizada na Fazenda São Pedro. A análise dos limites territoriais dessas terras permite supor que as duas primeiras concessões paraibanas eram próximas entre si, já que ambas são cortadas pelo riacho Juazeiro, na região do Seridó. Nas cartas enviadas à administração da Capitania do Rio Grande do Norte, Thomaz é identificado como residente dessa mesma capitania. Por outro lado, na petição de 1734 à Capitania da Paraíba, ele é descrito como morador local. Já nas duas solicitações de 1763, não há qualquer menção ao seu domicílio.

Quanto à sua trajetória militar, Thomaz de Araújo Pereira foi nomeado Capitão-mor do Regimento de Cavalaria de Ordenanças da Ribeira do Seridó por Joaquim Félix de Lima, então Capitão-mor do Rio Grande do Norte. Um documento datado de 1766 já o menciona como Capitão. Ele assumiu o comando da Ribeira do Seridó em substituição a Cipriano Lopez Galvão, falecido em 1764. Posteriormente, Thomaz foi sucedido no cargo por seu genro, Caetano Dantas Corrêa. Além disso, um documento de 1770 atribui-lhe o posto de Coronel.

No inventário de Domingos Alves dos Santos, processado no ano de 1755, faz-se referência à pessoa do velho Tomaz de Araújo:

“O Sargento-mor Thomaz de Arahujo Pereyra homem viuvo e morador na fazenda de Sam Pedro desta Ribeyra do Ciridó que vindo de suas fazendas de Gado de Idade que disse ser de cincoenta e sinco annos pouco mais ou menos […]”

Com base no registro acima, é possível afirmar que sua esposa, Maria da Conceição Mendonça, já havia falecido em 1755. Além disso, Thomaz de Araújo Pereira menciona ter por volta de 55 anos de idade em 1755, o que corrobora a estimativa do ano de seu nascimento em torno de 1700.

Thomaz de Araújo Pereira faleceu antes de 1781. Em sesmaria de número 801, datada de 4 de julho de 1781, menciona que o sítio Gravata pertencia aos herdeiros de Thomas de Araújo. Infezlimente os registeos de óbitos mais antigos são do ano de 1788.

Foram filhos de Maria da Conceição Mendonça e Tomaz de Araújo Pereira:

  1. TOMAZ DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Teresa de Jesus Maria, filha de Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo. Ele faleceu antes de 1799.
  2. COSME SOARES PEREIRA se casou com Maria do Nascimento, filha de Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles Bittencourt.
  3. JOÃO DAMASCENO PEREIRA se casou com Maria dos Santos de Medeiros, filha de Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa de Araújo.
  4. JOSÉ DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Helena Barbosa de Albuquerque, filha de Hipólito de Sá Bezerra e de Joanna Barbosa de Albuquerque.
  5. JOANNA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com Gregório José Dantas Corrêa em em segunda núpcias, com Estevão Álvares Bezerra.
  6. JOSEFA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com casada com Caetano Dantas Correia, filho de José Dantas Correia e de Isabel da Rocha Meirelles. Ela veio a falecer aos 18 de junho de 1816 no Acari-RN.
  7. HELENA DE ARAÚJO PEREIRA se casou com João Garcia de Sá Barrozo, filho de Antônio Garcia de Sá e de Maria Dornelles Bittencourt.
  8. ANA DE ARAÚJO PEREIRA (Capítulo VII – Os Pentavós).

Tomaz de Araújo Pereira teria contraído casamento com uma segunda esposa de nome desconhecido, e com ela teria tido somente um filho. Segundo a tradição familiar do Seridó, essa mulher seria uma Cigana de rara beleza145.

  1. MANOEL DE ARAÚJO PEREIRA, apelidado de Paraíba, casou-se com Francisca Maria José, filha de Manoel Álvares da Nóbrega e Maria José de Medeiros. O casal habitou na Cacimba da Velha, fazenda situada nos arredores de Santa Luzia-PB.

Manoel da Costa Vieira e Maria Paes de Bulhões

Manoel da Costa Vieira era natural de Goiana-PE, filho de João da Costa e de Bárbara Vieira. O parentesco de Manoel foi revelado através de um documento datado de 1754146, onde seu filho, João Paes de Bulhões, aparece citado em um despacho do Conselho Ultramarino de Portugal referente ao pagamento de uma quantia de vinte e quatro mil réis nas mãos de António de Cubelos Pereira. O documento cita que João era filho de Manoel da Costa Vieira e informa quem eram os avós maternos e paternos. Segue a transcrição de parte do documento:

“[…] João Paes, natural de Goyanna, fo legitimo do Capm MANOEL DA COSTA VIEIRA e de sua legitima mulher MA PAES, neto pela parte paterna de JOÃO DA COSTA e de sua legitima mulher BARBARA VIEIRA e pella parte materna de JOÃO PAES DE BULHÕES e de sua legitima mulher IZABEL FERREIRA, naturaes todos e moradores nesta villa […] cristãos velhos, sem sem […] algû tivessem raça ou ramos contrario em seu sangue […] exercisaçem o fição melanico sendo o S. JOÃO PAES, homem lavrado, de boa lida e costumes, cazado com MARGARIDA DE FREITAS, La, de paes nobres, e são bem cristãos velhos, he o que consta toda o somario no termo […]”

Do processo de habilitação de Amaro Soares Mariz, realizado entre os anos de 1764 e 1767, João Pais de Bulhões é testemunha, sendo informado toda a sua parentalidade, comprovando mais uma vez o nome dos pais de Manoel da Costa Vieira e de Maria Paes de Bulhões e dos avós paternos e maternos.

A sesmaria n.º 64, datada de 20 de novembro de 1706, registra o requerimento de terras feito por Manoel da Costa Vieira e seu filho João Paes de Bulhões na então Capitania da Paraíba147. No documento, pode-se ler:

“Manoel da Costa Vieira, Capitão João Gonçalves, Balthazar Gomes Correia, João Paes de Bulhões, António de Souza, Sargento-mór João Ferreira Baptista, dizem que tinham seus gados sem terras para situar, e tinham notícias, que da barra do riacho Salgado para riba que era da ponta da Serra-Negra e confrontava com a serra do Orivã e acabava em a serra de Seriema, que assim lhe chamavam os Tapuios, que vinha ta ser pelo rio Curimataú acima da barra do dito riacho, que estava devoluto, queriam trez legoas de terras em quadro a cada uma a dita paragem, começando da barra do dito riacho Salgado para riba, rumo direito ou salteadamente como melhor lhes estivesse. Opinou o provedor que se concedesse a cada um treis legoas de comprido e uma de largo, e que não sejão as ditas terras sucessivas e não salteadas, e ‘assim foi feita ai concessão no governo de Fernando de Barras e Vasconcelos.”

Manoel da Costa Vieira se casou com Maria Paes de Bulhões, permambucana, filha de João Paes de Bulhões e de Izabel Ferreira. Ela foi batizada aos 4 de fevereiro de 1676 em Goiana-PE. No seu registro148 de batismo, pode-se ler:

“Aos quatro de Janeiro, digo de Fevereiro de mil seis Centos, e Setenta, e Seis batizei nesta matriz de Goyanna a Maria, filha Legitima de João Paes de Bulhões, e de Sua mulher Izabel Ferreira: padrinhos Domingos Rodrigues Diniz, e sua mulher Domingas Mendes. O Padre Antonio de Arahujo Preto”

Manoel foi capitão, escrivão público, judicial e de notas em 1723 e segundo alguns autores, era o senhor do engenho Ipojuca em Goiana-PE. Ele já era falecido no ano de 1735, ano do casamento de sua filha Maria José. No registro149 de casamento, pode-se ler:

“Aos cinco de outubro de mil sete centos e trinta sinco, pelas cinco horas da tarde, se recebeu perante o Pe Leandro Ferreira de Azevedo, Frutuoso Dias de Aguiar, filho legítimo de Antonio Machado, e de Ana Lourenço, naturais e moradores na Freguesia de São Salvador de Telões, arcebispado de Braga, e morador nesta freguesia de Goiana, com Maria José, filha legítima do Capitão Manuel da Costa Vieira, já defunto, e de Maria Paes, naturais e moradores nesta Vila de Goiana. Corridos os banhos sem impedimento, sendo testemunhas presentes, o Tenente Barnabé da Costa Cardona, José Rodrigues Chaves, e o Licenciado Manuel de Andrade e Antonio Tavares de Góes.”

Segundo a tradição oral147, Manoel teria sido senhor de engenho em Ipojuca ou em Goiana-PE, onde teria sido assassinado por um vizinho de terras. Sua morte, envolta em elementos lendários, teria sido vingada por seu filho, Antônio Paes de Bulhões, que, trazendo consigo quarenta “cabras” do Ceará, atacou e destruiu o engenho do inimigo de seu pai, exterminando inclusive toda a família adversária.

Foram filhos de Maria Paes de Bulhões e de Manoel da Costa Vieira:

  1. ANTÔNIO PAES DE BULHÕES (Capítulo VII – Os Pentavós).
  2. JOÃO PAES DE BULHÕES, que foi casado com Margarida de Freitas.
  3. MARIA JOSÉ, que se casou com Frutuoso Dias de Aguiar, filho de Antônio Machado e de Ana Lourenço, naturais da freguesia de São Salvador de Telões, Braga-PT.

Capítulo IX – Os Heptavós

🇵🇹 Pedro Ferreira das Neves e Custódia de Amorim Valcácer

Pedro Ferreira das Neves, também conhecido como Pedro Velho, era português e se casou por volta da década de 1690 com Custódia de Amorim Valcácer, natural de Mamanguape-PB.

Segundo a tradição familiar, Custódia seria indígena151, filha de um casal que acolheu em sua morada Pedro Ferreira das Neves, ferido em combate contra os próprios indígenas. Após se recuperar dos ferimentos, Pedro, teria se casado com uma das filhas do casal, sendo batizada com o nome de Custódia.

Segundo informações deixadas por Felipe Guerra152, Pedro Ferreira das Neves e Custódia de Amorim Valcácer residiram na fazenda Cacimba da Velha, situada às margens do rio Quipauá, próximo da atual cidade de Santa Luzia-PB.


🇵🇹 Rodrigo de Matos e Maria Lopez de Fontes

Rodrigo de Matos nasceu por volta de 1634, natural de Água d’Alto, freguesia de São Pedro da Vila Franca do Campo, Ilha de S. Miguel, nos Açores153 e foi morador durante a maior parte da sua vida na Lomba de Santa Bárbara. Ele era lavrador, como podemos ver no registro154 abaixo e em outros tantos encontrados na freguesia da Ribeira Seca. No registro, pode-se ler:

“Manoel, Em os quinze dias do Mes de Outubro de Mil seis centos noventa e hum annos, Baptizei eu o cura a Manoel, fo de George da Costa […] e de sua mer Maria Teixeira, foi padrinho JOZEPH DE MATOS, estudante, fo de RODRIGO DE MATOS lavrador todos moradores na Lomba desta freguezia. Era ur supra. O Cura Manoel Perez de Souza”

Segundo o autor Anderson Tavares de Lyra (2017)155, Rodrigo de Matos seria filho de Manoel de Matos e Maria do Amaral, naturais e moradores da Vila Franca do Campo, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Entretanto, essa afirmação caresse de mais provas documentais.

Ele se casou com Maria Lopez de Fontes, ou Maria de Fontes, filha de Gaspar Lopez e Anna Teixeira. Maria nasceu aos 27 de fevereiro de 1636 e foi batizada aos 4 de março do mesmo ano na Igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. No registro156 de batismo, pode-se ler:

“Ma. Aos quatro dias do mes de março de mil e seis centos e trinta e seis annos baptizei a MARIA de sete dias nacida fa de GASPAR LOPEZ e de sua molher ANNA TEIXRA, forão padrinhos Lucas Ao Paiva e sua molher Anna Luiz. Thome Roiz.”

Segundo Rodrigo Rodrigues, em sua obra Genealogia de São Miguel e Santa Marta (1998), o casamento teria ocorrido no mês de julho de 1667, informação suportada segundo o autor por um registro de casamento presente nos livros da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca. Informa ainda que Rodrigo teria se casado anteriormente a Maria Lopez de Fontes, mas sem expor provas ou registros que comprovassem a afirmação. De fato, pôde-se encontrar um tal de Rodrigo de Matos casado com Maria Henriques e que tiveram filhos antes do casamento de Rodrigo com Maria Lopez de Fontes. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para comprovar a essa ligação.

Segundo Rodrigo Rodrigues, em sua obra Genealogia de São Miguel e Santa Marta (1998)157, o casamento teria ocorrido no mês de julho de 1667, informação sustentada, segundo o autor, por um registro nos livros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca. De fato, após pesquisas ns livros de paroquiais de casamento da referida freguesia referentes aos anos de 1667 à 1721, foi possível encontrar o referido registro158, que, aliás, está incompleto, podendo-se ler:

“[…] da Villa Franca do Campo, com MARIA DE FONTES fa de GASPAR LOPEZ e de ANNA TEIXEIRA, já defunta. Forão testemunhas Anto Pacheco e Franco Cabral Frias com Mar de Rezende mer do diteo Anto Pacheco todos moradores na Lomba e outras mtas pessoas. Fiz dia mez, e esse assigno. O Cura Pedro de Paula de Melo”

Rodrigo Rodrigues afirma ainda que Rodrigo de Matos teria tido um casamento anterior ao seu matrimônio com Maria Lopez de Fontes, embora não apresente provas ou documentos que sustentem essa alegação. Foi possível identificar um Rodrigo de Matos casado com Maria Henriques, com quem teve filhos alguns anos antes do casamento com Maria Lopez de Fontes. No entanto, são necessárias pesquisas adicionais para confirmar se se trata da mesma pessoa.

O casal foi testemunha de um casamento ocorrido na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, entre Isabel de Paiva e Francisco da Rocha Machado, no dia 23 de junho de 1696 (registro ainda por ser encontrado).

Rodrigo de Matos veio a falecer aos 23 de agosto de 1699 na Lomba de Santa Bárbara, Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Em seu registro159 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e tres dias do mes de Agosto de mil e seis centos e noventa e nove Annos falisceo nesta freguezia da vida prezente Rodrigo de Matos da Lomba que tinha de idade sesenta e sinco Annos pouco mais ou menos, Com todos os sacramtºs foi sepultado nesta igreja do Apostolo S. Pe fez testamtº em que deichou a sua molher Maria Fontes hua Capella sobre duás cazas de que hé administrador seu fº Francº de Matos e também que lhe dedicassem sessenta missas e oficio de nove lições; e por ser verdade fis e asigney hera ut supra. O Cura M.el de Carvalho.”

Já Maria Lopez de Fontes veio a falecer no dia 8 de março de 1709 . No registro160 de sepultamento, pode-se ler:

“Em os outo dias do mes de Março de mil setecentos e nove annos faleceo da vida presente MARIA DE FONTES molher de RODRIGO DE MATTOS morador na Lomba de Sancta Barbara termo desta freguesia de idade de setenta e tres annos e pouco mais ou menos com todos os sacramentos da Sancta Madre Igreja, foi involta de hû habito de Sayal acompanhada a sepultura com os religiosos de Sam Francisco com o colegio nesta freguesia e mais clerigos de fora no enterro fez um solene testamento em q deichou de hû filho hû oficio de nove lições offertando com offertas costumadas, e se he disessem cento e vinte missas convim a saber noventa em Nossa Senhora da Conceiçam na lavoura e trinta ainda onde seus testamenteiros quizessem. E deichou mais im perpertuam Seis Mil Reis de Missas tres mil reis sobre umas casas em que vivia, e tres sobre húa vinha tida na Alagoa: e está sepultada nesta igreja aonde era freguas de que pª constar fis este termo q. por verde asignei dia mês e era ut supra. O cura Francº de Souza Mota”

Foram filhos de Maria Lopez de Fontes e Rodrigo de Matos:

  1. MANOEL DE MATOS (Capítulo VIII – Os Hexavós).
  2. RODRIGO DE MATOS, foi batizado aos 12 de outubro de 1671 na Igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foi padrinho Mathias Furtado (talvez filho de Manoel Roiz da Rocha Machado e Beatriz Furtada) da Lombra de Santa Bárbara, Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele se casou com Sebastiana Rodriguez (Roiz), filha de Matheus Roiz Félix e Ana Manuel. O casamento ocorreu na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, Ribeira Grande, nos Açores, no dia 1 de dezembro de 1703. Ele veio a falecer aos 70 anos de idade no dia 23 de dezembro de 1735.
  3. FRANCISCO DE MATOS DA COSTA, alferes, foi batizado aos 18 de dezembro de 1678 na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foram padrinhos Francisco Tavares Homem, morador na Ribeira Grande. Ele se casou com Maria Madalena Tavares do Rego, filha de Francisco Tavares Homem (seu padrinho de batismo) e de Tereza de Sousa. O casamento ocorreu no dia 15 de julho de 1708 na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Fez testamento aprovado a 31 de julho de 1740, o que indicaria que faleceu por volta da referida data.
  4. JOSÉ DE MATOS, que nasceu aos 21 de março de 1674 e foi baptizado em São Pedro da Ribeira Seca, Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele se casou com Thereza Cordeiro, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Ribeira Grande aos 17 de dezembro de 1699. Ela prestou contas, até o ano de 1748, de sete alqueires de terra na Lomba de Santa Bárbara, com pensão de missas, deixados por Maria de Fontes, sua mãe, viúva de Rodrigo de Matos, à sua neta, filha de Maria dos Anjos. Em um registro154 de batismo onde é o padrinho no ano de 1691, consta que era estudante.

🇵🇹 Bartholomeu de Frias e Maria de Medeiros Rocha

Bartholomeu de Frias foi batizado aos 30 de agosto de 1648 na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Antônio Pacheco de Medeiros e de Maria de Rezende Vasconcelos. No seu registro162 de batismo, pode-se ler:

“[…] Em os trinta de Agosto de 1648 annos baptisei Eu o Pe Cura desta igreija a hú minino a que pus nome BARTHOLOMEU fº de ANTº PACHEQUO, e de sua molher MARIA DE REISENDES; forão padrinhos Antº Ledo e Magdalena Carreira molher de Thome Ferras, e me asinei. Manoel da Cunha Teix.ª. […]”

Bartholomeu se casou com Maria de Medeiros Rocha, natural da Lomba de Santa Bárbara, filha de Francisco Lopez da Costa e Maria de Medeiros. Maria foi batizada aos 11 de junho de 1653 na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. No registro163 de batismo, pode-se ler:

“[…] Em os honze dias do mes de junho de mil, seiscentos sinquoenta e tres annos Baptisou o Pe Diogo Pimentel Thezrº nesta igreja a huá minina a qué pus nome MARIA fª de FRANCº LOPEZ DA COSTA morador na Lomba e de Mª DE MIDEIROS sua mer forão padrinhos Lucas Afonso Paiva e Mª de J. Fran.ca sua filha dia ut supra. O Cura Pedro de Sousa de Melo. […]”

O casamento ocorreu no dia 31 de março de 1674 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. No registro164 do casamento, pode-se ler:

“[…] Em os trinta e hú dias do mes de marco de mil seis centos setenta e quatro annos Recebeo o Rdº Pe Vigrº Joam de Souza Freire por mandado do Rdº Ouvidor Francº de Andrada Albuquerque avendo precedido as denunciassões ordinarias conforme o sagrado Concilio Trid. não avendo canonico impedimtº a BARTHOLOMEU DE FRIAS fº de ANTº PACHECO e de Mª DE REZENDES sua molher com MARIA DE MEDEIROS ROCHA fª de FRANCº LOPEZ DA COSTA e de Mª DE MEDEIROS sua molher forão testemunhas o Capitão Mayor M.el de Brum e Frias, e o capitão Antº de Melo Rezendes e Hursula da Rocha molher de Salvador Frz e outras mtªs pessoas dia mes e era assima. O Cura Pedro de Souza de Melo. […]”

No registro de casamento constam notas relativas a cópias feitas do mesmo nos anos de 1830, 1848 e 1861. O motivo das certidiões são desconhedidos até então.

Maria de Medeiros Rocha veio a falecer aos 28 de abril de 1679. A causa da morte não é informada no registro, mas presumisse que tenha sido em decorrência do parto de sua terceira filha, Bárbara, aos 19 de março de 1679. No registro165 de sepultamento, pode-se ler:

“[…] Em os vinte, e oito dias do mes de Abril de Mil seis centos setenta, e nove annos falleceo nesta freguezia MARIA DE MIDEIROS Molher de BARTHOLOMEU DE FRIAS. Recebeo os divinos sacramentos. Está enterrada nesta Igreja. Fis testamento seu marido testamenteiro. Era ut supra. Cura Manoel Perez e Souza. […]”

Já Bartholomeu de Frias ainda ainda estava vivo no ano de 1680, quando foi testamenteiro do seu sogro, Francisco Lopez da Costa166. No registro, pode-se ler:

“[…] Em os doze dias do Mes de Agosto de Mil Seis centos, e outenta annos faleceo nesta freguezia FRANCISCO LOPEZ DA COSTA […]. Seu genro BARTHOLOMEU DE FRIAS testamentrº. […]”

No ano de 1723, Maria de Medeiros, filha do casal, aparece em uma carte de sentença de partilha amigável dos bens167 (título da terra no Arrebentão) dos bens de Bartholomeu de Frias. Isso indicaria que Bartholomeu teria morrido, se não no ano de 1723, nos anos anteriores ao documento.

Foram filhos de Maria de Medeiros Rocha e Bartholomeu de Frias:

  1. MARIA DE MEDEIROS (Capítulo VIII – Os Hexavós).
  2. FRANCISCO DE FRIAS MACHADO foi batizado aos 4 de outubro de 1676 em S. Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele se casou com Maria de Melo Cabral, filha de João de Almeida Mascarenhas e de Maria de Melo Cabral em 14 de maio de 1701 em Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel, nos Açores.
  3. BÁRBARA foi batizada aos 20 de fevereiro de 1679 em São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foram padrinhos o Padre Hieronimo da Rocha (tesoureiro da igreja de São Pedro da Ribeira Seca).

🇵🇹 Cosme Soares de Brito e Madalena de Castro

Cosme Soares de Brito teria nasceu em Lisboa (Portugal). Ele se casou na Bahia com Madalena de Castro, de pais ainda desconhecidos. De acordo com Felipe Guerra, citado por Olavo de Medeiros Filho168, Cosme teria vindo ao Brasil acompanhado de seu irmão, Elisardo Toscano de Brito, depois de ambos matarem dois almotacés (cobradores de impostos) que haviam multado sua mãe.

Foram filhos de Madalena de Castro e Cosme Soares de Brito:

  1. MARIA DA CONCEIÇÃO DE MENDONÇA (Capítulo VIII – Os Hexavós).

Capítulo X – Os Octavós

🇵🇹 Gaspar Lopes e Anna Teixeira

Gaspar Lopes era filho de Antônio Gonçalves e Maria de Aguiar, naturais da freguesia da Maia, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Infelizmente, os livros de batismo da dita freguesia partem do ano de 1665, o que impossibilitou a procura do registro de nascimento de Gaspar Lopes.

Gaspar se casou com Anna Teixeira, filha de Manoel Vidal e Izabel Teixeira, batizada aos 24 de setembro de 1607, junto com seu irmão gêmeo Francisco, na Igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. No registro169 de batismo, pode-se ler:

“[…] Aos vinte e quatro dias do mes de setembro de 607 baptizei a Frcº e ANNA fºs de MEL VIDAL e de IZABEL TEIXRA sua molher. Forao padrºs de Frcº , Antº Munis e Ines Alz, e de Anna, Gªr de Paiva, e a dita Ines Alz. Montrº. […]”

O casamento ocorreu aos 7 de maio de 1628 na Igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. No registro170 de casamento, pode-se ler:

“[…] Aos sete dias do mês de Maio de seiscentos e vinte e oito annos recebi em face de Igrª na forma do sagrado concilio Trident. Tendo precedido as dinunciaçõens ordinárias a GASPAR LOPES fº de ANTO GLZ e de sua molher MARIA DE AGUIAR já defuncta moradores no lugar da Maia com ANNA TEIXEIRA fª de MEL VIDAL já defuncto e de sua molher IZABEL TEIXRA moradores nesta fregª de São Pº de ribrª seca, forão testemunhas Chistovão Aº Paiva, e Thomé Jorge Paiva mor.s na Vila da ribrª grande, e Sebastião Furtado, e outras pªs. Thomé Ruiz. […]”

Anna Teixeira veio a falecer aos 9 de março de 1648 na Lomba de Santa-Bárbara, tendo registro de óbito realizado na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. No registro171 de óbito, pode-se ler:

“[…] Em os nove dias do mes de mçº de mil e seis ctºs e quareta e oito morreo ANNA TRXA mer de GASPAR LOPES GALANTE da lomba recebeo todos os sacramtºs teve seus sufrágios os fis em q He verdade dia ut supra. Senra. […]”

Já Gaspar Lopes veio a falecer aos 5 de fevereiro de 1676, também faleceu na Lombra de Santa-Bárbara, tendo registro de óbito realizado na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. No registro172 de óbito, pode-ser ler:

“[…] Em os cinco dias do Mes de Fevereiro de Mil Seis centos setenta e seis. Faleceo nesta freguezia GASPAR LOPES GALANTE, ná lomba mºr. Recebeo os divinos sacramentos está Enterrado nesta Igreja; fes cédula seu filho Manoel Lopes testamenteiro: era ut supra. Cura Manoel Perez e Souza. […]”

Foram filhos de Anna Teixeira e Gaspar Lopes:

  1. MARIA LOPES DE FONTES (Capítulo IX – Os Heptavós).

🇵🇹 Antônio Pacheco de Medeiros e de Maria de Rezende Vasconcelos

Antônio Pacheco de Medeiros foi batizado aos 26 de março de 1617, na freguesia do Rosário, Conselho da Lagoa, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Amaro Pacheco e de Inês de Frias de Medeiros. No seu registro173 de batismo, pode-se ler:

“[…] Em os 26 dias do mes de Marso de 617 annos baptizou ho Pe Simã Luis a ANTº fº de AMARO PACHECO e de sua mer INES DE MIDROS. forao Padrinhos Mel de Frias e Mª Alves, mer de Fernão de Olivrª.  Crisostomo. […]”

Ele se casou com Maria de Rezende Vasconcelos, filha de Manoel de Oliveira Vasconcelos e de Izabel Rezende Pimentel. O casamento ocorreu na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores, no dia 4 de outubro de 1647. No registro174 de casamento, pode-se ler:

“[…] Em os quatro dias do mes de 8.bro do Anno de mil e seis c.tºs e quarenta e sete Annos recebeo o Pe Diogo de Pimentel in facie dotrina (…) Conc. Trid. a ANTÔNIO PACHEQUO DE MIDEIROS filho de AMARAO PACHEQUO e sua mer INES DE FRIAS DE MIDEIROS moradores na friguesia de Nossa Snora do Rosario da Villa da Lagoa Com MARIA REZENDE DE VASCONCELLOS filha de MEL D’OLIVEIRA VASCONCELLOS e sua mer ISABEL REZENDE PIMENTEL já defuntos moradores nesta friguesia. Testemunhas Sebastiao Pires Pimentel e Frcº Cansado da Lagoa, Pelonia digo Margarida Cabeceiras mer de Fcº Aº e a mai do Contrahente e outra Margarida os fis em face da verdade dia mes e era ut supra.  João Gonçalves. […]”

Maria de Rezende faleceu e foi sepultada aos 16 de fevereiro de 1690. No seu registro175 de sepultamento, pode-se ler:

“[…] Em os dezasseis dias do Mes de Fevrº de seis centos e noventa annos faleceo nesta freguezia digo na Lomba desta freguezia Mª DE RESENDES mer de ANTº PACHECO. Recebeo todos os divinos sacramtºs está enterrada nesta Igreja. Não fes testamtº. O Cura Manoel Perez e Souza. […]”

Foram filhos de Maria de Rezende Vasconcelos e Antônio Pacheco de Medeiros:

  1. BARTHOLOMEU DE FRIAS (Capítulo IX – Os Heptavós).

🇵🇹 Francisco Lopez da Costa e Maria de Medeiros

Francisco Lopes foi batizado aos 8 de janeiro de 1623, na Freguesia de de Nossa Senhora da Estrela, em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Francisco Lopes e de Bárbara Teixeira. No seu registro176 de batismo, pode-se ler:

“[…] Em os oito de janrº de 623 Eu baptizei a FRCº fº de FRCº LOPES e de sua m.er BARBARA TEIXRª. forao padrinhos Pº da Ponte Raposo e dona Mª da Ponte. E asinei.  Lçº de Sáa. […]”

Ele se casou com Maria de Medeiros, filha de Manoel Rodrigues da Rocha Júnior e de Beatriz Furtada. Maria nasceu aos 28 de março de 1627 e foi batizada aos 27 de março do mesmo ano na freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de São Miguel. O batismo foi realizado em casa pela parteira Maria Alves. No seu registro177 de batismo, pode-se ler:

“[…] Aos quatro dias de Abril de seiscentos e vinte, e sete fes o Pe. Vrº. Frcº Dias Caiado o officio do batismo a MARIA, de oito dias nacida, por ser baptizada em casa pela parteira Mª Alves, fª de M.EL DA ROCHA MACHADO, e de sua molher BREITIS FURTADA. forão padrinhos Dºs da Silva e Breitis Afonso molher de Baltazar Mis e asinei. O Cura Thome Roiz […]”

O casamento ocorreu aos 15 de outubro de 1650 na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. No registro178 do casamento, pode-se ler:

“[…] Em os quinze dias de Outubro de mil seis centos e sinquoenta annos Recebi Eu o Pe Pº de Sousa de Melo Cura nesta igreija a FRANCº LOPES fº de FRANCº LOPES de BARBARA TEIXRª sua mer já defunctos moradores q forao na Villa com Mª DE MIDEIROS fª de Mel DA ROCHA, e de BEATRIZ FURTADA sua mer da Lomba, forao t.ªs Thomé Jorge Paiva e Lucas Afonso Paiva e Mª Prª mer de Bento Frª da Costa, Apolonia Cabisseiras mer de Mel de Mideiros da Lomba e muitas outras pessoas que fis na verdade dia ut supra. Pedro de Sousa de Melo. […]”

O registro de casamento informa que uma certidão/cópia do registro foi extraída no dia 29 de maio de 1861, mais de 200 anos após o casamento. O motivo exato do pedido da certidão ainda não é conhecido.

Maria de Medeiros veio a falecer aos 29 de setembro de 1676 na Lomba de Santa Bárbara, Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Fez testamento e deixou o seu marido como testamenteiro. No seu registro179 de sepultamento, pode-se ler:

“[…] Em os vinte e nove dias do Mes de septembro de Mil seis centos setenta, e seis faleceo nesta Freguezia MARIA DE MEDEIROS molhér de FRANCº LOPES DA COSTA mores na Lomba recebeo todos os divinos sacramentos, está enterrada nesta Igreja: fes testamtº com seu marido deixou perpetua sobre sua terça seu marido testamtrº dia ut supra. O Cura Manoel Perez e Souza. […]”

Segundo Rodrigo Rodrigues, em sua obra Genealogia de São Miguel e Santa Marta (1998)180, Maria de Medeiros teria se casado inicialmente com Francisco Gonçalo.

Já Francisco Lopez da Costa faleceu aos 12 de agosto de 1680, na Lomba de Santa Bárbara, Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Fez testamento com legado perpétuo sobre 11 alqueires de terra181, deixando seu genro, Bartholomeu de Frias como testamenteiro. No seu registro182 de sepultamento, pode-se ler:

“[…] Em os doze dias do Mes de Agosto de Mil Seis centos, e outenta annos faleceo nesta freguezia FRANCISCO LOPES DA COSTA viúvo recebeo todos os divinos sacramentos. Está enterrado nesta Igreja: fes testamento deixou Legado perpetuo sobre onze alqueires de terra. Seu genro Bartholomeu de Frias testamentrº. Era ut supra. O Cura Manoel Perez e Souza. […]”

Foram filhos de Maria de Medeiros e Francisco Lopes da Costa:

  1. BÁRBARA foi batizada aos 17 de julho de 1651 em Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Veio a falecer ainda com 11 meses de idade, no dia 13 de julho de 1652, na Lomba de Santa Bárbara, Ribeira Seca, Ilha de S. Miguel, nos Açores. Foram padrinhos, Juphes? Tavaira, filho de Julia Taveira, e a parteira Maria Alves.
  2. MARIA DE MEDEIROS ROCHA (Capítulo IX – Os Heptavós).

Capítulo X – Os Nonavós

🇵🇹 Manoel Vidal e Izabel Teixeira

Manoel Vidal era natural da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. Ele era filho de Jerônimo Fernandes Vidal e de Maria Fernandes. Ele se casou com Izabel Teixeira, natural da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores, filha de Gaspar Teixeira e de Margarida de Fontes.

O casamento foi celebrado na igreja de São Pedro da Ribeira Seca aos 25 de março de 1596. No registro183 de casamento, pode-se ler:

“[…] A 25 de março de 96 Recebi a porta da igreja a MANUEL VIDAL, fº de JMO FES VIDAL e de MARIA FES, sua M. com IZABEL TEIXEIRA fª de GASPAR TEIXEIRA já defuncto, e de MAGDA DE FONTES sua molher moradores nesta Freiguesia. Forão pts. Fcº Tavares, Jmº Perª Monis e sua m. e Sebastião Álvares, e outras pessoas. Manuel Ruis […]”

Manoel Vidal veio a falecer aos 9 de abril de 1616, sem testamento, na Lombra de Santa Bárbara, Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. No registro184 de óbito, pode-se ler:

“[…] Aos nove dias do Mes de Abril de 616 faleceo MEL VIDAL. Não fes testamtº. Montrº.[…]”

Já Izabel Teixeira veio a falecer aos 16 de outubro de 1665 na Lombra de Santa Bárbara, Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. O registro está parcialmente destruído, mas foi possível extrair as informações importantes sobre o seu óbito, com exceção do nome do marido, citando somente que era viúva. No registro185 de óbito, pode-se ler:

“[…] Em os dezeseis dias do mes de outubro de mil seis centos e sessenta e sinco Annos faleceo IZABEL TEIXRª viuva […] Lomba. Recebeo os Divinos Sacramtºs de comunhão. Não recebeo o da extrema unção pello seu estado. Está enterrada em Santa Barbara. Teve duas missas dia ut supra. Souza. […]”

Foram filhos de Izabel Teixeira e de Manoel Vidal:

  1. SEBASTIÃO, batizado aos 28 de janeiro de 1597 na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. Foram padrinhos Luiz Gomes, soldado do Castello e Luzia Muniz, mulher de Jerônimo Roiz.
  2. ANA TEIXEIRA (Capítulo X – Os Octavós).
  3. FRANCISCO, batizado aos 24 de setembro de 1607, junto com sua irmã gêmea Ana, na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, S. Miguel, nos Açores. Foram padrinhos Antonio Muniz e Inez Alvez.

🇵🇹 Amaro Pacheco e de Inês de Frias de Medeiros


Referências

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  2. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image S3HT-61KS-F4R. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-61KS-F4R. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  3. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 33SQ-GPSC-7NZ. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:33SQ-GPSC-7NZ. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  4. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image S3HT-61KS-X9H. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-61KS-X9H. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
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  6. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSLF-DTS1. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSLF-DTS1. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  7. Certidão de óbito de Estevam Otalíbio de Medeiros. ↩︎
  8. Certidão de óbito de Francisca Amaral de Medeiros. ↩︎
  9. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 33S7-9PSC-QJX. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:33S7-9PSC-QJX. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
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  61. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Acervus – Acervo do Laboratório de Documentação Histórica. Disponível em: https://acervus.ufrn.br/acervus-publico/laboratorio-documentacao-historica/acervo/014236. Acesso em: 26 jul. 2024. ↩︎
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  97. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
  98. ROSA, Cibele Caroline da; LAROQUE, Luís Fernando da Silva. Quando migrar é necessário: açorianos povoam o Continente de Rio Grande de São Pedro (meados do século XVIII). Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 10, n. 2, p. 104–116, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v10i2a2018.1864. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  99. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 362.º, Da descendência de Rodrigo de Matos, § 1.o, N.o 4 & Notas 3). ↩︎
  100. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 27. ↩︎
  101. AUGUSTO, José. Famílias seridoenses. João Pessoa: Sebo Vermelho Edições, 2002. p. 49-50. ↩︎
  102. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
  103. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28. ↩︎
  104. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-43SQ-K. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-43SQ-K. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  105. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 17, 19. ↩︎
  106. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 362.º, Da descendência de Rodrigo de Matos, § 1.o, N.o 4 & Notas 3). ↩︎
  107. AUGUSTO, José. Famílias seridoenses. João Pessoa: Sebo Vermelho Edições, 2002. p. 53. ↩︎
  108. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 29. ↩︎
  109. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28-29. ↩︎
  110. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939K-Q49D-4M. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939K-Q49D-4M. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  111. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 28-29. ↩︎
  112. ARQUIVO NACIONAL TORRE DO TOMBO. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, Processos 1536/1821, Processo de Águeda Moniz. Disponível em: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306810. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  113. ARQUIVO NACIONAL TORRE DO TOMBO. Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, Processos 1536/1821, Processo de Águeda Moniz. Disponível em: https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=2306810. Acesso em: 19 jun. 2025. Imagens PT-TT-TSO-IL-28-6750_m0027.TIF a PT-TT-TSO-IL-28-6750_m0032.TIF. ↩︎
  114. ARQUIVO NACIONAL TORRE DO TOMBO. Processo de Águeda Moniz. Disponível em: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306810. Acesso em: 19 jun. 2025. Imagens PT-TT-TSO-IL-28-6750_m0036.TIF a PT-TT-TSO-IL-28-6750_m0039.TIF. ↩︎
  115. ARQUIVO NACIONAL TORRE DO TOMBO. Processo de Águeda Moniz. Disponível em: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306810. Acesso em: 19 jun. 2025. Imagens PT-TT-TSO-IL-28-6750_m0115.TIF a PT-TT-TSO-IL-28-6750_m0119.TIF. ↩︎
  116. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939K-Q1WY-2. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939K-Q1WY-2. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  117. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939K-Q49D-KR. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939K-Q49D-KR. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  118. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 124. ↩︎
  119. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 17. ↩︎
  120. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSP9-P. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSP9-P. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  121. Wikipédia. Teresa da Anunciada. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teresa_da_Anunciada. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  122. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSP9-L. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSP9-L. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  123. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGT-B. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGT-B. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  124. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGR-M. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGR-M. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  125. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGY-Q. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGY-Q. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  126. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGG-R. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGG-R. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  127. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGG-R. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGG-R. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  128. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 27. ↩︎
  129. AUGUSTO, José. Famílias seridoenses. João Pessoa: Sebo Vermelho Edições, 2002. p. 49-50. ↩︎
  130. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-43MY-8. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-43MY-8. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  131. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-H38D-S. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-H38D-S. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  132. ALFERES. História Luso‑Brasileira. Arquivo Nacional; [S.l.], ano aprox. 2022. Disponível em: https://historialuso.an.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5411:alferes&catid=2069&Itemid=121. Acesso em: 23 jun. 2025. ↩︎
  133. ARQUIVOS DOS AÇORES. PT/BPARPD/PSS/MEC-CCM/0177/000003. Disponível em: https://arquivos.azores.gov.pt/details?id=1505092. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  134. ARQUIVOS DOS AÇORES. PT/BPARPD/PSS/MEC-CCM/0178/000005. Disponível em: https://arquivos.azores.gov.pt/details?id=1506877. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  135. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-Z7L5-Z. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-Z7L5-Z. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  136. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-Z7LF-J. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-Z7LF-J. Acesso em: 19 jun. 2025. ↩︎
  137. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 289. ↩︎
  138. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 111. ↩︎
  139. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS2Q-N9ZJ-P. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-N9ZJ-P. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  140. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS2Q-N96Y-L. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-N96Y-L. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  141. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS2Q-N9CK-S. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS2Q-N9CK-S. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  142. ADVOCACIA-GERAL DA CORTE TRIBUNAL. Processo PT-ADVCT-PVCT19-001-00004. Disponível em: https://digitarq.advct.arquivos.pt/viewer?id=1096946. Acesso em: 24 jul. 2024. Imagem PT-ADVCT-PVCT19-001-00004_m0159. ↩︎
  143. BASTOS, Sebastião de Azevedo. No roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste. 1954. p. 16, 18, 31, 323. ↩︎
  144. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 112. ↩︎
  145. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 113. ↩︎
  146. BRASIL. Fundação Biblioteca Nacional. Avulsos – Paraíba (1751‑1800). Portal Gov.br: Projeto Resgate – Catálogo dos Documentos Manuscritos Avulsos referentes à Capitania da Paraíba existentes no Arquivo Histórico Ultramarino. Publicado em 16 jun. 2023; atualizado em 18 out. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/bn/pt-br/central-de-conteudos/projeto-resgate/novos-instrumentos-de-pesquisa/catalogo-dos-documentos-avulsos-manuscritos-referentes-a-capitania-da-paraiba-existentes-no-arquivo-historico-ultramarino/avulsos-paraiba-1751-1800. Acesso em: 24 jun. 2025. ↩︎
  147. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 124. ↩︎
  148. FAMILYSEARCH. Person Details for [Maria de Araújo Paes de Bulhões]. FamilySearch, [s.d.]. Disponível em: https://www.familysearch.org/tree/person/details/LZCR-9YC. Acesso em: 24 jun. 2025. ↩︎
  149. BRASIL. Registro paroquial. Às folhas 67 do livro de casamentos da freguesia de Goiana. [S.l.]: [s.n.], [s.d.]. ↩︎
  150. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 124. ↩︎
  151. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 15. ↩︎
  152. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 16. ↩︎
  153. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 362.º, Da descendência de Rodrigo de Matos, § 1. ↩︎
  154. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGP-D. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGP-D. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  155. LYRA, Anderson Tavares de. Ancestrais dos irmãos portugueses que migraram para o Brasil. Disponível em: https://www.historiaegenealogia.com.br/2017/09/ancestrais-dos-irmaos-portugueses.html. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  156. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-43MK-8. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-43MK-8. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  157. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 362.º, Da descendência de Rodrigo de Matos, § 1. ↩︎
  158. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-H3Z5-R. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-H3Z5-R. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  159. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-Z7L7-K. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-Z7L7-K. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  160. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-Z7LS-Z. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-Z7LS-Z. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  161. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSKV-DSGP-D. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSKV-DSGP-D. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  162. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-43MX-Q. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-43MX-Q. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  163. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-43MX-8. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-43MX-8. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  164. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-H38V-V. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-H38V-V. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  165. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-Z7FZ-1. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-Z7FZ-1. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  166. GOVERNO DOS AÇORES. Centro de Conhecimento dos Açores – Registos Paroquiais: Ribeira Seca, São Miguel, Óbitos (1666–1694). Disponível em: Centro de Conhecimento dos Açores – Registos Paroquiais. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  167. ARQUIVOS DOS AÇORES. Título da terra do Arrebentão: carta de sentença da folha de Maria de Medeiros, mulher do alferes Manuel de Matos, do que lhe tocou por morte de seu pai, Bartolomeu de Frias Camelo. Referência: PT/BPARPD/PSS/MEC-CCM/0177/000003. Disponível em: https://arquivos.azores.gov.pt/details?id=1505092. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  168. DE MEDEIROS FILHO, Olavo. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1981. p. 111.  ↩︎
  169. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo B (1577‑1612), p. 83. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑B‑1577‑1612/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑B‑1577‑1612_item1/index.html?page=83. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  170. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo C (1577‑1666), p. 50. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑C‑1577‑1666/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑C‑1577‑1666_item1/index.html?page=50. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  171. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1577‑1666), p. 57. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑O‑1577‑1666/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑O‑1577‑1666_item1/index.html?page=57. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  172. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1666‑1694), p. 19. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑O‑1666‑1694/SMG‑RG‑RIBEIRASECA‑O‑1666‑1694_item1/index.html?page=19. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  173. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia do Rosário, Conselho da Lagoa, tomo B (1604‑1625), p. 77. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-LG-ROSARIO-B-1604-1625/SMG-LG-ROSARIO-B-1604-1625_item1/index.html?page=77. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  174. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo C (1577‑1666), p. 66. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-C-1577-1666/SMG-RG-RIBEIRASECA-C-1577-1666_item1/index.html?page=66. Acesso em: 27 jun. 2025.  ↩︎
  175. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1666‑1694), p. 58. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1666-1694/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1666-1694_item1/index.html?page=58. Acesso em: 27 jun. 2025.  ↩︎
  176. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de Nossa Senhora da Estrela, tomo B (1619‑1628), p. 69. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-ESTRELA-B-1619-1628/SMG-RG-ESTRELA-B-1619-1628_item1/index.html?page=69. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  177. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-43M1-J. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-43M1-J. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  178. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CSVK-H3MN-5. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSVK-H3MN-5. Acesso em: 20 jun. 2025. ↩︎
  179. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1666‑1694), p. 20. Disponível em: http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1666-1694/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1666-1694_item1/index.html?page=20. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  180. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 148.º, Da descendência de Pedro Esteves da Rocha Machado, § 11.º, N.º 7. ↩︎
  181. RODRIGUES, Rodrigo. Genealogias de São Miguel e Santa Maria, 1998. Capítulo 148.º, Da descendência de Pedro Esteves da Rocha Machado, § 11.º, N.º 7. ↩︎
  182. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1666‑1694), p. 31. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1666-1694/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1666-1694_item1/index.html?page=31. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  183. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo C (1577‑1666), p. 17. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-C-1577-1666/SMG-RG-RIBEIRASECA-C-1577-1666_item1/index.html?page=17. Acesso em: 27 jun. 2025.  ↩︎
  184. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1577‑1666), p. 26. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1577-1666/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1577-1666_item1/index.html?page=26. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎
  185. GOVERNO DOS AÇORES. Livro de registros paroquiais da freguesia de São Pedro da Ribeira Seca, tomo O (1577‑1666), p. 81. Disponível em: https://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1577-1666/SMG-RG-RIBEIRASECA-O-1577-1666_item1/index.html?page=81. Acesso em: 27 jun. 2025. ↩︎

Ascendência de Lázaro Claudino da Costa

Sumário


Capítulo I – Lázaro Claudino da Costa

Lázaro Claudino da Costa nasceu em 20 de julho de 1925 em Conceição da Aparecida-MG. Até então, não foram localizados os registros de batismo ou de nascimento civil na referida cidade, o que pode indicar que tenha nascido em outro município ou em alguma região próxima.

Ele se casou com Elfrida Ribeiro dos Santos, nascida aos 2 de fevereiro de 1930 em Cumari-GO. Ela era filha de Joaquim Ribeiro dos Santos e Amélia da Silveira Branquinho. Na sua certidão1 de nascimento, pode-se ler:

“[…] Certidão de Nascimento
Nome:
EUFRIDA RIBEIRO DOS SANTOS […]
Data de nascmento por extenso:
Dois de fevereiro de mil novecentos e trinta […]
Municípido de nascimento e unidade da federação:
Cumari-GO […]
Filiação:
JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS, lavrador, natural de Igonaporea, estado de São Paulo; e de AMÉLIA DA SILVEIRA BRANQUINHO, natural de Ipameri, estado de Goiás, residente neste distrito de Cumari, estado de Goiás. Casados em Araguari, estado de Minhas Gerais. […]”

O casamento ocorreu aos 24 de dezembro de 1948 em Caturaí-GO. Na sua certidão2 de nascimento, pode-se ler:

“Certidão de Casamento

Nome atual dos cônjuges:
Lázaro Claudino da Costa
Eufrida Ribeiro da Costa
(…)
1o Cônjuge
Lazaro Claudino da Costa
Data de nascimento
20 7 1925
Nacionalidade
Brasileira (…)
Municipio de naturalidade
Conceição Aparecida – MG
Gestor(es)
Perciliano Claudino da Costa; Francisca Paula de Oliveira
(…)
2o Cônjuge
Eufrida Ribeiro dos Santos
Data de nascimento
2 2 1930
Nacionalidade
Brasileira
(…)
Municipio e naturalidade
Cumari – GO
Genitor(es)
Joaquim Ribeiro dos Santos; Amélia da Silveira Branquinho (…)
Data de celebração do casamento
Não consta
Regime de Bens
Comunhão de bens
Data do registro
Vinte e quatro (24) de dezembro (12) de um mil e novecentos e quarenta e oito (1948)
(…)”

Lázaro e Elfrida viveram por muitos anos na cidade de Rubiataba-GO, onde possuíam duas grandes fazendas, a primeira às margens do Córrego da Prata e a segundo no Coité, antes de se mudarem para a cidade de Goianésia-GO.

Lázaro faleceu em 23 de maio de 2008 em Brasília-DF, com 82 anos de idade. No registro3 civil de óbito, pode-se ler:

“[…] Certidão de Óbito […]
Certifico que aos 24 de maio de 2008, sob os números acima mencionados, do Livro de Registro de Óbitos deste Cartório, foi lavrado o óbito de:
LÁZARO CLAUDINO DA COSTA
Falecido aos vinte e três dias do mês de maio do ano de dois mil e oito […], Brasília-DF […]
Natural de Conceição da Aparecida-MG […]
Com 82 (oitenta e dois anos de idade), estado civil casado,
Filho de PERCILIANO CLAUDINO DA COSTA
e de FRANCISCA PAULO DE OLIVEIRA,
Foi declarante: WILSON CLAUDINO DOS SANTOS […]
Observação: Era eleitor em Goianésia-GO. Deixou bens a inventariar, não deixou testamento conhecido. Deixou nove (09) filhos a saber: […] WILSON 49 anos […] Deixou viúva a sra ELFRIDA RIBEIRO DA COSTA […] O declarante comparece na qualidade de filho do falecido […]”

Já Elfrida, faleceu veio a falecer aos 15 de maio de 2010, em Goiânia-GO com 80 anos de idade. No registro4 civil de óbito, pode-se ler:

“[…] Certidão de Óbito
Nome
ELFRIDA RIBEIRO DA COSTA […]
Estado civil e idade
Viúva, 80 anos
Naturalidade
Cumari-GO […]
Filiação […]
JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS e AMÉLIA DA SILVEIRA BRANQUINHO
Data e hora do falecimento
Quinze de maio de dois mil e dez […]
Local do falecimento
Hospital Amparo, em Goiânia-GO”

Foram filhos de Elfrida Ribeiro dos Santos e Lázaro Claudino da Costa:

  1. MARIA, nasceu por volta de 1949 muito provavelmente em Caturaí-GO.
  2. VALDIVA RIBEIRO DA COSTA.
  3. VALDIVINA RIBEIRO DA COSTA.
  4. MILTON CLAUDINO DA COSTA.
  5. AMÉLIA RIBEIRO DA COSTA.
  6. WILSON CLAUDINO DOS SANTOS.
  7. AIRTON CLAUDINO DA COSTA.
  8. ZILDA (Zildinha) CLAUDINO DA COSTA.
  9. LEVI SANTOS COSTA.
  10. DAVI CLAUDINO DA COSTA.
  11. IZILMA CLAUDINO.

Capítulo II – Os Pais

Perciliano Claudino da Costa e Francisca Paula de Oliveira

Perciliano Claudino da Costa nasceu em 10 de agosto de 1893 em Areado-MG, sendo batizado aos 24 de agosto do mesmo ano na igreja Matriz de São Sebastião do Areado. Ele era filho de João Claudino da Costa e de Anna Francisca de Jesus. No seu registro de batismo5, pode-se ler:

“Aos vinte e quatro dias do mez de agosto de mil oitocentos noventa e trez n’esta Matriz de São Sebastião de Areado, baptisei solenemente e puz os Santos Oléos ao innocente PRECILLIANO, branco, nascido nas Anhumas, à dez d’este; filho legitimo de João Claudino da Costa e Anna Francisca de Jesus, forão Padrinhos, Joaquim Custodio de Oliveira e sua mulher Anna Custodia de Carvalho. Pelo Vigr.° Pimentel O Vig° (?)”

E no seu registro civil de nascimento6, pode-se ler: 

“Certidão de Nascimento

PERCILIANO
(…)
Data de nascimento (por estenso): Dez dias do mês de Agosto do ano de mil oitocentos e noventa e três (…)
Hora de nascimento: 21:00
Naturalidade: Areado-M
Município de Registro e Unidade da Federação: Areado-MG
Lucal. Município de Nascimento e UF: No lugar denominado “Ihaumas” Areado-MG (…)
Filiação: Mãe: ANNA FRANCISCA DE JEZUS Pai: JOÃO CLAUDINO DA SILVA
Avós: Maternos: Emerenciana Maria de Jezus e FRANCISCO PEREIRA DE SOUZA e Paternos: CLAUDINO LUIZ DA COSTA e LAUDINA DE OLIVEIRA RUELLA (…)
(…)”

Perciliano se casou primeiramente com Francisca Paula de Oliveira, filha de Joaquim Ignácio de Oliveira e de Maria Angela de Jesus. Ela nasceu aos 2 de abril de 1898, também em Areado-MG, sendo batizada aos 30 do mesmo mês e ano na igreja matriz de São Sebastião do Areado. No seu registro de batismo7, pode-se ler:

“Aos 30 de Abril de 1898, nesta Matriz de S. Sebastião do Areado, baptizei solenemente à innocente FRANCISCA, filha legítima de JOAQUIM IGNACIO DE OLIVEIRA GOMES e Dona MARIA ANGELA DE Jesus, nascida aos 2 d’este. Forão padrinhos Ananias da Cruz de Oliveira e Maria Isidoria da Silva. E para constar faço este assento que assigno. O Vigr.° P. Vicente Fazio”

Ambos os registros constam informação do casamento dos dois, mas infelizmente não informou a localidade. É muito provável que tenha sido em Areado-MG, mas os livros paroquiais da época só vão até o ano de 1914. Entretanto, é no registro de batismo de Francisca que conta mais detalhes do casamento:

“A mesma casou 22 de Maio de 1915 com Prisciliano da Costa, filho João Claudino da Costa e Francisca de Paula Oliveira. PP. Pacifico Calori e José Jacobi. O Vigr.° P. João Baptista (?)”

Segundo familiares, Perciliano era um homem muito rígido e autoritário. Um de seus filhos, por exemplo, não mantinha contato com o pai devido às suas atitudes.

Francisca veio a falecer em 20 de junho de 1940 em Muzambinho-MG, durante o parto de sua filha, que foi batizada com o seu nome.

Foram filhos de Francisca de Paula Oliveira e Perciliano Claudino da Costa:

  1. JOÃO CLAUDINO DA COSTA (2°).
  2. JOSÉ CLAUDINO DA COSTA.
  3. ROZENDO CLAUDINO DA COSTA.
  4. BENTO CLAUDINO DA COSTA.
  5. MARIA DA COSTA, faleceu em Minas Gerais, no dia 23 de fevereiro de 1917, recém-nascida, em Areado-MG.
  6. JUVERCINA CLAUDINO DA COSTA, nascida aos 12 de dezembro de 1920 em Areado-MG.
  7. JOAQUIM CLAUDINO DA COSTA.
  8. LÁZARO CLAUDINO DA COSTA (Capítulo I – Um resumo de sua história).
  9. PAULO CLAUDINO DA COSTA, nascido aos 28 de junho de 1926 em Conceição da Aparecida-MG. Paulo veio a falecer no dia 31 de outubro de 2005.
  10. FRANCISCA DE PAULA OLIVEIRA, nascida aos 20 de junho de 1940 em Muzambinho-MG.

Após a morte de Francisca, Perciliano se casou pela segunda vez, com Porfíria Candida da Costa. Perciliano veio a falecer em 25 de setembro de 1966 na cidade de Crixás-GO, segundo informações de familiares (registro ainda por ser encontrado).

Foram filhos de Porfíria Candida da Costa e Perciliano Claudino da Costa:

  1. ROSALINA CLAUDINO DE OLIVEIRA.
  2. LUIZA CLAUDINA DA COSTA SOARES.

Capítulo III – Os Avós

João Claudino da Costa e Anna Francisca de Jesus

João Claudino da Costa nasceu por volta de 1848 (segundo registro de casamento, teria 23 anos na data do casamento). Ele era filho de Claudino Luiz da Costa e de Laudina de Oliveira Ruellas. Nas buscas nos arquivos paroquiais de Alfenas e Areado, foi encontrado somente o seguinte registro8, referente à uma criança chamada Claudino, o que leva a crer que possa ter sido João, tendo havido um equívoco no momento da escrita do registro (a confirmar).

“Aos cinco de Dezembro de mil oito centros e quarenta e sete nesta Capella de São Sebastião de Areado, baptizei solenemente e puz os Santos Oleos à Claudino, branco, de idade trêz dias, filho legítimo de Claudino Luiz da Costa e de Claudina Maria de Jesus, sendo Padrinhos Joaquim Francisco Ribeiro e Umbelina (?) de Jesus. O Vigr.° Antônio Mariano Teixeira Pimentel.”

Ele se casou com Anna Francisca de Jesus, filha de Francisco Pereira de Souza e de Emerenciana Maria de Jesus. Anna teria nascido por volta de 1855 (pois teria 16 anos na data de seu casamento). Um registro atribuído à Anna foi encontrado em Areado-MG (nesse registro de batismo, o nome de sua mãe aparece diferente do que era esperado, o que não invalida o registro já que era muito comum erros no momento da escrita deles). Ela teria nascido aos 12 de junho de 1851 nas Pitangueiras, e batizada aos 20 do mesmo mês e ano na Matriz de São Sebastião e Dores de Alfenas, Areado-MG. No seu registro9 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte de Junho de mil oito e centos e cincoenta e um, nesta Matriz de Sam José Dores das Alfenas, baptizei solenemente e puz os Santos Oleos a ANNA, branca, de idade oito dias, filha legitima de FRANCISCO PEREIRA DE SOUZA e de CRESCENCIA MARIA DE JESUS, nas Pitangueiras, foram padrinhos José Claudino Ferreira e Roza Maria de Jesus. O Vigr.° (?)”

João Claudino da Costa e Anna Francisca de Jesus se casaram aos 23 de setembro de 1871, em Alfenas-MG. No registro10 do casamento, pode-se ler:

“Aos 23 de setembro de 1871 nesta Matriz de São José e Dores em presença de Antônio Raro Gomes Ferreira e Vicente Rodriguez da Costa, receberam em matrimonio JOÃO CLAUDINO DA COSTA, branco 23 anos, filho legitimo de CLAUDINO LUIS DA COSTA e LAUDINA DE OLIVEIRA RUELLA e ANNA MARIA DE JESUS, de 16 anos, filha legitima de FRANCISCO PEREIRA DE SOUZA, fallecido e EMERENCIANA MARIA DE JESUS. Tendo sido perante despensado no (?) de 4° grau de consanguinidade que estavao ligados e ambos naturais e moradores nesta Freguezia e logo comferi. O Vigr.° José Carlos Martins”

João faleceu no dia 15 de abril de 1916, em Areado-MG com 61 anos de idade. No registro11 civil de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

JOÃO CLAUDINO DA COSTA
(…)
Estado civil e idade: Casado, com 61 anos de idade (…)
Filiação e residência: Filho de Claudino de Tal e Laudina
Data e hora de falecimento: 15 de abril de 1916 às 20:00 horas.
Local de falecimento: No bairro denominado Cruzes em Areado-MG.
Causa da morte: Tuberculose Pulmonar.
Sepultamento / cremação: Cemitério municipal de Areado-MG. (…)
Averbações / Anotação à acrescer: Deixa os filhos: FRANCISCO ANTONIO DA COSTA, EMERENCIANA FRANCISCA DE JESUS, JOÃO BAPTISTA DA COSTA, ANTONIO CLAUDINO DA COSTA, JOSÉ CLAUDINO DA COSTA, MARIA FRANCISCA DE JEZUS, SEBASTIÃO CLAUDINO DA COSTA, CAROLINA FRANCISCA DE JESUS e PERCILIANO CLAUDINO DA COSTA (…)”

Foram filhos de Anna Francisca de Jesus e João Claudino da Costa:

  1. FRANCISCO CLAUDINO (ANTÔNIO) DA COSTA, nascido aos 24 de agosto de 1872 e foi batizado aos 5 de setembro do mesmo ano, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio de Oliveira Ruelas e Emerenciana Maria de Jesus, avó materna. Ele se casou com Constância Maria de Jesus, filha de José Luiz da Costa e de Lina Maria de Jesus, no dia 27 de julho de 1895.
  1. EMERECIANA FRANCISCA DE JESUS, nascida por volta de 1873. Emerenciana se casou com Antônio Marques Rodriguez, filho de Manoel Marques Rodrigues e de Rita Maria de Jesus, no dia 4 de outubro de 1890.
  2. EMERENCIANA MARIA DE JESUS, nascida aos 1 de março de 1874 (Munzambo) e foi batizada aos 11 do mesmo mês e ano em Areado-MG. Foram padrinhos João Custódio de Oliveira e Laudina de Oliveira Ruellas, avó paterna. Ela se casou com Eugenio Bispo da Silva, filho de Joaquim Silvestre Rodrigues e de Felicidade Clementina de Jesus, no dia 5 de julho de 1889.
  3. JOÃO, veio a falecer ainda criança no dia 10 de julho de 1876 em Areado-MG. No registro de sepultamento, não foi mencionado a causa da morte nem a idade de João, somente que era “párvulo”, que significa que era criança. É mencionado que eram moradores nas Palmeiras.
  4. JOÃO BAPTISTA DA COSTA, que foi casado com Rita Maria de Jesus em segundo casamento desta, sendo o primeiro com João Damasceno Ribeiro, na Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG, na data de 8 de outubro de 1900. Especula-se que João tenha nascido após a morte do seu irmão de mesmo nome, entre 1876 e 1879.
  5. MARIA JOAQUINA DE JESUS, nasceu aos 15 de agosto de 1879 e foi batizada aos 31 do mesmo mês e ano na matriz de São Joaquim, atual município de Alterosa-MG. Foram padrinhos Francisco Ferreira Rocha e Maria Francisca do Nascimento. Ela se casou com Antônio Romão Ferreira, filho de João Ferreira Rocha e de Maria Victorio dos Anjos, em Areado-MG, no dia 6 de fevereiro de 1904.
  6. MIGUEL CLAUDINO DA COSTA, nascido por volta de 1882 vindo a falecer em 1 de outubro de 1884 em Areado-MG.
  7. CAROLINA, nascida aos 14 de julho de 1883 e foi batizada aos 29 de julho do mesmo ano na matriz de São Joaquim, atual município de Alterosa-MG. Foram padrinhos José Francisco Terra e Carolina Umbelina de Lima.
  8. JOSÉ CLAUDINO DA COSTA, nascido aos 14 de novembro de 1885 nas Anhumas e foi batizado aos 29 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio Luiz da Costa, tio paterno, e sua esposa Bonifácia Candida de Souza. Ele se casou com Anna Francisca de Jesus, filha de José Antônio de Oliveira e de Dovirgem Rozina de Jesus no dia 24 de julho de 1909.
  9. ANTÔNIO CLAUDINO DA COSTA, nasceu por volta de 1886, pois tinha 23 anos na data de seu casamento. Ele se casou com Bazilia Maria de Jesus, filha de Francisco Antônio de Oliveira e de Rita Maria da Conceição, aos 16 de outubro de 1909 em Areado-MG. Antônio teria se casado uma segunda vez, com Julia Luiza de Oliveira, mas sem registro de casamento encontrado até então.
  10. SEBASTIÃO CLAUDINO DA COSTA, nascido aos 10 de dezembro de 1888 nas Anhumas e foi batizado aos 29 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Sabino de Oliveira Ruellas e sua esposa Maria Delfina do Carmo.
  11. CAROLINA CLAUDINA DE JESUS, nasceu aos 10 de julho de 1891 e foi batizara aos 26 do mesmo mês e ano na Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio Marques Roiz e sua mulher Emerenciana Francisca de Jesus. Ela se casou com João Baptista da Silva, filho de João Baptista de Oliveira e de Anna Thereza da Silva aos 25 de julho de 1908 em Areado-MG.
  12. PERCILIANO CLAUDINO DA COSTA (Capítulo II – Os Pais).
  13. JONAS CLAUDINO DA COSTA, nascido aos 11 de dezembro de 1895 e foi batizado aos 25 do mesmo mês e ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim Vieira de Lima e sua esposa Maria (?) de Jesus.

Joaquim Ignácio de Oliveira e Maria Angela de Jesus

Joaquim Ignácio de Oliveira nasceu em 19 de fevereiro de 1869 em Areado-MG. Ele era filho de Francisco Ignácio de Oliveira e de Maria Clara Gomes. No seu registro12 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte oito dias do mez de fevereiro de mil oito centos e secenta e nove, nesta capella de São Sebastião do Arado, baptisei solenemente e puz os Santos Oleos ao innocente JOAQUIM, branco, de idade de nove dias, filho legítimo FRANCISCO IGNÁCIO DE OLIVEIRA e MARIA CLARA GOMES. P.P. José Vicente Ferreira Martinz e Anna Domingas Ribeira. O Vigr.° Antônio Mariano Teixeira Pimentel.”

Joaquim se casou com Maria Angela de Jesus, nascida aos 2 de outubro de 1874 em Areado-MG e foi batizada aos 11 do mesmo mês e ano na matriz de São Sebastião do Areado. Ela era filha de Antônio Esteves Gomes e de Maria Luiza de Jesus. No seu registro13 de batismo, pode-se ler:

“Aos onze dias do mez de outubro de mil oito centos e setenta e quatro nesta Matriz de São Sebastião do Areado Baptizei solenemente e puz os Santos Óleos a inocente MARIA, bra, idade 9 dias, filha legma de ANTÔNIO ESTEVES GOMES e MARIA LUIZA DE JS, nascida nos Gomes; forão Padrinhos José Francisco Gomes, solteiro e sua mãi Gertrudes Maria de Jesus. O Vigr.° Antônio Martinho Pereira Pimentel.”

José Francisco Gomes era possivelmente tio de Maria, sendo Gertrudes Maria de Jesus, possivelmente a sua avó materna.

Assinatura de Joaquim Ignacio de Oliveira14.

O casamento ocorreu em 8 de fevereiro de 1890 na cidade de Areado-MG. No registro15 do casamento, pode-se ler:

“Aos oito dias do mez de fevereiro de mil oito centos e noventa n’esta Matriz de São Sebastião do Areado, tendo precedido as canônicas admoestações, a uma e meia hora da tarde, com palavras de presente se receberam por marido e mulher JOAQUIM IGNÁCIO DE OLIVEIRA e MARIA ANGELA DE JESUS; elle, de idade vinte sete annos, filho legítimo de FRANCISCO IGNÁCIO DE OLIVEIRA e MARIA CLARA GOMES, e ella, de idade quinze annos, filha legítima de ANTÔNIO ESTEVES GOMES e da finada MARIA LUISA DE JESUS; ambos nascidos e baptizados n’esta Freguesia, onde são moradores, foram dispensados pelo R.do Vigr.o da Vara da Comarca, Conego José Carlos Martins do impedimento de quarto grau por consanguinidade da linha transversal; foram testemunhas presentes Manoel Thomaz Barboza e José André Gomes. E para constar mandei fazer o presente assento que por estar conforme assigno. O Vigr.° Antônio Martinho Pereira Pimentel.”

O registro informa que Joaquim possuía 27 anos no momento de seu casamento, o que não pode ser verdade, tendo em vista que nasceu no ano de 1869. Portanto, teria 21 anos de idade.

Joaquim Ignácio de Oliveira e Maria Angela de Jesus foram agraciados na partilha dos bens de Francisco Ignacio de Oliveira, pais de Joaquim. No inventário16 de Francisco, pode-se ler:

“Pagamento feito ao herdeiro Joaquim Ignacio de Oliveira. Sua legitima paterna a quantia de 191,000. Receberá: um cavallo aroiado lavrado por sessenta mil reis. Mais parte nas terras inventariadas a quantia de cento e trinta e um mil reis. Sommando tudo uma quantia de cento e noventa e um mil reis, importancia ante pagamento. Para constar logro este termo que assignam (…)”

Maria Angela de Jesus veio a falecer aos 23 de setembro de 1917 em Areado (antiga Vila Gomes). Ela teve seu inventário iniciado aos 6 de outubro do mesmo ano, tendo como inventariante o seu marido, Joaquim Ignácio de Oliveira.

Mo inventário17, pode-se ler:

“(…) Termo de juramento

Aos seus dias do mez de outubro de mil novecentos e dezesete compareceu presente o Dr. Augusto Cabebas juiz de Direito desta comarca que seu (?) o senhor Joaquim Ignácio de Oliveira e prestou juramento sobre os Santos Evangelios de baixo do qual se comprometeu (?) bens deixados por falecimento de sua mulher D. Maria Angela de Jesus. Para constar lavro este termo que assignei (…)”

Foram filhos de Maria Angela de Jesus e Joaquim Ignácio de Oliveira:

  1. JOÃO, nascido aos 26 de setembro de 1891 nos Gomes e foi batizado 10 de outubro do mesmo ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos João Alves Nogueira e sua esposa Marianna Roza de Oliveira.
  2. ANTÔNIO, nascido aos 30 de agosto de 1892 na Grama. Ele foi batizado aos 6 de setembro do mesmo ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio Esteves Gomes, avô materno, e sua segunda esposa Francisca Maria da Silva.
  3. JOÃO AMARO DE OLIVEIRA, nascido aos 15 de janeiro de 1894 nas Gramas. Ele foi batizado aos 25 do mesmo mês e ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Francisco Ignácio de Oliveira e sua esposa Maria Clara Gomes, seus avós paternos. João se casou com Anna de Jesus, filha de Joaquim Pedro da Costa e de Maria Zepherina de Jesus em 5 de outubro de 1918, em Areado-MG.
  4. VENERANDO, nascido aos 22 de novembro de 1895 e foi batizado aos 25 de dezembro do mesmo ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos José Baptista de Oliveira e sua esposa Luiza Theodora de Jesus. Venerando se casou com Maria Augusta Martins, filha de José Procópio Martins e de Feliciana Augusta da Silva, em 19 de outubro de 1918, em Areado-MG.
  5. MARIA IGNÁCIA DE OLIVEIRA, nascida em 1896, se casou com Francisco Antônio de Toledo, filho de Francisco Antônio de Oliveira e Rita Maria da Conceição, aos 28 de setembro de 1912.
  6. BENEDICTO, nascido aos 24 de abril de 1900 e foi batizado aos 21 de julho do mesmo ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio Esteves Gomes, seu avô materno, e Faustina Maria de Jesus, sua madrasta, terceira esposa de seu avô materno Antônio Esteves Gomes.
  7. VENTURA IGNÁCIO, nascido aos 1 de setembro de 1902 e foi batizado aos 11 do mesmo mês e ano, na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Boaventura Esteves Gomes e Carolina Raphaela de Jesus, seus tios maternos. Ele se casou com Onorpha Maria dos Anjos, filha de Ignácia Maria de Jesus. O casamento ocorreu aos 25 de dezembro de 1925.
  8. RUFINA MARIA DE JESUS nasceu por volta de 1903. Ela foi casada com José Joaquim da Silva, filho de José Joaquim da Silva e Donana Rosalina de Jesus, aos 19 de junho de 1920 em Areado-MG.
  9. FRANCISCA PAULA DE OLIVEIRA (Capítulo II – Os Pais).
  10. JOSÉ IGNÁCIO DE OLIVEIRA, nascido por volta de 1909 em Areado-MG. Ele se casou com Maria Vitória de Jesus Oliveira. José veio a falecer em 4 de abril de 1990 na cidade de Crixás-GO.
  11. DESCONHECIDO, filho do sexo masculino que morreu no dia 6 de julho de 1913 em Areado-MG com menos de 1 ano de idade.

Joaquim Ignácio de Oliveira se casou uma segunda vez18 após a morte de sua primeira esposa Maria Angela de Jesus. Ele se casou com Maria Luiza da Conceição, filha de Pedro Soares da Costa e de Messias Barbosa de Jesus, no dia 7 de setembro de 1918 em Areado-MG.

Foram filhos de Maria Luiza da Conceição e Joaquim Ignácio de Oliveira:

  1. PEDRO DE OLIVEIRA, nasceu aos 25 de julho de 1919 em Areado-MG.
  2. JUVENTINA IGNÁCIO DE OLIVEIRA, nasceu aos 24 de julho de 1920 em Areado-MG.
  3. HERCILIA IGNÁCIO DE OLIVEIRA, nasceu aos 10 de junho de 1926 em Areado-MG.
  4. ADHEMAR DE OLIVEIRA, nasceu aos 21 de abril de 1929 em Areado-MG.

Capítulo IV – Os Bisavós

Claudino Luiz da Costa e Laudina de Oliveira Ruellas

Claudino Luiz da Costa nasceu por volta de 1808 em local desconhecido (ano estimado através do seu registro de sepultamento). Nada foi encontrado nos registros de batismo da freguesia de São Sebastião do Areado (Areado-MG) ou Nossa São Jorśe e Dores (Alfenas-MG) cujo registros de batismo começam a partir de 1807. Entretanto, foi encontrado nos registros de casamento de Alfenas-MG, um registro atribuído a um tal de João Luis da Costa, natural de Três Pontas, filho de João Luis da Costa e Maria Ignácia. Isso pode indicar que seja relacionado à Claudino. Mais pesquisas são necessárias nos livros de Três Pontas e Lavras para determinar se essa teoria é correta.

Claudino Luiz da Costa se casou com Laudina de Oliveira Ruellas antes de 1830 (data de batismo do primeiro filho conhecido do casal) e em lugar desconhecido até então (muito provavelmente Alfenas-MG ou Cabo Verde-MG). No Censo realizado no ano de 1831, Laudina não é mencionada morando com seus pais, o que indica que já era casada.

Laudina nasceu aos 10 de dezembro de 1812 e foi batizada aos 10 de janeiro de 1813 na Capela de São José e Dores, atual Alfenas-MG. Entretanto, o seu registro de batismo foi feito nos livros da Matriz de Cabo Verde-MG. Em alguns registros o nome de Laudina varia para Laudina Maria de Jesus ou até mesmo Claudina da Silva Borges. Ela era filha de Antônio de Oliveira Ruelas e de Feliciana Antunes. No seu registro19 de batismo, pode-se ler:

“Aos dez dias do mez de Janeiro de mil oito centos e treze annos na Capela de São Jozé e Dores, filial desta Matriz baptizou e pos os Santos Oleos o Reverendo Capellão Joaquim José Firmino a LAUDINA, de idade de hum mez, filha de ANTONIO D’OLIVEIRA RUELLAS e FELICIANA ANTUNES; forão padrinhos: Manoel Antunes Barboza e Mariana ? Ferreira. […] todos desta Freguezia do qual fiz este asento. O Vigro ? Joaquim Ribeiro ?”

No censo acima mencionado, consta o nome de um tal de Claudino Ferreira, casado com uma tal de Claudina, ambos livres e sem filhos até então. As idades mencionadas batem também com o ano de nascimento estimado de Claudino, assim como o ano exato de nascimento de Laudina.

Laudina e Claudino foram agraciados no testamento de Antônio de Oliveira Ruelas., pai de Laudina. No testamento20, pode-se ler:

“(…) Pagamento feito a senhora LAUDINA casada com CLAUDINO LUIZ DA COSTA, de sua legitima parterna da quantia de oitenta e cinco mil duzentos e oitenta e dois reis. Dase-lhe o seguinte = Cinco carros de lavra, dois mil e quatocentos; Hum Lombelho velho, tres mil reis, Huma Espingarda velha, quatro mil reis. A vigezima segunda parte da parte das terras divididas na Fazenda das Inhumas, onze mil trezentos e setenta e dois reis. Parte na escrava Francisca criola setenta e quatro mil quatrocentos e vinte reis. Com o que somma e fica liquido este fraguimento na quantia de oitenta e cinco mil duzentos e oitenta e dois reis.
E nesta forma ? eles Juiz e Partidores este fraguimento for feito e acabado, com tida igual parte de Deireito, de que fizera consta faço este encerramento, que assignarão depois de lido, por mim, Francisco Joaquim Pereira Escrivão interino de Alfenas que escrevi (…)”

Pode-se notar a partir do trecho do testamento acima que Laudina e seu marido Claudino, além de alguns bens materiais, quantias em dinheiro e terras, herdaram também uma parte em uma escrava de nome Francisca. Após pesquisas nos livros de batismo da freguesia de São José e Dores, foi encontrado o registro21 abaixo:

“Aos vinte e seis do mez de Novembro de mil oito centos e quarenta e quatro na frequezia de São Joze e Dores, nas Palmeiras, nasceu huma Inocente preta, filha legitima de Fortunato e de Ritta, Africanos, escravos de ANTÔNIO DE OLIVEIRA RUELAS aos seis dias do mez de Dezembro do mesmo anno nesta Matriz, a Baptizei solenemente puz os Sanctos Oleos e dei = o nome de FRANCISCA, sendo Padrinhos: CLAUDINO LUIZ DA COSTA e LAUDINA MARIA DE SANCTA ANNA, de que faço este Termo. O Vigr.o Joze Carlos Martinz.”

Claudino Luiz da Costa veio a falecer em 1 de março de 1868, em Areado-MG, com 60 anos de idade. No seu registro22 de sepultamento, pode-se ler:

“Ao primeiro dia do mez de março de mil oito centos e secenta e oito, sepultou-se no Cemitério publico deste Curato, CLAUDINO LUIZ (DA COSTA), branco, idade de secenta annos, casado com LAUDINA MARIA DE JESUS, morador nas palmeiras. Faleceu de morfea, deixou filhos. A Cura Antônio Martinho Pereira Pimentel.”

A partir do registro de óbito de Claudino, pode-se afirmar que Laudina teria falecido após 1868, pois consta que Claudino era casado e não viúvo na data de sua morte.

Foram filhos de Laudina de Oliveira Ruellas e Claudino Luiz da Costa:

  1. ANTÔNIO, nasceu aos 17 de dezembro de 1830 e foi batizado no dia 2 de janeiro de 1831 na Capela de São José e Dores em Alfenas-MG. Foram padrinhos, Antônio de Oliveira Ruelas e Feliciana Antunes. Deve ter falecido ainda criança, pois outro filho do casal foi chamado de João, o que não era muito comum.
  2. ANTÔNIO LUIZ DA COSTA, foi batizado aos 23 de abril de 1837 na matriz de São José e Dores em Alfenas-MG. Foram padrinhos João Ferreira Rocha e Jacinta Maria de Jesus. Ele foi casado com Bonifácia Candida de Souza. Antônio veio a falecer no dia 18 de julho de 1905, em Minas Gerais, com idade de 66 anos.
  3. MARIANA, foi batizada aos 30 de dezembro de 1838 na capela de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos José de Oliveira Ruelas e Jesuína Maria de Jesus. Consta no registo que sua mãe se chamava Claudina da Silva.
  4. FRANCISCO CLAUDINO DA COSTA, foi batizado aos 23 de novembro de 1840 na capela de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio de Oliveira Ruela e Feliciana Antônia de Jesus. Consta no registro que a mãe se chamava Claudina da Silva Borges.
  5. JOAQUIM, nasceu no Morro do Pito (parte da Freguesia de São José e Dores – Alfenas-MG) no dia 4 de outubro de 1842 e foi batizada no dia 16 do mesmo mês e ano na Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim de Oliveira Ruellas e Constância Maria de Jesus. Existe um erro no registro em que consta o nome Constância em primeiro e no texto do registro, consta Joaquim como o nome dado a criança.
  6. MARIANA, nasceu aos 9 de julho de 1844 no Morro do Pito (Areado-MG) e foi batizada aos 21 do mesmo mês e ano na matriz de São José e Dores em Alfenas-MG. Foram padrinhos Joaquim Antônio de Paiva e Jesuinna Maria de Jesus.
  7. EMERENCIANA, nasceu por volta de 1846 e faleceu dois anos depois, no dia 24 de junho de 1848 em Alfenas-MG.
  8. CLAUDINO, nasceu aos 2 de dezembro de 1847 e foi batizado aos 5 do mesmo mês e ano na capela de São Sebastião do Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim Francisco Ribeiro e Umbelina Maria de Jesus.
  9. JOÃO CLAUDINO DA COSTA (Capítulo III – Os Avós).

Francisco Pereira de Souza e Emerenciana Maria de Jesus

Francisco Pereira de Souza nasceu entre 1808 e 1811 (pois tinha 20 anos no Censo de 1831 realizado em Cabo Verde-MG). Ele se casou duas vezes. Seu primeiro casamento foi com Anna Luciana de Jesus, antes de 1821, em um local não especificado. Anna Luciana de Jesus faleceu antes de 1845, ano em que Francisco se casou com sua segunda esposa, Emerenciana Maria de Jesus.

No Censo de 1831 realizado na freguesia de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Verde23, atual Cabo Verde-MG, pode-se ler:

(…)
Francisco Pereira Branco 20 (anos) Casado Lavoura
Anna B. 32 (anos) C.
Francisco B. 7 (anos)
Ilias B. 5 (anos)
Eria B. 3 (anos)
João B. 1 (ano)

Analisando as idades, é altamente provável que o censo tenha ocorrido em Cabo-Verde-MG antes de 1831, dado que seus filhos teriam então pelo menos 2 a 3 anos a mais. Além disso, se Francisco tivesse apenas 20 anos em 1821, seria improvável que já tivesse filhos por volta de 1821 (nascimento de sua primeira filha). Outro ponto a ser observado é que Elias e Iria foram provavelmente trocados na listagem, possivelmente devido a um erro do escrivão.

Foram filhos de Anna Luciana de Jesus e Francisco Pereira de Souza:

  1. FRANCISCO, nasceu no bairro de São João e foi batizado aos 19 de agosto de 1821 na Matriz de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Verde, em Cabo Verde-MG. Foram padrinhos Bernardo Luiz Barboza e sua mulher Antônia Joaquina.
  2. IRIA, batizada aos 12 de maio de 1823 na Matriz de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Verde, em Cabo Verde-MG. Foram padrinhos José Pereira de Souza e sua mulher Anna Dias do Nascimento. O registro informa que Francisco e Anna moravam no bairro de São João na data do batismo.
  3. ELIAS, batizado aos 8 de fevereiro de 1825 na igreja matriz de Cabo Verde-MG. Foram padrinhos Bernardo Luiz Barboza e José Garcia. Informa também que Francisco e Anna moravam no bairro São João.
  4. ANTÔNIA, nasceu por volta de fevereiro de 1827 e foi batizada aos 11 de março do mesmo ano na igreja matriz de Cabo Verde-MG. Não foram informados os nomes dos padrinhos por um erro provável do vigário na hora de transcrever o batismo. Informa, porém, que os pais moravam no bairro dos Freires.
  5. JOÃO PEREIRA DE MELLO, nascido por volta de 1829 em Cabo Verde-MG. Ele se casou com Joana Maria de Jesus, filha de Claudino José Ferreira e de Marianna Francisca de Jesus em 19 de maio de 1850, em Alfenas-MG.

Em seguida, Francisco Pereira de Souza casou-se com Emerenciana Maria de Jesus, filha de Claudino José Ferreira e Marianna Francisca de Jesus. Emerenciana nasceu em 6 de agosto de 1826 no Bairro das Bananas (Alfenas-MG) e foi batizada em 26 do mesmo mês e ano na Capela de São José e Dores de Alfenas-MG. No seu registro24 de batismo, pode-se ler:

“Aos 26 de agosto de 1826 nesta Capella de S. José e Dores de Alfenas, Baptizei e puz os Santos Oleos à EMERENCIANA de 20 dias, filha legítima de CLAUDINO JOSÉ FERREIRA e de MARIANA FRANCISCA, nascida no bairro das Bananas. P.P. Antônio Joaquim Marques, e Anna Francisca do Nascimento. O Vigr.° Venancio José de Siqueira”

O casamento ocorreu em 30 de junho de 1845 na Igreja Matriz de São José e Dores, em Alfenas-MG. No registro25 de casamento, pode-se ler:

“Aos trinta dias do mez de junho de mil oito centos e quarenta e sinco, n’esta Freguesia de Sam Jose e Dores, na Igreja Matriz, pelas duas horas da tarde, em presença das testemunhas o Tenete Antônio Joze de Albuquerque e Pedro de Oliveira Ruellas, receberam Matrimonio solene os Contraentes FRANCISCO PEREIRA DE SOUZA, branco, lavrador, de idade quarenta e seis annos, viuvo, que ficou por falecimento de ANNA LUCIANNA DE JESUS, e EMERENCIANNA DE JESUS, branca, de idade deseseis annos, filha legitima de CLAUDINO JOSÉ FERREIRA e de MARIANNA FRANCISCA DE JESUS, natural d’esta Freguesia; e logo conferi as Benções Nupciaes, de que faça este Termo. O Vigr.° Jose Carlos Martins.”

Francisco Pereira de Souza já era falecido no ano de 1871, como consta no registro de casamento10 de sua filha Anna Francisca de Jesus.

“(…) Aos 23 de outubro de 1871 (…) Anna Maria de Jesus de 16 annos filha legitima de Francisco Pereira de Souza, já fallecido (…)”

Foram filhos de Emerenciana Maria de Jesus e Francisco Pereira de Souza:

  1. MARIANA, nasceu aos 16 de fevereiro de 1848 no morro do Pito (Areado-MG) e foi batizada no dia 27 do mesmo mês e ano na igreja Matriz de São José e Dores, situada em Alfenas-MG. Foram padrinhos José Ferreira Rocha e Florenciana Francisca da Silva.
  2. LUIZ, nascido aos 26 de setembro de 1849 e foi batizado aos 2 de setembro do mesmo ano na Matriz de São José e Dores de Alfenas, Alfenas-MG. Foram padrinhos Antônio D’Avila Borges e Antônia Joaquina de Souza.
  3. MARIA, foi batizada aos 27 de abril de 1851 na matriz de São José e Dores de Alfenas-MG. Informa que os pais viviam nas Palmeiras e que teria também sido batizada anteriormente em São Joaquim, atual Alterosa-MG. Foram padrinhos, Antônio José Ferreira e Marianna Francisca.
  4. ANNA FRANCISCA DE JESUS (Capítulo III – Os Avós).
  5. VENÂNCIA MARIA DE JESUS, nascido por volta de 31 de maio de 1853 nas Palmeiras e foi batizada aos 10 de junho de 1853, na Matriz de São Sebastião e Dores de Alfenas, Alfenas-MG. Foram padrinhos José Ferreira Rocha e Franciscana Francisca da Silva. Ela foi casada com Antônio Luiz da Costa, filho de José Luiz da Costa e Marianna de Oliveira Ruellas, aos 8 de setembro de 1873, em Areado-MG.
  6. JOSÉ PEREIRA DE SOUZA, nascido aos 16 de junho de 1856 nas Palmeiras e foi batizado aos 24 do mesmo mês e ano na Matriz de São José e Dores de Alfenas, Alfenas-MG. Foram padrinhos José Ferreira Rocha e Florenciana Francisca da Silva. Ele veio a falecer aos 3 de outubro de 1945 em Icaturama-SP.
  7. JOAQUIM PEREIRA DE SOUZA, nascido aos 11 de setembro de 1858 e foi batizado no dia 26 do mesmo mês e ano nas Palmeiras, em Areado-MG. Foram padrinhos Francisco de Paula Gomes e Rita Maquilina da Silva. Joaquim se casou com Balbina Maria de Jesus. Ele veio a falecer no dia 12 de dezembro de 1917 em Areado-MG.
  8. ISRAEL, nasceu aos 2 de julho de 1860 nas Palmeiras, e foi batizado aos 22 do mesmo mês e ano na igreja matriz de São José e Dores, em Alfenas-MG. Foram padrinhos João Baptista da Silva Bastos e Anna Candida da Silva.

Francisco Ignácio de Oliveira e Maria Clara Gomes

Francisco Ignácio de Oliveira nasceu em 1831 em Três Pontas-MG. Ele era filho de José Ignácio de Azevedo (de Oliveira) e de Barbara Maria de Jesus (da Silva). No registro27 de batismo, pode-se ler:

“Na era de 1831 ? foi Solene Baptizado pello P. Francisco Glzes de Aguiar o Inocente FRANCISCO, Filho legitimo de JOZE IGNACIO DE AZEVEDO e BARBARA MARIA DA SILVA e forão Padrinhos Joze Ferreira Ribeiro e Antonia mulher (?) do que sinão acha assinto lançado em tempo por mais que procurou-se não foi possível achar, por logo foi já lançar o presente confirmado por (?) que delle conhecimento tem, com vista disso foi lançar (?) para todo tempo constar. Villa das Tres Pontas. Vinte sinco de setembro de mil oito sentos e sequenta tres.”

O registro de batismo não consta a data exata de nascimento e como pode-se ler, foi feito anos depois do batismo.

Francisco se casou com Maria Clara Gomes (do Nascimento ou de Jesus) em 2 de novembro de 1853. Maria era filha de Manoel Antônio Ribeiro e de Felicia Honória dos Anjos. Ela nasceu por volta de 1831, em local ainda desconhecido, pois tinha 77 anos no ano de seu falecimento.

Existe uma boa chance que ela tenha ligações com a família de João Esteves Gomes (ainda a confirmar com documentos e registros). Essa teoria tem embasamento no registro de batismo de um dos filhos de João Gomes Ribeiro e Maria Domingos do Nascimento, onde Maria Clara Gomes e seu marido, Francisco Ignácio de Oliveira, aparecem como padrinhos. No registro28 de casamento, pode-se ler:

“Em virtude da licença dada pelo mto Rdo Conigo Jose Carlos Martins, eu o Pe Antônio Fernandes Muniz recebi em Matrimonio FRANCISCO IGNÁCIO DE OLIVEIRA e MARIA CLARA DE JESUS, lhes dei as Benções Nupciaes aos dois de novembro de mil oito centos e cincoenta e tres, sendo testemunhas Antônio Ferreira de Mello e Joaquim Gomes Ribeiro, e isto pelas duas horas da tarde. O Vigr.° José Carlos Martins.”

Maria Clara Gomes e Francisco Ignácio de Oliveira foram agraciados na partilha dos bens de Manoel Antônio Ribeiro, pais de Maria. No inventário29 de Manoel, pode-se ler:

“(…) PAgmento feito a herdeira D. MARIA CLARA GOMES casada com FRANCISCO IGNACIO DE OLIVEIRA a saber¨:
De sue legitima parterna 191,000
De sua doação materna 151,300 342,300

Haverá:
1 Banco usado ao valor de 1,000
2 Foices usadas no valor de 2,500 5,000
1 Enchada usada no valor de 1,280
1 Boi de nome Almirante no valor de 45,000
Parte nas terras inventariadas na Fazenda denominada dos Gomes Districto de Areado 3:500,000 290,520 (…)”

E mais a frente no inventário, temos mais detalhes:

“(…) Pagamente feito a herdeira filha Dona MARIA CLARA GOMES cazada com FRANCISCO IGNACIO DE OLIVEIRA a saber: De sua legitima parterna da quantida de cento e noventa e um mil reis e bens assim da parte que lhe cabe da doação da secção feita pela viuva inventariante com da petição de folhas a quantia de cento e cincoenta e um mil e oito centos reis = sommando estas parcellas em a quantia de trezentos e quarenta e dois mil e oito centos reis. Dão para a o seu pagamento o seguinte a saber: Hum banco usado avaliadao pela quantia de um mil reis, hum mais duas foices usadas avaliadas pela quantia de dois mil e quinhentos reis cada uma importão ambas em a quantia de cinco mil reis, Assim mais uma enxada uzada avaliada pela quantia hum mil duzentos e oitenta reis, Assim mais um Boi de nome Almirante avaliado pela quantia de quarenta e cinco mil reis.Assim mais um parte nas terradas inventariadas e pertencentes a fazenda denominada dos Gomes situada em o Disctrito de São Sebastião do Areado avaliadas na importance de trez contos e quinhentos mil reis e quinhentos mil reis a quantia de duzentos e noventa mil e quinhentos e vinte reis = Sommando todas estas addições em a já mencionada quantia de trezentos e quarenta e dois mil e oito centos reis que é a importancie e o valor total de sua legitima edoação. (…)”

Francisco Ignácio de Oliveira veio a falecer no dia 2 de junho de 1906 em Areado-MG. No registro civil de óbito, descobriu-se o nome dos seus pais, a saber, José Ignácio e Barbara Maria de Jesus. No registro de sepultamento30, pode-se ler:

“Aos seis dias do mez de junho de mil e novecentos e seis foi sepultado neste Cemiterio e encommendado pelo Padre Carmine Lorraca FRANCISCO IGNACIO de setenta e sete annos, casado com MARIA CLARA GOMES. O Vigr.° Marcer Antonio Leorraca”

No registro31 civil de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

FRANCISCO IGNÁCIO DE OLIVEIRA
(…)
Estado civil e idade: Casado, com 77 anos de idade.
Naturalidade: Três Pontas-MG (…)
Filiação e residência: Areado, MG, filho de José Ignácio e Barbara Maria de Jeus.
Data e hora de falecimento: 2 de junho de 1906.
Local de falecimento: No lugar denominado Gomes em Areado-MG.
Causa da morte: Congestão cerebral e sem tratamento médico.
Sepultamento / cremação: Cemitério da saudade de Areado-MG. (…)
Averbações / Anotações a acrescer: Deixa os filhos JOÃO IGNACIO DE OLIVEIRA, HELEODORO FRANCISCO DE OLIVEIRA, EMERENCIANA FRANCISCA DE PAULA, MARIA IZIDORIA, ANNA CLARA DE JESUS e JOAQUIM IGNACIO (…)”

Francisco teve o seu inventário iniciado logo em seguida, no dia 11 de julho de 1906, tendo como inventariante seu filho, Francisco da Cruz Oliveira. No seu inventário16, pode-se ler:

“(…) Inventario em Cartorio

Autoação
Aos onze dias do mez de julho do anno de mil novecentos e seis em meu cartoio autuo uma petiçào e do que reagiu. Para constar faço este auto (…)

Francisco Ignacio de Oliveira Invo
Francisco da Cruz Oliveira Inve

O abaixo assignado na qualidade de procurador e herdeiro do finado Francisco Ignacio de Oliveira Segundo demonstra com a procuraçào juntas e tendo o fallecido deixado herdeiros menores e alguns bens inferiors a 5,000$ e sendo necessario proceder ao inventario, vem prerante a V. Exa requerer que seja designado deixar para o ? prestar juramento e fazer as demais declarações. Sendo o expolio insignificante valor e de grande economia Para os orphães o suplicante endica para louvados os cidadão idoneos José Roque de MAgalhães e João Baptista dos Reis rezidente no logar onde existem os bens, isto com anuencia do Sr Dro promotor da justiça, Colletor Estadual e herdeiros maiores e puberes, Sendo esta D. CA. PEdre benevolo deferimento. (…)”

Primeiras declarações:

“(…) Primeiras declarações

(…) que no Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil nove centos e seis, aos dez dias do mes de julho do dito anno, nesta freguesia de São Sebastião do Areado, Termo e Comarca de Alfenas, Estado de Minas Geraes, em meu cartoiro compareceo com outorante, Dona Maria Clara Gomes, residente nesta Parochia, conhecida pela propria, de mim escrivão de juizo de Paz e Tabelião de notas abaixo declarado e das demais testemunhas ignalemmente e mim reconhecidas e residents nesta freguesia do que dou fé Perante as quais pela referida autogarante me foi dito que, por este publico instrumento e em seus termos de direito nomeia e constitue por seu bastante procurador o seu ? Francisco da Cruz de Oliveira, para com amplas e illimitadas poder se requerer o inventário dos bens deixados por fallecimento de seu marido, Francisco Ignacio de Oliveira, (…)”

Declaração do inventariante e título de herdeiros:

“(…) fui dito que no no finado rogro Francisco Ignacio de Oliveira, falleceu sem ter deixado testament ou declaração de guarda, isto no dia dois de julho do corrente anno e que ficaram de seu casadl os seguintes que são inscriptos no titulo (…)

Titulo de Herdeiros :
+ D. Maria Clara Gomes, viuva inventariante
Filhos
+1 Emerenciana Francisca de Paula casada com Francisco da Cruz Oliveira
+2 José Francisco de Oliveira já fallecido e deixou os seguintes filhos : Maria 25 annos, casada, Anna 23 annos casada.
+3 Manoel Francisco de Oliveira, já fallecido, e deixou os seguintes filhos maria com 22 annos, casada. ?
+4 Joaquim Ignácio de Oliveira, casado
+5 Anna Clara, casada
6 Honoria Clara dos Anjos, já falecida, e deixou os seguintes filhos +José, com 17 annos, + Maria com 15 annos, + Anna 13 annos, + Francisca 12 annos, + Maria Luiza 10 annos, + Maria dos Anjos 9 annos e Maria Cruz d’alma 5 annos
+7 Clara casada com José Evangelista de Melo
+8 Eliodero Francisco de Oliveira, casado
+9 João Ignacio de Oliveira, casado
+10 Maria Izidoria casada com Amancio da Cruz de Oliveira
E po resta forma deu uma declaração de herdeiros por feita do que para constar lavro este termo que assigna (…)”

Assinaturas dos herdeiros de Francisco Ignácio de Oliveira.

Termo de lavração:

“Termo de Lavração

Aos dezenove dias do mez de julho do current anno nesta cidade de Alfenas em meu cartoio pelas ? nomeadas me fui apresentado a lavração dos bens do presente feito ? esta do teor seguinte :

Moveis 
20000 1 Tiar lavrado por vinte mil reis
10000 Mais uma mezinha de oleo e vidro lavrada por dez mil reis
20000 Uma meza par ajnatar lavrado por vinte mil reis.
10000 Mais um catra de oleo por dez mil reis
6000 Mais dois bancos de cedro a traz mil reis, seis mil reis
5000 Mais seis candeos de olea lavrados a seis e quintentos cada cinco mil reis.
8000 Mais uma caixa de puibo com ? lavrada por oito mil reis
3000 Mais um armario rulbo lavrado por tres mil reis
3000 Mais uma caixa de vidro lavrada por tres mil reis
10000 Mais um tacleo de cubira já nullo por dez mil reis
8000 Mais um forno para farinha lavrado por oito mil reis
12000 Mais seis colchões de algodão já nullus lavrados a dois mil reis cada um por doze mil reis
6000 Mais tres colchões de algodão já nullus por seis mil reis
9000 Mais tres colchões de algodão em bom uso a tres mil reis cada um e ? nove mil reis

Serventes
35000 Uma nacea nullia de nome Momua lavrada por trinta e cinco mil reis.
55000 Mais uma dita novia huitada por nome Euruja lavrada por cincoenta e cinco mil reis
45000 Mais uma novillia por nome Monaclia lavrada por quarenta e cinco mil reis.
50000 Mais uma nacea com cria por nome Ruela, lavrada por cincoenta mil reis.
50000 Mais uma nacea com cria por nome Lavrada lavrada por cincoenta mil reis.
15000 Mais uma novillia pequena de nome Paruceza lavrada por quinze mil reis.
60000 Mais um cavallo laceio, nullio, com boinlublo uzado e frio lavradao por sessenta mil reis.

Imóveis
50000 Um monjullo com a casca colenta com telha lavrado por cincoenta mil reis.
50000 Mais um Paiol com varanda culerta de telha lavrado por cincoenta mil reis.
250000 Mais uma casa de morada de madeira ? lavrar i uma dita para dispajo já estragadas e com feitorias existentes lavrados por duzentos e cincoenta mil reis.
400000 Mais cinco alqueres de parte lavrados em oitenta mil reis o alqueire e a quantia de quatrocentos mil reis
760000 Mais nove e meio alqueres de culturas e seguida a quantia de setecentos e sessenta mil reis
240000 Mais quatro alqueres de cultura de tereira lavrado em sessenta mil reis o alquere a quantia de duzentos e quarenta mil reis
1 :500000 Mais desessis alqueres de culturas de primeira a cem mil reis o alquere a quantia de um conto e quinentos mil reis
30000 Mais um alquere de campo imprestável lavrado por trinta mil reis

Aos 18 de julho de 1906. (…)”

Partilha dos bens, mais precisamente a partilha para a esposa Maria Clara Gomes:

“(…) Auto
Aos vinte dias do mez de julho ao mesmo anno, nesta cidade de Alfenas (…) a partilha dos bens deixados pelo finado Francisco Ignacio de Oliveira, em virtude do que possa o partidor a nommear todos os bens e se verificou existir uns bens moveis 130,000, uns serventes 310,000 e uns immoveis 3:380,000, culminando tudo uma quantia de 3:820,000. Dividida nesta quantia entra a viuva e seus filhos e ela a viuva a quantia de 1:910,000 e esta quantia dividida entre os dez filhos do casao a eles cada um a quantia de 191,000. E por esta forma deram este pagamento por feito, digo, e por esta forma deixou o presente auto por feito do que para constar logro este termo que assignam (…)

Pagamento feito a viuva D. Maria Clara Gomes uma quantia de 1:910,000. Receverá todos os moveis mais o teor lavrados pela quantia de conto e dez mil reis. Mais a casa de morada com paiol e bem feitorias lavrada por trezentos e cincoenta mil reis, mas uma vacca de nomme Gonija lavrada por cicoenta e cinco mil reis. Mais uma dita de nome Rola lavrada por cincoenta mil reis. MAis uma dita de nome Monorcla lavrada por quarenta e cinco mil reis. Mais para nas terras inventariadas a quantia de um conto e trezentos mil reis. Sommando tudo uma quantia de 1:910,000, importancia ante pagamento. Para constar logro este termo que assignam (…) “

Já Maria Clara Gomes veio a falecer aos 19 de abril de 1908 em Areado-MG, com 77 anos de idade. No registro33 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dezenove dias do mez de Abril de mil e novecentos e oito foi por mín encomendado o cadáver de MARIA de setenta e sete annos, viúva de FRANCISCO IGNACIO D’OLIVEIRA e sepultada neste Cemitério. O Vig. Marcos Antonio Tarraca”

Maria Clara teve o seu inventário34 iniciado logo em seguida, no dia 3 de junho de 1908, tendo como inventariante também seu filho Francisco da Cruz Oliveira.

“[TO BE DONE]”

Foram filhos de Maria Clara Gomes e Francisco Ignácio de Oliveira:

  1. JOSÉ FRANCISCO (IGNÁCIO) DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1853. Ele se casou com Anna Theodora de Jesus, filha de Jerônimo José de Oliveira e de Maria das Dores de Jesus, no dia 1 de setembro de 1875 em Areado-MG. Francisco Ignácio de Oliveira e Maria Clara Gomes foram padrinhos de um de um dos seus filhos, João, nascido em 15 de abril de 1880, em Areado-MG. José veio a falecer no dia 2 de dezembro de 1886, em Areado-MG.
  2. EMERENCIANA FRANCISCA DE PAULA, nasceu por volta de 1854, em Areado-MG. Ela se casou com Francisco da Cruz de Oliveira, filho de José da Cruz de Oliveira e de Mariana Maria de Oliveira, aos 22 de abril de 1873, em Areado-MG.
  3. MANOEL (FRANCISCO) IGNÁCIO DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1857. Ele se casou com Maria Rozalina de Jesus, filha de José da Cruz de Oliveira e Rozina Maria da Conceição, em 5 de junho de 1878, em Areado-MG. Manoel era natural da freguesia de São Joaquim e Maria era natural de Areado-MG. Manoel faleceu aos 46 anos no dia 20 de fevereiro de 1903 em Areado-MG.
  4. MARIA IZIDORA DA SILVA, nascida aos 2 de abril de 1861 e foi batizada aos 13 do mesmo mês e ano na capela de São Sebastião, Areado-MG. Foram padrinhos José da Cruz de Oliveira e Regina Maria da Conceição. Maria se casou com Ananias da Cruz e Oliveira, filho de José da Cruz de Oliveira e de Rosina Maria da Conceição, aos 9 de junho de 1885 na Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG.
  5. ANNA CLARA DAS DORES, nascida por volta de 1863. Ela foi casada com Manoel Luiz Gomes, filho de Francisco Pereira Alvim e de Anna Gomes Ribeiro, no dia 6 de junho de 1885 em Areado-MG.
  6. HONORIA CLARA DOS ANJOS, nascida aos 11 de fevereiro de 1865 e foi batizada no dia 23 do mesmo mês e ano na capela de São Joaquim, em Alterosa-MG. Foram padrinhos Pedro Teixeira de Mello e Anna Gomes de Jesus, todos moradores do distrito de Areado-MG. Faleceu provavelmente antes de 1906, pois não é mencionada como filha de Francisco Ignácio de Oliveira em sua certidão civil de óbito.
  7. CLARA FRANCISCA DE OLIVEIRA, nascida por volta de 1867. Ela se casou com João Evangelista de Melo, filho de Antônio Teixeira de Melo e de Mariana Gomes de Jesus, no dia 22 de setembro de 1888 em Areado-MG.
  8. JOAQUIM IGNÁCIO DE OLIVEIRA (Capítulo III – Os Avós).
  9. HELEODORO FRANCISCO DE OLIVEIRA, nascido aos 12 de maio de 1871 e foi batizado aos 21 do mesmo mês e ano, em Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim Luiz Barbosa e Anna Maria de Jesus. Ele se casou com Maria Luiza de Jesus, filha de João Rodrigues do Nascimento e de Claudina Candida de Jesus, no dia 6 de outubro de 1894 em Areado-MG.
  10. MARIA CLARA, que se casou com Antônio Henrique da Silvsa.
  11. JOÃO IGNÁCIO DE OLIVEIRA, nascido aos 4 de dezembro de 1875 e foi batizado aos 14 do mesmo mês e ano em Areado-MG. Foram padrinhos João Vicente Ferreira Martins e sua esposa Lucinda Candida de Jesus. Ele se casou com Anna Candida de Jesus, filha de João Rodrigues do Nascimento e de Claudina Candida de Jesus no dia 17 de outubro de 1896 em Areado-MG. João se casou uma segunda vez com Maria Ignez Victalina Gomes, filha de Joaquim Pio Gomes e de Maria Victalina de Jesus, no dia 26 de janeiro de 1898 em Areado-MG. Por fim, João se casou por uma terceira vez, desta vez com Deolinda Marai da Cruz, filha de José Francisco Ribeiro e de Firmina de Jesus, no dia 10 de dezembro de 1921 em Areado-MG.

Antônio Esteves Gomes e Maria Luiza de Jesus

Antônio Esteves Gomes nasceu no ano de 1850 na Fazenda do Pinhal, situada onde hoje é o município de Alterosa-MG, alguns quilômetros ao norte de Areado-MG. A data exata do batismo não é informada, pois o registro só foi escrito em 26 de janeiro de 1871. Ele era filho de João Gomes Ribeiro e de Maria Domingos do Nascimento. No registro35 de batismo, pode-se ler:

“No anno de mil oito centos e cincoenta, na Freguezia de Sam Joaquim da Serra Negra, o Reverendo Antonio Fernandes Martins, de licença, Baptizou solenemente e poz os Santos Oleos, a ANTONIO, parvalo, filho legitimo de JOAM GOMES RIBRO e de MARIA DOMINGAS DO NASCIMENTO, nascido na Fazenda do Pinhal, sendo Padrinhos Antonio Gomes do Nascimento e Felicia Honoria dos Anjos, todos moradores na Capella de Sam Sebastiam do Areado, de que para constar faço este assento, por informação de fidedignas aos vinte e seis do mez de Janeiro de mil oito centos e setenta e um. O Corego Jozé Carlos Martins”

Antônio se casou por 3 vezes e teve até onde se sabe 17 filhos, muitos morrendo ainda muito jovens. O seu primeiro casamento foi com sua prima de primeiro grau (da parte de sua mãe), Maria Luzia de Jesus. Segundo registro do casamento, foram dispensados do impedimento Canônico de 2° grau de consanguinidade em linha lateral.

Maria foi batizada (data de nascimento não consta no registro de batismo) no dia 19 de maio de 1849 na Capela de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. No registro, Maria era gêmea de Anna, ambas batizadas no mesmo dia. Elas eram filhas de Francisco Luiz Barbosa e de Gertrudes Maria do Nascimento (de Jesus). No registro36 de batismo, pode-se ler:

“Aos dezenove de Maio de mil oito centos e quarenta e nove, nesta Capella de São Sebastião do Areado, baptizei solenemente ee puz os Santos Oleos a MARIA e ANNA, gêmeas, filhas legitimas de FRANCO LUIZ BARBOZA e de GERTRUDES MARIA DO NASCIMENTO; sendo Padrinhos: Anto Gomes do Nascimento e Ma Gomes do Nascimento. Franco Anto de Salles e Maria Clara de Jesus. O Pe Alexandre Carvalho de Macedo”

O casamento ocorreu aos 21 de fevereiro de 1871, em Areado-MG. Maria nasceu por volta de 1847, em Areado-MG. No registro37 do casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e hum diaz do mez de Fevereiro de mil oito centos e setenta e hum nesta Capella Curato de S. Sebastiam do Areado tendo precedido as cerimonias administrações e as mais formalidades recomendadas pelas constituições pelas as quatro horas da tarde presença das testemunhas Domingos José de Faria e João Rodriguez do Nascimento, com palavras depuzente se receberão como marido e mulher ANTÔNIO GOMES ESTEVÃO e MARIA LUIZA DE JESUS, naturais e moradores neste curato de S. Sebastiam do Areado, aquele filho legítimo de JOÃO GOMES RIBEIRO e MARIA DOMINGOS DO NASCIMENTO, e esta filha legítima de FRANCISCO LUIZ BARBOZA e GERTRUDES MARIA DE JESUS com provisão do Excelentíssimo Senhor Capitular Joaquim Manoel Gonçalves de Andrade, datada de 8 de Fevereiro deste anno aqual fica arquivada forão dispensados no impedimento Canonico de 2° grau de consanguinidade, da linha lateral. E para constar mandei fazer e puz termo que assigno. O Vigr.° Antônio Marianno Pereira Pimentel”

Antônio Esteves Gomes e sua mulher Maria Luiza de Jesus receberam no ano de 1887 do seu pai, João Gomes Ribeiro, partes das terras na fazenda dos Gomes (Pinhal). A partilha das terras dos pais foi feita antes da morte deles, algo incomum na época, para evitar brigas futuras pelos bens do casal. No inventário38, pode-se ler:

“(…) Pagamento ao herdeiro ANTONIO ESTEVÃO GOMES e sua mulher da quantia de seis centos e dezeseis mil e quinhentos (duzentos) e oitenta e sinco Dace para seu pagamento nas terras inventariadas e em sociedade com JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher e outros nesta Fazenda dos Gomes, ou Pinhal a quantia de seis centos e dezeseis mil duzentos e oitenta e sinco reis. E por esta forma ouverão lhes lourados e partidores este pagamento por feito Eu Joze Antonio de Avila que este escrevi e assigno. (…)
Assigno a rogo de JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher MAIR ADOMINGA DO NASCIMENTO (…)”

Maria veio a falecer em 8 de junho de 1889, em Areado-MG. No registro39 de óbito de Maria, pode-se ler:

“Aos oito dias do mez de Junho de mil oito centos oitenta e nove falleceo no domecilio nos Gomes a adulta Maria Luiza de Jesus, branca, idade quarenta dous annos natural d’esta Freguezia, casada com Antônio Esteves Gomes, causa da morte Peste Maligna não recebeu sacramto algum, a nove foi encommendada solennemente e acompanhei o corpo até o cemitério d’esta Freguezia onde foi sepultada. O Vigr.° Antônio Marianno Pereira Pimentel”

E no registro40 civil de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

MARIA LUIZA DE JESUS
(…)
Estado civil e idade: Casada, com 42 anos de idade.
Naturalidade: Areado-MG
Filiação e residência: Filho de FRANCISCO LUIZ e GERTRUDES
Data e hora de falecimento: 08 de junho de 1889 às 16:00 horas (…)
Local de falecimento: Fazenda denominada Gomes em Areado-MG.
Causa da morte: Postura maligna sem assistência médica
Sepultamento / cremação: Cemitério municipal de Areado-MG.
Declarante: José André Gomes (…)
Averbações / Anotações a acrescer: Deixa os filhos: JOÃO com 15 anos, MARIA com 13 anos, VENTURA com 11 anos, CAROLINA com 9 anos, LUCINDA com 7 anos, ANNA com 5 anos e ROZENDO com 4 meses (…)”

Foram filhos de Maria Luiza de Jesus e Antônio Esteves Gomes:

  1. JOÃO ESTEVES GOMES, nasceu aos 10 de março de 1872 e foi batizado aos 12 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos João Gomes Ribeiro e Maria Domingos do Nascimento, avós paternos. João teria se casado com Maria Luiza de Jesus, filha de Antônio Ferreira de Mello Sobrinho e de Luiza Maria de Jesus.
  2. MARIA ANGELA DE JESUS (Capítulo III – Os Avós).
  3. ANNA, nasceu em 14 de março de 1877 no Gomes foi batizada aos 25 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos José André Gomes (tio paterno) e sua esposa Maria Felícia. Ela veio a falecer aos 6 de janeiro de 1879 em Areado-MG, com somente 1 ano e 9 meses de idade.
  4. BOAVENTURA (VENTURA) ESTEVES GOMES, nascido aos 14 de julho de 1879 nos Gomes e foi batizado aos 27 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos João Estanislau Gomes e sua irmã Maria Rita de Jesus, tios paternos. Boaventura foi casado com Francisca Maria de Jesus, filha de João Ribeiro da Costa e Feliciana Maria de Jesus aos 1 de novembro de 1902 em Areado-MG. Ele veio a falecer no dia 13 de abril de 1931 em Minas Gerais (no registro não constam mais informações).
  5. CAROLINA RAFAELLA DE JESUS, nascida aos 20 de outubro de 1881 nos Gomes e foi batizada aos 6 de novembro do mesmo ano na Igreja matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos José Francisco de Oliveira e sua esposa Anna Theodora. Ela se casou com João Pedro Rocha, filho de José Pedro Rocha e de Maria Augusta de Oliveira aos 24 de outubro de 1903 em Areado-MG. Faleceu antes de 1916, pois não consta na lista de filhos relacionados no inventário do pai. Na verdade, seu nome é citado, mas logo em seguida, o escrivão corrige e cita sua irmã Lucinda.
  6. LUCINDA MATHILDE DE JESUS, nascida aos 24 de fevereiro de 1884 nos Gomes e foi batizada na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim Luiz Moreira e sua esposa Maria Helena das Neves. Ela se casou com Francisco José Urias, filho de José Rodrigues de Faria e de Barbara Maria da Conceição aos 25 de maio de 1901 em Areado-MG.
  7. ANNA LUIZA DE JESUS (DE TODOS OS SANTOS), nascida aos 1 de novembro de 1886 nos Gomes e foi batizada em 30 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Manoel Thomaz Barboza, tio materno, e sua esposa Anna Candida de Jesus. Ela se casou com Evaristo José de Oliveira, filho de Florêncio Antônio Ribeiro e de Honória Maria de Jesus aos 14 de outubro de 1903 em Areado-MG.
  8. ESTEPHANIA GOMES, nascida aos 26 de janeiro de 1889 nos Gomes e foi batizada aos 9 de fevereiro do mesmo ano, na Igreja de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos João de Oliveira Ruellas e esposa Maria Luiza do Rosario. Estephania veio a falecer no dia 8 de fevereiro de 1890 em Areado-MG, logo após a morte de sua mãe. Um detalhe interessante é que na certidão de óbito de Maria Luiza de Jesus, Estephania aparece como Rozendo (informação à ser revalidada).

Após a morte de Maria Luiza de Jesus em 1889, Antônio se casou pela segunda vez. O casamento ocorreu em 28 de setembro de 1889, com Francisca Maria da Silva, filha de Manoel Francisco da Silva e Emerenciana Candida de Jesus. No registro41 de seu segundo casamento de Antônio, pode-se ler:

“Aos vinte oito dias do mez de setembro de mil oito centos e oitenta nove, n’esta Matriz de São Sebastião do Areado, tendo presedido as canonicas admoestações, peas duas horas da tarde, com palavras do presente se receberam por marido e mulher ANTÔNIO ESTEVES GOMES e FRANCISCA MARIA DA SILVA, elle de idade quarenta e dous annos, viuvo por fallecimento de MARIA LUIZA DE JESUS, sepultado no cemitério d’esta Freguesia, e ella de idade desessete annos, filha legítima de MANOEL FRANCISCO DA SILVA e EMERENCIANNA CANDIDA DE JESUS, nascidada e baptisada n’esta Freguesia, onde são moradores; foram dispensados pelo Reverendo Vigário da Vara da Comarca José Carlos Martins, do impedimento de terceiro grao por consanguinidade em linha transversal; foram testemunhas presentes Joaquim Pio Gomes e João Francisco da Silva (?) e Francisco Antônio da Silva. E para constar mandei fazer o presente o que assigno. O Vigr.° Antônio Martinho Pereira Pimentel.”

Francisca Maria da Silva faleceu42 no dia 6 de julho de 1898 em Areado-MG. No seu registro43 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos 6 de julho de 1898, falleceo FRANCISCA MARIA DA SILVA, casada com ANTONIO ESTEVES GOMES, filha legitima de MANOEL FRANCISCO DA SILVA e EMERENCIANA CANDIDA DE JESUS, com idade de 30 annos; cujo cadaver, feita as cedimonias do estylo, foi sepultado no Cemiterio d’esta Parochia. O Vigario P. Vicente Fazio”

Foram filhos de Francisca Maria da Silva e Antônio Esteves Gomes:

  1. DESCONHECIDO, primeiro filho do casal após o seu segundo casamento, criança do sexo masculino, nasceu no dia 2 de dezembro de 1890 e faleceu logo depois, no dia 3 de dezembro de 1890, em Areado-MG.
  2. EMERENCIANA MARIA DE JESUS nasceu por volta de 1891. Veio a falecer no dia 17 de junho de 1900 em Areado-MG.
  3. ANTÔNIO ESTEVES GOMES, nascido aos 26 de fevereiro de 1894 nos Gomes e foi batizado aos 13 de março do mesmo ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos João Gomes Ribeiro e sua esposa Maria Domingos do Nascimento, avós paternos. Antônio se casou com Anna Ignez de Jesus, filha de João Luís Baptista e de Ignácia Clara dos Anjos em 29 de junho de 1916 em Areado-MG.
  4. OLIMPIA FRANCISCA DA SILVA, nascida aos 25 de outubro de 1895 e foi batizada aos 3 de novembro do mesmo ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Olivério Joaquim de Mello e Honória Maria da Conceição. Ela se casou com João Garcias Parreira, filho de José Izidoro da Cruz e Maria Euphrasia da Conceção, aos 31 de julho de 1912 em Areado-MG.
  5. JOAQUIM ESTEVES GOMES, nascido aos 9 de setembro de 1897 e foi batizado aos 16 de outubro do mesmo ano na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim Francisco da Silva e Ignez Clara dos Anjos. Joaquim veio a falecer no dia 25 de novembro de 1902, em Areado-MG.

Antônio Esteve Gomes se casou por uma terceira vez após a morte de sua segunda esposa Francisca Maria da Silva. Dessa vez, ele se casou no religioso com Faustina Maria de Jesus, filha de João Batista da Cunha e Maria das Dores do Patrocínio aos 24 de janeiro de 1899 e no registro civil44 aos 27 de maio de 1901 em Areado-MG. No registro45 de casamento, pode-se ler:

“Aos 24 de Janeiro de 1899, feita as diligencias da Stylo, nesta Matriz de S. Sebastião do Areado, receberam-se em matrimonio ANTONIO ESTEVES GOMES, e FAUSTINA MARIA DE JESUS, elle é viuvo por fallecimento de FRANCISCA MARIA DA SILVA, nascido e baptizado em Areado; ella é viuva por fallecimento de Vicente Ferreira Cinthra, nascida e baptizada na mesma Freguezia onde ambos são moradores. Foram testemunhas Francisco da Cruz Oliveira e Beijamim José Antonio. O Vigario P. Vicente Fazio.”

Após três casamentos e pelo menos 15 filhos, Antônio Esteves Ribeiro veio a falecer no dia 30 novembro de 1915, com idade de 68 anos em Areado-MG. No seu registro46 civil de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

ANTONIO ESTEVES GOMES
(…)
Estado civil e idade: Casado, com 58 anos de idade.
Naturalidade: Areado-MG
Filiação e residência: Filho de JOÃO GOMES RIBEIRO e MARIA DOMINGAS DO NASCIMENTO
Data e hora de falecimento: 30 de novembro de 1915 às 23:00 horas (…)
Local de falecimento: Bairro denominado Fazenda Gomes em Areado-MG.
Causa da morte: Proveniente de uma ferida no pé
Sepultamento / cremação: Cemitério municipal de Areado-MG.
Declarante: João Vicente Ferreira Martins (…)
Averbações / Anotações a acrescer: Deixa os filhos: AMELIA, SEBASTIÃO, LAURA e MARIA (…)”

Antônio Esteves Gomes teve seu inventário iniciado no dia 07 de janeiro de 1916 em Alfenas-MG. No seu inventário47, pode-se ler:

“(…) Comarca de Alfenas
Estado de Monas gerais
Inventário
ANTONIO ESTEVES GOMES Inv.do
FAUSTINA MARIA DE JESUS Inv.te
(…)
Autuação
Anno de nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil novecentos e dez e seis aos sete diaz do mez de janeiro do dito anno nesta Cidade e Comarca de Alfenas, Estado de Minas Gerais, em meu cartorio autuo a petição e procuração que se seguem, do que para constar lavro este termo. (…)

Exmo S. Dr. Juiz de Direito D. e A., nomeio inventariante a viuva cabeça de casal que prestará juramento e fará as primeiras declarações. (…)

Diz FAUSTINA MARIA DE JESUS, residente em villa Gomes, por seu procurador abaixo assignado (procuração junta) que no dia 30 de novembro p. passado falleceu seu marido ANTÔNIO ESTEVES GOMES com testamento, deixando filhos menores, e como ? cabeça de casal, incumbi dar partilha dos bens, dos quaes está de posse, cujo valor é inferior a 5000$000, vem respeitosamente requerer a vossa ? se deixe admitila a prestar juramento de inventariante e fazer as necessarias declarações. (…)”

Primeiras declarações e Título de Herdeiros:

“(…) Primeiras declaraçõ̀es

No mesmo dia, mez, anno e lugar retro declarado, pela inventariante ? para seu procurador João Vicente Ferreira Martins, abaixo do juramento prestado, foram feitas as seguintes declarações:
Que no dia 30 de novembro do ano passado, falleceu no distrito de Villa Gomes, seu marido ANTONIO ESTEVES GOMES, deixando testamento.
Que o mesmo foi casado em primeiras numpcias com D. Maria Luzia de Jesus, ficando do casal os seguintes filhos:

Titulo de herdeiro:
1o João Esteves Gomes, casado 40 annos de idade, residente no districto de Villa Nova de Resende;
2o D. Maria Angella de Jesus, com 38 annos de idade, casada com Joaquim Ignacio de Oliveira, residente em Villa Gomes;
3o Boaventura Esteves Gomes, com 34 annos de idade residente em V. Gomes;
4o D. Carolina Raphaella de Jesus, digo D. Lucinda Mathilde de Jesus, com 30 annos de idade, casada com Francisco Uricio, V. N. Resende;
5o D. Anna de todos os Santos, com 28 annos, casada com Evaristo de Tal, residente em V. Gomes;
Das segundas nupcias do finado com D. Francisca Maria da Silva, ficaram os filhos seguintes:
1o Antonio Nastovio da Silva, com 21 annos de idade;
2o D. Olympia Francisca da Silva, com 19 annos, solteira digo, 19 annos, casada com João Isidoro;
Finalmente de seu casal com o fallecido, ficaram os seguinte filhos:
1o Amelia Faustina de Jesus, com 16 annos de idade, solteira;
2o Sebastião Esteves Gomes, com 14 annos de idade;
3o Maria da Conceição com 10 annos de idade;
4o Laura Faustina de Jesus, com 8 annos de idade
Todos residentes no districto de Villa Gomes.
Que são estes o ? filhos e herdeiros deixados por seu finado marido. “

Declaração de bens:

“(…) Declaração de bens

Aos sete diaz do mez de janeiro de mil novecentos e dezeseis, em meu cartório nesta cidade de Alfenas compareu D Fautina Maria de Jesus, inventariante dos bens de seu casal e deu a carregação aos bens seguintes:

Moveis
Hum debrulhador de milho, 1 mesa pequena com gaveta; 1 dita com gaveta para jantar; 1 catre; 1 dito na varanda; 1 dito no quarto da sala; 1 banco de polanchão; 1 armario de cedro; 3 taboas com pendas; 1 constancina; 1 canastra; 1 relogio de algilicina; 1 tacho grande; 1 dito menor; 1 balança; 1 caixa grande; 1 gamelão; 4 cangas; 1 ciltrão e 1 caixa de guardar arroz.

Serventes
Um boi de carro de nome Ingrato; 1 dito dito de nome Alegre; 1 dito dito nome Chibatão; 1 dito dito de nome Presses; 1 dito dito de nome Melindro; 1 garrote.

Immoveis
Um engenho de moer canna, velho, e estragado, movido a bois, situado na fazenda dos Gomes, districto de Villa Gomes; Um paiol com varanda coberto de telhas; uma varanda dos fornos, coberta de telhas; uma casinha terrea, no terreno, ? de telhas, coberta de telhas; um ? coberto de telhas, uma casa de morada terrea com 2 janelas e tres portas na frente, com deras varandas, tendo situada na mesma fazenda dos Gomes;
Parte nas terras de cultura, pastos e cerrado, situadas na fazenda dos Gomes, districto de Villa Gomes, em sociedade com os filhos do fallecido em 1as et 2as nupcias, nos logares denominados Tanque e Pereira, Capão do Oleo e Carrego do Pereira, confrontando com José Oliveira, João Baptista Gomes, José Fernandes e outros.
Protestou dar a carregação qualquer outros bens que deixasse de descrever, por esquecimento. Para constar, lavro este termo que assigno (…)”

 

Transcrição do testamento de Antônio Esteves Gomes, incluída no inventário:

“(…) Certifico que o testamento com que falleceu ANTONIO ESTEVES GOMES é do teor seguinte:

Livro de notas n.o 34 fls 59 e 60 Testamento publico ? que faz ANTONIO ESTEVES GOMES, como abaixo se declara. _ Saibam quantos este publico ? ou como em direito melhor nome ou lugar haja, viram, que no Anno do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil novecentos e quatorze, nesta Villa Gomes, comarca de Alfenas, Minas Gerais dos sete dias do mez de agosto do dito anno, em meu cartorio compareceu ANTONIO ESTEVES GOMES, lavrador casado com D. FAUSTINA maria de jesus, filho legitimo de JOÃO GOMES RIBEIRO e MARIA DOMINGAS DO NASCIMENTO, ambos fallecidos, domiciliado neste municipio com edade de sessenta e tres annos, em perfeito estado de suas faculdades mentais, reconhecido pelo proprio de mim tabelião de notas e das cinco testemunhas adiante (…) foi dito que de seu casal com a referida senhora FAUSTINA MARIA DE JESUS, existem quatros filhos, sendo Amelia Faustina de Jesus, Sebastião Esteves Gomes, Maria da Conceição e Laura Faustina de Jesus que por este publico instrumento, de muito livre e expontanea vontade, declara que por occasião de seu fallecimento, pertencerá a este seus filhos metade de sua meação de bens ou ações sem prejuízo de sua referida mulher e de seus filhos de primeira e segunda núpcias, ficando por esta forma feira sua ultima declaração e vontade e pede as autoridades legitimamente constituidas que façam cumprir exatamente esta sua ultima desposição e vontade; assim me foi dito do que fou fé (…)”

Avaliação dos bens:

“(…) Nós avaliadores abaixo assignados em cumprimento de mandato retro, fomos ao logar denominado Fazenda Gomes, districto de Villa Gomes, a 33 kilometros da sede da Comarca e avaliamos os bens segues:

Moveis
1 Debrulhador de mo mto estragado 10,000
1 Mesa peqna com gavetas na varanda 5,000
1 Dita maior também com gavetas na sala 8,000
1 Catre fornado de ripas no qto da varanda 4,000
1 Dito na sala 5,000
1 no qto da sala 5,000
1 Banco de panichão na varanda 3,000
2 Ditos de taboas na sala ? 4,000
1 Armario de cedro 25,000
1 Canastra velha 10,000
1 Prancha de cobre gre em bom estado 60,000
1 Dito abaixo 45,000
1 Balança orizontal ? peso de kilos 10,000
1 Caixa gre de pinho, pa guardar roupa 12,000 / 216,000
4 Cangas velhas ? quatro milreis 4,000
1Caixão onde pa guardar arroz 2,000
6 Taboas ? de castaneira 10,000
1 Caixa velha 2,000
1 Mesa de carro mto cihagada 10,000
1 Banca de peroba pa rapadura 2,000
2 Toradas pequenas de oleo pa eixo de carro 6,000
1 Roça de mo calculada em 3 carros 3,500
1 Arrozal calculado em 65 alqs 80,000
1 Faca velha apparelhada de prata 8,000 / 375,000

Serventes:
1 Boi de carro de nome Ingrato 60,000
1 Dito de nome Alegre 80,000
1 Dito de nome Chimbalão 70,000
1 Dito de nome Passeio 85,000
1 Dito de nome Melindra 60,000
1 Garrote 45,000
1 Porca com 6 leitões 30,000
1 Vaca de criar, solteira 50,000
1 Cavalo castanho manso de cela 50,000 / 530,000

Immoveis
Parte nas terras de cultura, pastos e cerrado, na mma fazenda dos Gomes em commum com os filhos do inventariado em 1as e 2as nupcias nos lugares denominados Tanque, Capão do Oleo, Corrego do Pereira, calculada a porte em 15 alqueres ao preço de 150,000 cada um. 2:250,000
Todas as benfeitorias situadas no terriro da mma fazenda por trezentos e quinze mil reis – a saber.
1 Paiol de varanda coberto de telhas 50,000
1 Casinha terrea coberta de telhas em ruinas e que ? de telha 15,000
1 Coberta de telhas, dos fornos 20,000
1 ? coberto de telhas 25,000
A casa de vivenda terrea, coberta de telhas, 200,000
1 Engenho de canna movido a bois imprestável 5,000

Somma total: 3:470,000

Fazenda Gomes, 27 de Fevereiro de 1916 (…)”

Declarações Finais:

“(…) Declarações Finais

Aos nove dias do mez de março de mil novecentos e dezeseis, nesta cidade de Alfenas, em meu cartório compareceu Dona Faustina Maria de Jesus, inventariante dos bens do seu casal, por fallecimento de seu marido, devidamente representada por seu procurador João Vicente Ferreira Martins e fez as seguintes declarações:
1o Que despendeu deve João Piollo Monteiro por conta de livro a quantia de 57,400
2o Que despendeu com os funerais e suffrafios a quantia de 208,000
3o Que o inventariado tinha em uso fructo, pelo facto de passar a 2as nupcias a parte em terras que herdou de sua filha Stephania filha do primeiro casal, como igualmente tinha em uso fructo por passar 3as nupcias parte com terras que herdou de seus filhos Joaquim e Emerenciana, filho do segundo casal, e que fará certo por certidões que juntará melhor será exposto por petição que offerecerá;
4o Finalmente, que lavra dado a carregação todos os bens pertencentes a este inventário e protentava dar todos os meios, de que se lembrasse, até a partilha e fazia estas declarações de baixo do juramento prestado do que fiz este termo (…)”

Mais adiante, devido aos três casamentos anteriores e aos inventários e partilhas envolvendo suas primeiras esposas, o inventariante ressalta que nem todos os bens sob posse de Antônio na época de sua morte deveriam ser divididos igualmente entre todos os filhos dos três casamentos. O próximo trecho oferece uma explicação detalhada do caso, delineando como a partilha seria realizada entre os filhos dos três casamentos.

“(…) Nas declarações feiras nos autos do inventário que se preocede dos bens deixados por ANTONIO ESTEVES GOMES, a inventariante protestou juntar um requerimento explicativo do que se occorreu nos inventários feitos da primeira e segunda mulher de seu finado marido e o faz do seguinte modo: Que o finado foi casado em primeira nupcias com D. Maria Luiza de Jesus, deixando os seguintes filhos__ 1o João Esteves Gomes, 2o Maria Angella, casada com Joaquim Ignácio de Oliveira, 3o Boaventura Esteves Gomes, 4o Carolina Raphaela de Jesus, casada com João Ruellas, 5o Lucinda de Jesus, casada com Francisco Jose Urias, 6o Anna de Todos os Santos, casado com Evatisto José de Oliveira, 7o Estephania de Jesus, que falleceu com menor idade.
Feito o inventário por fallecimento de D. MARIA LUIZA DE JESUS, entre outros bens, foram avaliadas as terras na importancia de 7000$000 cabendo ao viuvo ANTONIO ESTEVES GOMES a quantia de 3253$050 e o restante partilhado entre os herdeiros acima com tudo consta dos autos do inventario.
Que a herdeira Carolina Raphaella, casada que foi com João Ruellas, falleceu sem deixar filhos.
Que as terras inventariuadas e partilhadas entre o viuvo e herdeiros ainda se acham em communhão até hoje.
Que seu finado marido fez venda de algumas partes de terras que serão apuradas na futura divisão
Em segunda nupcias ANTONIO ESTEVES GOMES casou-se com D. MARIA FRANCISCA DA SILVA, e tiveram os filhos seguintes: Antonio, Olympia, Joaquim e Emerenciana, estes dois ultimos faleceram de menor idade. Feiro o inventário dos bens deste casal foram as terras, que ainda se acham proindiviso, avaliadas englobadamente na importancia de 8:241$220 e partilhadas cabendo ao viuvo ANTONIO ESTEVES GOMES a quantia de 3:293$200 e o restante 4:948$020 aos quatro herdeiros, cabendo a cada um a quantia de 1:237$005.
Que as terras não podiam ser availadas e partilhadas englobadamente na impotancia de 8:241$220 e sim na importancia de 3:253$050 que voube ao inventario, como consta dos autos. Em vista do exposto, torna-se preciso, no presente inventário fazer-se a couta proporcional para se saber quanto cabe em terra ao viuvo e os quatro herdeiros do segundo casal e dar-se em partilha aos herdeiro sobreviventes a quantia que coube aos seus irmãos fallecidos: Joaquim e Emerenciana, que estava em poder do inventariante como usufrutuario de seus filhos.
Que tambem entre os herdeiros do primeiro casao deve ser partilhada a importancia que coube a herdeira Estephania, já falecida, que também estavam em poder do inventariante como usofructuario de seus filhos.
Que de tudo estão cientes os herdeiros do primeiro e do segundo casao e de acordo assignam este requerimento a V. Excia junção aos autos para os fins de direto.”

Já sua última esposa, Faustina Maria de Jesus, veio a falecer após 1916, data de realização do inventário de Antônio Esteves Gomes, onde foi inventariante do marido.

Foram filhos de Faustina Maria de Jesus e Antônio Esteves Gomes:

  1. AMÉLIA FRANCISCA DA SILVA, nascida aos 11 de agosto de 1900 e foi batizado aos 7 de setembro do mesmo ano na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Padrinhos João Baptista da Cunha e S. Rita (?), representada por Maria das Dores de (?). Ela se casou com Antônio Barbosa de Lima, filho de Flauzina Antônia de Jesus e de Amelia Faustina da Silva no dia 9 de dezembro de 1916.
  2. SEBASTIÃO ESTEVES GOMES, nascido aos 18 de abril de 1902 e foi batizado em na Igreja Matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Manoel Francisco da Silva e Anna Faustina de Jesus. Sebastião se casou com Maria Candida de Jesus, filha de Marcellino José Martins e de Maria José de Figueiredo no dia 30 de janeiro de 1926, em Cabo Verde-MG.
  3. MARIA DA CONCEIÇÃO, que nasceu por volta do ano de 1906, em Areado-MG.
  4. LAURA FAUSTINA DE JESUS, que nasceu por volta do ano de 1908, em Areado-MG.

Capítulo V – Os Trisavós

Antônio de Oliveira Ruelas e Feliciana Antunes Barboza

Antônio de Oliveira Ruelas era filho de Antônio de Oliveira Ruelas e de Custódia da Silva Borges. O batismo foi realizado aos 10 de agosto de 1789 na Ermida de Nossa Senhora das Dores, filial da Matriz de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas (onde o registro de batismo foi realizado), na época ligada à freguesia de Lavras-MG. A referida ermida pode fazer referência à Alfenas-MG, mas ainda é cedo tirar conclusões. No seu registro48 de batismo, pode-se ler:


“Aos dez de Agosto de mil e sete centos, e setenta, e nove na Ermida Nossa Senhora das Dores, filial desta Matriz o Reverendo Francisco da Costa de Miranda de licença baptizou e poz os Santos Oleos a ANTONIO filho legitimo de ANTONIO DE OLIVEIRA RUELAS e de CUSTODIA ? BORGES; foram padrinhos Luiz da Silva Borges e Izabel da Gloria, que para constar fiz este asento, que o signei. Coador Mel ?”

Antônio se casou com Feliciana Antunes Barboza, filha de Manoel Antunes Barboza e de Mariana Gomes Ferreira. Ela nasceu no ano de 1791, sendo batizada aos 18 de janeiro de 1792 em Silvianópolis-MG. No seu registro49 de batismo, pode-se ler:

“Aos dezoito de Janeiro de mil sete centos e noventa e dois baptizei e puz os Santos Oleos a FELICIANA, de idade hum anno filha legitima de MANOEL ANTUNES BARBOZA e de sua mulher MARIANA GOMES FERREIRA, moradores no Sapucay de baixo; foram padrinhos João Antonio Teixeira por procuração que me apresentou Antonio Vicente de Souza e Dona Maria Teixeira da ?de Bento Teixeira ? por procuração que me apresentou ?”

No censo realizado no ano de 1831 em Areado-MG, Antônio e Feliciana aparecem listados como casados, brancos, livres, e com os filhos Jesuína de 14 anos, Custódio de 12, Antônio de 8, Ana de 5 e Constância de apenas 3 anos. Ao que tudo indica, a filha mais velha conhecida, Laudina, já teriam se casado e se mudado da casa dos pais (buscar imagem do registro). Também não é mencionado a posse de escravos na referida data, fato que viria a mudar mais pra frente, já que são mencionados pelo menos três escravos em seu inventário realizado em 1848.

Antônio de Oliveira Ruelas faleceu aos 9 de janeiro de 1848, no Morro do Pito (Areado-MG), mas com registro de sepultamento feito na freguesia de São José e Dores, Alfenas-MG. Em seu registro50 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos nove dias do mez de Janeiro de mil oito centos e quarenta e oito, nesta Freguesia de Sam Joze e Dores, no Morro do Pito, faleceu ANTONIO D’OLIVEIRA RUELLAS, branco, de idade de sincoenta e sinco annos, casado com FELICIANA MARIA DE JESUS, natural da Villa de Lavras do Funil: seu corpo envolto em habito Franciscano foi sepultado no Areado, e sua alma recomendada conforme o ritode que faço este Termos. O Vigro Joze Carlos Martins”

Antônio teve o seu inventário iniciado logo em seguida, no dia 5 de maio de 1848, tendo como inventariante sua esposa, Feliciana Antunes Barboza, ou como informado no inventário, Feliciana Maria do Nascimento. No inventário51, pode-se ler:

“1848
Inventario feito por falecimento de
ANTONIO DE OLIVEIRA RUELLAS
Inventariante
A Viuva sua mulher FELICIANNA MARIA DO NASCIMENTO (…)

Anno do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil oit centos e quarenta e oito, vigesimo settimo da Independencia e de ? do Brasil, nesta Fazenda denominada Muzambo, districto de Areado Capella filial da Freguezia de São José e Dores das Alfenas Termo da Villa Nova de Cabo Verde, Comarca de Sapucahy da Provincia das Minas Gerais, onde, digo em casa de morada da viuva Inventariante FELICINA MARIA DO NASCIMENTO (…) que havendo falecido ANTONIO DE OLIVEIRA RUELLAS, de qual habião ficado filhos orfãos, de seu dever sera promover o inventário de todos os bens que ficarão por seu fallecimento, para o que já tinha feito intimar a viuva Inventariante, todas os interessados para no prazo de vinte e quatro horas aquella receber juramento de Inventariante e fazer as necessarias declarações a fim de poder se promover o dicto Inventario (…)

Termo juramentado e declaração da Inventariante:

(…) Aos seis dias do mez de Maio de mil oito centos e quarenta e oito, vigesimo setteimo da Independencia e do ? do Brasil, nesta Fazenda de Muzambo, Districto de Areado, Capella filial da Freguezia de Sam Joze e Dores das Alfenas, Termo da mencionada Villa de Cabo Verde, Comarca do Sapycahy, da Provincia de Minas Geraes, em caza de residencia da viuva inventariante FELICINA MARIA DO NASCIMENTO, onde foi vindo o actual Juiz de Orphaes e perante Coronel Manoel Francisco Maria, com migo escrivão interino de seu cargo do de onde nomeado, e sendo ahi presente a desta viuva inventariante de feriu-lhe o dicto Juiz juramentar dos convictos Evangelhos em hum livro d’Elles, onde pois sua mar direita na forma da Lei, e lhe envarregou jurar em sua alma, de bem e verdaderamente sem d’ollo, malicia, calunia ou afeição alguma (…) Declarou have fallecido seu marido no dia nove de janeiro do corrente anno sem testamento e que lhe havia ficado onze filhos, cujos nomes, idades e estados, declararia em Titulo de Herdeiros, e que prometera dar a descrever no presente Inventario, todos os bens que pertincião ao casal do dicto seu marido, sem occulttar alguns debaixo das pernnas que lhe forão cominadas; e de tudo para constar mandou o sobredito Juiz, lavrar em que assigna sommente, por ella ser mulher e não saber escrever (…)”

Título de Herdeiros:

“Titulo de Herdeiros
Cabeça de Casal
FELICIANA MARIA DO NASCIMENTO viuva inventariante
Filhas
Marianna da Silva, casada com Jozé Luiz da Costa 1
Laudina Maria de Jesus, casada com Claudino Luiz da Costa 2
Jezuina da Silva Borges, casada com Joaquim Antonio de Paiva 3
Custhodio de Oliveira Ruellas, casado com Maria Theodora 4
Antonio de Oliveira Ruellas, casdo com Joaquina Maria 5
Joze Ruellas casado com Maria Claudina 6
Constança da Silva Borges, solteira de vinte cinco annos 7
Anna Antonio casada com Venancio de Paula 8
Feliciano de dez annos mais ou menos 9
(…)”

Declaração de bens:

“(…) No mesmo dia mes e anno, e lugar (…) procedeu a carregação e avaliações dos bens deste Inventario pela maneira seguinte:

Bens Moveis
2,000 Huma Sella velha, a valiada em dois mil reis;
2,500 Cinco couros de Sirará em dois mil e quinhentos;
2,000 Hum dicto de Materio em dois mil reis;
2,000 Hum Catrstre velho, em dois mil reis;
2,000 Huma ? de Vallo em dois mil reis;
2,500 Huma Enxada de vallo, em dois mil e quinhentos reis
1,000 Duas dictas de roça usadas, em hum mil reis
3,000 Duas Foices em bom estado em tres mil reis
500 Huma dicta velha, em quinhentos reis
800 Hum machado em oitocentos reis
1,000 Huma Enxada velha em hum mil reis
320 Huma dicta ? em trezentos e vinte reis
800 Huma pilaria velha em oitocentos reis
320 Huma juntora velha em tresentos e vinte reis
200 Hum fornão velho, ducentos reis
800 Hum dicto de furar em oitocentos reis
320 Hum Cantil velho em tresentos e vinte reis
150 Huma Raxadeira velha em cento e sessenta reis.
640 Hum ? Novo, em seicentos e quarenta reis.
160 Hum fornão ? velho, em cento e sessenta reis
2,400 Dois pratos de estanho novos, dois mil e quatrocentos reis
2,500 Huma Caixa com boa feixadura, quatro mil reis, digo dois mil e quinhentos reis
800 Huma dicta velha em oitocentos reis
2,000 Huma roda em bom uso em dois mil reis
2,000 Duas dictas velhas em dois mil reis
1,000 Hum Reio velho arreiado em hum mil reis
3,000 Hum Simbilho velho, em tres mil reis
4,000 Huma Espingarda velha quatro mil reis
1,000 Huma dicta muito velhoa, hum mil reis
640 Hum par de esporas de ferro seicentos e quarenta
640 Huma Roda de rallar mandioca, seicentos e quarenta reis
160 Huma casadeira velha em cento e sessenta reis
500 Huma candeira de ferro, em quinhentos reis
2,000 Hum par de cordas dois mil reis
800 Hum estoko de navalhas com seus pertences oitocentos reis
2,400 Hum tear velho com seus pertences dois mil e quatro centos reis
16,500 Hum canavial em dezeseis mil e quinhentos reis

Serventes
700,000 Hum Escravo por nomme Fortunato de Nação em setecentos mil reis
600,000 Huma Escrava de Nação de nomme Rita, em seicentos mil reis
550,000 Huima dita Criola de Nomme Francisca de quatro annos em trecentos e cincoenta mil reis
20,000 Hum cavallo velho arreiado em vinte mil reis
25,000 Hum Poltro ? em vinte cinco mil reis
3,000 Tres Carneiros, em tres mil reis

Raiz
250,000 Huma parte de terradas dividida na Fazenda da Anhumas, em duzentos e cincoenta mil reis.

Dividas ativas
2,290 Declarou a viuva inventariante dever a seu casal o herdeiro Venancio de Paula dois mil dosentos e oitenta reis e assim mais o herdeiro Joze Luiz da Costa mil settecentos e sessenta reis.

Dividas Passivas 1,760 (…)”

Termo de nomeação e aprovação de partilha:

“Aos cinco dias do mes de Junho de mil oito centos e quarenta e oito vigezimo settimo da Independencia (…) e sendo ahi comparecerão os herdeiros do finado ANTONIO DE OLIVEIRA RUELLAS, Venancio de Paula por cabeça de sua mulher, Claudino Luis da Costa, por cabeçca de sua mulher, Custhodio de Oliveira Ruellas, Antonio de Oliveira Ruellas e José Luiz da Costa por cabeça de sua mulher e por elles foi dicto que nomearão e aprovarão para Partidor para a partilha d’este Inventario ao Cappitam Antonio Joaquim de Oliveira d’Horta o qual approvou o Meririssimo Juiz a revilia da Viuva ? e dos mais herdeiros que deixarão de comparecer: e de como assim o defrerão mandou o dicto Juiz lavrar este Termo que todos assignão (…)”

Partilha para Feliciana Maria do Nascimento:

“(…) Pagamento feito a Viuva Inventariante FELICIANNA MARIA DO NASCIMENTO de sua meação da quantia de novecentos e trinta e trinta e oito mil cento e tres reis. Mais para o pagamento das dividas ? que forão inventariadas, menos deseseis mil reis, aos herdeiros a quantia de settenta e hum mil tresentos e quarenta reis; Mais para o pagamento das custas contadas as folhas quatrorze, cincoenta e tres mil oito centos e cincoenta e cinco, que tudo soma a quantia de hum conto e sessenta e tres mil duzentos e noventa e oito reis. Da-se-lhe para seu pramento seguintes bens – [CONTINUAR]”

Já Feliciana veio a falecer aos 29 de março de 1872, em Areado-MG. No seu registro52 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e nove dias do mês de Março de mil oito centos e setenta e dois, nesta Matriz, digo, sepultou-se no Cimeterio dista Igreja FELICIANA MARIA DE JESUS, natural desta Fregza, brca idade 80 anos viúva de ANTONIO DE OLLIVRA RUELLA foi confissada e ungida. O Vigro Anto Marno Fera Pimel

Já Feliciana teve o seu inventário53 iniciado logo em seguida, no dia 21 de maio de 1872, tendo como inventariante, Antônio de Oliveira.

Foram filhos de Feliciana Antunes Barboza e Antônio de Oliveira Ruelas:

  1. MARIANA DA SILVA BORGES, também conhecida como Mariana de Oliveira Ruelas, teria nascido por volta de 1809. Ela se casou com José Luiz da Costa, que seria irmão de Claudino Luiz da Costa, esposo de sua irmã Laudina de Oliveira Ruelas. Mariana veio a falecer aos 17 de outubro de 1872 em Areado-MG. No mesmo censo realizado em 1831 em Areado, consta José Luís e Mariana, com idades de 24 e 22 anos, respectivamente, tendo uma filha, chamada Delfina, de 4 anos.
  2. LAUDINA DE OLIVEIRA RUELAS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  3. CONSTÂNCIA, batizada aos 11 de dezembro de 1814 na Capela das Dores e Sam José (atual Alfenas-MG). Foram padrinhos Francisco Rodrigues Almeida, solteiro, e Maria Luiza, casada. Consta que os pais de Constância moravam na época no bairro do Pary.
  4. JESUÍNA DA SILVA BORGES, nasceu por volta de 1818. Ela se casou com Joaquim Antônio de Paiva, filho de Manoel de Paiva e Melo e de Luiza Lemes da Silva, no dia 22 de novembro de 1840 em Alfenas-MG. Jesuína veio a falecer aos 13 de dezembro de 1880 em Areado-MG.
  5. CUSTÓDIO DE OLIVEIRA RUELAS, batizado aos 23 de maio de 1819 em Alfenas-MG. Foram padrinhos, Manoel Antunes, casado, e Custódia Borges, mulher de Antônio Ruelas (avós paternos), todos moradores no bairro do Pary. Custódio se casou com Maria Custódia da Conceição, filha de Francisco de Paula Nunes e de Theodora Maria da Conceição aos 13 de maio de 1841 em Alfenas-MG.
  6. ANTÔNIO DE OLIVEIRA RUELAS, nasceu no dia 1de junho e foi batizado aos 21 de junho de 1821 na capela de São José e Dores, atual Alfenas-MG. Foi padrinho o Alferes Francisco Martins Alfenas. Ele se casou com Joaquina Angelica de Jesus, filha de Joaquim de Paiva e Mello e Mariana Angelica de Jesus aos 12 de janeiro de 1842 em Alfenas-MG. Antônio veio a falecer aos 9 de janeiro de 1878, em Areado-MG.
  7. ANNA ANTÔNIA, nascida por volta de 1825, foi casada com Venâncio de Paula.
  8. CONSTÂNCIA MARIA DE JESUS (DA SILVA BORGES), nasceu no mês de julho de 1827 e foi batizada aos 19 de agosto do mesmo ano na capela de São José e Dores, atual Alfenas-MG. Foram padrinhos João José da Silva e sua mulher Mariana Felícia da Silva. É muito provável que a irmã mais velha de mesmo nome tenha morrido ainda criança, pois não era muito comum ter dois filhos com mesmo nome vivos. Ela teria se casado com José de Oliveira Ruelas, filho de José de Oliveira Ruelas e Maria Luísa de Jesus, fazendo deles primos de primeiro grau. Constância faleceu aos 2 de junho de 1871, em Areado-MG.
  9. FELICIANO DE OLIVEIRA RUELAS nasceu no dia 4 de fevereiro de 1831 e foi batizado aos 24 do mesmo mês e ano na capela de São José e Dores, atual Alfenas-MG. Foram padrinhos João de Oliveira Ruelas e Maria Luiza. Informa que os pais ainda moravam no bairro do Pary. Ele se casou com Mariana Theodora Nogueira, filha de Lourenço José de Almeida e de Anna Benedita Nogueira aos 10 de junho de 1850 em Alfenas-MG. Feliciano veio a falecer aos 19 de agosto de 1911.
  10. JOSÉ DE OLIVEIRA RUELAS, nasceu por de 1834 e foi casado com Maria Claudina.
  11. JOÃO DE OLIVEIRA RUELAS, nasceu por volta de 1839 e foi casado com Anna Francisca de Jesus, filha de João José da Silva e de Maria de Tal.
  12. JOAQUIM DE OLIVEIRA RUELAS, foi batizado em 1848 na capela de São José e Dores, atual Alfenas-MG. Foram padrinhos, José Ribeiro da Costa e Raquel Maria de Jesus. Joaquim não é mencionado no inventário do pai, também de 1848, talvez pelo fato de ser recém-nascido.

Claudino José Ferreira e Mariana Francisca de Jesus

Claudino José Ferreira nasceu e foi batizado na freguesia de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. A partir da data de seu casamento, pode-se estimar que tenha nascido por volta de 1802. Ele era filho de José Ferreira da Rocha e de Roza Maria (de Moraes). Ele se casou com Marianna Francisca de Jesus (ou de Oliveira), nascida por volta de 1804, filha de Antônio Gomes de Oliveira e de Maria Rosa, em 17 de junho de 1822, na Capela de São José e Dores, em Alfenas-MG. No registro54 de casamento, pode-se ler:

“Aos dezesette de Junho de mil oitocentos e vinte e dous nesta Capella de São José e Dores (?) pela huma hora em presença das testemunhas o Reverendo Joaquim Jose Ferreira e João Gonçalves de Oliveira compareceram, Aricacio dos Muito Reverendo do Vigario declara interino o Reverendo Amaro Joze Martins, ajesti do sacramento do matrimonio que com palavras dos presentes celebraram (?) CLAUDINO JOZE FERREIRA, filho legítimo de JOZE FERREIRA ROCHA e de ROZA MARIA, nascido e batizado nas Lavras, e MARIANNA FRANCISCA, filha legítima de ANTÔNIO GOMES DE OLIVEIRA e de MARIA ROZA, nascida e batizada na mesma Frequesia, e logo lhes confiei as benções nupciais. O Coadjunto Padre Venancio Joze da Silva”

No censo realizado no ano de 1831 em Areado-MG, Claudino e Marianna aparecem listados como casados, brancos, livres, e com os filhos José de 8 anos, Francisco de 6, Emerenciana de 4, Joana de 3 e Margarida de apenas 1 ano.

Foram filhos de Mariana Francisca de Jesus e Claudino José Ferreira:

  1. JOSÉ FERREIRA ROCHA, nasceu aos 8 de fevereiro de 1823 e foi batizado aos 23 do mesmo mês e ano na capela de São José e Dores em Alfenas-MG. Foram padrinhos Antônio Gomes de Oliveira (avô materno) e Anna Roza de Jesus. Informa que os pais moravam no Pari. Ele se casou com Marianna Luiza da Silva, filha de José Luís da Silva e de Marianna Rita de Jesus (já falecida na data do casamento) em 26 de agosto de 1852, em Alfenas-MG.
  2. FRANCISCA, foi batizada aos 15 de agosto de 1824 na capela de São José e Dores, em Alfenas-MG (registro de batismo feito em Cabo-Verde-MG). Foram padrinhos José Ferreira Roza e Francisco Gomes. O registro informa que moravam no bairro dos Broucos.
  3. EMERENCIANA MARIA DE JESUS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  4. JOANNA MARIA DE JESUS, nascida por volta de 1828 em Alfenas-MG. Ela se casou com João Pereira de Mello (Página ), filho de Francisco Pereira de Souza e de Anna Luciana de Jesus em 19 de maio de 1850, em Alfenas-MG.
  5. MARGARIDA, nasceu por volta de 1830, muito provavelmente em Alfenas-MG.
  6. FRANCISCO, nasceu aos 16 de maio de 1841 nas Palmeiras (Alfenas-MG) e foi batizado aos 30 do mesmo mês e ano na igreja Matriz de São José e Dores em Alfenas-MG. Foram padrinhos Antônio José Rodriguez e Anna Silveira.

José Ignácio de Azevedo e Bárbara Maria de Jesus

José Ignácio de Azevedo foi casado com Bárbara Maria de Jesus (da Silva). O casamento ocorreu ante do ano de 1825, ano de nascimento da primeira filha conhecida até então do casal. Eles teriam vivido onde hoje se situa o município de Três Pontas-MG.

Foram filhos de Bárbara Maria de Jesus e José Ignácio de Oliveira:

  1. MARIA, que foi batizada aos 5 de fevereiro de 1825 na Capela da (Nossa) Senhora da Ajuda, em Três Pontas-MG. Foram padrinhos João Baptista Pereira e Dona Messias Candidata de Jesus. Barbara aparece com o sobrenome Maria da Silva.
  2. FRANCISCO IGNÁCIO DE OLIVEIRA (Capítulo IV – Os Bisavós).
  3. JOAQUIM IGNÁCIO DE AZEVEDO, foi batizado no ano de 1834. Foram padrinhos José Thomas de Oliveira e Anna Antonia de Jesus. Ele se casou com Perciliana Roza de Azevedo, filha de Francisco Gonçalves de Oliveira e de Anna Ferreira de Lima aos 7 de maio de 1887 em Areado-MG. Ele teria se casado por uma segunda vez, com Anna Gomes de Assunção, filha de Manoel Antônio Ribeiro e de Felicia Honória dos Anjos, mas sem registro de casamento encontrado até então. Veio a falecer aos 16 de outubro de 1896 em São José dos Botelhos, Cabo Verde-MG.

Manoel Antônio Ribeiro e Felicia Honória dos Anjos

Manoel Antônio Ribeiro era natural de Ibertioga-MG e teria nascido entre 1801 e 1804 (tinha 27 anos na data de realização do Censo de 1831). Ele era filho de Antônio Gomes Ribeiro e de Severina Maria de Jesus.

Manoel se casou com Felícia Honória dos Anjos, nascida por volta de 1809. O casamento entre os dois ocorreu por volta de 1828, muito provavelmente em Areado-MG ou Alfenas-MG, pois consta no mesmo Censo de 1831 que já estavam casados e tinha um filho de 2 anos na data.

Segundo o mesmo censo, Felicia seria estrangeira, muito provavelmente portuguesa. Essa informação ainda deve ser checada, pois no seu registro de sepultamento, informa que era natural da Freguesia de São Sebastião do Areado, Areado-MG, portanto brasileira.

Manoel Antonio Ribeiro foi agraciado no ano de 1862 com os seguintes bens/valores no inventário de sua mãe, Severina Maria de Jesus. No inventário55 pode-se ler:

“(…) Pagamento feito ao herdeiro MANOEL ANTONIO RIBEIRO de sua legitima quantia de um conto seis centos e onze mil quinhentos e cincoenta reis = Dão para este pagamento a seguinte = Em parte das terras da Fazenda do Pinhal do Muzambo avaliadas pela quantia de deseseis contos de reis = um conto e seis centos mil reis = Assim mas em parte nas mil e quinhentas telhas velhas avaliadas na quantia de trinta mil reis = onze mil quinhentos e cicoenta reis = sommando todas adições a sobre dita quantia de um conto ceiscentos e onze mil quinhentos e cicoenta reis = E nesta forma houverão Juiz e PArtidores este pagamento por feita e acabado com toada a igualdade de direito (…)”

Manoel Antônio Ribeiro aparece em um documento de divisão de terras do ano de 1862 na região de Areado que faz referência a partilha das terras realizada após o falecimento de sua mãe Severina Maria de Jesus. No documento, pode-se ler:

“(…) Divisão da Fazenda do Pinhal do Muzambo Districto de Areado a requerimento de Manoel Antonio Ribeiro, sua mer e outros Fazenda de Antonio Gomes (…)

Anno do nascimento de nosso Senhor Jesuz Christo de mil oito centos e sessenta e dois (…) nesta Fazenda do Pinhal do Muzambo do Districto de São Sebastião do Areado, Termo da Villa Formoza de Alfenas Minas, Comarca de Sapucahy (…) uma petição feita por MANOEL ANTONIO RIBEIRO e outros como adiante se declarão para constar faço este auto (…)”

Segue com a declaração de Manoel Antonio Ribeiro:

“(…) Dizem MANOEL ANTONIO RIBEIRO e sua mulher, Manoel Luiz Barboza e sua mer, José Gomes Ribeiro e sua mer, Antonio Gomes do Nascimento e sua mer, Gertrudes Maria de Jesus, Oliverio Joaquim de Mello e sua mer, Pedro Teixeira de Mello e sua mer, Maria Ignez de Oliveira, João Gomes Ribeiro e sua mer e Anonio Teixeira de Mello e sua mer socios em commum na Fazenda denominada Gomes – Districto de S. Sebastião do Areado deste Termos, que não convindo ao Supp.er a communhão em que vivem concodarão todos em di dividirem-se para isso requerem a V. S. que seja tomado o P. Termo a esponatania deliberação dos Supplicadores com a cominação que V. S julgar a certada e conformada com a lei e nesse acto se lavrasem nos divizores que hão de servir (…)”

Auto da divisão:

“(…) Auto da Divisão

Anno (…) de mil oito centos e sessenta e dois (…) aos 19 diaz do mes de novembro do dito anno nesta Fazenda do Pinhal de Muzambo districto de São Sebastião do Areado, Temo de Villa Formaza de Alfenas, Comarda do Sapucahy Provincia de Minas Gerais nesta caza de rezidencia de Antonio Teixeira de Mello onde se aaha aposentado o Juiz Municipal e de Orphãos (…) tinha corrigo examinado avaliado e calculado a fazenda do Pinhal do Muzambo, cuja fazenda acharão haver trezentos e oito alqueres de planta de millo em terras de cultura de primeira qualidade cujas terras avaliadas a vinte e cinco mil reis cada alquere sommão em a quantia de cete contos e cete centos mil reis = Assim mais quatro contos e setenta e quatro alqueres de terras de segunda classe ou segunda bite avaliadas em vinte mil reis, sommão em nove contos ceis centos e oitenta mil reis = Assim mais um terra de terceira sorte acharão ter a mesma fazenda oito centos e vinte e hum alqueres de planta de milho digo ter a mesma fazenda em terras de lavrar oito centos e vinte e hum alqueres de planta de milho cuja avaliadas a dez mil reis, sommão na quantia de oito contos duzentos e dez mil reis cuja porção de terras de toda a fazenda somma em mil ceis centos e treze alqueres e na iportancia degunda as suas qualidade e preços dados em a quantia de vinte e cinco contos quinhentos e cincoenta e nove mil reis. Sendo as divizas da fazenda minciozamente esplicadas em se pagamentos parceiais feitos a cada hum socio de persi como adiante se declara. E nesta forma houverão Juiz e Lavrador esta demarcação exploração descriminação de quinhões por feita e aeabada competentemente calculada avaliada e devida com toda a igualdade de direito (…)”

E por fim a descrição do pagamento feito a Manoel Antônio Ribeiro:

“(…) Pagamento feito aos socios MANOEL ANTONIO RIBEIRO e sua mulher FELICIA HONORIA DOS ANJOS da sua parte de terras na Fazenda do Pinhal do Muzambo correspondendo a decima parte da mesma FAzenda e ao valor de dois contos quinhentos e cincoenta e nova mil reis = Dão para o seu pagamento as seguintes a saver: Tem suas divizas principando no corrego em direção de huma cova que está na beira da estrada que da fazenda vai para o Destricto de São Sebastião do Areado, com outra que está acima da morada de Francisco Rodrigues e pelo dito corrego abaixo ate o pantano e abeirando este sempre poer terra firme até o corrego do Pereira e por este acima ate a mesma estrada do Areado e voltando a direita pela dita estrada ate o espigão e voltando a esquerda pelo mesmo espigão ate frontear com duas covas que estão na Cabeceira de um corregozinho e por este abaixo ate a dita estrada e por esta vem encontra digo ate encontrar com a cova que com a direção da outra que está acima da falada morada do dito Rodriguez vem ao corrego onde teve principio e de finda esta demarcação. Sendo as terras pertencentes ao referido socio MANOEL ANTONIO RIBEIRO as que se achão entre as demarcações acima ditas e que limitão-se com as terras pertencentes a João Gomes = Pedro de Mello = Antonio Teixeira de Mello = Manoel Luiza Barboza e com os Cruzes. E desta forma houverão o Juiz e Lavrados esta demarcação de pagamento por feita e acabada com toada a igualdade de direito e de que para consta lavrou este termo em que assignão (…)”

Manoel Antônio Ribeiro veio a falecer aos 10 de julho de 1884 em Areado-MG (nos Gomes). O registro menciona que teria 90 anos de idade, o que não pode ser verdade, pois os pais se casaram em 1800, portanto, teria no máximo 82-83 anos. Em seu registro56 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dez dias do mez de julho de mil oitocentos e oitenta e quatro faleceu nos Gomes, em seu domicillio MANOEL ANTONIO RIBEIRO, brco, natural de Barbacena, ide noventa as, casado com FELICIA HONORIA DOS ANJOS; recebeu todos os sacramentos faleceu de hydropesia; a onze encomendei sua alma e seu corpo foi sepultado no Cemitério d’esta Fregza. O Vigr.o Anto Marino Pera Pimel

Manoel Antonio Ribeiro teve inventário iniciado alguns dias antes de sua morte, no dia 2 de julho de 1884 em Alfenas-MG. No seu inventário57 pode-se ler:

“(…) Inventario
Manoel Antonio Ribeiro Inventariado
D. Felicia Honoria dos Anjos viuva Inventariante (…)

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesuz Christo de mil oito centos e oitenta e quatro aos vinte e dois de Julho do dito anno, n’esta Cidade de Alfenas Monas e Comarca de Jacuhy em meu cartório, me foi entregue uma promoção feita por mim escrivão e despachada pelu Douto Juiz de Orphãos em exercicio para o fim de proceder o inventario dos bens deixados pelo finado Manoel Antonio Ribeiro como sendo adiante se segue e do que para constar lavro o prestente auto (…)

Hes fallecido na Freguezia de Areado, Manoel Antonio Ribeiro, que foi casado com D. Felicia Honoria dos Anjos, deixando herdeiros orphãos pelo que se toma precizo fazer-se inventario dos bens do casal. (…)”

Juramento e declaração da inventariante Felicia Honoria dos Anjos:

“(…) Juramento da Inventariante

Aos cinco dias do mez de Agosto de mil oito centos e oitenta e quatro nesta fazenda dos Gomes, Districto de Areado onde se achou o Juiz de Orphãos Douto Eduardo Antonio de Barros e eu escrivão, e sendo ahi presente Dona FElicia Honoria dos Anjos o Juiz lhe deferio ajuramento dos Santos Evangelhos na forma da lei, e debaixo dos mesmos lhe encarregou que ocom boa e sãm consciencia sem dolo e nem malicia service de inventariante dos bens do seu cazal, desse todos elles a descrever sem ocultação de nenhuma fizesse sua declaração de herdeiros e todas as mais que fossem necessarias e dando aceito por ella ajuramento afeim (…)

Declaração

No mesmo dia mez anno e lugar mencionados do presente a inventariante Dona Felicia Honoria dos Anjos por ella e sob ajuramento prestado foi declardo ao Juiz que seu marido o inventariado falleceu em dia dez de julho do corrente anno, sem ter deixado testamento e que os herdeiros que lhe ficarão são os filhos e netos do cazal e que são mencionados no termo infra e de como assim o disse mandou o Juiz lavrar ester termoq eu assigno e a rogo da declarante por não saber-se assigna seu genro Joaquim Ignácio de Azevedo ao depois de ser lido por mim (…)”

Título de herdeiros:

“(…) Titulo

1 Francisco Antonio de Salles = fallecido e deixou filhos 4 a saber
1 D. Maria da Cruz = fallecida deixou
(Fallecida depois do inventario) 1 D. Monica 13 annos auzente – proca
2 D. Maria 12 annos auzte – S. Paulo
2 Zacariaz Gomes de Salles 30 annos estado ignorado auzte Prcia de S. Paulo
3 Joaquim Gomes de Salles 28 annos idem
4 Mel Gomes de Sa Soltro 25 presente
2 Antonio Joaquim do Nascimento – casado
3 D. Maria Clara Gomes casada com Francisco Ignacio de Oliveira
4 D. Anna Gomes cazada com Joaquim Ignacio de Azevedo
5 D. Emerenciana Candida Gomes, cazada com Manoel Francisca da Sa
6 D. Severina Gomes = fallecida deixou fos e foi cazada com Francisco Rodrigues da Cunha
1 Manoel Francisco da Sa Sobro cazado
2 D. Maria Severina soltra 14 annos
3 João soltro 12 annos
4 Anna soltra 10 annos
5 Joaquim soltro 9 annos
7 Joze Rodrigues de Faria casado
8 Honoria Gomes – fallecida deixou 1 filho
1 Emerenciana cazda com João Ignácio de Azevedo = procurador Manoel Francisco de Oliveira
9 Manoel Antonio Gomes cazado
10 Joaquim Rodrigues de Faria casado

E por esta forma deu a inventariante sua declaração de herdeiros por finda do que lavro este termo que assigna o Juiz e a rogo da declarante o faz seu genro Joaquim Ignacio de Azevedo (…)”

Declaração dos bens:

“(…) Certifico que por parte de Dona Felicia Honoria dos anjos inventariante dos bens de seu cazal deixados por seu finado marido Manoel Antonio Ribeiro me foi apresentado a relação dos ditos bens avaliados pelos louvados juramentados os cidadões João Marco Gomes e Mizael Antonio de Mesquita e que é da forma seguinte =
Duas meza pequenas avaliadas a ? de dois mil reis cada uma importão ambas uma quantia de quatro mil reis 4,000
Assim mais cinco catres velhos avaliados em trez mil reis cada um, importão todos em a quantia de quinze mil reis 15,000
Assim mais dois barros uzados avaliados em um mil reis cada hum importão ambos a quantia de dois mil reis 2,000
Assim mais uma tacha de cobre grande avaliada pela quantia de trinta mil reis 30,000
Assim mais uma espingarda velha avaliada pela quantia de quatro mil reis 4,000
Assim mais duas foices usadas avaliadas a dois mil e quinhentos reis cada uma são ambas pela quantia de cinco mil reis 5,000
Assim mais uma enxada avaliada pela quantia de mil duzentos e oitenta reis 1,280
Assim mais seis pranchões de ole avaliados pela quantia de vinte mil reis 20,000
Assim mais uma poeteira que se acha no paiol avaliada pela quantia de dois mil reis 2,000
Assim mais um milheiro de telhas existentes no paiol availado pela quantia de trinta mil reis 30,000
Assim mais um carro grande velho e quatro cobertos de rodas avaliado pela quantia de quarenta mil reis 40,000
Assim mais uma Canga arreada para couce availiada pela quanita de cinco mil reis 5,000
Assim mais trez cangas proprias para juntas de bois de meio avaliados a trez mil reis cada uma importão todas uma quantia de nove mil reis 9,000
Assimmais quatro firadeiros arreadas availadas a dois mil reis cada uma importão em a quantia de oito mil reis 8,000
Assim mais um Boi de nome Rozado e manço para o carro avaliado pela quantia de cincoenta mil reis 50,000
Assim mais um boi de nome Almirante e manço para carro avaliado pela quantia de quarenta e cinco mil reis 45,000
Assim mais um boi de nome Moreno e manço de carro avaliado pela quantia de quarenta e cinco mil reis 45,000
Assim mais um boi de nome Galante e manço de carro avaliado pela quantia de quarenta e cinco mil reis 45,000
Assim mais um boi de nome Ramalhete manço de carro avaliado pela quantia de vinte e cinco mil reis 25,000
Assim mais um boi de nome Pacholinha manço de carro avaliado pela quantia de vinte e cinco mil reis 25,000
Assim mais uma vaca de nome Andorinha com cria avaliada pela quandia de 35,000
Assim mais uma vaca de nome Estela com cria avaliada pela quantia de quarenta mil reis 40,000
Assim mais uma vaca de nome Formoza com uma cria avalaiada pela quantia de trinta e cinco mil reis 35,000
Assim mais uma vaca de nome Provincia com uma cria avaliada pela quantia de quarenta mil reis 40,000
Assim mais uma novilha de nome Memoria avaliada pela quantia de trinta mil reis 30,000
Assim mais uma novilha de nome Chita avaliada pela quantia de vinte e cinco mil reis 25,000
Assim mais uma novilha de nome Andorinha avaliada pela quantia de vinte mil reis 20,000
Assim mais um manjollo com a caza coberta de telha e um forno de ferro avaliado pela quantia de quarenta mil reis 40,000
Assim mais a morada de caza de vivenda situada em a fazenda inventariada denominada dos Gomes e coberta de telhas com pomar e todas as mais bemfeitorias de terceira avaliada pela quantia de duzentos mil reis 200,000
Assim mais as terras pertencentes a mencionada fazenda denominada dos Gomes e divididas das mais contocios? avaliadas pela quantia de trez contos e quinhentos mil reis 3:500,000
Fazenda dos Gomes aos seis de Agosto de mil oito centos e oitenta e quatro O lavrador Mizael Antonio de Mesquita João Moraes Gomes estavão assignados. Nada mais se continha e nem declarava em a mencionada seleção de bens (…)”

Dividas ativas e passivas:

“Activo
Em mesmo dia mez anno e lugar mencionado (…) ahi presente a viuva inventariante por ella foi dito que o seu cazal ninguem devia pelo que nada tinha que dai o a descrever como activo no presente inventario e de como assim foi dito sob o juramento presente mandei o Juiz lavrar o presente termo que assignão (…)

Passivo
E logo no mesmo dia mez anno e lugar mencionado (…) foi dito pela viuva inventariante D. Felicia Honoria dos Anjos que igualmente não tem divida nenhuma passia o seu cazal para dar a descrever pelo que não tem neste sentido nenhuma declaração a fazer o que affirma sob o juramento prestado e de como assim o disse mandou o Juiz lavrar este termo que assigna (…)”

Partilha dos bens:

“Partilha dos bens que ficarão por fallecimento de MAnoel Antonio Ribeiro de quem fazem viuva e é inventariante D. Felicia Honira dos Anjos

? os bens inventariados 4:555,280
No que se abate as custas calculadas em 555,280
Liquido partível 3:320,000
Meação da inventariante 1:910,000
No que se abate a doação feita a os herdeiros 1:518,000
Fica para a inventariante 392,000
Meação do inventariado 1:910,000
Noque se junta a doação da Inventariante 1:518,000 3:448,000
? dividito entre os herdeiros fica cada um 342,800
E a cada um dos 4 netos filhos do finado Leandro Francisco de Salled 35,700
E a cada um dos 5 netos filhor de D. Severina Gomes 68,560

Pagamento feito a Viuva Inventariante D. Felicia Honoria dos Anjos (…) 392,000
Haverá para seu pagamento
3 catres usados ao valor 3,000 9,000
1 mesa pequena ao valor de 2,000
1 banco ao valor 1,000
1 vaca de nome Andorinha com cria ao valor 35,000
1 vaca de nome Estrella com cria ao valor de 40,000
1 vaca de nome Formoza com cria ao valor de 35,000
1 Novilha de nome Memoria, sem cria ao valor de 30,000
1 Morada de casa de vivendsa coberta de telhas, pomar situada na Fazenda dos Gomes districto de Areado 200,000
1 Manjollo com casa coberta de telhas e 1 forno de ferro 40,000″

Já Felícia Honória dos Anjos veio aos 7 de maio de 1887 em Areado-MG (nos Gomes). Em seu registro58 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos seis dias do mez de Maio de mil oito centos oitenta e sete faleceu, no domicilio, nos Gomes, a adulta FELICIA HONORIA DOS ANJOS, brca, natral d’est Freza, ide, presumível oitenta annos, viúva de MANOEL GOMES RIBEIRO, foi confessada e ungida causa da morte desconhecida, a sete foi encomendada solenemente e acompanhei seu corpo té o cemitério d’esta Freguezia, onde foi sepultada. O Vigr.o Anto Marino Pera Pimel

Foram filhos de Felícia Honória dos Anjos e Manoel Antônio Ribeiro:

  1. MANOEL, nascido por volta de 1827 em Areado-MG. Faleceu muito provavelmente ainda criança, pois não é citado no inventário do pai em 1884.
  2. FRANCISCO ANTONIO DE SALLES é citado no inventário do pai no ano de 1884 como já falecido deixando 4 filhos.
  3. MANOEL, nasceu por volta de 1829 (tinha 2 anos na data do Censo de 1831).
  4. ANTONIO JOAQUIM DO NASCIMENTO, foi casado, mas sem outras informações até o momento.
  5. MARIA CLARA GOMES (Capítulo IV – Os Bisavós).
  6. ANNA GOMES, casada com Joaquim Ignácio de Azevedo, muito provavelmente irmão de Francisco Ignácio de Oliveira, marido de sua irmã Maria Clara Gomes. Ela veio a falecer antes de 1887 em Areado-MG.
  7. EMERENCIANNA CANDIDA GOMES, nasceu por volta de 1837. Ela foi casada com Manoel Francisco da Silva, filho de Francisco Lourenço da Silva e de Vicência Candida de Jesus. Emerenciana veio a falecer aos 6 de junho de 1897 em Areado-MG.
  8. SEVERINA MARIA DE JESUS, nasceu na Fazenda do Pinhal e foi batizada no ano de 1841 em Areado-MG. Foram padrinhos Joaquim Rodrigues de Jesus e Anna Antônia de Jesus. Ela foi casada com Francisco Rodrigues da Cunha e É citada no inventário do pai no ano de 1884 como já falecida deixando 5 filhos.
  9. JOSÉ RODRIGUES DE FARIA, nasceu por volta de 1846 em Areado-MG. Foi casado com Barbara Maria de Jesus. Ele veio a falecer aos 21 de maio de 1892 em Areado-MG.
  10. HONÓRIA GOMES, foi batizada aos 8 de novembro de 1843 na capela de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Foram padrinhos Antônio Rodrigues e Anna Clara. É citada no inventário do pai no ano de 1884 como já falecida deixando 1 filha.
  11. MANOEL ANTÔNIO RIBEIRO (GOMES), foi batizado aos 10 de outubro de 1850 na matriz de São Joaquim, atual município de Alterosa-MG. Foram padrinhos Manoel Dias de Avelar e Anna Felicia de Araújo. Ele se casou com Maria Amélia da Silva, filha de José Gonçalves da Silva e de Messias Maria de Jesus, aos 27 de abril de 1872 na capela de São Sebastião do Areado, em Areado-MG.
  12. JOAQUIM RODRIGUES DE FARIA, que foi casado com Maria Amélia de Jesus, filha de Antônio Teixeira de Mello e de Marianna Gomes de Jesus no dia 18 de junho de 1877 na Matriz de São Sebastião do Areado-MG.

João Gomes Ribeiro e Maria Domingos do Nascimento

João Esteves Gomes foi batizado no dia 20 de maio de 1821 na Capela de São Joaquim, ao que tudo indica, situada onde hoje se encontra o município de Alterosa-MG. A data de batismo corresponde com a idade informada em sua certidão civil de óbito. João era filho de Antônio Gomes Ribeiro e de Severina Maria de Jesus. No seu registro59 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte dias do mez de Maio de mil oito centos e vinte hum annos na Capella de S. Joaquim, filial do Rio Claro o Reverendo Domingos de S. José de Lucena baptizou e pos Santos Oleos a João, filho de ANTONIO GOMES e de SEVERINA MARIA, moradores no bairro do Mozambo: forão padrinhos: João José e Joaquina Maria de Jesus todos desta Freguezia de que para constar fiz este assento. O Vigro Ignácio Ribeiro do Prado ?”

Ele se casou em local e data desconhecidos até então, mas muito provavelmente na região entorno de Alfenas-MG e Areado-MG, com Maria Domingos do Nascimento, nascida por volta de 1815 e filha de Domingos Gonçalves e de Severina Maria de Jesus.

João Gomes Ribeiro foi agraciado no ano de 1862 com os seguintes bens/valores no inventário de sua mãe, Severina Maria de Jesus. No inventário60 pode-se ler:

“(…) Pagamento feito ao herdeiro JOÃO GOMES RIBEIRO da quantia de um conto seis centos e onze mil quinhentos e cecenta reis = Dão para este pagamento a seguinte = Em parte das terras da Fazenda do Pinhal do Muzambo avaliadas pela quantia de deseseis contos de reis = um conto e seis centos mil reis = Assim mais uma parte n’um Cavallo ? avalliado na quantia de trinta mil reis vinte nove mil tresentos e vinte reis= Assim mais reposição que faz a hereira Dona Gertrudes Maria do Nascimento da quantia de desesete mil sete centos e ceconenta reis – cujas adições todas sommas dão na sobre dita quantia de um conto seiscentos e onze mil quinhentos e cecenta reis. E nesta forma houverão Juiz e Partidores por feita e acabada com toda a igualdade de direito (…)”

João Gomes Ribeiro e Maria Domingos do Nascimento aparecem em um documento de divisão de terras do ano de 1862 na região de Areado, realizado após a morte de sua mãe, Severina Maria de Jesus. No documento61, pode-se ler:

“(…) Pagamento feito aos socios JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher MARIA DOMINGAS DO NASCIMENTO de dua parte de terras na fazenda do Pinhal do Muzambo, no destrito de São Sebastião do Areado correpondendo a decima parte da mesma Fazenda e no valor de douz contos quinhentos e cioncenta e nove mil reis. Dar para este pagamento as seguintes terras que se achão entre as divizas que abaixo se seguem a saber = Pincipião as sua demarcações no corrego da fazenda de fronte duas covas que estão perto da tapera (residência ou fazenda em ruínas, tomada pelo mato) de Antonio Gomes Velho (pai de João) e nas digo e na direcção das ditas covas dividindo com Pedro Teixeira de Mello ate o espigão que contraverte do corregozinho deviza do mesmo Pedro Teixeira de Mello e Antonio Teixeira de Mello e pelo mesmo espigão que verte para o dito corregozinho ate a estrada das Passes e volvendo a esquera salvando tudo quanto verte a um corregozinho que está acim da morada do mesmo JOÃO GOMES e sua mulher e voltando esta cabeceiras vai ate um espegião fronte ande as Fejicco preto em roças de Pedro Teixeira de Mello e por este espigão ate o dito corrego da Fazenda e por este abaixo ate entre duas covas e volvendo a direita na direção destas covas ate o alto do serradão e por este alto divizando com Joze Gomes Ribeiro desde as roças de Pedro de Mello vai ate frontear com duas covas que estão a isquerda na cabeceira de hum corregozinho e por este abaixo ate fazer barra com outro, e volvendo a direita em direção a huma cova ate o corrgo do Pereira e por este abaixo ate frentear com duas covas que estão na esquerda na ponta de hum espigão e por este acima até o alto do Capão dos Olios e volvendo a esqueda ate encontrar huma cova e desta a cabeceira do corregozinho onde mora Domingos Gonçalves (pai de Maria Domingos do Nascimento) e pelo corregozinho abaixo ate o Riberão da Fazenda e por este abaixo ate forntear com as duas covas onde teve principcio e se finda esta demarcação – dividindo por ultimo com os orphãos filhos de Maria Ignez = Antonio de Mello, Pedro Teixeira de Mello e Manoel Antonio Ribeiro. E nesta forma houverão Juiz e Louvador esta descriminação e marcação de pagamento por feita e ali digo e acabada competentemente calculada avaliada e dividida com toda a igualdade de direito e do que para constar faço este Termo em que assignão (…)”

João Gomes Ribeiro e sua esposa, Maria Domingas do Nascimento, decidiram iniciar seu inventário e passagem de bens no ano de 1885, como uma forma de impedir futuras brigas com relação aos bens do casal após a morte dos dois. O inventário foi iniciado no dia 29 de setembro de 1887. No inventário62, pode-se ler:

“(…) Inventario e Partilha amigaveis
= intervivos = das terras da Fazenda dos Gomes ou Pinhal – Freguezia do Areado, entre os socios =
JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher e os cedentes
ANTONIO ESTEVÃO GOMES e sua mulher e outros”

E segue o inventário:

“(…) Dizem os abaixo assignados JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher MARIA DOMINGA DO NASCIMENTO moradores no Distrito da Freguezia de S. Sebastião do Areado, Termo e Comarca da Cidade de Afenas, que achando-se os suppes em seo perfeito estado de saude e entendimento, rezolverão de commum accordo fazerem secção das terras que possuem e todas divididas, na fazenda dos Gomes ou Pinhal deste mesmo Districto e temo a seus filhos e genros, rezervando para elles suppes uma pequena parte de terras na referida Fazenda, cuja parte foi dada aos suppes no valor de vinte e seis mil e quinhentos reis, como tudo consta do documento junto.

Estando os suppes já velhos e desejando evitar e cortar pelo futuro duvida e dessençõens entre seus filhos, como ordinariamente sucede nos inventários caouza mortis, lembrarão se deste meio que desde já os tranquilirão, e tornando-se de vangem para todos seus heredeiros. E para que este procedimento tenha naturza de cause julgada e produza seus effeitos de direito os suppes requerem assim esses, que entoada essa com o documento junto, sellada e preparada sejão concluzos ao Meretissimo Sr. Dr Juiz de Direito da Comarca para o devido julgamento (…)

[Assinaturas de todos os herdeiros]”

Declaração do casal:

“(…) Nós abaixo assignados e ? nomeadas JOÃO GOMES RIBEIROS e minha mulher MARIA DOMINGA DO NASCIMENTO moradores no Districto da Freguezia de São Sebastião do AReado, Termo e Comarca da Cidade de Alfenas, deliberemos de commum accordo faremos secção das terras que possuimos vitas nesta Fazenda dos Gomes neste mesmo Disctricto a seus legitimos filhos – ANTONIO ESTEVÃO GOMES e sua mulher – JOAQUIM MATRINS FOMES e sua mulher – JOZÉ ANDRÉ GOMES e sua mulher – JOÃO ESTANISLAOU GOMES e sua mulher – CANDIDO GOMES RIBEIRO e sua milher – CAROLINA HORATA DE JESUS casada com Joaquim Luiz Gomes – e MARIA GOMES casada com Francisco Antonio da Silva e como assite em todos autos nossos filhos e genros abilitação necessaria para bem minestratem os bens que lhes passão pertencer e sendo todos moradores neste mesmo Districto e Termo e para cujo fim accordarão entre todos nomearem para loucados e partidores aos sidadões João Vicente Ferrera Martins e Joze Antonio de Avila Lima para estes louvarem as terras que lhes for pelo inventariante aprezentada e de ppor de conhecido todo valor dos mesmos ferirem a respectiva partilha dando pagamentos a todos os interessados e bem assim aos inventariantes seccinarios os valores de um pasto feirjado junto a suas moradas e mais um pequeno terreno nesta mesma Fazenda no lugar onde elle, inventariante seccionario tem uma pequena plantação de cafézal: isto rezervão para si sem conhecimento de terça, cujas terras lhes serão dadas em pagamento pelo valor do inventario que fora feito, e por assim estarem todos convencionados mandarão escrever o prezente que vai assignado por todas, ssinando-se por seu proprio punho os que sabem escrevre e os que não sabem assinan-se a seu rogo quem a declarar. Fazenda dos Gomes 12 de 7bro de 1887

Assigno a rogo de JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mer MARIA DOMINGA DO NASCIMENTO
Joaquim Oliveiro Gomes
Assigno por mim e minha mulher MARIA LUIZA DE JESUS, ANTONIO ESTEVES GOMES
[Demais assinaturas dos heredeiros]”

Avaliação das terras:

“Avaliação das terras

Depois de examinar-mos todas as terras que pelo o inventariante seccinario no foi apresentado adhamos ter o numero de 334 hectares aos quais demos demos o valor total de quatro contos quatro centos e vinte mil e quinhentos reis, em cuja somma sede dos os valores do pasto rezervado pelos seccionarios no valor de noventa e nove mil reise e bem assim o valor do terreno do pequeno cafezal pela quantia de sete mil e quinhentos reis, o que tudo prefaz a somma de cento e seis mil e quinhentos reis, de cuja quantia dou pagamento aos ditos inventariantes seccionarios JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher, ficando liquido a quantia de quatro contos trezentos e quartorze mil reis, a qual quantia é repartidamente entre igual parte entre os sete heredeiros, toca a cada um destes a quantia de seis centos e dezeseis mil duzentos e oitenta e sinco reis: sendo os herdeiros ANTONIO ESTEVÃO GOMES e sua muilher com a quantia de seis centos e deseseis mil duzentos e oitenta e sinco reis – Joaquim Martings Gomes e sua mulher com a quantia de … Jozé André Gomes, …, João Estanislau Gomes, …, Candido Gomes Ribeiro, …, Carolina Horata de Jesus, …, Joaquim Luiz Gomes, …, Maria Gomes, …, sommando todos os pagamentos acima declarados na quantia de quatro contos quatrozentos e vinte mil e quinhentos reis. E por esta forma deverão lhes louvados e partidores este inventário e partilha por feito do que para consta faço este termo que assignamos (…)

Pagamento aos seccionarios inventariantes JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mulher da quantia de sento e seis mil e quinhentos reis, Dace lhes para seu pagamento em terras de cultura e serrado nesta fazenda dos Gomes ou Pinhal, cujos forão inventariadas a quantia de cento e seis mil e quinhentos reis, ficando em sociedade com seus filhos e genros. E por esta forma ouverão lhes lourados este pagamento por feito (…)
Assigno a rogo de JOÃO GOMES RIBEIRO e sua mer MARIA DOMINGA DO NASCIMENTO Joaquim Oliveiro Gomes.”

João Gomes Ribeiro faleceu no dia 24 de março de 1901 em decorrencia de uma gripe não tratada e foi sepultado no dia seguinte em Areado-MG com 80 anos de idade. No registro63 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos 25 de março de 1901 neste cimiterio foi sepultado JOÃO GOMES RIBEIRO, ide 80 anos, nascido nesta freguesia, e falecido no dia 24. Da ?. Vigario P. Humbiogi Zavallazo”

E no registro64 civil de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

JOÃO GOMES RIBEIRO
(…)
Estado civil e idade: Casado, com 90 anos de idade.
Naturalidade: Areado-MG
Filiação e residência: Filho de ANTONIO GOMES RIBEIRO e SEVERINA MARIA DE JESUS
Data e hora de falecimento: 24 de março de 1901 às 06:00 horas (…)
Local de falecimento: Bairro denominado Gomes em Areado-MG.
Causa da morte: Sem tratamento médico proveniente de influenza
Sepultamento / cremação: Cemitério municipal de Areado-MG.
Declarante: João Evaristo Gomes (…)
Averbações / Anotações a acrescer: Deixa os filhos: ANTONIO ESTEVES GOMES, JOAQUIM MARTINS GOMES, JOÃO ESTANISLAU GOMES, CANDIDO GOMES RIBEIRO, MARIA GOMES, CAROLINA HONORATA DE JESUS (…)”

Já sua mulher Maria Domingos do Nascimento faleceu no dia 31 de dezembro de 1905 e foi sepultado no dia seguinte em Areado-MG com idade de 90 anos. No seu registro65 de sepultamento, pode-se ler:

“Ao primeiro dia do mez de Janeiro de mil e novecentos e seis foi por mim encomendado o cadaver de MARIA DOMINGAS de noventa annos, viuva de JOÃO GOMES RIBEIRO e sepultada neste Cemiterio. O Vigr.o Marcer Antonio Leorraca”

E no registro66 civil de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

MARIA DOMINGAS DO NASCIMENTO
(…)
Estado civil e idade: Viúva, com 90 anos de idade.
Naturalidade: (Não Consta)
Filiação e residência: Filho de DOMINGOS GONÇALVES e SEVERINA MARIA DE JESUS
Data e hora de falecimento: 31 de dezembro de 1905 (…)
Local de falecimento: No lugar denominado Gomes em Areado-MG.
Causa da morte: Vômito sem tratamento médico
Sepultamento / cremação: Cemitério da saudade de Areado-MG.
Declarante: Candido Gomes Ribeiro (…)
Averbações / Anotações a acrescer: Deixa os filhos: ANTONIO, JOAQUIM, CAROLINA, MARIA e CANDIDO (…)”


Maria Domingos do Nascimento teve seu inventário67 inciado no dia 3 de dezembro de 1906 em Alfenas-MG, e teve como inventariante o seu filho Joaquim Martins Gomes.

[TO BE DONE]

Foram filhos de Maria Domingos do Nascimento e João Esteves Gomes:

  1. ANTÔNIO ESTEVES GOMES (Capítulo IV – Os Bisavós).
  2. JOAQUIM MARTINS GOMES, nasceu aos 11 de novembro de 1851 e foi batizado no dia 23 do mesmo mês e ano em Areado-MG. Foram padrinhos Pedro Teixeira de Mello e Anna Margarida de Jesus.
  3. JOSÉ ANDRÉ GOMES, nasceu aos 4 de fevereiro de 1854 e foi batizado no dia 16 do mesmo mês e ano em Areado-MG. Foram padrinhos Francisco Ignácio de Oliveira e Maria Clara de Jesus.
  4. CANDIDO GOMES RIBEIRO, nasceu aos 5 de fevereiro de 1866 e foi batizado aos 11 do mesmo mês e ano na Matriz de São Joaquim, em Alterosa-MG. Foram padrinhos Candido José de Faria e Maria Ignês de Oliveira, moradores no Distrito de Areado.
  5. CAROLINA HONORATA DE JESUS, que foi casada com Joaquim Luiz Gomes.
  6. JOÃO ESTANISLAU GOMES.
  7. MARIA RITA DE JESUS (GOMES), que foi casada com Francisco Antônio da Silva.

Francisco Luiz Barbosa e Gertrudes Maria de Jesus

Francisco Luiz Barbosa era filho de Manoel Luiz Barbosa e de Claudina Candida de Jesus e foi batizado aos 5 de setembro de 1813 na capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões, situada no município de Perdões-MG. Na época, a capela era atrelada à Matriz de Sant’anna de Lavras, Lavras-MG. No seu registro68 de batismo, pode-se ler:

“Aos sinco de Septembro de mil oito centos e treze na Capella do Senhor Bom Jesus dos Perdons, filial desta Matriz, o Padre Aleixo Antonio da Motta de licença baptizou e poz os santos óleos a FRANCISCO, filho legitimo de MANOEL LUIZ BARBOZA e de CLAUDINA CANDIDA DE JESUS; forão Padrinhos Francisco Soares Guimarães e Anna Angelica de São José, de que fiz este assento. O Vigr.o Manoel ?

Ele se casou com Gertrude Maria de Jesus (do Nascimento), nascida por volta de 1817, filha de Antônio Gomes Ribeiro e de Severina Maria de Jesus. O casamento foi registrado na Matriz de São José e Nossa Senhora das Dores, em Alfenas-MG, aos 31 de maio de 1833. No registro de casamento69, pode-se ler:

“Aos trinta hum de Maio de mil oito centos trinta três o R. Joaquim Francisco de Oliveira em presença de Joze Luis Barboza e de Silverio Joze da Silva recebio em Matrimonio solene FRANCISCO LUIZ BARBORZA filho de MANOEL LUIZ BARBOZA, e de CLAUDINA MARIA, e a GERTRUDES MARIA filha de ANTONIO GOMES, e de SEVERINA MARIA, e conferio as bencoes nuptiaces. O Vigr.o Venancio Joze de ?”

Gertrudes foi agraciada no ano de 1862 com os seguintes bens/valores no inventário de sua mãe, Severina Maria de Jesus. Pode-se notar que Gertrudes já era viúva na data do inventário, pois aparece sem menção ao marido Francisco Luiz Barborsa. Portanto, Francisco teria falecido entre 1855 (data do batismo de sua filha Maria) e 1862. No inventário70 pode-se ler:

“(…) Pagamento feito ao herdeiro GERTRUDES MARIA DE JESUS da quantia de um conto seis centos e onze mil quinhentos e cecenta reis = Dão para este pagamento a seguinte = Em parte das terras da Fazenda do Pinhal do Muzambo avaliadas pela quantia de deseseis contos de reis = um conto e seis centos mil reis = Assim mais em reposição que recebe de herdeiro João Gomes Ribeiro a quantia de desesete mil sete centos e ciconenta reis. Assim mais reposição que faz a herdeira Dona Maria Felicia de Jesus da quantia de seis mil e duzentos reis cujas adições sommadas dão na dobre dita quantia de uum conto ceiscentos e onze mil quinhentos e cicoenta reis. E nesta forma houverão Juiz e Partidores por feita e acabada com toda a igualdade de direito (…)”

Os filhos de Francisco Luiz Barbosa foram agraciados com uma pequena parte nos bens de seu avô, Manoel Luiz Barbosa no ano de 1869. No inventário71, pode-se ler:

“Pagamento feito à Manoel, José, Joaquim, Antonio e Claudina, Maria e Maria Vitalina filhos do finado herdeiro FRANCISCO, de sua legitima parte da quantia de 24,029
Demos para este pagamento
Parte nas casas na Freguezia de São Joaquim 1,470
Parte nas casas ? bemf. da FAzenda da Estiva 4,411
Parte nas terras da mesma fazenda 17,119
Parte no que de Joaquim Antonio Ribeiro 1,029 24,029″

Gertrudes Maria de Jesus aparece em um documento de divisão de terras do ano de 1862 na região de Areado, realizado após a morte de sua mãe, Severina Maria de Jesus. No documento72, pode-se ler:

“[TO BE DONE]”

Gertrudes Maria de Jesus veio a falecer no dia 1 de janeiro de 1885 em Areado-MG e que Francisco veio a falecer antes de 1886, pois consta no registro de sepultamento de Gertrudes que ela era viúva na data de sua morte. No registro73 de sepultamento de Gertrudes, pode-se ler:

“Ao primeiro de Janeiro de mil oito centos oitenta e cinco, faleceu no domicilio nos Gomes a adulta GERTRUDES MARIA DE JESUS, branca, idade setenta e cinco annos, natural d’esta Freguezia, viúva por falecimento de FRANCISCO LUIZ BARBOZA, moléstia hydropezia, recebeu totós os Sacramentos, a dous encomendei solenemente a sua alma e acompanhei seu copo até o cemitério d’esta Freguesia onde foi sepultado. O Vigro Antonio MarcolinoTeixeira Pimentel.”

Foram filhos de Gertrudes Maria de Jesus e Francisco Luiz Barbosa:

  1. JOAQUINA LUIZA DE JESUS, nasceu por volta de 1835. Ela foi casada com Júlio Antônio Alves. Veio a falecer no dia 28 de abril de 1895 em Areado-MG.
  2. CLAUDINA CANDIDA DE JESUS, nasceu por volta de 1846. Ela foi casada com João Rodrigues do Nascimento, aos 30 de novembro de 1865, na matriz de São Sebastião do Areado, em Areado-MG. Veio a falecer aos 2 de julho de 1887, em Areado-MG.
  3. MARIA LUIZA DE JESUS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  4. ANA, nasceu no ano de 1849 e foi batizada no dia 19 de maio de 1849 junto com sua irmã gemia Maria Luiza de Jesus, em Areado-MG. Foram padrinhos Francisco Antônio de Salles e Maria Clara de Jesus.
  5. ANTÔNIO LUIS GOMES, nasceu por volta de 1851. Ele foi casado com Severina Maria de Jesus, filha de Oliverio Joaquim de Mello e de Maria Felicia de Jesus. Veio a falecer no dia 21 de janeiro de 1905 em Alfenas-MG.
  6. MARIA, nasceu na Fazenda do Pinhal e foi batizada no ano de 1854 na freguesia de São Joaquim da Serra Negra, atual Alterosa-MG. Foram padrinhos Antônio Gomes do Nascimento e Maria Joaquina de Jesus.
  7. MARIA, nasceu na Fazenda do Pinhal e foi batizada no ano de 1855 na freguesia de São Joaquim da Serra Negra, atual Alterosa-MG. Foram padrinhos José Antônio de Ávila e Francisca Maria de Jesus.
  8. MANOEL THOMAZ BARBOSA, nasceu por volta de 1859. Ele foi casado com Anna Candida de Jesus. Manoel veio a falecer no dia 5 de março de 1911 em Areado-MG.
  9. JOSÉ FRANCISCO GOMES.
  10. LÁZARO ELIAS BARBOSA.

Capítulo VI – Os Tetravós

Antônio de Oliveira Ruelas e Custódia da Silva Borges

Antônio de Oliveira Ruelas era filho de João de Oliveira Ruelas e Agda Cardozo. Ele foi batizado aos 24 de junho de 1760 na Matriz de Santo Antônio da Campanha, atual Campanha-MG. No seu registro74 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e quatro de junho de mil setecentos e secenta nesta Matriz da Campanha de minha Licença baptizou e pos os Santos Oleos o Padre Bernardoda Sylva Lobo a ANTONIO inocente, filho legitimo de JOÃO DE OLIVEIRA RUELLA e de sua mulher AGDA CARDOZA: forão P.P. Manoel Leme Ferreira e sua mulher D. Antonio do Spirito Santo, todos desta Matriz. O Vigro Manoel Caeto Roiz”

Ele se casou com Custódia da Silva Borges, filha de Ignácio da Silva Borges e de Izabel da Glória. Custódia nasceu no dia 18 de junho de 1754 e foi batizada no dia 29 de setembro do mesmo ano em Carrancas-MG. No seu registro75 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e nove do mez de Setembro do anno de mil e sete centos sincoenta e quatro na Capella de Santa Anna das Lavras, filial desta Freguezia, baptizei e pus os santos Oleos a CUSTODIA, filha legitima de IGNÁCIO BORGES DA SILVA, natural da Borda do Campo e de IZABEL DA GLORIA, natural de Sam João del Rey, ? paterna de DOMINGOS BORGES DA SILVA e de SUZANA LEITE, moradores da Borda do Campo, e materna de ANTONIO RODRIGUES DO PRADO e de FRANCISCA CORDEIRA LIMA, naturaies de Taubaté nascida a dita baptizada aos vinte e oito de junho do mesmo anno. Forão padrinhos Ignácio Martins, solteiro, e Francisca Cordeira Lima, mulher de Antônio Rodrigues do Prado, todos fregueses desta Freguezia do que fiz este asento que signei. O Vigro Menoel Miz”

Custódia se casou primeiramente com Sebastião Martins Coelho, filho de Manoel Martins Ferreira e de Thomazia Antônia Coelho. O casamento foi realizado aos 13 de outubro de 1774 na igreja matriz de Carrancas-MG. No registro76 de casamento, pode-se ler:

“Aos treze dias do mez de Outubro do anno de mil e sete centos e setenta e quatro, nesta Parochial Igreja de Nossa Senhora da Conceipção das Carrancas, SantAnna das Lavras ? sendo feitas as trez canônicas ? na forma do Sagrado Concilio Trintino, sem resultar impedimento e com provisão do Reverendo Doutor Vigario da vara desta Comarca ?, livres e desimpedidos, pelas duas horas da tarde, com presença do Reverendo Parocho desta Freguezia Manoel Alfonso, e das testemunhas Ignacio da Silva Borges e Pedro da Silva de Carvalho celebrarão por palavras de presente o Santo Sacramento do Matrimonio SEBASTIÃO MARTINS COELHO filho legítimo de MANOEL MARTINS FERREIRA e THOMAZIA ANTONIA COELHA natural e baptizado na Freguezia da Borda do Campo e CUSTÓDIA DA SILVA DE JESUS, filha legitima de IGNÁCIO DA SILVA BORGES e de IZABEL DA GLORIA, fregueses desta Freguezia onde a contrahente he natural e baptizada e logo lhes dei as benções nupciais de que fiz este asento que a signei. O Coajutor Manoel Alfonso da Cunha.”

Não se tem notícia se Custódia e o seu primeiro marido, Sebastião, tiveram filhos ou filhas. Sabe-se, porém, que Sebastião veio a falecer no dia 18 de janeiro de 1784 em Lavras-MG. No registro77 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dezoito de Janeiroa de mil setecentos e oitenta e quatro falleceo da vida prezente com todos os sacramentos SEBASTIÃO, cazado com CUSTODIA, filha de IGNACIO DA SILVA BORGES, foi incommendado e sepultado dentro desta MAtriz de S. Anna das Lavras do Funil de que fez este assento que assigno. O Vigro Jozé Laborta de Oliveira”

Foi após a morte do primeiro marido que Custódia se casou com Antônio de Oliveira Ruelas. O casamento ocorreu aos 20 de abril de 1785 na igreja Matriz de São João del Rey. No registro78 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte de Abril de mil e Sete Centos e oitenta e Sinco pelas oito horaz da manha pouco mais ou menos, na Matriz de São João del Rey, o Reverendo Coadjutor Joaquim Pinto de Lima de licença do Reverendo Parocho desta Freguezia das Lavras assistio ao Sacramento do Matrimonio, que com palavras dos presentes sem empedimento contrahirão ANTONIO DE OLIVEIRA RUELAS filho legitimo de JOÃO DE OLIVEIRA RUELAS e de AGUEDA CARDOZA DA CONCEIÇÃO, natural e baptizado na freguesia da Campanha do Rio Verde, e CUSTODIA DA SILVA DE JESUS, viúva de SEBASTIÃO ALVES COELHO, filha legitima de IGNÁCIO DA SILVA BORGES e IZABEL DA GLORIA, natural e moradora nesta freguesia das Lavras: precedendo as demonstrações, que manda o Sagr. Conc. ? receberão as benções nupciais. Forão testemunhas José Joaquim Freire e Manoel Francisco Machado: Como atestou o Reverendo ? na sua Certidão: de que fiz este asento que assignei. O Coadjutor Joseph Mz Pretto”

Não foram encontradas até então informações sobre local e data de falecimento do casal.

Foram filhos de Custódia da Silva Borges e Antônio de Oliveira Ruelas:

  1. EMERENCIANA, batizado aos 25 de agosto de 1785 na igreja matriz de Nossa Senhora das Carrancas, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Ignácio Martins Claro e sua mulher Maria da Conceição. Analisando a data de batismo de Emerenciana, pode-se notar que foi somente 5 meses depois do casamento que ela foi batizada. A hipótese mais plausível é de que a sua mãe Custódia já estaria grávida antes de se casar com Antônio de Oliveira Ruelas. O que indica que o filho seria de Antônio, é que no registro de batismo de Emerenciana, consta que ela era filha legítima do casal.
  2. ANTÔNIO DE OLIVEIRA RUELAS (Capítulo V – Os Trisavós).
  3. JOÃO DE OLIVEIRA RUELAS, foi batizado aos 20 de agosto de 1791 na Ermida do Espírito Santo, filial da Matriz de Carrancas, em Carrancas-MG. Foram padrinhos, João de Oliveira Ruelas e Agada Cardoza da Conceição, avós paternos. Ele se casou primeiramente com Maria Luiza de Jesus e em seguida com Mariana Maria de Paiva. João veio a falecer aos 31 de dezembro de 1869, em Areado-MG.
  4. MARIA, foi batizada aos 10 de setembro de 1790 na Ermida do Espírito Santo, Carrancas-MG. Foram padrinhos Antônio da Silva e Perpetua Maria Joaquina.

Manoel Antunes Barboza e Mariana Gomes Ferreira

Manoel Antunes Barboza, nasceu por volta de 1760 e era natural de Aiuruoca-MG, conforme consta em seu registro de sepultamento. Ele se casou com Mariana Gomes Ferreira, de idade e naturalidade desconhecidos até então. O casamento ocorreu antes de 1785, data do nascimento do primeiro filho conhecido do casal.

Manoel Antunes Barboza veio a falecer no dia 8 de abril de 1820, em Alfenas-MG. No seu registro79 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos 8 dias de Abril de mil oito centos e vinti anos no Bairro da Pari da Capella de São Joze e Dores, filial da Matris de Cabo Verde com o sacramento da Pinitencia e extrema-unção dimaligna faleceu da vida presente MANOEL ANTUNES BARBOZA cazado com MARIANNA DE JESUS, natural da Ayuruaca de idade de sessenta anos pouco mais ou menos, não dez testamento; seu corpo envolto em pano branco foi sepultado no ? da ditta capella sendo encomendado conforme o Ritto. Do que para constar mandei fazer este assento, que assigno. O Vigr.o Joaquim Ribeiro ?”

Foram filhos de Mariana Gomes Ferreira e Manoel Antunes Barboza:

  1. ANTONIO, foi batizado aos 21 de setembro de 1785 na igreja Matriz de Santanna do Sapucay, atual Silvianópolis-MG. Foram padrinhos Bento Ferreira de ? e Maria Flores do Carmo por procuração apresentada pelo padrinho Bento Ferreira de ?.
  2. IZABEL ANTUNES PEDROSO, nasceu no mês outubro de 1787 e foi batizada aos 16 de janeiro de 1788 na igreja matriz de Santanna do Sapucay, Silvianópolis-MG. Foram padrinhos Manoel da Costa Gomes, por procuração a Antônio Teixeira de Souza e Anna Josepha Joaquina, mulher de Manoel Teixeira de Carvalho. O registro informa que moravam no Machado. Ela se casou com Manoel Domigues da Rosa, filho de José Nunes da Rosa e de Maria Rosa de Jesus, aos 16 de novembro de 1805 em Silvianópolis-MG.
  3. MARIA MADALENA DO NASCIMENTO, nasceu por volta de julho de 1789 e foi batizada aos 24 de janeiro de 1790 na igreja matriz de Santanna do Sapucay, Silvianópolis-MG. Foram padrinhos Coadjutor Bernardo José Simões e Mariana Alvares Pedro, mulher de José João Dias. O registro informa que moravam no Machado abaixo. Ela se casou com Aniceto Francisco de Oliveira, filho de Miguel Francisco de Oliveira e de Maria de Oliveira, aos 16 de novembro de 1805, em Silvianópilis-MG.
  4. FELICIANA ANTUNES BARBOZA (Capítulo V – Os Trisavós).
  5. ANNA, nasceu por volta do ano de 1792 e foi batizada um ano depois, no dia 1 de novembro de 1793 em Silvianópolis-MG. Foram padrinhos, Antônio Domingues e sua mulher Rita Maria do Espirito Santo. O registro informa que moravam no Sapucay abaixo.
  6. EMERENCIANA, foi batizada aos 28 de agosto de 1797 na casa de Bento Ferreira de ?, em Silvianópolis-MG. Foram padrinhos Germano José Freitas, e Maria do Carmo.
  7. MATILDES, foi batizada aos 28 de agosto de 1797 na casa de Bento Ferreira de ?, em Silvianópolis-MG. Foram padrinhos, Francisco Rabello e sua mulher Mariana Antônia de Jesus.
  8. MANOEL ANTUNES BARBOZA, foi batizado aos 19 de outubro de 1802 em Silvianópolis-MG. Ele se casou com Beatriz Maria de Jesus, filha de José Alves Nogueira e de Clara Maria, no dia 20 de junho de 1820 em Alfenas-MG.
  9. JOSÉ PEDROZO BARBOZA, que se casou com Anna Roza de Souza, filha de Manoel de Souza Ribeiro e de Escolástica Maria, aos 14 de abril de 1803, em Silvianópolis-MG.
  10. BONIFÁCIO ANTUNES.

José Ferreira da Rocha e Rosa Maria Bueno de Morais

José Ferreira da Rocha nasceu no dia 29 de maio de 1769 e foi batizado no dia 6 de junho do mesmo ano na Capela do Divino Espírito Santo, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, em Carrancas-MG. Ele era filho de Pedro Ferreira Brito e de Anna da Rocha. No seu registro80 de batismo, pode-se ler:

“Aos seis diaz do mez de Junho de mil sette centos e sesenta e nove annos na Capella do Divino Espirito Sto o Padre Joze Manoel da Roza Capellão da mesma con licença do Reverendo Paroclo Manoel Affonso Baptizou e poz os Santos Oleos à JOZE nascido a vinte e nove de Mayo do ditto anno filho legitimo de PEDRO FERREIRA DE BRITO e de ANNA ROCHA: foram Padrinhos José Correa Pinto Solteiro e Marianna Ignacia mulher de Antonio Machado Costa todos moradores desta Freguezia de que diz este assento que por verdade assigno. O Coajtor Mel Manso da Cunha [?]”

Ele se casou com Rosa Maria Buena ou de Moraes, nascida por volta de 1780, ao que tudo indica na freguesia de Itabira-MG, filha de Antônio Antunez da Silva e Maria Marta Buena. O casamento foi realizado no dia 18 de fevereiro de 1792 na Matriz de Sant’Anna das Lavras, em Lavras-MG. No seu registro81 de casamento, pode-se ler:

“Aos dezoito de Fevereiro de mil sete centos e noventa dois nesta Matriz o Reverendo Vigario Joze da Costa de Oliveira pelas sinco horas da tarde e feitos os sacramentos do Matrimonio, que comprovadas deprevante e sem impedimento contrairão JOZE FERREIRA DA ROCHA, filho legitimo de PEDRO FERREIRA BRITO e ANNA DA ROCHA, natural e baptizado nesta Freguezia e ROZA MARIA BUENA, filha legitima de ANTONIO ANTUNES SILVA e MARIA MARTA BUENA, natural e baptizada na freguezia da [?]; precedendo as moestaçoens canônicas e provizão do ordinário receberão as bencoes nupciaes e forão testemunhas Antonio Ribeiro da Costa e Custodio Luiz Affonso, do que diz este assento que assignei. O Vigr.o Flavio Anto de Mres Salgo

Foram filhos de Rosa Maria e José Ferreira da Rocha:

  1. CLAUDINO JOSÉ FERREIRA (Capítulo V – Os Trisavós).
  2. JOÃO, que foi batizado aos 30 de dezembro de 1792 na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Aiuruoca-MG. Foram padrinhos Joaquim José de Oliveira e Maria Marta Buena de Moraes (avó materna).
  3. MANOEL, que foi batizado aos 3 setembro de 1807 na Matriz de Sant’Anna de Lavras, Lavras-MG. Foram padrinhos Leandro Lopez Bueno e Isabel Horinda de Moraes.

Antônio Gomes de Oliveira e Maria Rosa das Neves

Antônio Gomes de (Gonçalves) Oliveira era filho de Teotônio Gomes de Oliveira e de Quitéria Maria de Jesus. Ele se casou com Maria Roza das Neves batizada aos 22 de agosto de 1762 na Matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Ela era filha de José Fernandes das Neves e de Roza Maria de Campos. No seu registro82 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e dois de Agosto de mil sette centos e secenta e dois nesta Matriz o Coadjuntor Manoel Allonço da Cunha baptizou e pos os Santos Oleos a MARIA innocente filha legitima de JOZE FERNANDES DAS NEVES e ROZA MARIA DE CAMPOS, forão Padrinhos o Coajuntor João Gomes Salvado e por não apparecer o dito assento informado dele o lancei pa constar. O Vigr.o Franco de Paula Diniz”

Antonio Gomes de Oliviera e Maria Rosa das Neves se casaram em 10 de junho de 1794, em Lavras-MG. No registro83 de casamento, pode-se ler:

“Aos dez de Julho de mil sete centos e noventa e quatro na Ermida de Nossa Senhora da Ajuda, filial desta Matriz, pelo meio dia o Reverendo Manoel Joze Vieira de licença do Reverendo Vigario Joze da Costa Oliveira em presença das testemunhas (?) Joze Ferreira Barreto, e Custodio Joze Vieira, (…) celebrarão o sacramento do Matrimonio ANTÔNIO GOMES DE OLIVEIRA, filho legítimo de TEOTONIO GOMES DE OLVEIRA e QUITERIA MARIA DE JESUS, e MARIA ROZA DAS NEVES, fila legitima de JOZE FERNANDES DAS NEVES, e ROZA MARIA DE CAMPOS, ambos os contratantes naturaes e batizados nesta Freguesia das Lavras, e receberão as bencões nupciais, de que foi este assento, que assignei. O (?) Joaquim Diaz de Oliveira.”

Existia uma hipótese de que Antônio tenha se casado por uma segunda vez, após o falecimento de Maria Roza das Neves. Ela teria falecido antes de 1810, quando teria contraído núpcias com Anna Joaquina da Fonseca. Teria se mudado com a segunda esposa para a região onde hoje se localiza o município de Campo Belo, antigamente freguesia de Nossa Senhora das Candeias. Lá teria tido vários filhos, inclusive, se tornado Alferes e até Capitão.

Essa teoria ainda precisa ser comprovada, pois nada indica que Maria Roza das Neves morreu antes de 1810. Inclusive, nos registros de casamento das duas filhas conhecidas do casal, não é mencionado que Maria Roza das Neves era defunta nas respectivas datas (1822 e 1823). Ao que tudo indica, seria somente um homônimo, provavelmente da mesma família de Antônio Gomes de Oliveira.

Entretanto, pode-se ver que nos registros de casamento das únicas filhas conhecidas do casal, não são citados como falecidos. Além disso, no registro de sepultamento abaixo, não é mencionado que Antonio era casado com Anna Joaquin da Fonseca, mas sim com Maria Roza das Neves.

Antonio Gomes de Oliveira veio a falecer aos 6 de junho de 1849 em Alfenas-MG. No seu registro84 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos seis dias do mez de Junho de mil oito centos e quarenta e nove, nesta Freguezia de San Joze e Dores, nas Palmeiras, falesceu ANTONIO GOMES GONÇALVES, branco, de idade oitenta annos, cazado com MARIA ROZA DE JESUS, natural da Villa de Tres Pontas, seu corpo envolto em pano preto foi sepultado no Adoio, e sua Alma encomendata conforme o rito de que faço este termo. O Vigr.o Joze Carlos Martins”

Foram filhos de Maria Roza das Neves e Antônio Gomes de Oliveira:

  1. MARIANA FRANCISCA DE JESUS (Capítulo V – Os Trisavós).
  2. ANNA FRANCISCA DO CARMO, natural de Lavras-MG. Ela se casou com Zeferino Antônio Rodrigues, filho de Luiz Antônio Rodrigues e de Elena Vitoria da Silva. O casamento foi realizado aos 24 de maio de 1823 na capela de São José e Dores, em Alfenas-MG.

Antônio Gomes Ribeiro e Severina Maria de Jesus

Antônio Gomes Ribeiro foi batizado no dia 29 de novembro de 1778 na Capela de Santo Antônio da Ibertioga, atual município de Ibertioga-MG. Ele era filho de Manoel Nunes Ribeiro e de Maria Gomes do Nascimento. No registro85 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte nove diaz do mez de Nobro de mil setecentos e setenta e oito anos na Capela de S. Anto da Bertioga filial desta Matriz de Barbacena o Pe João do Rego Silva de licença do Rdo Vigro des frega baptizou, pos os Santos Oleos a ANTONIO, inoce fo lego de MANOEL NUNES RIBEIRO e MARIA GOMES DO NASCIMTO. Forão Padros Manoel Roiz Ferra e Antonia de Tal mer de Pedro Teixa, todos desta frega. E por não aparecer este acento nos livros dos baptizados me informei com pessoas fidedignas e o mandei lançar neste de ? aos ditos acentos a cinco de julho de mil e oitocentos e assinei. O Vigro Dom Agostinho Pitta de Castro.”

Antônio Gomes Ribeiro foi casado com Severina Maria de Jesus (ou São José), filha de Ricardo da Silva Borges e Anna Maria de São José. Severina nasceu no dia 20 de maio de 1777 e foi batizada no dia 8 de junho do mesmo ano na Capela de Nossa Senhora da Ajuda, situada atualmente nos arredores de Barbacena-MG. No registro86 de batismo, pode-se ler:

“Aos oito diaz do mez de Junho de mil sete centos e setenta sete anos na Capela de Nossa Senhora da Ajuda, felial desta Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borba do Campo, o Pe Antonio de Faria Moreira Baptizou solenemente e poz os Santos óleos a SEVERINA filha legitima de RICARDO DA SILVA BORGES, naturais desta Freguezia neta pela parte parterna de DOMINGOS BORGES e de SUZANA LEITE, e pella Materna de ANTONIO AVILLA e de IGNACIA FRANCISCA. Forão Padrinhos Manorl Roiz da Costa e Antonio Maria que torou em seu nome por Procuração que apresenteou da dita Maria Barbara, mulher de João Joze; nasceu aos vinte dias do mez de Mayo do dito anno de que mandei fazer este assento que assiney. O Vigro Feliciano Pitta de Castro.”

O registro é bem completo, contendo até o nome dos avós paternos e maternos, mas por erro do escritor do registro, o nome da mãe foi omito. Entretanto, como vermos mais tarde, o nome da mãe será informado no registro de casamento.

Antônio e Severina se casaram no dia 20 de julho de 1800 na igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade em Barbacena-MG. No registro87 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte de Julho de mil oitocentos anos depois de feitas as denunciações na forma do Sagdo Conce Trento sem se descobrir impedimto algum (…) nesta Matriz de Barbacena o Pe Coador Lorenço Lopez Alves di Azevedo ? ao Sacramto do Matrimonio dos Contraentes ANTONIO GOMES RIBRO fo lego de MANOEL NUNEZ RIBRO e de sua mae MARIA GOMES DO NASCIMTO: e SEVERINA MARIA DE JEZUS fa lega de RICARDO DA SILVA BORGES e de ANNA MARIA DE S. JOZE ambos os Contraentes naturais, e baptizados nesta Frega de Barbacena; lhes dei as benções nupciaes na forma do R. R. do que forão testemunhas presentes Luiz Roiz de Araujo e Silvestre Pacheco de Castro. Do que mandei fazer este acento que assinei. O Vigro Dom Agostinho Pitta de Castro”

Severina Maria de Jesus veio a falecer aos 9 de fevereiro de 1862 e teve inventário iniciado no dia 1 de setembro do mesmo ano em Alfenas-MG, tendo seu marido, Antônio Gomes Ribeiro como inventariante. Em seu inventário88 pode-se ler:

“1862
Inventario
Severina Maria de Jesus Inventariada
Antonio Gomes de Oliveira Viuvo Inventariante

Anno (…) de mil oito centos e cecenta e dois (…) ao primeiro dia do mez de Setembro do dito anno n’esta Fazenda do Pinhal do Muzambo onde se acha aposentado o Juiz Municipal e de Orphãos (…) sendo ahi me foi ordenado que authoasse e preparasse para em seguida se proceder ao inventario dos bens deixados por fallecimento de Severina Maria de Jesus, por ter ficado herdeiros orphãos (…)”

Declaração do inventariante:

“(…) Declaração

Declarou o Inventariante (Antonio Gomes Ribeiro) de baixo do juramento prestado que sua mulher SEVERINA MARIA DE JEUS falleceo no dia nove de Fevereiro do corrente anno, sem ter deixado testamento e assim mais os filhos e netos que lhe ficarão os seguintes-a saber =1 MANOEL ANTONIO RIBEIRO – cazado com FELICIA HONORIA DE JESUS =2 Jose Gomes Ribeiro, cazado com Fidelina Candida de Jesuz =3 Antonio Candido do Nascimento cazado com Rita Maria =4 JOÃO GOMES RIBEIRO cazado com MARIA DOMINGOS DO NASCIMENTO =5 GERTRUDES MARIA DO NASCIMENTO viúva de Francisco Luiz Barboza =6 Maria Felicia de Jesus cazada com Oliveiro Joaquim de Mello =7 Marianna Fomes de Jesus, cazada com Antonio Teixeira de Mello -8 Maria Joaquina de Jesus, cazada com Manoel Luiz Barboza =9 Anna Gomes de Jesus, cazada com Pedro Teixeira de Mello =10 Joaquim Gomes Ribeiro já falecido e que deixou os seguintes filhos 1 João de idade de desecete anos solteiro 2 Anna de Idade de quinze anos e solteira 3 Joaquim de idade de treze anos 4 Pedro de idade de onze anos 5 Maria de idade de oito annos. Declarou finalmente não ter mais herdeiros a dar a descrever e que prometia dar a carregação todas os bens pertencentes do seu cazal e do que para consta faço este termo, eu João Pedro da Veiga escrivão de Orphãos que escrevi”

Descrição dos bens:

“Descrição de bens

Declarou o Inventariante debaixo do juramento prestado que os bens deixados por sua finada mulher são os seguintes dos quais o louvador derão lhe os valores abaixo declarados a saber:
Hum taixo velho remendado com o pezo de deseceis livras que a ceis centos reis cada uma sommão em nove mil e ceis centos reis=
Assim mais um taixo novo com o pezo de dez libras a um mil reis cada uma sommão em a quantia de dez mil reis=
Assim mais huma meza grande avaliada pela quantia de cinco mil reis
Assim mais deois bancos de pao que a um mil reis cada um sommão em dois mil reis=
Assim mais um mil e quinhentas tenhas arruinadas pela quantia de trinta mil reis=
Assim mais um couro de vaca pela quantia de quatro mil reis=
Assim mais huma vaca de nome Maravilha e com um bezerro de anno pela quantia de vinte e cinco mil reis=
Assim mais him Cavalo baio novo pela quantia de trinta mil reis=
Assim mais huma morada de cazasa avaliada pela quantia de setenta mil reis, cuja caza é situada na Fazenda do Pinhal
Assim mais em dinheiro a quantia de um conto e duzentos mil reis=
Assim mais em terras da Fazenda do Pinhal do Muzambo que pela impossibilidade de louvarem exatamente o seu valor e quantos alqueres de planta podeias levar e que os louvados por exigencia de todos os herdeiros Inventariane te Curador e para a terminação deste Inventário derão o valor de deseceis contos de reis. E desta forma houve o Inventariante sua declaração de bens por feita e acabada e protesta dar ainda a descrever quais quer bens que ao seu cazal pertenção e que possa ainda aparecer ou a sua noticia chegar para não incorrer nas pennas de sonegado e de que para constar faço este incerramento em que assignão (…)”

Segue mais uma declaração de Antonio Gomes Ribeiro:

“Declaração

Declarou o Inventariante ANTONIO GOMES RIBEIRO qye está feita a declaração de bens de seu cazal e que nesta ocasião de lhe ser apresentado o Inventario, requer que em partilhas se lhe seja dado o dinheiro descrito e a caza em que rezide e que todas as terras e mais bens desiste do direito que lhe cabe em favor de seus filhos e netos orphãos, por ser isso muito de seu gosto e não precisar mais desses bens e para cujo fim mandou o Juiz lavrar este termo em que assigna como Inventariante, depois de lido por mim João Pedro da Veiga escrivão de Orphãos (…) Foi declarado pelos herdeiros que se achão prezentes que concordavão com as avaliações feitas e com a deliberação de seu pai e sogro o Inventariante e que pedião a devida igualdade na partilha = e para constar mandou o Juiz fazer esta declaração em que assifna com o Inventariante Curador e herdeiros que sabem escrever e pelos que não sabem escrever assigna Joze Francisco Gomes com o termo de louvação de folhas. tudo depois de lido por mim (…)”

Auto de partilha:

“Auto de Partilha

Anno (…) de mil oito centos e cecenta e dois (…) aos dez dias do mez de Setembro do dito anno (…) O Juiz lhes determinou que procedessem as partilhas do presente Inventario com toda a igualdade de direito e pagamento dos ditos partidores a sommar os valores de todos os bens inventariados acharão importar na quantia de dezesete contos trezentos e oitenta e cinco mil e seis centos reis monte liquida = Que repartida toca ao viuvo Inventariante conforme sua declaração neste folhete seis que desiste dos bens a favor de seus filhos e nettos orphãos que unicamente seja lhe data as cazas em que mora e o dinheiro existente a quantia de um conto duzentos e setenta mil reis e lhe amiacão? da finada Inventariada e mais bens desestidor pelo Inventariante deseseis contos cento e onze mil, digo, cendo e quinze mil e seis centos reis – Que partidos por des herdeiros toca a cada um hum conto seis centos e onze mil quinhentos e cecenta reis e dos cinco filhos orphãos filhos do finado Joaquim Gomes Ribeiro a quantia de tresentos e vinte dois mil tresentos e doze reis = E desta forma houverão Juiz e ? esta partilha por feita e acabada com toda igualdade de direito de que para constar faço este autho em que assignão (…)

Pagamento feito ao viuvo Inventariante ANTONIO GOMES DE OLIVEIRA da quantia de um conto duzentos e setenta mil reis = Dão para este pagamento o seguinte em huma morada de caza situadas na Fazenda do Pinhal avaliadas pela quantia de setenta mil reis = Assim mais em dinheiro existente a quantia de um conto e duzentos mil reis sommada todas estas adições asobre dita quantia de um conto duzentos e setenta mil reis = E nesta forma houverão Juiz e Certidores este paramento por feito e acabado com toda a igualdade de direito (…) “

Já, Antônio Gomes Ribeiro veio a falecer no dia 10 de julho de 1869 em Areado-MG. No registro89 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dez dias do mez de julho de mil oitocentos secenta nove, sepultolse no Cemiterio publico deste curato Antonio Gomes Ribeiro, brco, ide de cento e três anos viúvo de Severina Maria de S. José da (natural) Ibertioga, do Bispado de Marianna, mor nos Gomes no dia onze foi seu corpo encomendado solenemente e sua alma, foi involto em hábito azul. Foi sepultado no Cemiterio desta Fregza. O Vigro. Antonio Manoel Pereira Pimentel”

O registro indica que Antônio teria 103 anos ao falecer. Em decorrência disso, novas investigações foram conduzidas na freguesia de Barbacena-MG, onde Antônio nasceu e foi registrado. Durante essas pesquisas, descobriu-se a existência de outro Antônio Gomes Ribeiro, mais velho, que residia na região de Bertioga-MG. Esse Antônio Gomes Ribeiro teria se casado com Maria Alves e tido vários filhos com ela.

No entanto, após a leitura do inventário de sua esposa Severina Maria de Jesus, Antônio Gomes Ribeiro renunciou a todos os bens, à exceção de uma quantia e da casa onde moravam na data do falecimento dela, em favor dos herdeiros. Um fato interessante é que nunca foi mencionado outros herdeiros além dos filhos do casal Antônio e Severina. Portanto, fica claro que não se trata da mesma pessoa, mas apenas de homônimos.

Foram filhos de Severina Maria de Jesus e Antônio Gomes Ribeiro:

  1. MANOEL ANTÔNIO RIBEIRO (Capítulo V – Os Trisavós).
  2. GERTRUDES MARIA DE JESUS (Capítulo V – Os Trisavós).
  3. ANNA GOMES DE JESUS, nasceu por volta de 1814. Ela foi casada com Pedro Teixeira Mello, filho de Manoel Joaquim de Mello e Maria Teixeira da Cunha, aos 28 de agosto de 1835 em Alfenas-MG. Anna faleceu no dia 4 de junho de 1894 em Areado-MG.
  4. MARIA FELICIA DE JESUS. Ela se casou com Olivério Joaquim de Mello, filho de Manoel Joaquim de Mello e de Maria Teixeira da Cunha, aos 31 de maio de 1833 em Alfenas-MG. Maria faleceu no dia 16 de junho de 1896 em Minas Gerais (local preciso ainda desconhecido). A data de nascimento pode estar incorreta (a confirmar).
  5. JOAQUIM GOMES RIBEIRO, nasceu por volta de 1819 e foi casado com Maria Inês de Oliveira. Joaquim veio a falecer aos 24 de novembro de 1855 em Areado-MG.
  6. JOÃO GOMES RIBEIRO (Capítulo V – Os Trisavós).
  7. MARIANA GOMES DE JESUS, nasceu por volta de 1823 e foi casada com Antônio Teixeira de Mello, filho de Manoel Joaquim de Mello e de Maria Teixeira da Cunha, aos 8 de agosto de 1841 em Alfenas-MG. Mariana veio a falecer aos 8 de agosto de 1890 em Areado-MG.
  8. JOSÉ GOMES RIBEIRO, foi casado Fidelina Candida de Jesus, filha de Manoel Luiz Barbosa e de Claudina Candida de Jesus aos 21 de agosto de 1827 na Capela de São Joaquim, atual município de Alterosa-MG.
  9. MARIA JOAQUINA DE JESUS (Capítulo VI – Os Tetravós).
  10. ANTONIO CANDIDO DO NASCIMENTO que foi casado com Rita Maria.

Domingos Gonçalves e Severina Maria de Jesus

Não se sabe muito sobre o casal Domingos Gonçalves e Severina Maria de Jesus. Mais pesquisas são necessárias para determinar as datas e locais de batismo, casamento e óbito.

Foram filhos de Severina Maria de Jesus e Domingos Gonçalves:

  1. MARIA DOMINGOS DO NASCIMENTO (Capítulo V – Os Trisavós).

Manoel Luiz Barbosa e Claudina Candida de Jesus

Manoel Luiz Barbosa foi batizado aos 20 de novembro de 1785 em Lavras-MG, tendo como umas das madrinhas, a sua avó paterna. Ele era filho de Antônio Luiz Barbosa e de Anna Francisca de Jesus. No registro90 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte de Novembro de mil Sete Sentos e oitenta e Sinco nesta filial de Santa Anna das Lavras do Funil o Reverendo Joze da Costa sob licença baptizou e poz os Santos Oleos a MANOEL parvulo filho legitimo de ANTONIO LUIZ BARBOZA, e ANNA FRANCISCA, forão padrinhos Maria {?} da Conceição e Joanna Francisca Pereira, mulher de Bernardo Luiz Barboza todos desta freguezia de que se fiz este asento que asignei. O Coador Mel Alves Pereira”

Ele se casou primeiramente com Claudina Candida de Jesus, filha de pai e mãe desconhecido, que segundo o registro do casamento, foi exposta, ou seja, deixada à porta da casa de Anna Angélica.

O casamento ocorreu aos 8 de agosto de 1808 na Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso, situada hoje no município de Bom Sucesso-MG, e que na época era filial da freguesia de São João del Rei-MG. No registro91 de casamento, pode-se ler:

“Aos oito dias do mez de Agosto de mil oito centos e oito na Capella do Bom Sucesso Filial desta Matriz de Sam João del Rey: pellas duas horas da tarde em cumprimento das Provizoems ddo Muito Reverendo Douto Vigario {?} Antonio Monteiro de Barros com Licença do Reverendo Paroclo Corllado Joaquim Mariano da Costa Amaral o Reverendo Cappellam Dionizio Gonçalves Pedrera Rodrigues administrou o Sacramento do Matrimonio depois de precederem as Canonicas advertencias, Contraentes MANOEL LUIZ BARBOZA, filho legitimo de ANTONIO LUIZ BARBOZA e ANNA FRANCISCA DE JESUS natural e baptizado na Freguezia das Lavras, e CLAUDINA CANDIDA DE JESUS, exposta em caza de ANNA ANGELICA Baptizada na capella do Bom Sucesso, em presença das Testemunhas mencionadas, Manoel Antonio Rodrigues, Joze Cardozo {?} deo as benções nupciais como manda a Constituçam Ritual Romano e Consilio Tridentino. O P.e João Glz de Maria”

A partir do censo populacional realizado em Minas Gerais no ano de 1831, pode-se ver que Manoel Luiz Barbosa já habitava a região de Alterosa-MG, chamada naquela época de Fazenda Gomes (ou do Pinhal). É muito provável que a mudança tenha ocorrido após 1813, pois não foram encontrados outros registros de batismo na mesma freguesia onde nasceu o filho mais velho do casal, Francisco Luiz Barbosa.

No censo, pode-se ver que ele já não estava casado com Claudina Candida de Jesus, mas sim com a segunda esposa, Maria Joaquina de Jesus. No mesmo censo de 1831, consta também que Manoel Luiz Barbosa era dono de cinco escravos de nomes, João (30 anos – casada), Antônio (30 anos – casada), Pedro (23 anos – solteiro), Manoel (15 anos – solteiro) e Adão (8 anos).

Claudina Candida de Jesus veio a falecer muito provavelmente antes de 1827, data provável do segundo casamento de Manoel. Essa informação ainda deve ser checada com a descoberta de novos registros.

Foram filhos de Claudina Candida de Jesus e Manoel Luiz Barbosa:

  1. ANTÔNIO, mencionado como possível filho de Manoel, nascido por volta de 1809 (tinha 24 anos no ano de realização do Censo de 1831, o que não está totalmente correto, pois teria nascido antes do casamento dos pais). Entretanto, não é mencionado como vivo ou falecido no inventário do pai, o que levanta questões sobre se era ou não filha do casal.
  2. FRANCISCO LUIZ BARBOSA (Capítulo V – Os Trisavós).
  3. CANDIDO LUIZ BARBOSA, nascido por volta de 1815.
  4. FIDELINA CANDIDA DE JESUS, nascida por volta de 1816, foi casada com José Gomes Ribeiro, filho de Antônio Gomes Ribeiro e de Severina Maria de Jesus, aos 21 de agosto de 1827 na Capela de São Joaquim, atual município de Alterosa-MG. Não é mencionada no censo de 1831 na lista de filhos do pai, o que pode indicar que já estava casada no referindo ano. Ela veio a falecer aos 1 de março de 1881 em Areado-MG.
  5. VICÊNCIA, nascida por volta de 1819.
  6. JOAQUIM LUIZ BARBOSA, nascido por volta de 1820.

Após a morte da primeira esposa, Claudina Candida de Jesus, Manoel Luiz Barbosa teria se casado por uma segunda vez, dessa vez com Maria Joaquina de Jesus, filha de Antônio Gomes Ribeiro e de Severina Maria de Jesus. O casamento deve ter ocorrido por volta de 1827.

Manoel Luiz Barbosa veio a falecer aos 11 de dezembro de 1868 em São Joaquim, atual Alterosa-MG. Ele teve o seu inventário iniciado no dia 29 de março de 1869 em Alfenas-MG, tendo como inventariante a sua segunda esposa, Maria Joaquina de Jesus. Em seu inventário92, pode-se ler:

“1869
Inventario dos bens do finado MANOEL LUIZ BARBOZA Inventariado
Sua mulher D. MARIA JOAQUINA inventariante

Auto
Anno (…) de mil oito centos sessenta e nove, nesta Villa Formaza de Alfenas, Comarca de Rio Grande a os vinte e nove dias do mez de Março do dito anno (…)

Tendo fallecido no Districto de Sam Joaquim, MANOEL LUIZ BARBOZA e deixado orphãos por isso levo ao conhecimento de V.S. que mandará o que for de Justiça. Villa Formoza 29 de Março de 1869 (…)”

E segue com o requerimento da Inventariante, Maria Joaquina de Jesus:

“(…) Diz MARIA JOAQUINA viuva do finado MANOEL LUIZ BARBOZA, que pello fallecimento dofinado seu marido, ficando-lhe filhos orphãos e bens especialmente rurais e algumas dividas, nececita que se proceda o inventário de todos os bens afim de ficar liquido o que pertencer aos todos orphãos tendo sob a proteção da lei. (…)”

Juramento e declaração dos bens:

“Termo de Juramento e descripço de bens

Aos vinte e sinco dias do mez de Setembro de mil oito centos e sessenta e nove nesta Freguezia de Sam Joaquim, Termo da Villa Formoza de Alfenas, em casa de morara da viuva inventariante na Fazenda da Estiva, onde foi vindo o Juiz de Orphãos Doutor Antonio Augusto dos Reis Serapião comigo Escrivão abaixo declarado e sendo ahi presente a dita inventariante MARIA JOAQUINA viuva do finado MANOEL LUIZ BARBOZA por elle Juiz lhe foi deferido juramento dos Santos Evangelhos sob o qual lhe encarregou que declarasse o dia emq ue falleceo o dito seu marido, se tinha feito alguma disposição testamentaria, quaes erão os herdeiros que lhe havião ficado, que idade tinhão, e que disse a corregação todos os bens sem occultar nenhum de baixo da perna de ? o direito que nelles tiver pagar o dobro da sua valia e incorrer no crime de perjuria. E sendo por essa acceito o dito juramento, declarou que o sobre dito seu marido MANOEL LUIZ BARBOZA falleceo no dia onze de Dezembro do corrente anno (na verdade foi em 1868) sem testamento algum deixando os filhos e herdeiros, cujos nomes, idades declararia no titulo de herdeiros e que prometia dar a corrigação todos os bens debaixo das pernas que lhe são commandar; do que fiz este termo em que assigna o Juiz e a rogo da inventariante por não saber escrever (…)

A rogo de MARIA JOAQUINA por não saber escrever Manoel Thomas Barboza.”

Título de herdeiros:

“(…) Titulo de herdeiros

Inventariante D. MARIA JOAQUINA DE JESUS
Francisco, fallecido deixou os seus filhos:
Manoel de idade 30 annos
José de idade 28 annos
Joaquim de idade 26 annos
Antonio de idade 24 annos
Claudina de idade 22 annos
Maria de idade 17 annos
Maria Vitalina de idade 14 annos
Herdeiros filhos do finado MANOEL LUIZ
Candido Luiz Barboza 53
Fidelina casada com José Gomes Ribeiro 52
Vicencia milher de Francisco Lourenço da Silva 50
Joaquim Luiz Barboza 49
Joaquim Gomes Barboza 40
Anna mulher de Manoel Francisco de Paula 38
Severina mulher de Joaquim Antonio de Oliveira Ribeiro 36
José Luis Barboza 35
Maria mulher de João Baptista de Alencar 34
Claudina mulher de Belizario Alves Madeira 38
João Luiz Gomes 32
Ananias Luiz Barboza 31
Thereza viuva de Camillo Correa Lourenço 26
Manoel Luiz Gomes 22
Anna mulher de Joaquim Gonçalves Chaves 20
Dionizia 15

E nada mais declarou do que fiz este (…)”

Auto dos bens:

“Auto

Aos vinte e sinco dias do mez de Setembro do dito anno nesta Freguezia de Sam Joaquim do Termo da Villa Formoza e casa de aposentadoria do Juiz de Orphãos (…) passando a inventariante a dizer e ver os seus bens seguirão os louvados á avaliarem os mesmos pelo mando seguinte:

Moveis
Hum taixo velho furado avaliado pela quantia de quatro mil reis
Huma panela de ferro avaliada pela quantia de trez mil e duzentos reis
Huma fita de ferro menos avaliada pela quantia de dois mil e quinhentos reis
Huma dita de ferro menor difo de ferro grande que brada avaliada pela quantia de dois mil reis
Huima dita de ferro pequena quebrada avaliada pela quantia de um mil reis
Huma enchovilha avaliada pela quantia de dois mil reis
Hum copilho avaliada pela quantia de qutro centos reis
Hum serrote quebrado avaliado pela quantia de quinhentos reis
Hum quilherme avaliado pela quantia de seiscentos e quarenta reis
Dois fornões avaliados pela quantia de hum mil reis
Huma juntoura avaliada pela quantia de um mil reis
Huma folha de serra braçal avaliada pela quantia de dois mil reis
Hum ferro de enfomar avaliado pela quantia de dois mil reis
Huma ferramenta completa de ferrar avaliada pela quantia de seis mil reis
Huma foice em bom uzo avaliada pela quantia de dois mil reis
Huma enchada velha avaliada pela quantia de quinhentos reis
Huma caixa de cedro com ferragem avaliada pela quantia de sinco mil reis
Huma caixa de cedro velha avaliada pela quantia de dois mil e quinhentos reis
Huma caixa frasqueira availiada pela quantia de mil e seiscentos reis
Hum caixão de por farinha availido pela quantiade dois mil e quinhentos reis
Hum thear com seus pertences já velhos avaliados pel quantia de dez mil reis
Hum descançador ordinario avaliado pela quantia de seiscentos e quarenta reis
Hum banco de caza funiteiro avaliado pela quantia de um mil reis
Hima meza ordinaria avaliada pela quantia de mil e quinhentos reis
Hum selim e freio tudo velho avaliado pela quantia de tres mil reis
Hum gamellão muito velho avaliado pela quantia de quinhentos reis
Huma cangalha velha avaliada pela quantia de quatro mil reis

Bens de raiz
Huma sorte de terras na Fazenda dos Gomes, Districto do Areado, já divididas avaliadas pela quantia de seiscentos mil reis
Huma sorte de terras na Fazenda Estera unidas de casa já divididas avaliadas pela quantia de um conto e cem mil reis
Huma morada de cazas e mais bemfeitorias rego d’agua e manjolo, na mesma Fazenda, avaliada pela quania de cento e sencoenta mil reis
Huma casa velha em Sam Joaquim, avaliada pela quantia de sincoenta mil reis. E nada mais foi apresentado e nem avaliada (…)”

Dividas Ativas:

“Dividas activas

E logo pela inventariante foi dito que este casal é devedor a:
Manoel Francisco de Paula a quantia de duzentos e setenta e um mil reise quatrocentos reis
a Gracianno José Ferreira a quantia de dozentos e sincoenta mil reis
A Manoel Luiz Gomes a quantia de quarenta e sete mil trezentos e quarenta reis
A Francisco Alves Ribeiro a quantia de quarenta e sinco mil quatrocentos e quarenta reis
A Oliverio Joaquim de Mello a quantia de dezoito mil reis
A João Baptista de Aguiar a quantia de treze mil rezentos e vinte reis
A Domingos Ferreira da Cunha a quandia de dois mil e quatrocentos e oitento reis
A Thereza Maria de Jesus a quantia de trez mil reis
Ao Capitão Manoel Dias de Avilar a quantia de sincoenta mil reis

Dividas activas
Foi dicto que somente Joaquim Antonio Ribeiro é devedor a este casal da quantia de trinta e sinco mil reis por credita (…)”

Partilha dos bens. Fato interessante é que o casal tinha tantas dividas que metade dos bens do casal foi destinado a pagamento de dividas ativas realizadas com inúmeras pessoas. Além disso, Manoel Luiz Barbosa tinha tantos herdeiros (filhos do primeiro e segundo casamentos) que no final da divisão dos bens, cada herdeiro ficou com uma parte quase irrisória dos bens do finado pai.

“Partilha dos bens que ficarão por fallecimento de MANOEL LUIZ BARBOZA de quem ficou viuva e é inventariante D. MARIA JOAQUINA.

Sommão os bens inventariados e o ativo 1:998,580
No que se abate as custas arbitradas 288,866
Assim mesmo o passivo conste de fe 892,720 1:181,580
Liquido partivel 817,000
Que divido em 2 pes é a menção da inventariante 408,500
E a do finado inventariado 408,500
Que dividida esta com 17 herdeiros toca a cada um 24,029

Pagamento feito a Viuva e inventariante D. MARIA JOAQUINA da sua meação da quantia de 408,500
Demos para seu pagamento
Todos os moveis constantes a se f.
Metade da morada de casas monjollo e rego d’agua e ms bemfeitorias da fazenda da Estiva.
Parte nas terras da mesma fazenda
Metade das casas da Freguezia de S. Joaquim
Metade no que de Joaquim Antonio Ribeiro

Pagamento feito a mesma Viuva e inventariante D. MARIA JOAQUINA do que fica em seu poder para pagamento das custas arbitradas na quantia de 288,860
Demos para este pagamento
Parte nas terras divididas na fazenda dos Gomes do districto de Areado

Pagamento feito ainda a mesma viuva e inventariante D. MARIA JOAQUINA do que fica em seu poder para pagamento dos credores (…) 892,720
Demos para este pagamento:
1 sorte de terras divididas na fazenda dos Gomes districto do Areado
Parte nas terras da fazenda da Estiva unidas à morada.”

Foram filhos de Maria Joaquina de Jesus e Manoel Luiz Barbosa:

  1. JOAQUIM GOMES BARBOSA, nascido por volta de 1828.
  2. ANNA, nascida por volta de 1830. Foi casada com Manoel Francisco de Paula.
  3. SEVERINA MARIA DE JESUS, nascida por volta de 1832. Ela se casou com Joaquim Antônio de Oliveira (Ribeiro). Ela veio a falecer aos 13 de maio de 1891 em Minas Gerais (local a ser ainda identificado).
  4. JOSÉ LUIZ BARBOSA, nascido por volta de 1833.
  5. MARIA, nascida por volta de 1834. Ela foi casada com João Baptista de Alencar.
  6. CLAUDINA, nascida por volta de 1836. Ela foi casada com Belizario Alves Madeira.
  7. JOÃO LUIZ GOMES (BARBOSA), nascido por volta de 1837.
  8. ANANIAS LUIZ GOMES, nascido por volta de 1839. Ele se casou com Graciana Maria de Jesus. Veio a falecer aos 6 de janeiro de 1923 em Minas Gerais (local a ser ainda identificado).
  9. THEREZA MARIA DE JESUS, nascida por volta de 1843. Ela se casou com José André de Oliveira. Ela teria se casado por uma segunda vez com Camilo Correa Lourenço. Ela veio a falecer aos 21 de maio de 1916 em Minas Gerais (local a ser ainda identificado).
  10. MANOEL LUIZ GOMES, nascido por volta de 1847.
  11. ANNA, nascida por volta de 1849. Ela foi casada com Joaquim Gonçalves Chaves.
  12. DEONIZIA MARIA DE JESUS, nascida por volta de 1853. Ela se casou com Manoel de Araújo Pimenta. Ela veio a falecer aos 11 de agosto de 1927 em Minas Gerais (local a ser ainda identificado).

Capítulo VII – Os Pentavós

🇵🇹 João de Oliveira Ruelas e Águeda Cardozo

João de Oliveira Ruelas nasceu aos 25 de março de 1714 e foi batizado aos 28 de março do mesmo ano na Capella de São Cristóvão em Ovar, Aveiro, Portugal. Ele era filho de Manuel André Janeiro e de Agostinha de Oliveira da Ruela. No seu registro93 de batismo, pode-se ler:

“JOÃO, filho legitimo de Manoel Andre Janeiro e de sua mulher Agostinha de Oliveira da Ruela desta Freguezia. Nasceo em os vinte e cinquo dias do mês de Março de mil sette centos e quatorze annos e foi batizado aos vinete e oito dias do ditto mez e anno por mim o Padre Andre Rodrigues de Teixeira, de Licença do Reverendo Parocho foram padrinhos: Joam Solteiro filho de Manoel Andre Janeiro e Maria Solteira filha de Joãm Teixeira ? e para constar mandei fazer este assento que assignei (…)”

João de Oliveira Ruelas chegou ao Brasil antes de 1755, ainda não se sabe por onde, mas muito provavelmente por São Paulo. Ele se casou por volta de 1755, muito provavelmente em Campanha-MG, com Águeda Cardozo, natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Bispado de São Paulo, atual cidade de São Paulo, localização exata a ser ainda definida. Ela era filha de Domingos Francisco Neves e de Sebastiana Cardozo.

Foram filhos de Águeda Cardozo e João de Oliveira Ruelas:

  1. JOSÉ, foi batizado aos 19 de abril de 1756 na Matriz do Pupunha do Rio Verde, bispado de Marianna. Foram padrinhos Leandro Ribeiro e Joanna Felicia mulher do Alferes Bartholomeu Gomes da Costa.
  2. MARIA DE OLIVEIRA CARDOSA (DA CONCEIÇÃO), foi batizado aos 30 de novembro de 1757 na Matriz de Santo Antônio da Campanha do Rio Verde, atual Campanha-MG. Foram padrinhos Manoel Henrique, solteiro, e Domingas Gonçalves de Moraes, muher de José Borges.
  3. ANTÔNIO DE OLIVEIRA RUELAS (Capítulo VI – Os Tetravós).
  4. ANNA, foi batizada aos 10 de outubro de 1762 na Matriz de Campanha, atual Campanha-MG. Foram padrinhos o vigário da capela Manoel Caetano Rodrigues e Maria Sofia, solteira, filha do Capitão Miguel Pires Barreto.
  5. JOANNA, foi batizada aos 12 de fevereiro de 1764 na Matriz de Campanha, atual Campanha-MG. Foram padrinhos Manoel Crisostomo Ferreira, solteiro, e D. Escolastica Joaquina, solteira.
  6. CATHARINA, foi batizada aos 18 de maio de 1766 na Matriz de Campanha, atual Campanha-MG. Foram padrinhos Manoel ? Barreto, solteiro, e D. Antonia do Espirito Santo Souza, mulher do Tenente Manoel ? Ferreira. No registro de batismo de Catharina, são mencionados os avós maternos e paternos.
  7. SILVESTRE, foi batizado aos 10 de janeiro de 1768 na Matriz de Campanha, atual Campanha-MG. No registro de batismo de Silvestre, são mencionados os avós maternos e paternos.
  8. CATHARINA, foi batizada aos 20 de novembro de 1770 na Matriz da Campanha, atual Campanha-MG. Foram padrinhos Manoel Luiz Lisboa, solteiro, e Maria Felicia de Jesus, mulher de Francisco da Costa Teixeira. No registro de batismo de Catharina, são mencionados os avós maternos e paternos.

Ignácio da Silva Borges e Isabel da Glória

Ignacio da Silva Borges nasceu por volta de 1727 e era natural de São Sebastião-SP (em alguns outros registros, informa que seria de Barbacena-MG). Ele era filho de Domingos Borges da Silva e de Suzana Leite. Ele se casou com Isabel da Glória, natural de Taubaté-SP, filha de Antônio Rodrigues do Prado e de Francisca Cordeiro de Lima. O casal habitava onde se encontra o município de Ibituruna-MG.

Foram filhos de Isabel da Glória e de Ignácio da Silva Borges:

  1. CUSTÓDIA DA SILVA BORGES (Capítulo VI – Os Tetravós).
  2. GENOVEVA DA SILVA LEITE, que foi batizada aos 12 de outubro de 1755 na capela de Santa’Anna de Lavras, Lavras-MG. Foram padrinhos João Gonçalves de Almeida e Anna, filha de Jacome Fernandes.
  3. ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA BORGES, foi batizado aos 22 de maio de 1855 na capela de Sant’Anna, Lavras-MG. Foram padrinhos Ignácio Martins Claro e sua mulher Maria da Conceição. Ele se casou com Perpetua Maria de Jesus, filha José Pereira Lisboa e de Agada Maria, no dia 9 de maio de 1785 na igreja matriz de Barbacena-MG.
  4. ANACLETA CLARA DA SILVA, se casou no dia 15 de fevereiro de 1778 na igreja matriz de Barbacena-MG com João Luiz de Medeiros, filho de Antonio Luiz de Medeiros e de Izabel da Roza.
  5. MATHIAS DA SILVA BORGES, que foi batizado aos 1 de setembro de 1764 em Lavras-MG (registro feito nos livros de Carrancas-MG). Foram padrinhos o Coadjutor João Gomes Salgado e Maria José.
  6. LUIZ, que foi batizado na Igreja Nossa Senhora da Conceição, Carrancas-MG aos 18 de setembro de 1768. Foram padrinhos Antonio, filho de Ignácio da Silva Borges (seu irmão), e Maria da Conceição mulher de Ignácio Martins Claro.
  7. BONIFÁCIO, que foi batizado na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG, aos 29 de abril de 1770. Foram padrinhos o Padre Manoel Afonso da Cunha Pereira e Ana Quiteria mulher de Jose Bernardes Xavier.
  8. ANNA, que foi batizada na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG, aos 13 de dezembro de 1772. Foram padrinhos Amaro Pereira de Araujo, e Ana, filha de Jose Bernardes Xavier.
  9. RITA, que foi batizada na Igreja de Santana das Lavras, em Lavras-MG, aos 10 de novembro de 1776. Foram padrinhos José de Jesus Teixeira e Ana Maria mulher de Bento de Faria Neves (sua tia materna).
  10. IGNÁCIO DA SILVA BORGES, natural de Lavras-MG, se casou com Josepha Maria da Conceição, filha de José Pereira Lisboa e Agada Maria da Conceição, aos 25 de fevereiro de 1786 em Barbacena-MG.
  11. MANOEL DA SILVA LEITE, natural de Lavras-MG, se casou com Maria Tereza de Jesua, filha de Manoel Faleiro de Custódia Maria, aos dia 5 de julho de 1784 na igreja matriz de Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena-MG.

Pedro Ferreira de Brito e Anna da Rocha

Pedro Ferreira de Brito nasceu por volta de 1731 e era natural de Aiuruoca-MG segundo o registro do primeiro casamento. Na maioria dos registros de batismo dos filhos, aparece como sendo a origem em Carrancas-MG. Somente com o registro de batismo de Pedro que a questão de sua origem será solucionada.

Ele era filho do português José Caetano Ferreira e de Joanna de Campos. Ele se casou com Anna da Rocha, nascida no ano de 1732 e batizada aos 8 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, em Carrancas-MG. Ela era filha de Artur da Rocha e Maria das Neves. Em seu registro94 de batismo, pode-se ler:

“Aos oito diaz do mez de Dezembro de mil e sete centos e trinta e dois annos nesta Igreja de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, baptizei ANNA filha legitima de ARTUR DA ROCHA e sua mulher MARIA DAS NEVES das Carrancas, e lhe puz os Santos Oleos = Forão Padrinhos o Capitão Mor João de Toledo casado, do Sitio do Rio Grande, e Donna Anna Ferreyra de Toledo mulher de Salvador Correa do Capão de Jaragua todos desta freguezia de que fiz este assento que por verdade assignei. O Pe Antonio Mendez.”

O casamento ocorreu no dia 13 de junho 1751 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, em Carrancas-MG. No registro95 de casamento, pode-se ler:

“Aos treze do mez de junho do anno de mil Sete centos e Sincoenta e hum, nsta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, pelas doze horas do dia pouro mais ou menos com Banhos Corridos na forma do Sagrado Concilio Tridentino e Constetuição desse Bispado Sem existir impedimento algum canonico e com a provizão do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara de sua Comarca Jozeph Sobral de Souza, Receberão por palavras de presente em minha presença PEDRO FERREIRA natural e baptizado na freguezia de Nossa Senhora da Conceição da Ayuruoca e filho legitimo de JOSEPH CAETANO FERREIRA e de JOANNA DE CAMPOS, e ANNA DA ROCHA, natural e baptizada na freguezia de Nossa Senhora da Conceyção das Carrancas, e filha legitima de ARTURO DA ROCHA e de MARIA DAS NEVES, confesados e ezaminados na doutrina Christam e dei as benções Sendo testemunhas presentes {?} O Capitão Domingos Teixeira Vilella e Manoel Machado Fagundes, ambos Cazados e freguezes desta freguezia, que qui assignrão de que fiz esse termo que porventura assigney (…)”

Anna da Rocha faleceu antes de 1776, data na qual Pedro Ferreira de Brito se casou pela segunda vez e consta que era viúvo.

Foram filhos de Anna da Rocha e de Pedro Ferreira de Brito:

  1. MARIA FERREIRA DA ROCHA, nasceu aos 17 de março de 1752 e foi batizada em Carrancas no dia 28 do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Manoel Machado de Toledo e Ignez Clara mulher de Luiz Gomes. Ela se casou aos 29-06-1779 com Domingos de Souza Teixeira, natural de Jacarei-SP, filho de Antonio de Souza Teixeira e Maria Bicuda.
  2. FRANCISCO FERREIRA DA ROCHA, nasceu aos 25 de setembro de 1753 e foi batizado 7 de outubro do mesmo ano na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Caetano Jose Pena e Maria das Neves. O registro informa o nome do avô paterno de forma equivocada, dizendo que seria Francisco Ferreira, e não José Caetano Ferreira. Ele se casou em 1779 em Jacareí-SP com Brigida Izabel, filha de Antonio de Sousa Teixeira e de Maria Bicudo.
  3. MANOEL FERREIRA DA ROCHA, que foi batizada na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG, aos 24 de fevereiro de 1755. Foram padrinhos Caetano Jose Pena nascido Braga (Portugal) e Gertrudes Barbosa, mulher de Manoel Machado de Tolledo. Ele se casou com Maria da Silva Pereira, filha de Domingos da Costa Pereira e de Anna da Silva, aos 9 de maio de 1781 em Lavras-MG.
  4. ANNA DA ROCHA, nasceu aos 23 de junho de 1756 e foi batizada aos 4 de julho do mesmo ano, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Francisco Alves Barbosa, solteiro, e Claudia Maria de Jesus, solteira. Ela se casou com Antonio Moreira da Silva, filho de Domingos da Silva Ramos e Mariana Pedrosa, aos 24 de fevereiro de 1778, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG.
  5. PEDRO FERREIRA DA ROCHA, nasceu aos 6 de junho de 1758 e foi batizado aos 25 do mesmo mês e ano na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Manoel Machado de Tolledo e sua mulher Gertrudes Velloza da Silva. Ele se casou com Brigida dos Santos, filha de Antonio Mendes Carneiro e de Maria Francisca do Rosário, aos 24 de janeiro de 1785 em São João del Rei-MG.
  6. JOANNA FERREIRA DA ROCHA, foi batizada aos 8 de setembro de 1759 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Ignácio Franco Torres, solteiro, e Maria de Moraes, viuva. Ela se casou com José Antunes da Silva, filho de Antônio Antunes da Silva e Maria Marta Buena de Moraes, aos 20 de fevereiro de 1792 em Carrancas-MG.
  7. ÂNGELA FERREIRA DA ROCHA, nasceu aos 7 de julho de 1761 e foi batizada aos 17 de agosto do mesmo ano na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Lavras-MG. Foram padrinhos Antonio de Faria Teixeira, solteiro, e Maria Alvez da Porciuncula, viuva. Ela se casou aos 29 de janeiro de 1788 em Carrancas-MG com João Cardoso de Siqueira, filho de Isabel Bicuda com pai igconito.
  8. FRANCISCA, que foi batizada em 12 de maio de 1763 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Antonio de Faria Teixeira, solteiro, e Maria de Moraes, viuva.
  9. MARIA DAS NEVES, nasceu aos 15 de setembro de 1766 e foi batizada aos 29 do mesmo mês e ano na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos o Padre Jose Manoel da Rosa e Maria do Espírito Santo. Ela se casou aos 26 de novembro de 1787 em Carrancas-MG, com Manoel da Costa Pereira, filho de Domingos da Costa Pereira e de Anna da Silva.
  10. ANTONIO, que foi batizado aos 28 de fevereiro de 1768 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Jose Manoel da Rosa e Maria, solteira, filha de Maria de Moraes, viúva.
  11. JOSÉ FERREIRA DA ROCHA (Capítulo VI – Os Tetravós).
  12. THOMÉ, que foi batizado aos 8 de novembro de 1770 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Antonio Machado Costa e sua mulher Mariana Ignacia de Jesus.
  13. JOÃO FERREIRA DA ROCHA, natural de Lavras-MG. Ele se casou aos 26 de novembro de 1787 com Isabel da Silva Pereira, filha de Domingos da Costa Pereira e de Anna da Silva.

Após a morte de Anna da Rocha, ele se casou com Bárbara Maria da Silva, natural de Araçariguama-SP, filha de Domingos da Silva Ramos e Mariana Pedrosa. O casamento ocorreu aos 19 de fevereiro de 1776 em Carrancas-MG. No registro96 do casamento, pode-se ler:

“Aos dezanove diaz do mez de Fevereiro do anno de mil Sette centos e settenta seis, nesta Freguezia e Igreja Matriz de Nossas Senhora da Conceipção das Carrancas e Sant’Anna das Lavras do Funil, sendo feitas as recepções na forma do sagrado concilio tridentino sem resultar impedimento algum, com provisão de solteiros, e desempedidos, pelas oito horas da manhã com presença de mim o Padre Manoel Antonio da Cunha Pereira Coajuntor dessa Freguezia e das testemunhas presentes Joze Alves Lima, Flavio Antonio Salgado, Joze de Silva Ramos celevrarão por palavras de presente o Santo sacramento do Matrimonio PEDRO FERREIRA DE BRITO, filho legitimo de JOZE CAETANO FERREIRA, e de JOANNA DE CAMPOS, natural e baptizado na Freguezia de Ayuruoca, e viuvo que ficou por falecimento de sua primeira mulher ANNA DA ROCHA, e BARBARA MARIA DA SILVA, filha legitima de DOMINGOS DA SILVA RAMOS e de MARIANNA PEDROSA, natural e baptizasda na freguezia de Nossa Senhora da Penha de Araporiguana do Bispado de Sam Paulo, e todos de presente freguezes desta freguezia das Carrancas; Logo lhes dei as benções na forma do ritual romano de que diz este assento que assinei. O Coajuntor Manoel Antonio da Cunha Pereira”

Não se sabe até então a data de falecimento de Pedro Ferreira de Brito e não foram encontrados até então registro de filhos do casal.


Teotônio Gomes de Oliveira e Quitéria Maria de Jesus

Teotônio Gomes de Oliveira foi batizado aos 12 de março de 1735 em Prados-MG. Ele era filho de Gonçalo Gomes de Araújo, natural da Vila do Conde, Bispado do Porto, e de Francisca de Oliveira. No seu registro97 de batismo, pode-se ler:

“Aos doze dias do mez de Março do anno de mil setecentos e trinta e sinco annos, baptizei nesta Matriz dos Prados, a THEOTONIO, filho de GONÇALOGOMES e de sua mulher FRANCISCA DE OLIVEYRA e lhe puz os Santos Óleos: foram padrinhos Agostinho Marques e Roza Maria, moradores nesta Freguezia. E para constar fiz este assento, dia, mez, (?). O Vigr.° Manoel da Conceição (?)”

Teotônio se casou com Quitéria Maria de Jesus, filha de Antônio Rodrigues de Prado e de Francisca Cordeira de Lima. Quitéria foi batizada em 28 de dezembro de 1739 na capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra, localizada no atual município de Conceição da Barra de Minas-MG. No seu registro98 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e oito dias do mez de Dezembro de mil sete centos trinta, e nove annos baptizou de minha licença o Reverendo Antônio Marinho Galvão na capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra, filial desta Matriz de Nossa Senhora do Pilar da vila de São João Del Rey a QUITERIA, filha legítima de ANTÔNIO RODRIGUES DO PRADO, e de sua mulher FRANCISCA CORDEYRA DE LIMA, e puz os Santos Oleos: forão padrinhos João Alvares Sobreyra e Anna da Silva do Prado mulher de João Vieyra da Maya, todos moradores nesta frequezia. O Vigr.° D. Manoel da Roza Coutinho.”

O casamento ocorreu em 24 de outubro de 1761 na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. No registro99 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e quatro dias do mez de Março de mil setecentos e secenta e hum em presença das testemunhas abaixo assinadas com licença do Reverendo Vigario lotado desta Freguezia assisti o matrimonio que nesta Freguezia de N. Sra da Conceisam de S. Anna de Lavras Selebraram por palavras do presente; ? por marido TIOTONIO GOMEZ DE OLIVEIRA, nascido e baptizado nesta freguezia. de N. Sra da Conceição dos Prados desta Comarca, filho legítimo de GONÇALO GOMES, já defunto e de sua mulher FRANCISCA DE OLIVEIRA; com QUITERIA DE JESUS, nascida e baptizada na freguezia N. Sra. do Pilar da vila de S. João del Rei desta mesma comarca, filha legítimas do defunto ANTONIO ROIZ DO PRADO e FRANCISCA CORDEIRA DE LIMA, pellas onze oras do dia de que para constar diz este assento que assignei. Manoel ? (…)”

Teotonio teria falecido por volta de 1783, ano que foi realizado o seu inventário (a confirmar). Já Quitéria teria falecido por volta de 1804, ano que foi realizado o seu inventário (a confirmar).

Foram filhos de Quitéria Maria de Jesus e Teotônio Gomes de Oliveira:

  1. MANOEL, foi batizado aos 10 de junho de 1764 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Domingos Martins Bastos e Helena Maria esposa de José Pinheiro da Costa.
  2. FELÍCIA MARIA DE JESUS, foi batizada aos 09 de março de 1766 na Igreja Nossa Senhora da Conceição (Carrancas-MG). Foram padrinhos Manoel do Monte Gato e Maria cc Bento de Faria. Felícia se casou com João Francisco de Magalhães, natural de Barbacena, filho de João Francisco de Magalhães e de Escolástica Albernaz, em 15 de agosto de 1784.
  3. ANA, foi batizada aos 08 de setembro de 1769 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos João Francisco do Valle e Rita Maria de Moraes esposa de Alferes Francisco Alves Landim.
  4. ANA, foi batizada aos 25 de dezembro de 1772 na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas-MG. Foram padrinhos Jose Bernardes Xavier e sua esposa Ana Quitéria.
  5. ANTÔNIO GOMES DE OLIVEIRA (Capítulo VI – Os Tetravós).
  6. GONÇALO GOMES DE OLIVEIRA, se casou com Ana Rosa de Jesus, filha de José Lourenço do Amaral e de Isabel Rosa de Jesus, em 15 de agosto de 1792, em São João Del Rei-MG.
  7. JACINTA, foi batizada aos 08 de dezembro de 1780 na Igreja Santana, em Lavras-MG. Foram padrinhos Tenente Luiz Gomes Salgado e Joana da Mota.

José Fernandes das Neves e Rosa Maria de Campos

José Fernandes das Neves nasceu por volta de 1720, muito provavelmente na freguesia de Nossa Senhora do Pilar, atual São João del Rei-MG. Ele era filho de Jacome Fernandes das Neves e de Helena de Moraes.

Ele se casou com Rosa Maria de Campos, nascida por volta de 1729, também em Lavras-MG. O casamento deve ter ocorrido por volta de 1757, um ano antes no nascimento da primeira filha conhecida do casal, em 1758.

José Fernandes das Neves veio a falecer no ano de 1790 em Lavras-MG. No seu registro100 de sepultamento, pode-se ler:

“No anno de mil cette centos e noventa falecendo com todos os sacramentos JOSÉ FERNANDEZ DAS NEVES, de idade sitenta annos, cazado com ROZA MARIA DE CAMPOS foi acompanhado pelo Reverendo Vigario Joze da Costa de Olivra pelo mesmo encomendado e seputtado dentro desta Matriz de Lavras e por não selas com este assento em tempo agora o faz para constar. O Vigr.o Franco de Paula Diniz”

O registro de sepultamento de Rosa Maria de Campos foi feito logo após o do marido, mas informa que ela faleceu aos 8 de agosto de 1809. No seu registro101 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos oito de Agosto de mil oito centos e nove falencendo ROZA MARIA DE CAMPOS com todos os sacramentos de oitenta e dois annos, ? viuva de JOZE FERNANDES DAS NEVES foi encommendada e sepultada dentro desta Matriz pelo Reverendo Coadjuntor Joze Francisco Morato, e por não ter sido lançado este assendo em tempo agora o faz. O Vigr.o Franco de Paula Diniz”

Foram filhos de Rosa Maria de Campos e José Fernandes das Neves: [TO BE VALIDATE]

  1. FELISBERTA,
  2. que batizada aos 2 de abril de 1758 na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foram padrinhos José Marques Padilha e Helena Maria.
  3. MANOEL, que foi batizado aos 10 de janeiro de 1760 na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foi madrinha Maria Custodia.
  4. MARIA ROSA DAS NEVES (Capítulo VI – Os Tetravós).
  5. JOANNA LUIZA DAS NEVES, que foi batizada aos 4 de setembro de 1764 na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foram padrinhos Ignácio Fernando das Neves e Ignácia Maria de Barros.
  6. FLORIANA, que foi batizada aos 13 de maio de 1768 (1778) na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foram padrinhos Nicolao Martins da Cunha e D. Joana da Motta.
  7. JOAQUIM, que foi batizado aos 16 de julho de 1770 na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foram padrinhos Capitão Francisco Ferreira Pervo e Maria de Barros.
  8. MARIANA LUIZA DE JESUS, que foi batizada aos 20 de agosto de 1771 na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foram padrinhos Capitão José Bernardes e Dona Felicia da Militão. Ela se casou com Antônio Luis Ferreira de Carvalho, filho de Luiz de Carvalho Ferreira e de Ana Maria de Jesus. O casamento foi no dia 4 de maio de 1808 na ermida de Santo Domingo de da Barra, filial da então matriz de Sant’Anna de Lavras, Lavras-MG.
  9. TRISTÃO AFONSO DE AZEVEDO, que foi batizado aos 18 de dezembro de 1773 na matriz de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG. Foram padrinhos Flavio Antonio de Morais Salgado e D. ? Maria dos Serafins. Ele se casou com Eulália Leodora de Miranda, filha do Tenente Antonio Pinto de Miranda e de Rosa Angélica da Conceição, no dia 14 de novembro de 1811, em Lavras-MG.

🇵🇹 Manoel Nunes Ribeiro e Maria Gomes do Nascimento

Manoel Nunes Ribeiro era português, nascido e batizado na freguesia de São Pedro Cete, bispado do Porto, Portugal. Ele nasceu no dia 13 de agosto de 1733 e foi batizado aos 19 do mesmo mês e ano na Igreja de São Pedro de Cete, Cete, Portugal. É muito provável que se trate do Monastério de São Pedro de Cete. Ele era filho de Caetano Nunes e Maria de Souza, ambos portugueses, moradores nas talhadas. Não se sabe ao certo onde se localiza, mas acredita-se que fosse também na região de Cete. No seu registro102 de batismo, pode-se ler:

“MANOEL filho legitimo de CAETANO NUNEZ e de sua mulher MARIA DE SOUZA, moradores no lugar das talhadas desta Freguezia de Sam Pedro de Cete, Nasceo aos treze dias do mez de Agosto de deste anno de mil e sete centos e trinta e tres annos: foi baptizado aos fezanove dias do mesmo mez de Agosto por mim o Padre Manoel Pinto de Magalhaeis Cura desta dita Freguezia, Como padrinhos Manoel moço solteiro filho de Manoel Ribeiro de Valverde desta Freguezia e Marianna moça solteira filha que foi de Manoel Nunes, asistente em o convento da Madre de Deus de Murdique e mandou procuração para em seu nome assistir ao dito sacramento a Custodia solteira filha do mesmo Manoel Ribeiro asima: Foram testemunhas o Reverendo Padre Custodio Soares Borges e o Reverendo Padre Caetano Coelho Terras de que fiz este acento dia mez e anno era ut supra. (…)”

Manoel Nunes Ribeiro se casou com Maria Gomes do Nascimento, batizada aos 2 de maio de 1747 na capela de Santo Antônio de Bertioga, situada hoje no município de Ibertioga-MG. Ela era filha de do português João Gomes do Nascimento e de Rita Maria da Conceição. No registro103 de batismo, pode-se ler:

“Aos dous dias do mês de Mayo de mil setecentos quarenta e sete annos na Capella de Santo Antonio da Bertioga filial da frequezia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo o Reverendo João Colto da Rocha Capillão da dita Capella, de licença do Reverendo Vigario João da Fé Leitão (…) Gorgel do Amaral baptizou com os Santos óleos à MARIA, filha legitima de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO natural e batizado na freguesia de Santa Maria de villa Cova termo da villa de Barcellos, Arcebispado de Braga, filho legitimo de MANOEL FERNANDES e de MARIA GOMES; e de RITA MARIA DA CONCEIÇÃO natural da villa de São José deste bispado filha legitima de Manoel Fernandes y digo de DANIEL DE SOUZA PIMENTEL e de LEONOR RODRIGUES CID (…) Padrinhos o Capitão Mor (…)”

O casamento ocorreu no dia 12 de outubro de 1762 na Matriz de Nossa Senhora do Pilar em São João del Rei-MG. Devido ao elevado estado de deterioração do registro, não foi possível transcrever boa parte do registro. No registro104 de casamento, pode-se ler parcialmente:

“Aos deze dias do mêz de outubro do (…) de mil e sete centos e secenta e douz nesta Matriz pelas Sete horas (…) as afirmações (…) defragrado (…) MANOEL NUNES natural (…) freguesia de São Pedro de Sete, filho ligitimo de CARTANO NUNES (…) e MARIA DE SOUZA Com MARIA GOMES DO NASCIMENTO, natural (…) nesta freguesia e filha ligitima de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO e de RITA MARIA DA CONCEIÇÃO, que receberão as benções (…)”

Manoel veio a sfalecer aos 5 de maio de 1796 em São João del Rei-MG. No seu registro105 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos sinco de Maio de mil sete centos e noventa e seis falleceo com todos os Sacramentos MANOEL NUNEZ RIBEIRO, cazado com MARIA GOMES, moradores no Monte Verdi de complicação da perna: foi encomendado, de companhia do {?} e sepultado na Capella da Venerável Ordem Terceira de Sam Francisco desta fza, na forma desse testamento. O Vigr.o Anto Caetano de Almeida”

Manoel deixou testamento, que foi escrito logo depois do seu registro de sepultamento. No seu testamento106, pode-se ler:

“Em nome da Santíssima Trindade Padre, Filho e Espírito Santo, tres cofesas distintas, huma fé Deus Verdadeiro, eu MANOEL NUNES RIBEIRO, estando no meu perfeito juízo e entendimento, que Deus me deu, temendo-me da morte, que em todos eh indispensavel, desejando por minha alma no caminho da salvação, ordeno meu testamento na forma seguinte == Peço em primeiro lugar a minha mulher MARIA GOMES DO NASCIMENTO em segundo lugar ao meu filho MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO, em terceiro lugar meu filho BENTO JOSÉ RIBEIRO {?} me fizerem {?} meus testamenteiros, benfeitores, procuradores e administradores com livre {?} após meu fallecimento {?} declaro que deixo à Nossa Senhora da Conceição na Igreja de São Francisco sincoenta mil réis, promessa que fiz por minha {?} à minha afilhada ANNA filha de MARCOS CARNEIRO mais cem mil réis; Ao meu filho JOAM doando seis mil; a Nossa Senhora do Monte do Carmo, darão mais seis mil reis; a Nossa Senhora da Pierade = claro que digo, a Nossa senhora SAnta Ritta demais Oratorio {?} que deixo a meu filho JOAM três garotas, que {?} send isto esperando minha fazenda, lhe espaço o tempo de quatro annos, para dar conta do testamento, e deixo de premio a qualquer que deixar a fazer o meu testamento sincoenta mil reis de premio de feito trabalho = Declaro que forão filhas cazadas MARIA RITA dei trezentos mil reis, um cavalo e cela, vinte cabeças de gado entre novilhas e vacas = {?} digo hum negro custo a cento e trinta e seis mil reis. Ficando tudo por cento e quarenta e seis mil reis. Fiada vinte cabeças de gado [TO BE COMPLETED]

Manoel Nunes Ribeiro teve seu inventario iniciado aos 23 de junho de 1796 tendo como inventariante, sua esposa Maria Gomes do Nascimento. O documento está arquivado no Museu Regional de São João del-Rei, caixa C-34. No inventário e testamento107 de Manoel Nunes Ribeiro, pode-se ler (trecho retirado do site capitaodomingos.com – referência no rodapé):

FL. 01

Inventário dos bens que ficarão de MANOEL NUNES RIBEIRO de quem é viúva e inventariante MARIA GOMES DO NASCIMENTO.

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1796 aos 23/JUN do dito ano, nesta vila de São João del Rei, comarca do Rio das Mortes, em o meu escritório apareceu presente o Furriel da lei ANTONIO DA SILVA RODARTE, procurador que mostrou-se ser de MARIA GOMES DO NASCIMENTO, viúva que ficou de MANOEL NUNES RIBEIRO pelos poderes da procuração que o mesmo apresentou uma petição (…) para efeito de se fazer inventário dos bens que ficaram do dito falecido (…) o dia, mes, ano. como e em que condição faleceu o dito seu marido, se com testamento ou não, quantos órfãos do matrimonio se lhe ficaram e os bens de qualquer espécie que ficaram de seu casal sem ocultar nenhum (…) declarou que seu marido fizera testamento e que nele constaria o dia , mes e ano de seu falecimento e que os filhos herdeiros órfãos que lhe ficarão do matrimonio (…) a dar a dizer e ver com os mais bens constantes na escritura que apresenta JOÃO PEREIRA VALVÃO (…).

FL. 02

(…) JOSÉ ANTONIO CORREA DE LACERDA, JOSÉ DA FONSECA LEME, JOÃO BATISTA GOMES, JOSÉ GONÇALVES MENDES, MIGUEL FIGUEIRA DA LUZ (…) praticando tudo o que quisesse para o favor dos memos inventários. Vila de São João del Rei, MARÇO/1796 (…).

FL. 03

Diz MARIA GOMES DO NASCIMENTO, viúva de MANOEL NUNES RIBEIRO, que do falecimento deste não ficaram mais bens no seu casal (…) escritura de dívida e obrigação que deve JOÃO PEREIRA VALVÃO da quantia de nove mil cruzados, procedida de todos os bens que seu marido os quisera atender para melhor os apurar, cuja escritura que a suplicante dar a inventário a jurar do seu procurador que lhe não ficaram mais bens algum do que a roupa do seu uso. Jurando para o que dou comissão ao escrivão se proceder ao inventário requerido debaixo dos protestos mencionados neste. Vila de São João del Rei, 18/JUN/1796.

FL.04

(…) … sendo … 1797 aos 4 dias de fevereiro do dito ano, nesta Fazenda do Montividio, termo da Vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes, em casas de morada de (…) MANOEL NUNES RIBEIRO aonde faleceu (…) por seus presentes os mesmos MANOEL NUNES RIBEIRO e sua mulher MARIA GOMES DO NASCIMENTO, moradores nesta mesma Fazenda de Montevidiu adminstrada pelso próprios de que trato (…).

FL. 5V

(…) filhos órfãos e herdeiros que ficarão por falecimento do seu marido MANOEL NUNES RIBEIRO são os seguintes:

1. MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO, casado com MARIA GERTRUDES.
2. MARIA RITA, casada com MARCOS CARNEIRO.
3. BENTO GOMES de idade de 25 anos.
4. GERTRUDES casada com ANTONIO JOAQUIM DA SILVA.
5. JOSÉ CAETANO casado com ANA DE TAL, filha de CLEMENTE DA COSTA (…).
6. ANTONIO, solteiro de 18 anos.
7. JOÃO de idade de 13 anos.
8. ISIDORO de idade de 11 anos.
9. FRANCISCO de idade de 9 anos.
10. MARCOS de idade de 7 anos.
11. CUSTÓDIA MARIA casada com ANTONIO CAETANO, a qual faleceu e dela ficaram os filhos seguintes, netos:
1. MARIA CUSTÓDIA de 11 anos de idade.
2. JOAQUIM ANTONIO de 8 anos.
3. JOSÉ de idade de 6 anos.

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FL. 08 CÓPIA DO TESTAMENTO DE MANOEL NUNES RIBEIRO

Em nome da Santíssima Trindade Padre, Filho e Espírito Santo (…) e do Deus verdadeiro, eu MANOEL NUNES RIBEIRO, estando no meu perfeito juízo que Deus me deu, temendo-me da morte (…) minha alma no caminho da salvação, ordeno meu testamento na forma seguinte == Peço em primeiro lugar a minha mulher MARIA GOMES DO NASCIMENTO em segundo lugar ao meu filho MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO, em terceiro lugar meu filho BENTO JOSÉ RIBEIRO (…) serem meus testamenteiros (…) // declaro que deixo à Nossa Senhora da Conceição na Igreja de São Francisco vinte mil réis. Declaro deixar à minha afilhada filha de MARCOS CARNEIRO dez mil réis. Declaro deixar mais dez mil réis ao meu filho JOÃO (…). Declaro que tenho 3 filhos casados, MARIA RITA duzentos mil réis em dinheiro, cavalo e cela, vinte cabeças de gado entre novilhos e vacas (…)

FL. 09

GERTRUDES, cento e vinte mil réis, uma negra (…) Declaro que deixo a MANOEL CAETANO quatro novilhos (…). Termo que deixo em primeiro lugar a minha mulher MARIA GOMES DO NASCIMENTO que a saber minha herdeira e defensora supra, em segundo lugar a MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO, em terceiro BENTO GOMES RIBEIRO (…).

FL. 12

Diz MARIA GOMES DO NASCIMENTO que por falecimento do seu marido MANOEL NUNES RIBEIRO se proceda em inventário uma escritura procedida de seus bens (…) os órfãos se acham sem tutor. Requer a V.S. que se digne mandar que JOÃO PEREIRA VALVÃO, primo do falecido MANOEL NUNES RIBEIRO assine o termo de tutela dos ditos órfãos sem embargo que o escrivão dê, porém este se acha assistindo na casa do dito falecido e o que comprou a fazenda e nela já assistia em sua vida.

FL. 14

Para assinar termo de tutela dos órfãos que ficaram por falecimento de MANOEL NUNES RIBEIRO e jurar em minha alma, todo e qualquer direito juramento. Constituo por meus procuradores MANOEL JOSÉ DE SOUZA CALDAS e LUIS ANTONIO DA SILVA RODARTE para que eles possam assinar o dito temo e jurar para o que lhes conceda todos os meus poderes que por direito me são concedidos. Vila de São João del Rei, 27/JUL/1796.

FL. 19

Diz MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO filho do falecido MANOEL NUNES RIBEIRO que fazendo-se Inventário de seus bens que este juízo presente se deu para o tutor de órfãos um JOÃO PEREIRA VALVÃO se título de ser parente da viúva e mãe do suplicante MARIA GOMES DO NASCIMENTO e porque tal parentesco não há, e se há algum é tão longe que poderia casar sem dispençar e por isto não convém ao suplicante e mais herdeiros que o suplicado seja tutor (…) ao suplicante sem outros seus irmãos com JOSÉ CAETANO e BENTO GOMES que mora em casa e além disso tios, irmãos da dita sua mãe JOSÉ GOMES DO NASCIMENTO, ALEXANDRE GOMES DO NASCIMENTO e CUSTÓDIO DA CRUZ FAGUNDES, concorrendo nestes todos requisitos capacidade e abonação para ser nestes termos.

FL 19V.

Dissera o inventariante ser severa em Juízo do que praticou pela súplica da folha 15 assegurando não ser JOÃO PEREIRA VALVÃO parente próximo da casa, mas ainda omitindo haverem filhos do casal que o melhor do que o dito VALVÃO possam administrar a tutela de seus irmãos, não só por observância da lei, mas ainda porque sendo aquele comprador dos bens do casal, precisa quem agite os pagamentos, não fará aquele a si mesmo, e por isso diferindo a súplica retro, hei pro de nenhum efeito o termo de tutela, para o fim de conservar a administração da mesma a MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO, filho e herdeiro do casal. E por isso o escrivão o notifique para no termo de oito dias assinar o termo de tutela dos seus irmãos, pena de prisão. São João del Rei, 22/JUL/1796.

FL. 22

(…) se mostra nestes autos a folha 16 já ter assinado temo de tutela o dito JOÃO PEREIRA VALVÃO em o dia de 6/JUL do presente ano de 1796 e não havendo causa ou motivo para a sua exclusão e menos ter passado o tempo da lei parece falando ser impraticável nomear-se outro tutor (…) Porque o dito VALVÃO é primo do pai dos órfãos com quem sempre se tratou em boa união é o parente mais apto para o poder em ficar os mesmos órfãos, permitindo que cessem (sic) e desfrutem a sua fazenda o que talvez não fará o irmão (…)

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FL. 50

Diz MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO morador no presente Bairro vir indo ao predito arraial das Lavras desta vila (…) ser notificado para assinar o termo de tutela dos órfãos seus irmãos menores que ficaram de seu pai MANOEL NUNES RIBEIRO, moradores em Montevidiu nesta vila a sete léguas onde se acham na mesma casa outros irmãos que podem também ser tutor dos outros órfãos por estarem vivendo juntos sem ser (…) vir a este de tão longe como de seis léguas (…) aceitar a tutela vir como pois repetidas vezes para tratar das dependências dele.

FL. 52

Aos 7/FEV/1800 nesta pareagem denominada Montevidiu em casas de morada de JOÃO PEREIRA VALVÃO e sua mulher MARIA GOMES DO NASCIMENTO, onde eu escrivão adiante nomeado me achava aí e o presente BENTO GOMES RIBEIRO e por ele foi dito que para assinar o termo de tutela dos órfão seus irmãos herdeiros do falecido seu pai MANOEL NUNES RIBEIRO fazia assim como que para a dar quitação a legítima que lhe era pertencida por falecimento do referido seu pai que se achava entregue e satisfeita fazia seus procedimentos ao Dr. JOÃO ARAÚJO DE OLIVEIRA (…).

FL. 54

Diz MARIA GOMES DO NASCIMENTO e seu segundo marido JOÃO PEREIRA BALBÃO, e o tutor dos menores do primeiro matrimônio que para bem de poderem satisfazer os herdeiros emancipados lhes é necessário vender uma parte de terras da Fazenda do Canal a ANTONIO JOAQUIM DA SILVA …. Vila de São João, 2/JUN/1802.

FL. 56

Diz JOÃO JOSÉ DO NASCIMENTO, órfão de 21 anos que ficou do falecido MANOEL NUNES RIBEIRO que se acha junto para casar com TERESA DE TAL filha do Alferes DOMINGOS ANTONIO PEREIRA, para isso carece licença deste juízo para vossa mercê seja servido conceder a dita licença, visto tão bem que o tutor suplicante assina este requerimento e que os junte aos autos respectivos. O tutor BENTO GOMES RIBEIRO.

FL. 57

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1804, aos 4/MAIO do dito ano nesta vila de São João del Rei, Minas, comarca do Rio das Mortes (…), E sendo-lhe perguntado pelas idades, estados e legitimas dos menores herdeiros, respondeu que o órfão ANTONIO se achava casado com SEVERINA MARIA DE SÃO JOSÉ, filha legítima de RICARDO DA SILVA BORGES e de ANA DE TAL falecida e que o órfão LUIS também se achava casado com TERESA MARIA DE JESUS, filha legitima de JOSÉ FRANCISCO e de TERESA DE TAL e que o órfão JOÃO também se achava casado com VENANCIA (…) E que o órfão ISIDORO se achava em idade de 19 anos com pouca diferença. E que o órfão FRANCISCO em idade de 17 anos com pouca diferença. E o órfão MARCOS com idade de 15 anos pouco mais ou menos. E que os órfãos netos da herdeira CUSTÓDIA falecida se encontram nas idades seguintes MARIA CUSTODIA na idade de 19 anos. O órfão JOAQUIM ANTONIO em idade de 16 anos pouco mais ou menos, o órfão JOSÉ em idade de 14 anos pouco mais ou menos, morando todos os primeiros tres irmão em companhia de sua mãe e estes em companhia do tutor …

FL. 63

Aos 25/MAR/1805 nesta Vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes, em o cartório de mim escrivão adiante nomeado, aí vieram presentes VICENTE JOAQUIM DO NASCIMENTO, ANTONIO GOMES DO NASCIMENTO, LUIS GOMES DO NASCIMENTO e ISIDORO GOMES DO NASCIMENTO filhos legítimos de MANOEL NUNES RIBEIRO e de sua mulher e viúva que foi deste MARIA GOMES DO NASCIMENTO e por eles em presença das testemunhas abaixo assinadas foi dito que em razão de terem recebido da mão da dita sua mãe a herança que por morte de seu pai lhe havia pertencido a cada um deles a quantia de cento e vinte e cinco mil e oitocentos e noventa e dois mil réis …

FL. 64

Diz MARIA GOMES DO NASCIMENTO que por falecimento do seu primeiro marido MANOEL NUNES RIBEIRO se procedeu a inventário por este Juízo em que assinou termo de tutela BENTO GOMES DO NASCIMENTO o qual não só se acha há muitos anos exercendo a mesma, tem passado muito o termo da lei, como porque nunca residiu bem, reside no lugar onde moram os menores andando sempre vagando pelas Lavras do Funil e por outras muitas paragens longínquas, sem que por isso possa cuidar e zelar dos interesses dos órfãos menores, que todavia já não existem senão dois, estando os outros emancipados, razão porque e para se findar o dito inventário com mais zelo e interesse dos órfãos, requer a suplicante que removido aquele tutor se renomeie em vez deste a outro, que bem pode ser AGOSTINHO FAGUNDES bem conhecido por abonação e probidade, ou por JOÃO PEREIRA BALBÃO, padrasto dos ditos menores, por ser bem sabido o zelo e bom comportamento de mesmo respeito aos seus enteados, cujos bens e interesses tem muito zelado (…)

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FL. 64V

Este tutor como dito foi não tem residência de domicílio certo pois que umas vezes; e visto pelas Lavras do Funil outras por esse Sapucaí abaixo, em consequência nunca poderá responder como determina VM em seu respeitável despacho (…), São João del Rei, 22/MAR/1805.

FL. 65

O tutor que V.M. dignou nomear também se acha não servintarias do removido pois que mora para as partes do Sapucaí, termo em que suplica a V.M. que visto que não pode ser AGOSTINHO FAGUNDES, se digne nomear qualquer outro herdeiro maior. São João del Rei, 22/MAR/1805.

FL. 69

Diz FRANCISCO GOMES RIBEIRO, órfão que ficou de MANOEL NUNES RIBEIRO que se acha em contrato para se casar com MERENCIANA filha de MATIAS DA SILVA BORGES e como não pode fazer sem licença de VM. Informe o tutor sobre a qualidade do casamento. Visto a resposta do tutor concedo a licença que se juntará aos outros de Inventário. São João, 17/JUN/1805.

Foram filhos de Maria Gomes do Nascimento e Manoel Nunes Ribeiro:

  1. MANOEL CAETANO DO NASCIMENTO, que foi casado com Maria Gertrudes.
  2. MARIA RITA, foi batizada aos 23 de novembro de 1765 na capela de Bertioga (Bertioga-MG), filial da Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo. Foram padrinhos Gregorio Soares e Joanna Gomes Maria. O registo informa que seu pai era natural e batizado na freguesia de Pedro Cete, bispado do Porto e que sua mãe, era natural e batizada na freguesia de São João del Rei. Informa também os avós maternos e paternos e onde cada um nasceu e foi batizado. Ela se casou com Marcos Carneiro Filgueiras, filho de Manoel Carneiro Filgueiras e de Escolástica Maria do Espirito Santo, aos 25 de janeiro de 1782, em São João del Rei-MG.
  3. BENTO GOMES de idade de 25 anos.
  4. GERTRUDES casada com ANTONIO JOAQUIM DA SILVA.
  5. JOSÉ CAETANO casado com ANA DE TAL, filha de CLEMENTE DA COSTA (…).
  6. ANTONIO GOMES RIBEIRO (Capítulo VI – Os Tetravós).
  7. JOÃO de idade de 13 anos.
  8. ISIDORO de idade de 11 anos.
  9. FRANCISCO de idade de 9 anos.
  10. MARCOS de idade de 7 anos.
  11. CUSTÓDIA MARIA casada com ANTONIO CAETANO, a qual faleceu e dela ficaram os filhos seguintes, netos:
  12. MARIA CUSTÓDIA de 11 anos de idade.
  13. JOAQUIM ANTONIO de 8 anos.
  14. JOSÉ de idade de 6 anos.

Após o falecimento de Manoel Nunes Ribeiro, Maria se casou por uma segunda vez com João Pereira Balbão, filho de Manoel Pereira Balbão e de Maria Fernandes dos Reis. O casamento ocorreu aos 6 de maio de 1799 em São João del Rei-MG. O casal não teve filhos, segundo informa a própria Maria em seu testamento, datado do ano de 1816. No registro108 do casamento, pode-se ler:

“Aos seis de Maio de mil sette centos noventa e nove na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Villa de feitas as Canonicas deligencias sem se descrobrir impedimento algum como constou da Provisão do Reverendo Doutor Vigario da Vara da Comarca, em presença das testemunhas, o Reverendo Francisco de Salles Alvares de Azevedo e Francisco Pereira dos Reis, observando o Vigario da mesma Dom Agostinho Pitta de Castro de licença administrou o Sacramento do Matrimonio, que por palavras do presente celebrarão = JOÃO PEREIRA BALBÃO filho legitimo de MANOEL PEREIRA BALBÃO, e de MARIA FRANCISCA DOS REIS, natural e baptizado nessa mesma freguezia de Barbacena, com MARIA GOMES DO NASCIMENTO, viuva de MANOEL NUNEZ RIBEIRO, e logo lhe deo as benções nupciais na forma do Ritto Romano. O Coaj.or Manoel Anto de Castro”

Maria Gomes do Nascimento faleceu no ano de 1819 em São João del Rei-MG. Ela deixou testamento, que foi feito aos 21 de novembro de 1816 em São João del Rei-MG. O documento está arquivado no Museu Regional de São João del-Rei, caixa C-91. No testamento109 de Maria Gomes do Nascimento, pode-se ler:

“FL. 01

Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1825 …..  aos 9/ABR do dito ano nesta Vila de São João del Rei, Minas e comarca do Rio das Mortes em pública e geral audiência ….. para esta presente audiênica vinha citado JOÃO PEREIRA BALVÃO testamenteiro de MARIA GOMES DO NASCIMENTO para dar contas da mesma testamentaria ….

FL. 06

Santíssima Trindade Valei-me. Aos 21/NOV/1816 nesta Vila de São João del Rei, em casas de morada de FRANCISCO DAS CHAGAS onde em meu perfeito juízo e entendimento me achava eu MARIA GOMES DO NASCIMENTO filha legítima de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO e sua mulher RITA MARIA DA CONCEIÇÃO, natural e batizada em São Francisco do Onça filial de São João del Rei, faço meu testamento na forma seguinte == Declaro que meus pais são falecidos e que fui casada a face da Igreja primeiro com MANOEL NUNES RIBEIRO e segunda vez com JOÃO PEREIRA BALVÃO, destes não tive filhos e do primeiro matrimônio tive os filhos seguintes : MANOEL, MARIA, CUSTÓDIA, GERTRUDES, BENTO, JOSÉ, VICENTE, ANTÔNIO, LUIS, JOÃO, ISIDORO, FRANCISCO e MARCOS. Nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar o meu segundo marido JOÃO PEREIRA VALVÃO, em segundo meu filho ISIDORO GOMES DO NASCIMENTO e em terceiro também o meu filho ANTÔNIO GOMES RIBEIRO que sucederão uns aos outros conforme a nomeação que dos mesmos tenho feito e os hei por abonar …. Quero que meu corpo seja envolto em hábito de São Francisco de cuja ordem sou irmã professa. Aos pretos cativos, que carregarem o meu corpo da casa para a capela onde for enterrada quero ceder cento e cinquenta a cada um ….. Deixo para as obras de São Francisco da Vila de São João três mil réis …. Declaro … que mandamos avaliar todos os bens que existiam como fazenda, terras, campos, capoeiras ditas no Monte Vidiu, escravos, gados, … e tudo mais que havia e cada um dos filhos recebeu o que tocou em partilha, e eu reservei a m.a para dispor como bem me parecesse sem que eles tenham direito a ela pois receberam o que lhes tocou pela parte paterna e materna … No restante dos bens constituo por meus universais herdeiros o meu marido JOÃO PEREIRA VALVÃO, meu neto e afilhado MANOEL, filho do meu filho MARCOS VICENTE DE PAULA em iguais partes, e sendo um deles morto o que ficar herdará tudo. Findei meu testamento, e em última vontade, peço que as justiças de sua majestade se façam cumpir …

FL. 7V

Certifico que falecendo nesta Capela, digo nesta Aplicação de Santana do Garambéu, filial da Matriz de Nossa Senhora da Piedade da nova Vila de Barbacena no dia 26/SET/1819 me foi apresentado o testamento com que faleceu MARIA GOMES DO NASCIMENTO, o qual se achava fechado, cozido e lacrado na forma declarada … Santana do Garambéu, 08/OUT/1819.”


Ricardo da Silva Borges e Anna Maria de São José

Ricardo da Silva Borges nasceu no ano de 1746 e foi batizado aos 26 de setembro de 1746 em Barbacena-MG. Ele era filho de Domingos Borges da Silva e Suzana Leite. No seu registro110 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e seis dias do mez de Setembro de mil sette centos quarenta e seis annos na pia batismal desta Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo {?} baptizou solenemente e poz os Santos Oleos à RICARDO, filho de legitimo de DOMINGOS BORGES DA SILVA natural da ilha de S. Sebastião, deste bispado e sua mulher SUZANA LEITE, natural de Taubaté. Neto paterno de Domingos Borges da Silva e de sua mulher Marta de Faria e neto materno de Vitorino de Aveiros e sua mulher Maria de Escobar {?}”

Ele se casou com Anna Maria de São José, nascida em 1750 e batizada aos 12 de outubro do mesmo ano, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Pieradade da Borda do Campo, situada em Barbacena-MG. Ela era filha do português Antônio de Ávila Bittencourt e Ignácia Miranda de Castilho. No seu registro111 de batismo, pode-se ler:

“Aos doze do mes de outubro de mil e sete centos sincoenta na pia baptismal desta Matriz de N. Sra da Piedade da Borda do Campo Baptizei solenemente e puz os Santos Oleos, a ANNA, filha lega de ANTO DE AVILLA e BITANCUR e de sua mer IGNACIA FERRA, avos paternos JERONIMO VIEYRA, e sua MARIA DE BITANCUR moradores na Serra do Pico, maternos SALVADOR MOREYRA DE CASTILLO e IZABEL DE MIRANTA moradores em Thalbaté, frga de S. Franco dos Lagos. Foram padrinhos Anto Moela de Miranda e para constar fiz este asento que o asigney. Antonio de Lima Juarez.”

O casamento ocorreu em 18 de setembro de 1769, em Barbacena-MG. No registro112 de casamento, pode-se ler:

“Aos doze dias do mez de Setembro de mil e setecentos e secenta e nove, pelas dez horas do dia feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Trintino, sem se atribuir impedimento algum e em provisão do {?} Dos Joze Souza do Reverendo Domingos Roiz da Costa nesta Matriz de N. Senhora da Piedade da Borga do Campo se cazau em {?} de Igreja por palavras de presente RICARDO DA SILVA BORGES, filho legitimo de DOMINGOS BORGES DA SILVA, já defuncto e de SUZANA LEITE com ANNA MAIRA DE S. JOSÉ, filha legitima de ANTONIO DE AVILA BITANCUR e de IGNACA FERREIRA, e ambos os contraentes naturays e batizados na sobre dita freguezia de N. Senhora da Piedade da Borda do Campo. Testemunhas Alferes Manoel Pereira Alvim e o Capitão Manoel da Costa Gumtijo, moradores nesta freguezia, e todas as benções na forma do Ritual Romano; de que faço este asento. O Coadjuntor José da Costa Viera”

Anna Maria de São José veio a falecer no dia 26 de agosto de 1789 dm Barbacena-MG. Não se sabe se deixou testamento e o seu inventário não foi encontrado. No seu registro113 de sepultamento, pode-se ler:

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é image-4.png

“Aos vinte e seis de Agosto de mil setecentos e oitenta e nove anos faleco da vida só um sacramento da Penitencia, ANA MARIA DE SÃO JOZE, cazada com RICARDO DA SILVA BORGES, foi amortalhada em hum abito da Senhora do Carmo acompanhada pelo Capellam e mais dois Sacerdotes, e pela Irmandade das Almas, de dos Irmões Terceiros da Senhora do Carmo conduzida na tumba desta Irmandade por mim encomendada, e sepultada dentro desta Matriz de nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, en hua sepultura de {?} de que mandei fazer este acento que asignei. O Vigario Dom. Agostinho Pitta de Castro.”

Foram filhos de Anna Maria de São José e de Ricardo da Silva Borges:

  1. ANTÔNIO JOSÉ DE ÁVILA BORGES, nasceu aos 23 de setembro de 1771 e foi batizado no dia 24 do mesmo mês e ano na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, em Barbacena-MG. Foram padrinhos José Alves Gomes por procuração apresentada de João Marques e Ignacia Francisca. Ele se casou em primeira núpcias com Anna Alexandrina da Silva, filha de Matheus Ferreira da Silva e Clara Maria da Assunção, no dia 27 de julho de 1797 em Barbacena-MG. Ele se casou em segunda núpcias com Maria Jacintha de Mello, filha de Manoel Jacinto Gomes de Mello e de Vicencia Narcisa de Siqueira. Antônio faleceu aos 23 de dezembro de 1846 em Alfenas-MG.
  2. FELIZARDA MARIA DE SÃO JOSÉ, que foi batizada aos 6 de junho de 1774 na Capela de Santo Antonio da Bertioga, filial da Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo (Barbacena-MG). Foram padrinhos Manoel da Costa Gontijo Cavalo e Maria Barbara mulher de José Ivo Pereira. Ela se casou aos 20 de julho de 1803 em Barbacena-MG com Jacinto Rodrigues da Costa, filho de Bento Rodrigues da Costa e Anna Clara de Jesus.
  3. SEVERINA MARIA DE JESUS (Capítulo VI – Os Tetravós).
  4. JOÃO, batizado aos 5 de outubro de 1778 na Ermida de São Francisco de Paula, filial da Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo (Barbacena-MG). Foram padrinhos João Afonso Rodrigues, solteiro.
  5. DOMINGOS JOSÉ DA SILVA, nasceu por volta de 1780. Ele foi casado com Severina Maria do Nascimento, filha de Marcos Carneiro Figueira e Maria Rita do Nascimento aos 10 de janeiro de 1810 em Barbacena-MG.
  6. FRANCISCA DE PAULA DE SÃO JOSÉ, foi batizada aos 31 de dezembro de 1782 na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, em Barbacena-MG. Foram padrinhos João Rodrigues de Macedo, por procuração que apresentou o Coronel Manoel Rodrigues da Costa e Maria Joaquina, mulher de João Afonso Rodrigues. Ela se casou com Ignácio Gomes do Nascimento, filho de Manoel Gomes do Nascimento e de Anna Maria de Jesus, aos 29 de maio de 1804 em Barbacena-MG.
  7. FABIANA (ANNA), que foi batizada aos 3 de abril de 1784 na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, em Barbacena-MG. Foram padrinhos João Manoel Gomes de Araújo e Elena da Silva Borges, por procuração apresentada por Domingos Fagundes.
  8. LUDOVINA MARIA DE SÃO JOSÉ, que foi batizada aos 13 de outubro de 1785 na Capela da Cadeira filial da Matriz da Borda do Campo. Foram padrinhos João Fernandes Guimarães, solteiro, e Dona Anna Maria Perpetua de Oliveira, mulher do Capitão Antonio de Miranda Magro. Ela se casou com Isidoro Gomes do Nascimento, filho de Manuel Nunes Ribeiro e Maria Gomes do Nascimento (Capítulo VI).
  9. IGNÁCIA, batizada aos 22 de abril de 1787 na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, em Barbacena-MG. Foram padrinhos Manoel José de Avila e Grancisca Ignácia de Jesus, mulher de Manoel Francisco Simões. Segundo consta no testamento do pai, já era falecida no ano de 1821.
  10. FRANCISCO, batizado aos 8 de dezembro de 1788 na Capela de Santo Antonio da Bertioga, filial da Matriz de Barbacena-MG. Foram padrinhos Francisco Roiz Valle.

Foi encontrado um registro de batismo de uma criança exposta na casa de Ricardo da Silva Borges, sendo os padrinhos os dois filhos mais velhos do mesmo. Uma criança exposta eram os bêbes deixados nas portas das casas, sem que a identidade do pai ou a mãe fosse revelada. Em muitos casos, poderia ser uma gravidez indesejada de uma filha ou membro da família, e os pais não queria que a sociedade soubesse do ocorrido. No registro114 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte nove de mayo de mil sete centos e noventa e dois nesta MAtriz de Barbacena o Coajuntor ? baptizou e pos o Santos oleos a ANGELICA, exposta em caza de RICARDO DA SILVA BORGES, ANTONIO E FELIZARDA foram os padrinhos.”

Após o falecimento de Anna Maria de São José, Ricardo da Silva Borges se casou por uma segunda vez, com Joanna Rosa do Vale. Segundo consta em seu testamento, arquivado no Centro de Memória Cultural do Sul de Minas, caixa CPA01 (1819-1283 Testamentos – Campanha da Princesa 1822-1823), é informado que não teve filhos com a segunda esposa. No seu testamento115, pode-se ler:

“(…)Registro do testamento de Recardo da Silva Borges, morador na fazenda Sto. Antonio do Bom Retiro de quem é testamenteiro Antonio Jose de Avila = falecido a 31-03-1821

Aos 28-03-1821 no lugar da Capela de S. Jose e Dores da freguesia de S. Jose do Cavo Verde, termo da vila de Jacuhi comarca do Rio das Mortes onde eu Recardo da S.ª Borges me acho gravemente enfermo (…).

Sou n/b na freguesia de Barbacena Bispado de Mariana, f.l. de Domingos Borges da Silva e Suzana Leite. Fui cc. a falecida Ana Maria de S. Jose de cujo matrimonio tivemos dez filhos, quatro machos e seis femeas e seus nomes: Antonio = João = Domingos = Francisco = Felizarda = Severina = Ana = Francisca = Ludovina e Ignacia esta já falecida.

Sou presentemente cc. Joana Rosa de cujo matrimonio não tivemos filhos algum.

Testamenteiros: 1º meu filho Antonio Borges, 2º meu neto Antonio Jose de Avila, 3º meu filho Domingos Jose da Silva

Dia mes ano lugar já declarado = Recardo da Silva Borges

Aprovação 29-03-1821

Desistencia do 1º testamenteiro nomeado aos 10-04-1821 Antonio Jose de Avila Borges

Aceitação aos 10-05-1821 por Antonio Jose de Avila, 2º testamenteiro (…)”


O testamento é datado de dias antes da morte de Ricardo, e informa que ele já estava enfermo. Ricardo da Silva Borges veio a falecer aos 30 de março de 1821 em Alfenas-MG. No seu registro116 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos trinta dias do mes de Março de mil oito centos e (vinte) e hum falleceu com todos os sacramentos RICARDO DA SILVA BORGES de Idropezia, morador na Freguezia da {?} de idade de oitenta annos para mais ou menos natural de Barbacena, Bispado de Marianna cazado com JOANNA ROSA DO VALLE seu corpo foi involto com habito de Nossa Senhora do Carmo, acompanhado pelo Capellam e mais dois Sacerdores, sepultado dentro desta Capella de São José e Dores feita a recomendação solenne = Testamento em o qual determina o seguinte = seu corpo sera amortalhado em habito de Nossa Senhora do Carmo, e sepultado na Igreja de São José e Dores, acompanhado pelo Paroclo, e mais sacerdotes que a quem testamenteiro arbitraja, e todos lhe deriam Missa de Corpo presente e (como) era do costume – lhe diria cada hum oitavario {?} de esmolla de seis {?} e assim mais duzentos {?} de esmolla cada huma de quatro contos, e oitenta reis, e para fiz este assento. O Capelam Venancio José de Serqueira”


Antônio Luiz Barbosa e de Anna Francisca de Jesus

Antônio Luiz Barbosa nasceu por volta de 1766 nos arredores da freguesia de São João del Rei-MG. Ele era filho de Bernardo Luiz Barbosa e Joanna Francisca Pereira. Ele se casou com Anna Francisca de Jesus, cujo os pais são desconhecidos, pois foi exposta na casa de Antônio Luiz de Castro. É muito provável que Anna seja próxima a família de Antônio Luiz de Castro, entretanto, nunca saberemos de fato de quem seria filha.

O casamento ocorreu aos 26 de janeiro de 1785 na Capela de Nossa Senhora da Conceição do Rio Grande (muito provavelmente atual município de Perdões-MG), filial da Freguesia de Sant’Anna de Lavras-MG. No registro117 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e seis de Janeiro de mil e Sete Centos e oitenta e Sinco pelas onze horas da manhã pouco mais ou menos, o Padre Jeronimo Pereira de Carvalho de Licença do Reverendo Vigario na Capela de Nossa Senhora da Conceição do Rio Grande, filial desta Matriz de Sant’Anna das Lavras do Funil à {?} ao Sacramento do Matrimonio que Com palavras do prezente sem impedimento Contrahirão ANTONIO LUIZ BARBOZA filho legitimo de BERNARDO LUIZ BARBOZA e JOANNA FRANCISCA PEREIRA. Com ANNA FRANCISCA DE JESUS exposta em Caza de ANTONIO LUIZ DE CASTRO, ambos naturais e baptizados na freguezia de São João del Rey, e de presente moradores nesta freguezia de Sant’Anna das Lavras: precedendo as ordenações {?}, que manda o Sagrado Conc. e {?} do Bispo. E receberão asbenções nupciais: forão testemunhas Francisco Jozé da Silva e Jeronomo Pereira do Lago; Commo attesteo o Reverendo asystente na sua Certidão; de que fiz este assento que assinei. O Coadjutor Joseph Mz Pretto”

Foram filhos de Anna Francisca de Jesus e Antônio Luiz Barbosa:

  1. MANOEL LUIZ BARBOSA (Capítulo VI – Os Tetravós).
  2. MAGDALENA, foi batizada aos 18 de março de 1792 na Capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões, atual município de Perdões-MG. Foram padrinhos Vicente Joaquim Barboza e sua mulher Jacinta Teodora do Amaral.
  3. JOSÉ, filho exposto na casa do casal e que foi batizado aos 26 de maio de 1792 na Ermida do Senhor Bom Jesus dos Perdões, Perdões-MG. Foram padrinhos Antônio Luiz Barbosa e sua mulher Anna Francisca.
  4. JOAQUIM, foi batizado aos 24 de julho de 1796 na Ermida do Senhor Bom Jesus dos Perdões, atual município de Perdões-MG. Foram padrinhos Joaquim Francisco Morato e Ignácia Antonio de Jesus.
  5. FRANCISCO, foi batizado aos 1 de maio de 1801 na Capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões, atual Perdões-MG. Foram padrinhos João Antônio de Faria e Maria Pimenta de Abreu, filha de Angelo Pimenta de Godois.

Capítulo VIII – Os Hexavós

🇵🇹 Manuel André Janeiro e 🇵🇹 Agostinha de Oliveira da Ruela

Manuel André Janeiro, era português, natural de Ovar, Aveiro-PT. Ele era filho de Manoel André Janeiro e de Agostinha de Oliveira e foi batizado aos 28 de fevereiro de 1685 na Igreja de São Cristóvão de Ovar. No seu registro118 de batismo, pode-se ler:

“MANUEL (…) Filho legitimo de MANUEL ANDRE JANEIROS, e de sua mulher AGOSTINHA DE OLIVEIRA, Baptizei em os 28 de fevereiro de 1685, Foram P.P. Manuel filho de Antonio Brandão e Maria filha do mesmo Antonio Brandão do Brejo, e por verdade fiz esse que assignei. O Coadjutor Manuel de Linhos.”

Manuel se casou com Agostinha de Oliveira da Ruela, filha de Antônio de Oliveira Rão da Ruela e de Isabel Correa. Ela foi batizada aos 13 de agosto de 1684 na Igreja de São Cristóvão de Ovar, tendo como padrinhos familiares da família de seu futuro esposo. No seu registro119 de batismo, pode-se ler:

“AGOSTINHA (…) Filha legitima de ANTONIO DE OLIVEIRA RÃO DA RUELLA e de sua mulher IZABEL CORREA Baptisei em os 13 de Agostro de 1684, Forão Padrinhos João André de Janeiro e Maria, filha de Manoel Andre de Janeiro, e por verdade fiz esse que assinei era ut supra. O Coadjutor Linhos.”

Eles se casaram na Igreja de São Cristóvão de Ovar, em Ovar, Aveiro-PT. O casamento ocorreu aos 4 de agosto de 1708. No registro120 de casamento, pode-se ler:

“Em os quatro diaz do mez de Agosto de mil Sette Centos e oito annos, pella manhão nesta Igreja da Feguezia de Sam Christovão da Villa de Ovar onde os contraentes são naturais em {?} feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Tridentino e Constituições deste Bispado sem se decobrir impedimento algum em prezança de mim o Padre Valentim da Silva Bradão Coadjutor dsta dita Freguezia e das testeminhas, o Padre Fernando Pereira de Linho e Manoel de Oliveira da Ruella se cazaramse MANOEL ANDRE filho legitimo de MANOEL ANDRE JANEIRO e de sua mulher AGOSTINHA DE OLIVEIRA com AGOSTINHA DE OLIVEIRA, filha legitima de ANTONIO DE OLIVEIRA {?} e sua mulher IZABEL CORREA defunta moradores do lugar da Ruella desta Freguezia e logo lhe dei as benções em forma {?} canonicas da Nossa Madre Igreja o que tudo fiz digo mandei fazer este assento qual signei com as testemunhas asima nomeadas {?} Coadjutor Valentim da Silva Brandão (…)”

Ainda não foram encontrados os registros de sepultamento do casal, mas presumi-se que tenha falecido na mesma cidade de Ovar, Aveiro, Portugal.

Foram filhos de Agostinha de Oliveira da Ruela e Manuel André Janeiro:

  1. JOÃO DE OLIVEIRA RUELLAS (Capítulo VII – Os Pentavós).

Domingos Borges da Silva e Suzana Leite

Domingos Borges da Silva, era natural da ilha de São Sebastião, atual Ilha Bella-SP. Ele era filho do Capitão Mor Domingos Borges da Silva e de Martha de Faria Sodré. Ele se casou com Suzana Leite (ou Tavares), natural de Taubaté-SP, filha de Vitorino de Aveiro de Paiva (ou Homem) e Maria de Escobar.

Domingos Borges da Silva veio a falecer aos 20 de julho de 1749 em Barbacena-MG. Em seu registro121 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte dias do mez de Julho de mil e setecentos e quarenta e nove annos falleceo da vida prezente com todos os Sacramentos DOMINGOS BORGES DA SILVA, cazado morador nessa Freguezia. Foy encomendado por mim e sepultado nessa Igreja Matriz ao pe do altar de N. Senhora do Rozario, Como declarou ser sua vontade em seu testamento aos vinte e hum do dia mez e anno; de que fiz esse assento que per verdade assignei. O Coadjutor Antonio Pereira (…) Vigario da Borda do Campo (…)”

Existem dois testamentos conhecido atribuídos à Domingos Borges da Silva. Um foi escrito no mesmo livro de sepultamentos da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, atual Barbacena-MG. O testamento foi escrito logo após o seu registro de sepultamento. Nesse testamento122, pode-se ler:

“Testamento de DOMINGOS BORGES DA SILVA

(…) no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil e setecentos e quarenta e nove annos aos dez dias do mez de Abril do dito anno nessa Freguezia de N. Sra da Piedade da Borda do Campo, estando eu DOMINGOS BORGES DA SILVA de cama de sua infermidade e de que Deos foi servido dar me e em meu perfeito juizo e consentimento que Deos me deo, e {?} da morte por não saber o que Deos Nosso Senhor de mim quer fazer e desejando por minha alma na caminhada da salvação, e quando será lervido de me levar para si faço este meu testamento por mim feito, e asignado na forma seguinte – (…)

Rogo a minha mulher SUZANA LEITE DA SILVA e o meo genro Manoel Martins e o meo filho JOZE DA SILVA por servicó de Deos e porme fazerem merce querão aceitar serem meus testamenteiros – Meu corpo será sepultado na Igreja MAtriz desta Freguezia de N. Senhora da Piedade da Borda do Campo ao pe do altar de Nossa Senhora do Rozario a quem tenho especida devoção – Será meu corpo amortalhado com hum habito de Nosso {?} Padre S. Francisco (…) e se pagará a esmolla cosutmada. Serey levado no esquite das almas de quem sou irmão. No dia do meo enterramento se dirão as missas de corpo prezente por todos os Sarcerdores que com ordenamento se puderem juntão pafandose-lhe a esmolla costumada e me acompanharão todas as cruzes e quaes {?} Irmandades. Seis dias depois do meu enteramento se dirão logos seis missas pela minha alma – Declaro sou natural da ilha de S. Sebastiam do Bispado do Rio de Janeiro. Filho legimo de DOMINGOS BORGES DA SILVA e se dua mulher MARTHA DE FARIA, já defunctos. Declaro que sou cazado a face da Igreja com SUZANA LEITE DA SILVA e no cazal temos doze filhos: JOZE, IGNÁCIO, THOMAS, MATHIAS, FELIX, RICARDO, MARIA ROZA, GERTRUDES, HELENA, QUITERIA ja cazada, MANOEL, todos estes ditos meus filhos são meus legitimos erfeiros e por taes os {?}/ Declaro que meu cazamento foi por conta de amizade. Declaro meus bens que fizemos no Cazal de hum Negro Criolo chamado Custodio, outro chamado Joab de nação Canguella, outro mulato chamado Joaquim, outro mulado chamado André, hum rapaz chamado Pedo, sua rapariga chamada Roza, sua negra criola chamada Joanna, e quatro cavalos e oito cabeças de gado cacum e suas criações de porocs, e mais {?} caza que minha mulher o deppora. – Declaro que tenho em meu poder hum negro chamado Felipe que foi do defuncto Affonso Diaz, cujo negra foi avalido em cento e secenta mil reis (…) [TO BE COMPLETED]”

No seu segundo testamento, pode-se ler:

“FL. 03

Ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1750 aos vinte e oito dias do mes de janeiro no presente sitio das Congonhas da Conquista da Borda do Campo em casas onde vivia o Capitão DOMINGOS BORGES DA SILVA natural … de São Sebastião, bispado do Rio de Janeiro, casado com SUZANA LEITE a cujo sitio …. seguir a diante passado para os órfãos.

FL. 05 – HERDEIROS :
QUITÉRIA DA SILVA, casada.
JOSÉ, de idade de 26 anos – morto.

ROSA, de idade de 25 anos, morta.
IGNÁCIO, de idade de 23 anos, casado.
MARIA, de idade de18 anos, casada.
TOMÁS, de idade de17 anos.
GERTRUDES, de idade de 15 anos.
MANOEL, de idade de 13 anos.
HELENA, de idade de 9 par 10 anos.
MATIAS, de idade de 8 anos.
FELIS, de idade de 7 anos.
RICARDO, de idade de 5 anos.
FL. 11

Aos 20 dias do mes de fevereiro de 1750 nesta vila de São João del Rei … em casas de morada o Juiz de Órfãos … compareceu presente Capitão MANOEL MARTINS BAHIA reconhecido pelo escrivão como próprio tutor …

FL. 50

Nomeio para curador desse órfão ALEXANDRE DA SILVA BARROS ao qual o escrivão dará o juramento …

FL. 53

… foi respondido que contam que JOSÉ DA SILVA BORGES se ausentara destas Minas para a Vila de Taubaté onde se casara e lá falecera … um ano pouco mais ou menos… e que é sua legítima … 18$930 que para a dita tutora pertence a legítima viúva sua mulher e a um filho órfão que deixou  …

E sendo-lhe perguntada pela órfã ROSA donde ela se acha, por ela tutora foi respondido que a dita órfã se acha casada com ANTONIO MARTINS … e sendo legítima tem 18$930….

E sendo-lhe perguntada a ela tutora pelo órfão IGNÁCIO seu estado legítimo. Por ela tutora foi respondido que o dito órfão se acha casado (?) as partes da Ibituruna, cita a quantia em podes dela tutora que são 18$930.

E sendo-lhe perguntada pela órfã MARIA seu estado legítimo. Por ela tutora foi respondido que também ela se acha casada com FRANCISCO LUIS, cita a quantia em poder pela tutora que são 18$930.

FL. 53V

E sendo-lhe perguntada pelo órfão TOMÁS … foi respondido que o dito órfão se acha em companhia dela tutora e anda no exercício de trabalho no caminho em condução do Rio de Janeiro para esta Minas com bestas de um camarada … para esse órfão se lhe faz a sua legítima parte de 18$930 na mão dela tutora.

E sendo-lhe perguntada pela órfã GERTRUDIS … foi respondido de que se acha casada com JOSEPH PEREIRA DA FONSECA … em posse a quantia de 18$930 na mão dela tutora.

E sendo-lhe perguntada sobre o órfão MANOEL … foi respondido que se acha no estado de solteiro trabalhando pelo seu braço na roça de MANOEL RODRIGUES NOGUEIRA para adquirir alguma coisa e que a sua legítima consta em 18$930 … na mão dela tutora.

E sendo perguntada pela órfã ELENA … foi respondido que se acha no estado de casada com JOAQUIM MARTINS … e que em posse a quantia de 18$930 na mão da dita tutora.

FL. 54

E sendo-lhe perguntada pelo órfão MATHIAS … foi respondido que se acha na idade de 13 anos pouco mais ou menos vivendo em companhia dela tutora anda na escola aprendendo a ler, escrever e contar e que empossou 18$930 que estão na mão da dita tutora.

E sendo-lhe perguntada pelo órfão FELIS (…)  foi respondido que se acha na idade de 11 anos pouco mais ou menos vivendo em companhia dela tutora anda na escola aprendendo a ler, escrever e contar e que empossou 18$930 que estão na mão da dita tutora.

E sendo-lhe perguntada pelo órfão RICARDO (…)  foi respondido que se acha na idade de 10 anos pouco mais ou menos vivendo em companhia dela tutora anda na escola aprendendo a ler, escrever e contar e que empossou 18$930 que estão na mão da dita tutora.

FL. 55V

… 1756 anos nesta Vila e São João del Rei Minas do Rio das Mortes em o escritorio de mim escrivão adiante nomeado …. uma petição que me foi dada por parte de ANTONIO MARTINS por cabeça de sua mulher e SUZANA LEITE viúva que ficou do falecimento do Capitão DOMINGOS BORGES DA SILVA

FL. 56

Dizem ANTONIO MARTINS por cabeça de sua mulher ROSA, FRANCISCO LUIS por cabeça de sua mulher MARIA BORGES, JOSEPH PEREIRA DA FONSECA por cabeça de sua mulher GERTRUDES DA SILVA LEITE, JOÃO MARTINS LEAL por cabeça de sua mulher ELENA DA SILVA LEITE, que por serem casados e recebidos em face a Igreja com suas mulheres lhe competem as legitimas que a elas ficaram por falecimento de seu pai DOMINGOS BORGES DA SILVA que importa a cada uma 18$930 que andam a juros na mão da viúva sogra dos suplicantes, SUZANA LEITE …

FL. 60

E sendo perguntada pelos órfãos, seus estados e onde se acham e que pater tiverão de legítima e onde se acham, por ela respondido que fora os que estavam casados e fora do juizo e que o que ainda existem são os seguintes : TOMÁS DA SILVA LEITE se acha em idade de 27 anos, pouco mais ou menos e que anda trabalhando (?).

FL. 60V

E que o órfão MANOEL se acha na idade de 23 anos e assiste na Lagoa Dourada em companhia de seu cunhado JOSÉ PEREIRA trabalhando na roça e que sua legítima é de 18$930 e que rendeu 1$183.

E sendo perguntada pelo órfão MATHIAS … respondeu que se acha na idade de 18 anos e que é oficial de sapateiro e que sua legítima …

FL. 61

E sendo perguntada pelo órfão RICARDO … respondeu que o dito órfão se acha na idade de 15 anos pouco mais ou menos e vive na companhia da tutora sua mãe e se acha enfermo com pricípios de mal de São Lázaro …

FL. ?2

Diz JOSÉ DE GODOY como procurador geral bastante de FRANCISCO DE GODOY e sua mulher IZIDORA PORTO DE EL REI que ele suplicante quer oferecer neste juízo um Libelo Cível contra SUZANA LEITE viúva que ficou do defunto DOMINGOS BORGES DA SILVA por dívidas de 500$000.”

Foram filhos de Suzana Leite e Domingos Borges da Silva:

  1. QUITÉRIA DA SILVA BORGES, natural de Taubaté-SP, casou-se primeiramente com Manoel Martins Bahia, natural da freguesia de N. Sra. da Ajuda da Vila de Peniche Patriarcado de Lisboa, filho de Manoel Martins e Domingas Henriques, aos 17 de maio de 1745 em Barbacena-MG. Após a morte do primeiro marido, casou-se com Francisco da Silva Preto, natural do Patriarcado de Lisboa, filho de Manoel da Silva Preto e Maria Antonia, aos 30 de agosto de 1770 em Barbacena-MG.
  2. JOSÉ DA SILVA BORGES, nascido por volta de 1724.
  3. ROSA MARIA BORGES DA SILVA, nascida por volta de 1726. Ela se casou aos 22 de setembro de 1755 em Barbacena-MG, com Antônio Martins, filho de Simão Manoel e Maria de Araújo.
  4. IGNÁCIO DA SILVA BORGES (Capítulo VII – Os Pentavós).
  5. MARIA DA SILVA BORGES, nascida por volta de 1732. Ela se casou com Francisco Luiz de Medeiros, natural da freguesia de Madalena da Ilha do Pico, Açores-PT, filho de Antonio Luiz de Medeiros e Izabel da Rosa, aos 7 de agosto de 1754 em Barbacena-MG. Maria veio a falecer aos 11 de dezembro de 1791 em Barbacena-MG.
  6. THOMAZ DA SILVA BORGES (LEITE), nasceu por volta de 1733. Ele foi casado com Maria Clara de Melo, filha de João de Paiva e Melo e de Maria Clara de Jesus. Ele veio a falecer aos 25 de janeiro de 1778 em Barbacena-MG.
  7. GERTRUDES DA SILVA LEITE, nascida por volta de 1735. Ela se casou com José Pereira da Fonseca, natural da freguesia de S. Nicolau Bispado do Porto-PT, filho de Agostinho Pereira da Fonseca e Maria Guedes.
  8. MANOEL, foi batizado aos 12 de março de 1738 em Barbacena-MG. Foram padrinhos Jose de Paiva de Almeida e Roza de Oliveira filha de Antonio de Faria.
  9. HELENA DA SILVA LEITE, batizada aos 08 de maio de 1740 em Barbacena-MG. Foram padrinhos Manoel Gomes e Maria Correa, solteira, filha de Simão Aires. Ela se casou duas vezes, a primeira aos 22 de julho de 1755 em Barbacena-MG, com João Martins Leal, natural da freguesia de N. Sra da Ajuda de Peniche Patriarcado de Lisboa, filho de Manoel Martins e Domingas Henriques. A segunda com José Marques da Costa. Ela veio a falecer aos 22 de julho de 1808 em Aiuruoca-MG.
  10. MATHIAS DA SILVA BORGES, batizado aos 14 de julho de 1742 em Barbacena-MG. Foram padrinhos o Sargento Mor Manoel Roiz Pereira e madrinha sua mulher Dona Francisca Xavier. Ele se casou aos 30 de maio de 1766 em Barbacena-MG com Francisca do Sacramento filha de Manoel Coelho da Costa, e de Francisca do Couto Monteira. Ele veio a falecer aos 22 de julho de 1779.
  11. FELIX DA SILVA BORGES, nascido aos 28 de agosto de 1744 e batizado aos 9 de setembro de 1744 em Barbacena-MG. Foram padrinhos Henrique Monteiro de Magalhães e Luzia Garcia mulher de Martinho de Faria Moreira. Ele se casou com Genoveva Ferreira d’Ávila filha de Antonio d’ Ávila Bittencourt e Inacia Ferreira, aos 16 de janeiro de 1770 em Barbacena-MG. Já era falecido em 1780.
  12. RICARDO DA SILVA BORGES (Capítulo VII – Os Pentavós).

Após a morte do marido Domingos Gomes da Silva em 1749, ela voltou a se casar, dessa vez com Luiz Franco, filho de João Gomes e de Luiza Franca, aos 13 de novembro de 1754 em Barbacena-MG. Não há notícias de filhos do casal Suzana Leite e Luiz Franco. No registro123 de casamento, pode-se ler:

“Aos treze do mez de Novembro de mil e Sete Centos e Sincoenta e Coatro annos na Igreja Mateiz de Nossa Senhora da Piedade, forão feitas as deligencias na forma do Santo Concilio Trintino sem descrobrir impedimento algum Com provizão do Reverendo Coadjutor Vigario {?} Joze Sobrail de Souza na presença do Reverendo Padre Antonio Alvez Coelho de lisença minha se casarão em face da Igreja por palavras de presente LUIZ FRANCO, natural e batizado na freguezia de {?} filho legitimo de JOÃO GOMES e de LUIZA FRANCA ja defuntos viuvo que ficou de sua mulher ANNA GOMES que se acha sepultada nesta freguezia Real de (…) e SUZANA LEITE, natural e batizada na freguezia de São Francisco das Lajes da Vila de Taubaté, Bispado de S. Paulo, filha legitima de (Vitorino de) Aveiro e de Maria de Escobar viuva que ficou do defuncto DOMINGOS BORGES DA SILVA, Servirão de testemunhas Manoel Gomes (…) O Vigario Feliciano Pitta de Castro”

Seu segundo marido Luiz Franco veio a falecer alguns anos depois, aos 8 de outubro de 1757 em Barbacena-MG. No seu registro124 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos oito diaz do mez de outubro de mil e Sete Centos e Sicoenta e Sete annos falleceu da vida presente LUIZ FRANCO cazado que era com SUZANA LEITE recebeo todos os sacramentos Foi sepultado com habito de São Francisco dentro desta Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, foi acompanhado e {?} de corpo presente {?} o Padre. Fez seu testamento na forma abaixo declarado; foi por mim emcomendado de que fiz este asento. O Vigr.o Feliciano Pitta de Castro”

Já Suzana Leite veio a falecer após 1757, data de falecimento do segundo marido e consta que não era falecida nessa data. O testamento de Luiz Franco foi escrito logo após o registro de sepultamento. No testamento125, pode-se ler:

“[TO BE COMPLETED]”


Antônio Rodrigues do Prado e Francisca Cordeiro de Lima

Antonio Rodrigues do Prado (projetocompartilhar.org)


🇵🇹 José Caetano Ferreira e Joanna de Campos

José Caetano Ferreira seria português, natural da Bragança ou Braga, segundo o registro de batismo de seus netos. Infelizmente, não existe muita precisão em qual igreja ou freguesia teria sido batizado, dificultando assim a procura do seu registro de nascimento. Em um dos registros126 pode-se ler:

“(…) Aos quatro dias do mez de julho do anno de mil sete centos e sincoenta e seis (…) baptizei a ANNA, filha legitima de PEDRO FERREIRA (…) e de sua mulher ANNA DA ROCHA, neta parterna de JOZE CAETANO FERREIRA, natural de Bragança e de JOANNA DE CAMPOS, natual de Sam Paulo (…)”

José Caetano Ferreira se casou com Joanna de Campos, natural de São Paulo. Não foram ainda encontrados os registros de batismo, casamento ou óbito referentes ao casal.

Foram filhos de Joanna de Campos e de José Caetano Ferreira:

  1. PEDRO FERREIRA DE BRITO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  2. FRANCISCA MARIA DO ESPIRITO SANTO, que se casou com o português Antônio Gonçalves da Costa, natural de Freguesia de Santa Bárbara da Ilha Terceira, Arcebispado de Angra, Açores, filho de Manoel Costa Vieira e Maria das Candeias, aos 27 de maio de 1751.

Artur da Rocha e Maria das Neves

Artur da Rocha (projetocompartilhar.org)


🇵🇹 Gonçalo Gomes de Araújo e Francisca de Oliveira

Gonçalo Gomes de Araújo era português, natural da vila do Conde, bispado do Porto. Deixou Portugal por volta dos anos 1720, década em que os primeiros filhos são batizados já no Brasil. No Brasil, ele se casou com Francisca de Oliviera, brasileira, natural provavelmente do bispado de Mariana-MG, filha de pais ainda desconhecidos.

Foi encontrado um registro de batismo nos livros da paróquia de Vila do Conde (Porto-PT) que poderia ser atribuído à Gonçalo. Mais pesquisas são necessárias para comprovar se o tal registro é de fato pertencente à Gonçalo. No registro127, pode-se ler:

“Aos trinta e hum dias do mez de Mayo de mil e seis centos oitenta e nove Baptizou de minha Licençca o Conego João Broelado de Moreyra a GONÇALO que nasseo aos trinta do dio mes, filho de PASCAL FRAN. e de sua mer MARIA GOMES da rua da Palha P.P. Domingos Gomes da Praça velha e Carolina Gomes, mer de João Carvalho, todos desta freguezia —– Velho”

O registor informa em qual rua os possíveis pais de Gonçalo moravam. Essa rua existe até hoje na atual cidade de Vila do Conde.

Foram filhos de Francisca de Oliveira e Gonçalo Gomes de Araújo:

  1. BONIFÁCIA GOMES DE OLIVEIRA, nasceu por volta de 1723, muito provavelmente em Prados-MG. Ela se casou com Agostinho Marques, natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Vila de Souza, Bispado de Coimbra, Portugal, filho de filho dos Miguel Marques e Maria André. O casamento ocorreu no dia 27 de agosto de 1737 na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, freguesia dos Prados.
  2. LINO, batizado aos 1 de outubro de 1729 na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, freguesia dos Prados-MG. Foram padrinhos Jeronimo de Oliveira Correa e Ana de Alvarenga.
  3. TEODOSIO, batizado aos 23 de maio de 1732na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, freguesia dos Prados-MG. Foram padrinhos Agostinho Marques e Ana da Cunha.
  4. TEOTÔNIO GOMES DE OLIVEIRA (Capítulo VII – Os Pentavós).
  5. QUITÉRIA DE JESUS, se casou com João Lourenço, filho dos falecidos Manoel Lourenço e de Maria Rodrigues e natural de Santa Maria Madalena da Ilha do Pico.
  6. MARIA GOMES DE OLIVEIRA, se casou aos 19 de março de 1753 em Barbacena-MG com Ignacio Martins de Araújo, filho de Gabriel Picão e Catarina Pereira de Araújo e natural de Taubaté-SP.
  7. SEBASTIÃO GOMES DE OLIVEIRA, se casou aos 21 de janeiro de 1771 em Aiuruoca MG com Eugenia Rodrigues de Sousa, filha de João Rodrigues Pugas e Catarina de Souza.

Jacomé Fernandes das Neves e Helena de Moraes

Jacome Fernandes das Neves (projetocompartilhar.org)

Jacome Fernandes das Neves (projetocompartilhar.org)


🇵🇹 Caetano Nunes Coelho e 🇵🇹 Maria de Souza

Caetano Nunes Coelho era natural da freguesia de Baltar, Paredes, Portugal. Ele foi batizado aos 23 de julho de 1705 na Igreja Matriz de Baltar, filho de Manoel Nunes e de Maria Cordeira. No seu registro128 de batismo, pode-se ler:

“CAETANO, filho legitimo de MANOEL NUNES e de sua mulher MARIA CORDEIRA do lugar da Quintam foi por mim batizado, aos vinte e tres de Julho de mil Sette Centos “

Ele se casou com Maria de Souza, natural de Cete, Portugal, nascida aos 27 de junho de 1697. Ela era filha de Diogo Ribeiro e de Joanna de Souza. No seu registro129 de batismo, pode-se ler:

“MARIA, filha legitima de DIOGO RIBEYRO morador no lugar de valverde desta freguezia de São Pedro de Cette; {?} de pena Gil de Souza do Bispado do Porto; e de sua mulher JOANNA DE SOUZA, nasceo aos vinte e sete do mez de junho da Era de mil e seis centos e noventa e sete; e por nacer moribunda foi por necessidade batizada em caza por Maria Velha mulher velha moradora no lugar de Sandarelas {?} Examinei de como fizera o dito sacramento e por achar, que estava bem feito lhe fiz as mais cerimonias que manda a Santa Madre; {?} ; poz os Santos Oles e de como lhe forão oferecidos os mais requeridos todos Sacramentos do batismo assim as benções com subsequentes {?} forao testemunhas Manoel Coelho da Fonseca, Antonio {?} Gonçalves desta dista freguezia asinarão comigo este assento (…)”

Como pode-se notar, Maria nasceu moribunda, ou seja, muito fraca ou em risco de morte, sendo batizada na própria casa por uma mulher próxima ao pais. Existem duas possibilidades, uma que a Maria mencionada no registro não é de fato a Maria que se casou com Caetano Nunes, mas sim uma irmã mais nova ou mais velha que faleceu ainda bebê. A outra possibilidade é que Maria nasceu doente, mas por alguma razão desconhecida, se recuperou e cresceu com saúde até se casa com seu marido.

Ao que tudo indica, após analisar os registros de óbito da mesma freguesia de São Pedro de Cete, não foi encontrado o registro de óbito da tal Maria, o que leva a crer que tenha se curado e sobrevivido, sendo a Maria que se casou com Caetano anos depois.

O casamento entre Caetano Nunes Coelho e Maria de Souza ocorreu aos 1 de junho de 1726 na Capela de Nossa Senhora da Batalha, em Porto, Portugal. No registro130 de casamento, pode-se ler:

“Ao primeiro dia do mez de junho de mil e sete centos e seis annos na Capella de Nossa Senhora da Batalha? que serve de igreja senhorial nessa frequezia de Santo Idelfonso vindo pelas coatro horas da tarde de minha presença e de muitas (…) feitas as denunciações na forma do Sagrado Consilio Trintino (…) CAETANO NUNES filho legitimo de MANUEL NUNES e de sua mulher MARIA COSTA. Com MARIA DE SOUZA filha legitima de DIOGO RIBEYRO e de sua mulher JOANNA DE SOUZA naturais da freguezia de São Pedro de Cette. “

O casamento ocorreu na Capela de Nossa Senhora da Batalha ficava onde está a atual Praça da Batalha, onde segundo a tradição, uma batalha entre cristãos e mouros teria sido travada neste local.

Foram filhos Maria de Souza e de Caetano Nunes Coelho:

  1. CUSTÓDIO, nascido aos 25 de janeiro de 1728 e foi batizado aos 29 do mesmo mês e ano na Igreja de São Pedro de Cete, Cete, Portugal. Foram padrinhos Serafim Coelho da Silva do lugar de Figueira de Porta, e Antonio moça solteira filha de João Carneiro e de Catharina de Souza do lugar da Fagilde, todos da freguesia de Baltar, Portugal.
  2. CUSTÓDIA, nascida aos 23 de março de 1730 e batizada aos 31 do mesmo mês e ano na Igreja de São Pedro de Cete, Cete, Portugal. Foi padrinho o Padre Jacinto Lopes Romero.
  3. MANOEL NUNES RIBEIRO (Capítulo VII – Os Pentavós).
  4. CATHERINA, nascida aos 25 de novembro de 1735 e foi batizada aos 4 de dezembro do mesmo ano na Igreja de São Pedro de Cete, Cete, Portugal. Foi padrinho Luiz Carneiro Rangel da Freguesia de Santa Marinha de Ostromil.
  5. MARIA, nascida aos 16 de novembro de 1736 e batizada aos 25 do mesmo mês e ano na Igreja de São Pedro de Cete, Cete, Portugal. Foi padrinho o Reverendo Padre Antonio Pereira da Freguesia de Rio de Moinhos. Informa que os pais eram moradores na Quinta do Redo.

🇵🇹 João Gomes do Nascimento e Rita Maria da Conceição

Maria Inácia de Jesus (projetocompartilhar.org)

João Gomes do Nascimento (1715–1775) • Person • Family Tree • FamilySearch

João Gomes do Nascimento é considerado o fundador da família Gomes do Nascimento na região de Barbacena-MG. João era filho mais velho de Manoel Fernandes e de Maria Gomes do Nascimento. Ele foi batizado aos 19 de dezembro de 1706 na igreja de Santa Maria da Vila Cova, Barcelos, Portugal. No seu registro131 de batismo, pode-se ler:

“Aos 19 diaz do mez de Dezembro de mil sete centos e seis annos batizei a JOÃO, filho legitimo de MANOEL FRZ de sua mulher MARIA GOMES da aldeya do Onteiro; Forão Padrinhos Antonio João e Maria {?} filha de João Pires de {?} E para constar (…) fiz este asento que asigno. (…)”

João veio ao Brasil por volta da década de 1740, onde se casou com Rita Maria da Conceição, natural da Vila de São José del Rei (atual Tiradentes-MG), filha de Daniel de Sousa Pimentel e de Leonor Rodrigues Cid. O casamento ocorreu aos 5 de outubro de 1745 na Igreja de Santo Antônio da Ibertioga, região de Barbacena-MG. No registro132 de casamento, pode-se ler:

“Aos sinquo diaz do mez de outubro de mil sete centos e quareta e sinquo annos sendi sendo pellas onze horas do dia na capela de Santo Antonio da Bertioga desta freguezia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Tridentino e comtituição do Bispado sem se descobrir impedimento algum e com a provizão do Reverendo Doutor Manoel da Roza Gutinho, Vigario da vara desta Comarca, o qual fica em meu poder, e com licença minha em presença do Reverendo Padre Joam Coelho da Rocha capellam da dita Capella, e das testemunhas abaixo nomeadas se cazarão solenemente em face da igreja por palavras de presente JOAM GOMES DO NASCIMENTO, natural e baixado na freguezia de Santa Maria de Villa Cova, termo de Barcellos, Acebispado de Braga, filho legitimo de MANOEL FERNANDES e de sua mulher MARIA GOMES Com RITA MAIRA DA CONCEIÇAM, natural da freguezia da Villa de Sam Jozé (del Rei), filha legitima de DANIEL DE SOUZA PIMENTEL e de sua mulher LEONOR RODRIGUEZ CID moradores nesta dita freugezia da Borda do Campo e logo o dito Reverendo PAdreo lhes deu as bençãos segundo os ritos da Santa Madre Igreja (…) Do que fiz esse assneto aos quinze dias do mez de outubro de mil setecentos e quarenta e sinquo. O Vigr.o Manoel da Silva Lagoinha”

“FL. 01    Inventário dos bens que ficaram por falecimento de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO de quem é inventariante a viúva sua mulher Dona RITA MARIA DA CONCEIÇÃO.

    Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1775 aos 10/JULHO do dito ano neste sítio do Pouso Alegre da Aplicação da Capela de Bertioga da Freguesia da Borda do Campo, termo da Vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes em casas de morada de Dona RITA MARIA DA CONCEIÇÃO, viúva que ficou por falecimento de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO onde foi vindo o Juíz de Órfãos da dita Vila, ANTONIO FRANCISCO VIEIRA DE SOUZA ….

FL. 02

    Declarou ela dita inventariante ficarem-lhe de seu marido os filhos seguintes :

  1. MARIA casada com MANOEL NUNES RIBEIRO.
  2. JOANA casada com IGNACIO GOMES DA ROCHA.
  3. QUITERIA casada com JOÃO JOSÉ CAMILO
  4. MANOEL casado com ANA DE TAL com idade de 22 anos.
  5. ANA com idade de 19 anos.
  6. IGNACIA casada com JOSÉ LUIS CAMPOS de idade de 19 anos.
  7. ANTONIO de idade de 15 anos.
  8. VERONICA de idade de 12 anos.
  9. JOSÉ de idade de 10 anos.
  10. ALEXANDRE de idade de 7 anos.
  11. FRANCISCA de idade de 5 anos.
  12. FELICIANA de idade de 4 anos.
  13. FELICIA, irmã gêmea da primeira de 4 anos.
  14. JOÃO de idade de 2 anos.

FL. 9

    Declarou ela inventariante haver un sítio chamado Pouso Alegre em que vive a mesma com suas casasa de vivenda somados e formados pelo engenho pré puxado (sic) de pilões e fornalhas que parte com uma borda com a fazenda e sítio de Monte Verde e MANOEL RODRIGUES CINTRA …
    Declarou ela inventariante haver 2 casas de sobrado na rua de São Francisco na Vila de São João com quintal, murado que desagua com bordas de telha que partem da casa de trás e outras de JOSÉ DE SOUZA e o Sargento-Mor ANTONIO JOSÉ DA ROSA.

FL. 10

    Declarou ela inventariante haver-se dado ao seu genro MANOEL NUNES RIBEIRO quando casou com sua filha MARIA a quantia de 90$000 ….
    Declarou ele inventariante haver-se dado ao seu genro JOÃO JOSÉ DE ÁVILA quando se casou com sua filha QUITÉRIA a quantia de 312$900.

FL. 10V

    Declarou ele inventariante haver-se dado ao seu genro IGNACIO GOMES DA COSTA (deveria ser ROCHA) a quantia de 200$000.

FL. 11

    Declarou ele inventariante haver-se dado ao seu genro JOSÉ LUÍS CAMPOS casado com a órfã IGNACIA MARIA DO NASCIMENTO a quantia de 100$000 ….

FL. 16

    Diz MANOEL GOMES DO NASCIMENTO filho que ficou de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO, casado, que por ordem de V.S. foi notificado pelo escrivão desse juízo para em 3 dias vir declarar se quer entrar a herança do falecido seu pai com o produto de várias cabeças de gado que em vida do dito seu pai havia tirado do casal para se proceder a revelia. E poque é menor verdade o que se segue neste caso dele suplicante, pois nunca em vida do pai em tempo algum recebeu bens nenhum do casal, e menos gado, percebendo unicamente 4 cabeças de seu cunhado IGNACIO GOMES DA ROCHA …

FL. 33

    Diz RITA MARIA DA CONCEIÇÃO viúva do falecido JOÃO GOMES DO NASCIMENTO que a ela se lhe conferiu a juros o importe das legítimas dos órfãos seus filhos e de seu marido importaram a quantia de 1:157.000$771 réis, e como os herdeiros órfãos se acham em sua companhia e os está educando, sustentando e vestindo, até certo os juros das suas legítimas não chegam para o trato dos mesmos, sirva-se aplicar-lhe os ditos juros para a ajuda da sustentação e vestuário deles.
    Como se pede e se junte este ao inventário, para constar, Vila de São João, 19/DEZ/1775.

FL. 34

    Diz RITA MARIA DA CONCEIÇÃO viúva que ficou de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO que pela provisão junta é servido mandar que a suplicante seja tutora de seus filhos e se lhe entregue seus bens e legítimas, e como se acha cumprida pelo Doutor Corregedor e Provedor da Comarca.

FL. 43

Atuto de Contas.

    Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Critos de 177(ilegível) aos dois dias do mes de (ilegível) nesta vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes, em casas (ilegível) do Doutor ANTONIO JOSÉ DE MELLO, Juíz de Órfãos e o escrivão de seu cargo adiante nomeado foi vindo (ilegível) MANOEL CARVALHO DA SILVA, solicitador de causas e procurador que se mostrou ser de MANOEL NUNES RIBEIRO e por ele foi dito (ilegível) estava pronto para prstar contas da dita tutela  …..
    E perguntado por ele ministro ao dito procurador do Tutor dos órfãos ANTONIO, VERONICA, JOSÉ, ALEXANDRE, FRANCISCA, FELICIA, JOÃO citando suas idades e legítimas.
    Por ele foi respondido que o órfão ANTONIO se ocupa de (ilegivel) ler e escrever com idade de (ilegivel).
    E pela órfã VERONICA de idade de 15 anos, pouco mais ou menso, se acha casada com AGOSTINHO FAGUNDES pessoa de igual condição e qualidade da mesma órfã que vive em companhia do dito seu marido.
    E que o órfão JOSÉ tem idade de 13 anos pouco mais ou menos, estando na escola e aprendendo a ler, escrever e contar.
    E que o órfão ALEXANDRE com idade de 10 anos, pouco mais ou menos, estando na escola …
    E que a órfã FRANCISCA de idade de 8 anos, pouco mais ou menos, (ilegível) educada em casa pela dita viúva sua mãe.
    E pela órfã FELICIANA com idade de 7 anos, pouco mais ou menos, se acha em casa em companhia da viúva sua mãe.
    E que a órfã FELICIA irmã gemea também com idade de 7 anos, pouco mais ou menos, se acha em casa em companhia da viúva sua mãe.
    E que o órfão JOÃO com idade de 5 anos, pouco mais ou menos, se acha na companhia da dita viúva sua mãe.

FL. 47

    Diz IGNACIO GOMES DA ROCHA e JOSÉ LUÍS CAMPOS e JOÃO JOSÉ DE SOUZA, genros do falecido JOÃO GOMES DO NASCIMENTO, que eles suplicantes setão inteirado cada um da herança que por partilha deste juízo e acordo dos ditos órfãos e como a tutora é mãe dos órfãos para constar seja servido (…. ilegível ….) fazer a quitação.

FL. 48

    A dúvida do escrivão não deve ser atendida, porque do mesmo inventário conta que ao tempo da sua feitura e morte de seu sogro já os suplicantes se achavam casados e como tais emancipados e assim não careciam de determinação deste juízo para serem pagos aos que lhes competia por adjudicação da partilha. 22/FEV/1779.

FL. 50

    Diz JOSÉ LUÍS CAMPOS por cabeça de sua mulher IGNACIA MARIA DO NASCIMENTO, filha e herdeira de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO, que ele tem por notícias haver na partilha engano de alguns herdeiros, ficando outros assim mais aproveitados, pelo que pede se mandar emendar a partilha para se evitar o erro ….

FL. 67

    Dizemos nós abaixo assinados, herdeiros do falecido JOÃO GOMES DO NASCIMENTO que por falecimento deste se fez inventário pelos réis dos órfãos, e dele nesses nossos legítimos nos fez nossa mãe e sogra tutora e administradora por provisão régia e legítima das leis ….. esta por um de nós feita e pelos mais abaixo assinados por cabeça de nossas mulheres, hoje, 13/ABR/1782. Assinam : AGOSTINHO FAGUNDES, JOÃO JOSÉ DE SOUZA, MANOEL GOMES DO NASCIMENTO, IGNÁCIO GOMES DA ROCHA, JOÃO JOSÉ DE ÁVILA, ANTONIO GOMES DO NASCIMENTO.

FL. 69

Auto de Constas.

    Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1785 aos 2/MAIO na tal vila de São João del Rei, Minas e Comarca do Rio das Mortes em o cartório de mim escrivão adiante nomeado apareceu presente Dona RITA MARIA DA CONCEIÇÃO viúva que é do falecido JOÃO GOMES DO NASCIMENTO ….

FL. 69V

    E logo no mesmo dia, mes, e ano declarado no auto supra por mim escrivão foi perguntado a ela tutora pelo estado da órfã MARIA, sua legítima e segurança. E por ela foi respondido que já antes do falecimento de seu marido se achava casada com MANOEL NUNES RIBEIRO com quem vive em harmonia e bem estabelecida com fazenda própria e mutuamente que não teve legítima por fazer termo de (ilegível) por se achar contentada com o que se lhe deu ao tempo de seu casamento.

FL. 70

    E sendo mais perguntada pela órfã JOANA sua legítima e segurança. Respondeu que já a tempo do falecimento de seu marido se achava casada com IGNACIO GOMES DA ROCHA com quem vive em harmonia e que a legítima fora de 149$051.
    E sendo perguntada pela órfã QUITÉRIA sua legítima e segurança. Respondeu que esta ao tempo do falecimento do seu marido já era casada com JOÃO JOSÉ DE ÁVILA sendo sua legítima de 149$051.
    E sendo perguntada pelo órfão MANOEL (ilegivel) . Respondeu que já na feitura deste inventário se achava casado com ANA MARIA com a que está vivendo bem e tratando de sua vida e que a sua legítima é da quantia de 149$051.
    E sendo mais perguntada por mim escrivão sobre o estado da órfã ANA sua idade, legítima e sua segurança. Respondeu que tem idade de 23 anos, e que se acha casada com JOÃO JOSÉ DE SOUZA com que vive harmoniosamente na fazenda da dita tutora e que sua legítima é de 149$051.

FL. 71

    E sendo perguntada por mim escrivão sobre a órfã IGNACIA sua legítima e segurança. Respondeu que pondo-se este inventário já estava casada com JOSÉ LUIS CAMPOS com qual vive em boa harmonia e sua legítima é de 149$051.
    E sendo por mim escrivão perguntadasobre o órfão ANTONIO, sua idade, legítima e segurança. Respondeu que tem idade de 25 anos e que se acha casado com ANA DE TAL filha de DOMINGOS FERREIRA com quem vive em boa harmonia e sua legítima é de 149$051.

FL. 71V

    E sendo maus perguntada por mim escrivão pelo estado da órfã VERONICA sua idade, elgitima e segurança. Respondeu que se acha casada com AGOSTINHO FAGUNDES, e que tem idade de 22 anos e que vivem em boa harmonia e que sua legítima é de 149$051.
    E sendo mais perguntada a ela tutora pelo estado do órfão JOSÉ sua idade, legítima e segurança. Respondeu tem tem idade de 20 anos e se acha casado com NARCISA MARIA DE NAZARÉ e que sua legítima é de 149$051.

FL. 72

    E sendo mais perguntado pro im escrivão pelo estado do órfão ALEXADRE, sua idade, legítima e segurança. Respondeu que tem idade de 19 anos e que vive no estado de solteiro na compannhia dela tutora sua mãe que sabe ler e escrever e que é bem instruído nos bons costumes ….. e que sua legítima é de 149$051.
     E perguntado por mim escrivão pelo estado da órfã FRANCISCA, sua idade, legítima e segurança. Respondeu que tem idade de 15 anos, que se acha vivendo em estado de solteira na companhia da tutora sua mãe (ilegível) apresndendo a cozer, fiar e ao que mais lhe comtetem ….
    E sendo pro mim perguntada pela órfã FELICIANA, sua idade, legítima e segurança. Respondeu que tem 14 anos, que vive no estado de solteira e na companhia dela tutora sua mãe ….

FL. 73

     E sendo mais perguntada …. pela órfã FELICIA, irmã gêmea , sua idade, legítima e segurança. Respondeu que também tem 14 anos, que vive no estado de solteira na companhia da tutora sua mãe ….
    E sendo pertuntada … pelo órfão JOÃO, sua idade, legítima e segurança. Respondeu que tem 12 anos, que vive no estado de solteiro na companhia de sua mãe.

FL. 92V

Auto de Contas.

    Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1790 aos 05/FEV neta Vila de São João del Rei …..

FL. 95

    E sendo perguntada pela herdeira FELICIANA …. Respondeu que presentemente tem idade de 19 anos, pouco mais ou menos e se acha no estado de solteira mas justa para se casar  com LUIS MANOEL VIEIRA GONÇALVES que para esse fim terá licença deste juízo ….

FL. 98

    Diz FELICIANA MARIA DA CONCEIÇÃo órfã que ficou de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO para haver de se casar com LUIS MANOEL VIEIRA GONÇALVES, filho de LUIS VIEIRA que é morador na freguesia das Lavras ….(ilegível), Vila de São João del Rei, 3/FEV/1790.

FL. 101

    Diz LUIS MANOEL por cabeça de sua mulher FELICIANA MARIA DA CONCEIÇÃO órfã que ficou por falecimento de seu pai JOÃO GOMES DO NASCIMENTO, que ele suplicante está inteiramente pago da legítima que tocou a dita sua mulher e quer dar dela quitação no inventário respectivo a sua sogra RITA MARIA DA CONCEIÇÃO e pode fazer …(ilegível) esta com ela casado como conta na certidão.

FL. 104

    Diz JOSÉ JOAQUIM DA SILVA casado com FELICIA MARIA DA CONCEIÇÃO herdeira do falecido JOÃO GOMES DO NASCIMENTO que pela certidão consta declarar-se com efeito casado com a dita e por que acha entregue a sua legítima quer das quitação em juízo.

FL. 105

    Diz JOSÉ JOAQUIM DA SILVA que para requerimentos que no juízo de órfão necessita que seu Reverendo Pároco repasse por certidão o dia, mês e anos que o suplicante casou com FELICIA DA CONCEIÇÃO. órfã que ficou por falecimento de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO  e de sua mulher RITA MARIA DA CONCEIÇÃO.
    JOAQUIM PINTO DO SILVEIRA (ilegível), Apostólico de sua Santidade, coadjutor na Paroquial Igreja de Nossa Senhora do Pilar desta Vila de São João del Rei, certifico que vendo o livro atual dos assentos de casamentos desta freguesia, nele à folha 347 está o assento do teor seguinte = Aos 23/JUL/1790, na Capela de Santo Antonio da Bertioga filial desta Matriz feitas as cnonicas diligencias …. em presença das testemunhas AGOSTINHO FAGUNDES, JOSE LUIS, o Reverendo Capelão ANTONIO VICENTE DE ALMADA, com licença administrou o sacramento do matrimônio que por palavras do presente celebraram = JOSÉ JOAQUIM DA SILVA, filho legítimo de MATIAS DA SILVA BORGES e de FRANCISCA DO SACRAMENTO, natural e batizado na freguesia de Borda do campo e FELICIA MARIA DA CONCEIÇÃO, filha legítima de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO e de RITA MARIA DA CONCEIÇÃO, natural e batizada nesta freguesia e logo lhe deu as bençãos do ritual romano ….
Vila de São João del Rei, 13/AGO/1793.

FL. 106

    Diz RITA MARIA DA CONCEIÇÃO viúva que ficou por falecimento de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO ….  e como quer dar estado de casada as duas filhas, uma por nome de FRANCISCA e a outro por nome de FELICIA, aquela com CUSTODIO DA CRUZ FAGUNDES, môço branco e de boa qualidade e esta com JOSÉ JOAQUIM DA SILVA, môço branco e de bom conceito ….. Vila de São João del Rei, 7/MAIO/1790.

FL. 108

Diz CUSTÓDIO DA CRUZ FAGUNDES que para requerimento que tem no juízo dos órfãos, necessita que o seu reverendo pároco o passe por centidão o dia, mês e ano que o suplicante casou com FRANCISCA MARIA DA CONCEIÇÃO órfã que ficou por falecimento de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO  e de sua mulher RITA MARIA DA CONCEIÇÃO.
    JOAQUIM PINTO DO SILVEIRA (ilegível), Apostólico de sua Santidade, coadjutor na Paroquial Igreja de Nossa Senhora do Pilar desta Vila de São João del Rei, certifico que vendo o livro atual dos assentos de casamentos desta freguesia, nele à folha 347 está o assento do teor seguinte = Aos 19/MAIO/1790 na Capela de Santo Antonio da Bertioga filial desta matriz feitas as canônicas diligencias …. em presença das testemunhas DOMINGOS FAGUNDES, o Reverendo Capelão ANTONIO VICENTE DA ALMADA com licença administrou o sacramento do matrimônio que por palavras de presente celebraram = CUSTODIO DA CRUZ FAGUNDES filho legítimo de FRANCISCO FAGUNDES e de DOMINGAS DE SOUZA, natural da freguesia de São Salvador de Briteiros do Arcebispado de Braga e FRANCISCA MARIA DA CONCEIÇÃO filha legítima de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO e de RITA MARIA, natural e batizada nesta freguesia, logo lhes dei as bencãos …Vila de São João del Rei, 13/AGO/1793.

FL. 110

    Diz JOÃO GOMES DO NASCIMENTO filho do falecido JOÃO GOMES DO NASCIMENTO  e de sua mulher RITA MARIA DA CONCEIÇÃO, que ele suplicante se acha pago da legítima que por morte do dito seu pai lhe pertence …

FL. 111

    Diz JOÃO GOMES DO NASCIMENTO que para requerimento do juízo de órfãos necessita que o Reverendo Pároco da Vila de Barbacena lhe passe por certidão o dia, mês e ano que o suplicante se casou com VICÊNCIA MARIA PERPÉTUA, filha legítima de JOÃO DA COSTA já falecido e sua mulher MARIA IGNACIA.
    (… ilegível) Aos 21/JUN/1792 na Capela de Santa Rita filial da Matriz de (… ilegível) Piedade da vila de Barbacena (ilegível) …

FL. 112

    Dizem ALEXANDRE GOMES DO NASCIMENTO e JOÃO GOMES DO NASCIMENTO filhos órfãos que ficarm por falecimento de seu pai JOÃO GOMES DO NASCIMENTO que eles suplicantes (ilegível) juntos se casarem o primeiro com ANA ANTONIA DE JESUS filha de MANOEL PEREIRA PENELLA e o segundo com VICENCIA MARIA PERPÉTUA filha de JOÃO DA COSTA pessoas das igualdades dos suplicantes ….

FL. 120

    Dizem JOSÉ GOMES DO NASCIMENTO e ALEXANDRE GOMES DO NASCIMENTO e JOÃO GOMES DO NASCIMENTO filhos legítimos de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO  e sua mulher Dona RITA MARIA DA CONCEIÇÃO que eles se acham todos casados e por isso emancipados e juntamente se acham pagos e satisfeitos das suas legítimas ….

FL. 121

    Dizem JOSÉ GOMES DO NASCIMENTOe ALEXANDRE GOMES DO NASCIMENTO que para requerimento no juízo de órfãos necessita que o Reverendo Pároco lhe passe por certidão o dia, mês e ano que os suplicantes se casaram, o primeiro com NARCISA MARIA DE TAL, filha legítima de ANTONIO FERREIRA MARTINS e de sua mulher MARIA GERTRUDES e o segundo com ANA ANTONIA DE JESUS filha legítima de MANOEL PENELLA e sua mulher ANA ANTONIA, já falecida.
    JOAQUIM PINTO DA SILVEIRA, … Apostólico de sua Santidade …. certifico que vendo o livro atual dos assentos de casamentos desta freguesia, nele a folha 257 está o assento de teor seguinte == Aos 5/FEV/1785 nesta matriz de São João del Rei, pelo meio dia feitas as canônicas diligências ….. em presença das testemunhas JOSÉ LUIS CAMPOS, JOSÉ PEREIRA administrou o sacramento do matrimônio que por palavras do presente celebraram == JOSÉ GOMES DO NASCIMENTO filho legítimo de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO e de RITA MARIA DA CONCEIÇÃO e == NARCISA MARIA DE NAZARÉ filha legítima de ANTONIO FERREIRA MARTINS e de MARIA GERTRUDES, ambos naturais e batizados nesta freguesia e logo lhes deixo as bençãos na forma do ritual romano…
    Certifico que no mesmo livro de assentos de casamentos à folha 374 está o assento do teor seguinte : Aos 29/MAIO/1793 na Capela do Cajurú, filial desta Matriz de São João del Rei pela 1 hora da tarde feitas as canônicas deligências …. em presença das testemunhas MANOEL LOPES DA SILVA, MANOEL PEREIRA PENELLA, com licença o Reverendo GONÇALO RIBEIRO BRITO administrou o sacramento do matrimônio que por palavras do presente celebraram == ALEXANDRE GOMES DO NASCIMENTO filho legítimo de JOÃO GOMES DO NASCIMENTO e RITA MARIA DA CONCEIÇÃO e == ANA ANTONIA DE JESUS filha legítima de MANOEL PEREIRA PENELLA e de ANA MARIA DE JESUS, ambos naturais e batizados nesta freguesia, logo lhes dei as bençãos na forma do ritual romano … Vila de São João del Rei, 6/MAIO/1794.”


🇵🇹 Antônio de Ávila Bittencourt e Ignácia Miranda de Castilho

Antonio de Avilla Bittencourt (1704–1785) • Person • Family Tree • FamilySearch


Bernardo Luiz Barbosa e Joanna Francisca Pereira

Bernardo Luiz Barbosa nasceu por volta de 1720, e se casou Joanna Francisca Pereira (em alguns registros, Joanna Alves). Ambos são provavelmente naturais de São João del Rei-MG, mas existe a possibilidade de Bernardo ser na verdade português. Muitos registros de casamento no início do assentamento de São João del Rei-MG são de portugueses das mais diversas localidades, o que leva a crer que essa seria pelo menos a nacionalidade de Bernardo. Fato ainda a ser comprovado com documentação.

O casamento ocorreu antes de 1746, ano do nascimento da primeira filha conhecida do casal, Ignácia. Entretanto, os registros de casamento de 1742 até 1750 da freguesia de São João del Rei-MG não existem ou foram muito provavelmente perdidos com o tempo.

Eles ainda estavam vivos por volta de 1785, data de nascimento do neto Manoel Luiz Barbosa, onde Joanna a madrinha, e informam que viviam na região de Lavras-MG.

Foram filhos de Joanna Francisca Pereira e Bernardo Luiz Barbosa:

  1. IGNÁCIA, foi batizada aos 16 de julho de 1746 na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra, atual município de Conceição da Barra-MG. Foram padrinhos João da Ruela e Maria Josefa solteira.
  2. ANNA LUIZA DE NAZARETH, batizada aos 23 de janeiro de 1749 na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra, atual município de Conceição da Barra-MG. Foram padrinhos Domingos Antônio Cerado e ? Maria ?. Ela se casou com Manoel Mendes Fernandes Guimarães, filho de Manoel Mendes e Maria Fernandes aos 14 de setembro de 1777 em Bom Sucesso-MG.
  3. JOAQUIM, foi batizado aos 17 de janeiro de 1751 na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra, atual município de Conceição da Barra-MG. Foram padrinhos Manoel Gomes Villas e sua mulher Ignácia Quitéria de Almeida.
  4. THOMAZIA, batizada aos 3 de novembro de 1765. Não foi possível saber o local do batismo, pois a folha que continha o início do registro de batismo está parcialmente destruída. Foi muito provavelmente batizada na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra, atual município de Conceição da Barra-MG. Foram padrinhos Francisco Pereira ? e Anna Luiza de Nazaré.
  5. ANTÔNIO LUIZ BARBOSA (Capítulo VII – Os Pentavós).
  6. MARIANA, foi batizada aos 1 de dezembro de 1771 na Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Bom Sucesso-MG. Foram padrinhos Antonio Mendez Carneiro e Caetana de Almeida, casada.
  7. MARIA, criança exposta na casa de Bernardo Luiz Barbosa, foi batizada aos 15 de novembro de 1788 na Capela da Madre de Deus, que também foi padrinho, junto com a esposa Joanna.

Capítulo IX – Os Heptavós

🇵🇹 Manuel André Janeiro e 🇵🇹 Agostinha de Oliveira

Manuel André Janeiro (1662–1742) • Person • Family Tree • FamilySearch

Manuel André Janeiro nasceu por volta de 1662 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Ele se casou com Agostinha de Oliveira, nascida por volta de 1664, filha de Thomé Fernandes e de Antônia de Oliveira. O casamento ocorreu aos 20 de maio de 1684 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. No registro133 de casamento, pode-se ler:

“MANOEL ANDRÉ, filho legítimo de ANTONIO ANDRE, já defunto e de sua mulher, MARIA DIAZ, do lugar do Sobrejo?, se recebeu com AGOSTINHA DE OLIVEIRA, filha legítima de THOMÉ FERNANDEZ e de sua mulher, ANTÔNIA DE OLIVEIRA, já defunta, do Bayrro da Ruella, presente eu, Padre Manuel de Pinho, e das testemunhas abaixo nomeadas, o Reverendo Vigário Antônio Barbosa e o Padre Manoel Soares, e tudo na forma do Sagrado Concílio Tridentino e Constituições deste Bispado e por verdade mandei fazer este que assinei, dia 20 de mayo de 1684. O Coadjutor Pinho.”

Foram filhos de Agostinha de Oliveira e Manuel André Janeiro:

  1. MANUEL ANDRÉ JANEIRO (Capítulo VIII – Os Hexavós).
  2. ANTONIO DE OLIVEIRA, batizado aos 5 de novembro de 1686 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Foram padrinhos André Dias filho de Manoel Fernandes ? e Antonia André filha ? Manoel ?. Ele se casou com Josepha Soares, filha de João de Almeida e de Maria Soares, aos 3 de agosto de 1715 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Ele veio a falecer aos 4 junho 1772, em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal.
  3. JOÃO ANDRÉ JANEIRO, era irmão gêmio de Antonio de Oliveira, sendo batizado no mesmo dia, aos 5 de novembro de 1686 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Ele se casou com Antonia de Oliveira, filha de João de Oliveira e de Domingas da Cunha, aos 10 de agosto de 1715 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal.
  4. DIOGO, nasceu aos 28 de novembro de 1698 e foi batizado aos 2 de dezembro do mesmo ano em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Foram padrinhos Diogo Oliveira filho de Natalia Antonia Silva da Ruella e Maria Oliveira filha de Geraldo de Marques.
  5. MARIA, nasceu aos 25 de abril de 1703 e foi batizado aos 29 do mesmo mês e ano em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Foram padrinhos Paulo Brandão de Pinto e Thereza Oliveira, mulher do Coadjutor Francisco de Siqueira.
  6. JOSÉ, nasceu aos 13 de setembro de 1705 e foi batizado aos 16 de setembro do mesmo ano em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Foram padrinhos José Gomes Ribeiro e MAria Costa de Pinto.
  7. MARIA, nasceu aos 22 de abril de 1709 e foi batizado aos 28 do mesmo mês e ano em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Foram padrinhos Domingos Vieira e Antonia, solteira, filha de Ananias de ?.
  8. BERNARDA, foi batizado aos 22 de fevereiro de 1711 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. Foram padrinhos Manoel de Oliveira ? e Bernarda Gomes, mulher de Domingos Vieira da Graça.

🇵🇹 Antônio de Oliveira Ram e 🇵🇹 Isabel Correa

Antônio de Oliveira Ram (1640–Deceased) • Person • Family Tree • FamilySearch

Antônio de Oliveira Ram ou (da Ruella) teria nascido no ano de 1640 e batizado aos 19 de junho. Ele seria filho de Antônio André da Ruela e de Antônia de Oliveira. No seu suposto registro134 de batismo, pode-se ler:

“Aos 19 diaz do mez de junho de 640 annos eu o Padre Antonio Marques coadjutor desta igreja batizei a ANTONIO filho de ANDRE ANTONIO DA RUELLA e de sua mulher ANTONIA DE OLIVEIRA foi padrinho Andre de Oliveira, e {?} Maria de Oliveira, todos desta freguezia e por verdade fiz este que asinei. Antonio Marques”

Com relação ao sobrenome Ram, incomum até aqui nos seus descendentes, pode ser lida como o apelido, ou alcunha, que seria um adjetivo para diferenciar alguém de possíveis homônimos. O que aparece no registro é a alcunha o “Rão”, que conota o sentido de ser alguém com cabelos ruivos. Portanto, deve-se ler: “Antônio de Oliveira, o Rão”, ou seja, o de cabelos ruivos, ou do português antigo: “Ram”.

Foram filhos de Isabel Correa e de Antônio de Oliveira Ram:

  1. MARIA, batizada aos 6 de março de 1677 em São Cristóvão, Ovar, Aveiro, Portugal. O registro de batismo não consta data exata dele. Foram padrinhos Domingos filho de Antonio de Oliveira e Maria Soares de {?}.
  2. AGOSTINHA DE OLIVEIRA DA RUELA (Capítulo VIII – Os Hexavós).

Domingos Borges da Silva e Martha de Faria Sodré

Domingos Borges da Silva (projetocompartilhar.org)

Capitão Mor Domingos Borges da Silva (1682–Deceased) • Person • Family Tree • FamilySearch


Vitorino de Aveiro de Paiva e Maria de Escobar

Vitorino de Aveiro de Paiva (1672–1750) • Person • Family Tree • FamilySearch

Vitorino de Aveiro de Paiva (1672–1750) • Person • Family Tree • FamilySearch


Baltasar Pinheiro do Prado e Maria Rodrigues da Cunha

Sargento-Mor Baltasar Pinheiro do Prado (1672–1738) • Person • Family Tree • FamilySearch

Os irmãos Pinheiro, Francisco e João (projetocompartilhar.org)


Antônio da Rocha Leme e Antônia do Prado Leme

Antônio da Rocha Leme (1667–1699) • Person • Family Tree • FamilySearch


Paulo Vieira da Maia e Catarina de Amores


Antônio Vieira Dourado e Francisca de Macedo


Manoel Fernandes e Maria Gomes do Nascimento

Manoel Fernandes (1682–Deceased) • Person • Family Tree • FamilySearch


🇵🇹 Diogo Ribeiro e 🇵🇹 Joanna de Souza

Diogo Ribeiro (1670–Deceased) • Person • Family Tree • FamilySearch

Diogo Ribeiro é natural da freguesia de São Pedro de Cete, atual Cete, Paredes, Portugal. Nascido por volta de 1674, ele era filho de Manoel Ribeiro e de Catherina Nogueira. Ele se casou com Joanna de Souza, nascida por volta de 1678, filha de Manoel de Souza e de Maria Miguel, naturais da freguesia de Baltar, cidade vizinha a Cete, no município de Paredes, Portugal.

O casamento ocorreu aos 9 de maio de 1694 na Igreja Matriz de São Miguel de Baltar, pela manhã. No registro135 de casamento, pode-se ler:

“Aos nove dias do mez de mayo de mil sey Centos e noventa e coatro annos pela manham nesta freguezia de S. Miguel de Baltar, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Trid ex Const. deste Bispado nesta igreja donde JOANNA DE SOUZA he fregueza e moradora natural se caza em face de igreja solenemente por palavras de presente com DIOGO RIBEIRO filho legitimo de MANOEL RIBEIRO e de sua mulher CATHERINA NOGUEIRA já defuntos da freguesia de São Pedro de Cete Com JOANNA DE SOUZA filha legitima de MANOEL DE SOUZA e de sua mulher MARIA MIGUEL desta freguezia fregueses e moradores na aldeia da Mamoa por não aver (…) impedimento algum (…) a dita igreja presente testemunhas {?} abaixo asinadas (…) que comigo assinarão e dei a benções era ut supra de que fiz este asento. (…)”

Foram filhos de Joanna de Souza e de Diogo Ribeiro:

  1. MANOEL, nascido aos 11 de setembro de 1695 e batizado aos 16 do mesmo mês e ano na Igreja de São Pedro de Cete, Paredes, Porgutal. Foram padrinhos Antonio Manoel Salviro e Maria, solteira, ambos filhos de Manoel {?} e de Maria Rangel.
  2. MARIA DE SOUZA (Capítulo VIII – Os Hexavós).


Daniel de Sousa Pimentel e Leonor Rodrigues Cide

Daniel de Sousa Pimentel (1692–Deceased) • Person • Family Tree • FamilySearch


🇵🇹 Jerônimo Vieira e 🇵🇹 Maria do Rosário de Bittencourt

Jerônimo Vieira (1674–Deceased) • Person • Family Tree • FamilySearch

Guiomar de Alvarenga (projetocompartilhar.org)


Salvador Moreira de Castilho e Izabel de Miranda

Sargento Mor Salvador Moreira de Castilho (1684–1757) • Person • Family Tree • FamilySearch

Gaspar Vaz Guedes (projetocompartilhar.org)

Sargento-Mor Salvador Moreira de Castilho. Genealogia de Taubaté. Genealogia Paulista. | EM BUSCA DO PASSADO PERDIDO


Referências

  1. Certidão de nascimento de Elfrida Ribeiro dos Santos. ↩︎
  2. Certidão de Casamento de Lázaro Claudino da Costa e Elfrida Ribeiro dos Santos. ↩︎
  3. Certidão de óbito de Lázaro Claudino da Costa. ↩︎
  4. Certidão de óbito de Elfrida Ribeiro dos Santos. ↩︎
  5. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G4SB‑BL. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G4SB‑BL. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  6. Certidão de Nascimento de Perciliano Claudino da Costa. ↩︎
  7. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G4GN‑W. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G4GN‑W. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  8. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G49Z‑YL. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G49Z‑YL. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  9. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G496‑4D. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G496‑4D. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  10. FAMILYSEARCH. Record Image 939N-G4SQ-MD. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:939N-G4SQ-MD. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  11. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record D5WJ-26ZM. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:D5WJ-26ZM. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  12. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G439‑VC. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G439‑VC. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  13. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G439‑ZV. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G439‑ZV. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  14. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3QHV‑JQKS‑8334. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QHV‑JQKS‑8334. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  15. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑G4K3‑1. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑G4K3‑1. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  16. FAMILYSEARCH. Record Image 3QHV-FQKS-C9C8-K. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:3QHV-FQKS-C9C8-K . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
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  22. FAMILYSEARCH. Record Image 939N-G4GF-1. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:939N-G4GF-1. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  23. ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. [Foto – módulo mapas_população_docs, lid 45652]. [S.d.]. Disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/mapas_populacao_docs/photo.php?lid=45652. Acesso em: 30 jul. 2025. ↩︎
  24. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑GWS4‑1J. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑GWS4‑1J. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  25. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N-G4S9-NM. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-G4S9-NM. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  26. FAMILYSEARCH. Record Image 939N-G4SQ-MD. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:939N-G4SQ-MD. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  27. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939V-9N62-D. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939V-9N62-D. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
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  36. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N-G498-7D. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-G498-7D. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
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  109. SILVA, Ana Bárbara R. Pereira da. Inventário e testamento de Manuel Nunes Ribeiro. Transcrição de documento original de 1796. Disponível em: https://capitaodomingos.com/z-inventario-e-testamento-de-manuel-nunes-ribeiro/. Acesso em: 30 jul. 2025. ↩︎
  110. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97-Y33Z-W51. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:9Q97-Y33Z-W51 . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
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  112. FAMILYSEARCH. Record Image S3HT-62F9-V8. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:S3HT-62F9-V8 . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
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  114. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97-Y338-Y82. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:9Q97-Y338-Y82 . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  115. PROJETO COMPARTILHAR. [Página sobre Domingos Borges da Silva]. Disponível em: http://www.projetocompartilhar.org/Familia/DomingosBorgesdaSilva.htm. Acesso em: 3 jul. 2024. ↩︎
  116. FAMILYSEARCH. Record Image 939N-G49F-Z8. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:939N-G49F-Z8 . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  117. FAMILYSEARCH. Record Image 939N-GH99-DK. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:939N-GH99-DK . Acesso em: 30 de julho de 2025.() ↩︎
  118. PT-ADAVR-POVR05-1-7_m0048.tif – Batismos – Arquivo Distrital de Aveiro – DigitArq (arquivos.pt), acessado aos 6 de julho de 2024. ↩︎
  119. PT-ADAVR-POVR05-1-7_m0029.tif – Batismos – Arquivo Distrital de Aveiro – DigitArq (arquivos.pt), acessado aos 6 de julho de 2024. ↩︎
  120. PT-ADAVR-POVR05-2-75_m0048.tif – Casamentos – Arquivo Distrital de Aveiro – DigitArq (arquivos.pt), acessado aos 6 de julho de 2024. ↩︎
  121. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97-Y33D-MCN. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:9Q97-Y33D-MCN . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  122. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97-Y33D-MCN. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:9Q97-Y33D-MCN . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  123. FAMILYSEARCH. Record Image S3HT-62FS-76. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:S3HT-62FS-76 . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  124. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97-Y33D-M6V. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:9Q97-Y33D-M6V. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  125. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97-Y33D-MDG. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:9Q97-Y33D-MDG . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  126. FAMILYSEARCH. Record Image 939N-GW98-7H. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:939N-GW98-7H . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  127. PT-ADPRT-PRQ-PVCD28-001-0005_m1010.tif – Registos de baptismos – (arquivos.pt), acessado aos 27 de junho de 2024. ↩︎
  128. PT-ADPRT-PRQ-PPRD03-001-0003_m00576.tif – Registos de baptismos – (arquivos.pt), Acessado aos 12 de julho de 2024. ↩︎
  129. PT-ADPRT-PRQ-PPRD08-001-0002_m00307.tif – Registos de baptismos – (arquivos.pt), acessado aos 27 de junho de 2024. ↩︎
  130. PT-ADPRT-PRQ-PPRT12-002-0006_m0186.tif – Registos de casamentos – (arquivos.pt), acessado aos 27 de junho de 2024. ↩︎
  131. https://pesquisa.adb.uminho.pt/viewer?id=1019454&FileID=723253&recordType=Description, Imagem 32, acessado aos 11 de julho de 2024. ↩︎
  132. FAMILYSEARCH. Record Image S3HY-65MQ-2FB. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:S3HY-65MQ-2FB . Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  133. PT-ADAVR-POVR05-2-6_m0007.tif – Casamentos – Arquivo Distrital de Aveiro – DigitArq (arquivos.pt), acessado aos 07 de julho de 2024. ↩︎
  134. PT-ADAVR-POVR05-1-3_m0056.TIF – Batismos – Arquivo Distrital de Aveiro – DigitArq (arquivos.pt), acessado aos 07 de julho de 2024. ↩︎
  135. PT-ADPRT-PRQ-PPRD03-002-0002_m01221.tif – Registos de casamentos – (arquivos.pt), acessado aos 12 de julho de 2024. ↩︎

Ascendência de Elfrida Ribeiro dos Santos

Sumário


Capítulo I – Elfrida Ribeiro dos Santos

Elfrida Ribeiro dos Santos nasceu aos 2 de fevereiro de 1930 em Cumari-GO. Ela era filha de Joaquim Ribeiro dos Santos e Amélia da Silveira Branquinho. Na sua certidão1 de nascimento, pode-se ler:

“[…] Certidão de Nascimento
Nome:
EUFRIDA RIBEIRO DOS SANTOS […]
Data de nascmento por extenso:
Dois de fevereiro de mil novecentos e trinta […]
Municípido de nascimento e unidade da federação:
Cumari-GO […]
Filiação:
JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS, lavrador, natural de Igonaporea, estado de São Paulo; e de AMÉLIA DA SILVEIRA BRANQUINHO, natural de Ipameri, estado de Goiás, residente neste distrito de Cumari, estado de Goiás. Casados em Araguari, estado de Minhas Gerais. […]”

Ela se casou com Lázaro Claudino da Costa, filho de Perciliano Claudino da Costa e de Francisca Paula de Oliveira. Lázaro nasceu em 20 de julho de 1925 em Conceição da Aparecida-MG. Até então, não foram localizados os registros de batismo ou de nascimento civil na referida cidade, o que pode indicar que tenha nascido em outro município ou em alguma região próxima.

O casamento ocorreu aos 24 de dezembro de 1948 em Caturaí-GO. Na sua certidão2 de nascimento, pode-se ler:

“Certidão de Casamento

Nome atual dos cônjuges:
Lázaro Claudino da Costa
Eufrida Ribeiro da Costa
(…)
1o Cônjuge
Lazaro Claudino da Costa
Data de nascimento
20 7 1925
Nacionalidade
Brasileira (…)
Municipio de naturalidade
Conceição Aparecida – MG
Gestor(es)
Perciliano Claudino da Costa; Francisca Paula de Oliveira
(…)
2o Cônjuge
Eufrida Ribeiro dos Santos
Data de nascimento
2 2 1930
Nacionalidade
Brasileira
(…)
Municipio e naturalidade
Cumari – GO
Genitor(es)
Joaquim Ribeiro dos Santos; Amélia da Silveira Branquinho (…)
Data de celebração do casamento
Não consta
Regime de Bens
Comunhão de bens
Data do registro
Vinte e quatro (24) de dezembro (12) de um mil e novecentos e quarenta e oito (1948)
(…)”

Lázaro e Elfrida viveram por muitos anos na cidade de Rubiataba-GO, onde possuíam duas grandes fazendas, a primeira às margens do Córrego da Prata e a segundo no Coité, antes de se mudarem para a cidade de Goianésia-GO.

Lázaro faleceu em 23 de maio de 2008 em Brasília-DF, com 82 anos de idade. No registro3 civil de óbito, pode-se ler:

“[…] Certidão de Óbito […]
Certifico que aos 24 de maio de 2008, sob os números acima mencionados, do Livro de Registro de Óbitos deste Cartório, foi lavrado o óbito de:
LÁZARO CLAUDINO DA COSTA
Falecido aos vinte e três dias do mês de maio do ano de dois mil e oito […], Brasília-DF […]
Natural de Conceição da Aparecida-MG […]
Com 82 (oitenta e dois anos de idade), estado civil casado,
Filho de PERCILIANO CLAUDINO DA COSTA
e de FRANCISCA PAULO DE OLIVEIRA,
Foi declarante: WILSON CLAUDINO DOS SANTOS […]
Observação: Era eleitor em Goianésia-GO. Deixou bens a inventariar, não deixou testamento conhecido. Deixou nove (09) filhos a saber: […] WILSON 49 anos […] Deixou viúva a sra ELFRIDA RIBEIRO DA COSTA […] O declarante comparece na qualidade de filho do falecido […]”

Já Elfrida, faleceu aos 15 de maio de 2010, em Goiânia-GO com 80 anos de idade. No registro4 civil de óbito, pode-se ler:

“[…] Certidão de Óbito
Nome
ELFRIDA RIBEIRO DA COSTA […]
Estado civil e idade
Viúva, 80 anos
Naturalidade
Cumari-GO […]
Filiação […]
JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS e AMÉLIA DA SILVEIRA BRANQUINHO
Data e hora do falecimento
Quinze de maio de dois mil e dez […]
Local do falecimento
Hospital Amparo, em Goiânia-GO”

Foram filhos de Elfrida Ribeiro dos Santos e Lázaro Claudino da Costa:

  1. MARIA.
  2. VALDIVA RIBEIRO DA COSTA.
  3. VALDIVINA RIBEIRO DA COSTA.
  4. MILTON CLAUDINO DA COSTA.
  5. AMÉLIA RIBEIRO DA COSTA.
  6. WILSON CLAUDINO DOS SANTOS.
  7. AIRTON CLAUDINO DA COSTA.
  8. ZILDA (Zildinha) CLAUDINO DA COSTA.
  9. LEVI SANTOS COSTA.
  10. DAVI CLAUDINO DA COSTA.
  11. IZILMA CLAUDINO.

Capítulo II – Os Pais

Joaquim Ribeiro dos Santos e Amélia da Silveira Branquinho

Joaquim Ribeiro dos Santos nasceu no dia 21 de dezembro de 1885 e foi batizado no dia 3 de novembro de 1886, na Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia, atual Igarapava-SP. Ele era filho de Antônio Ribeiro dos Santos Sobrinho e Placedina Maria de Jesus. No seu registro5 de batismo, pode-se ler:

“Aos 3 de novembro de 1886 baptizei JOAQUIM, nascido a 21 de dezembro de 1885, filho de Antônio Ribeiro dos Santos Sobrinho e Placedina Maria de Jesus. P.P. Christino Ribeiro dos Santos e Anna Claudina da Rocha. O Vigr.° Angelo Retralha.”

Amélia da Silveira Branquinho mais jovem (à esquerda) e com mais idade (à direita).

Joaquim se casou com Amélia da Silveira Branquinho, que, segundo relatos familiares, seria natural de Ipameri-GO. Ela era filha de José Bernardo Rangel e Maria Candida de Jesus (ou Angélica de Jesus, da Silveira Branquinho). No entanto, conforme o registro de óbito de Amélia e os registros de batismo dos quatro primeiros filhos do casal, tudo indica que ela era, na verdade, natural de Araguari-MG, embora até o momento não tenha sido encontrado a certidão de nascimento ou registro de batismo na referida cidade.

A informação de que teria nascido em Ipameri-GO não parece compatível com o fluxo migratório predominante entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás no final do século XIX e início do século XX. Naquele período, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro havia concluído apenas o trecho ligando o interior paulista a Araguari-MG. O prolongamento da linha até Goiás só seria finalizado após 1911, anos depois do suposto nascimento de Amélia em Ipameri-GO, o que torna menos provável uma migração anterior à conclusão desse trajeto ferroviário.

Outro fator que reforça a hipótese de que ela não tenha nascido em Ipameri-GO é o registro de casamento encontrado nos livros paroquiais da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP, que estaria relacionado aos seus pais. No registro6 de casamento, pode-se ler:

“Aos 2 de Abril de 1883 com despença Apostolica, recebi em matrimonio a JOZÉ BERNARDES RANGEL e MARIA CANDIDA DE JESUS, ele filho dos finados Jozé Bernardes Rangel e Maria Lucinda da Silveira, e ella filha de João Damasceno Branquinho e D. Candida Maria da Silveira. Lhes dei as bençãos nupciaes […] forão testemunhas Jozé Francisco da Silveira e João Candido Branquinho […]”

Segundo relatos de familiares, Amélia teria sido filha única e perdido os pais ainda muito jovem, por volta dos quatro anos de idade. Após esse evento, teria sido criada por tios, cuja identidade permanece desconhecida.

No entanto, foram localizados diversos registros em Rifaina-SP e Araguari-MG relacionados a José Bernardes Rangel e sua esposa Maria Cândida (Angélica) de Jesus, supostos pais de Amélia. Entre esses documentos, destacam-se três registros de batismo de filhos do casal em Araguari-MG, o que indica que Amélia teve irmãos, contrariando, portanto, a tradição oral familiar que a descrevia como filha única.

Além disso, José Bernardes Rangel tinha uma irmã mais velha chamada Anna Angélica da Silveira, tia paterna de Amélia, casada com Silvestre de Mendonça Ribeiro. Essa família também migrou na mesma época de Igarapava-SP para a região de Araguari-MG. Curiosamente, Silvestre era tio-avô de Joaquim Ribeiro dos Santos, o futuro marido de Amélia, evidenciando uma conexão familiar anterior entre os dois cônjuges. Os filhos de Silvestre e Anna, por sua vez, aparecem como padrinhos e madrinhas de filhos de José Bernardes Rangel e Maria Cândida de Jesus, bem como de filhos do próprio casal Joaquim e Amélia. Tais vínculos reforçam não apenas a ligação de Amélia com a família Mendonça, como também corroboram a identificação de seus pais como José Bernardes Rangel e Maria Cândida de Jesus.

Portanto, embora os registros contradigam a ideia de que Amélia fosse filha única, a tradição oral sobre a perda precoce dos pais e sua criação por tios pode, de fato, ter fundamento, especialmente considerando que esses tios residiam na mesma região. Para confirmar essa hipótese, seria necessário localizar os registros de óbito de seus pais, que provavelmente faleceram após o ano de 1904, muito possivelmente na região de Araguari-MG.

A data do casamento entre Joaquim e Amélia teria sido por volta de 1904 e 1907, pois Joaquim aparece provavelmente solteiro como padrinho em alguns registros de batismo e a primeira filha do casal nasceria somente em 1908. Infelizmente, ainda não foi encontrado o registro nos arquivos paroquiais de Araguari-MG que comprove o local e a data exatos do casamento.

A vinda da família para Minas Gerais e Goiás

Há fortes indícios de que as famílias de Joaquim e Amélia tenham se mudado para Araguari-MG no final do século XIX. Nesse período, diversos registros paroquiais foram localizados na freguesia de Nossa Senhora da Cana Verde, atual Araguari-MG, relacionados a eles e a seus familiares.

A migração para o Triângulo Mineiro ocorreu em paralelo à expansão do sistema ferroviário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, uma das principais responsáveis pela integração econômica e territorial entre o interior paulista e o sul de Minas Gerais. Fundada em 1872, a Companhia Mogiana foi criada para atender à crescente demanda do ciclo do café, ligando regiões produtoras ao porto de Santos.

Mapa das estradas de ferro da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Fonte: ASSEF – Associação dos Amigos da Estação Ferroviária de Franca.

A linha-tronco da ferrovia, partindo de Campinas-SP, chegou a Franca-SP em 1888 e, posteriormente, foi estendida até Araguari-MG em 1896, cruzando o Rio Grande pela cidade de Rifaina-SP. Três anos depois, em 1899, foi construído um novo ramal que cruzava as cidades de Ituverava-SP e Igarapava-SP, consolidando a presença da Mogiana na região.

Antiga estação ferroviária de Rifaina-SP. Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil.
Antiga estação ferroviária de Igarapava-SP. Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil.

É provável que a mudança tenha ocorrido entre os anos de 1896 e 1904, aproveitando-se do tronco principal da referida ferrovia, que passava por Rifaina-SP. Esse cenário é especialmente plausível ao se considerar que a estação ferroviária de Igarapava-SP só seria inaugurada em 1905, quando grande parte da família já se encontrava em território mineiro.

A ferrovia não apenas facilitava o deslocamento de pessoas e o transporte de mercadorias, como também estimulava o desenvolvimento de novos centros urbanos, favorecendo a fixação de famílias em regiões até então pouco povoadas, como aparenta ter sido o caso dessa família.

Finalmente, com base nos registros de batismo dos primeiros filhos em Araguari-MG e nas certidões de nascimento dos demais filhos em Cumari-GO, é possível concluir que a mudança do casal de Araguari-MG para Cumari-GO ocorreu após o nascimento da filha Aracides.

Sabe-se, por meio de pesquisas nos arquivos do Recenseamento do Brasil realizado em 1920, que Joaquim já possuía uma propriedade no município de Catalão-GO, mais precisamente em Pirapitinga-GO. Essa informação está em consonância com os relatos familiares e com os documentos dos filhos mais novos, já nascidos no estado de Goiás.

Joaquim Ribeiro dos Santos faleceu no dia 2 de fevereiro de 1939, mesmo dia do aniversário da filha mais nova, em Inhumas-GO, com 53 anos de idade e não deixou testamento escrito. No momento de sua morte, o casal residia na fazenda Serra Abaixo, também em Inhumas-GO. Em sua certidão de óbito7, pode-se ler:

“(…) Certifico que, no livro numero Nove de registro de óbitos deste cartório a folhas numero V. 123 a 124, sob o termo numero 745, consta o de JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS, do sexo masculino, de côr branca, com quarenta e nove annos de edade (na verdade tinha 53), natural de Igarapava, Estado de São Paulo, estado civil casado profissão lavrador, residia na Fazenda ‘Serra Abaixo’, neste Distrito de Inhumas-Goiaz, fallecido de Insuficiência cardio renal em dois de Fevereiro de mil novecentos e trinta e nove, às 15 horas, em domicilio próprio, neste Distrito de Inhumas: (?) filiação Antônio Ribeiro dos Santos e Placedina Angelica de Jesús, já falecidos, sendo sepultado no cemitério de Santana desta cidade de Inhumas, Estado de Goiaz. Foi declarante do óbito o cidadão Antônio Qualheto e atestantes Doutor José de Arimatés e Silva. O referido é verdade e dou fé. Cartório de Paz de Ihumas, 22 de Março de 1939. O Official do Registro Civil João Lôbo Filho”

Joaquim Ribeiro dos Santos teve processo de inventariado aberto aos 30 de março de 1939 em Inhumas-GO. As cópias dos documentos foram obtidas com um de seus netos. Em seu inventário8, pode-se ler:

“Por seu procurador e advogado abaixo assinado (procuração inclusa), dizem dona Amelia da Silveira Branquinho, por sí e como representante de seus filhos menores impub Orlandina Ribeiro dos Santos, Izaul Ribieiro dos Santos, Elfrida Ribeiro dos Santos e do menor pubere Leartino Ribeiro dos Santos, Dona Antonia da Silveira Ribeiro, José Ribeiro dos Santos, Macionil Bello de Oliveira, como cabeça do casal de sua mulher dona Maria Ribeiro dos Santos, João Borges de Araujo, cabeça do casal de sua mulher dona Aracy Ribeiro dos Santos e Antônio Ribeiro dos Santos, que no dia 2 de Fevereiro ultimo, em sua residencia na Fazenda denominada ‘Serra Abaixo’, neste Municipio, faleceu o seu marido e pai Joaquim Ribeiro dos Santos (…) sem haver deixado dispositivos testamentário e deixando bens a serem inventariados e partilhados. Assim, vem, com o devido acatamento; requerer a V. Excia. Que se digne de mandar tomar o compromisso de inventariante a primeira suplicante, na pessoa de seu procurador infra assignado seguindo o inventario os demais termos legais. (…) Inhumas, 24 de Março de 1939 (…)”

E o inventário continua:

“Aos dezesete dias do mês de Abril de mil novecentos e trinta e nove nesta Cidade de Inhumas, Termo do mesmo nome, Comarca de Etaberai, Estado de Goiáz (…) compareceu o solicitador Jorge Joaquim, procuradores da inventariante, e dos bens deixados por falecimento de Joaquim Ribeiro dos Santos, deu a (?) os que adeante se seguem:

Moveis:
Um engenho de ferro estanho N.2, que ainda não esta montado.
Uma taxa velha, pequena.

Serventes:
Uma égua parida.
Um cavalo de cella.

Imóveis:
Uma pequena casa de morada aberta de telhas de madeira robusta e pau a pique, com quintal fechado a madeira branca e curral situada na fazenda Serra Abaixo neste município, havida por construção própria do inventariado.
70 alqueires de terras de cultura situados na fazenda Serra Abaixo neste Termo, havidos pelo inventariado por compra feita a Lizelizio Simoões de Lima e sua mulher, conforme escritura publica datada de quinze de Setembro de mil novecentos e trinta e sete, devidamente transcrita sob o numero novecentos e trinta e um do registro geral de imóveis deste Termo.

Em seguida disse o mesmo procurador solicitador Jorge Joaquim, que são somente estes os bens existentes e orientava dar à carregação qualquer outros que porventura tenha deixado de descrever e isto o faria antes do encerramento deste inventário. E para constar lavrei este auto que vai assinado pelo m.m. Juiz e pelo procurador do inventariante, do que dou fé. (…) “

Na avaliação dos bens, pode-se ler:

“Nós avaliadores abaixo assinador o primeiro publico e o segundo lavrado pelas partes interessadas, declaramos que em comprimento ao narrado texto, do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz nos dirigimos a fazenda, e la encontrei a inventariante, Dona Amelia da Silveira Branquinho. Li o mandado e procedemos a avaliação:

1 Engenho de ferro n.2, velho. Avaliado em 800$–.
1 Taxa de ferro velha. Avaliada em 30:–.
1 Égua com um poltrinho, avaliado em 40:–
1 Cavalo velho, avaliado em 100:–
1 Casa de morada em pau a pic coberta a telhas e um curral, avaliado em 150:–
60 Alqueires de terra de cultora de 1a, avaliados em 360$000 o alqueire. 28:600–
10 Alqueires de terra de cultura de 2a, avaliados em 240$000 o alqueire. 2:400–
Soma Rs:25–

E nada mais encontramos damos por terminado. Inhumas, 28 de Abril de 1939.”

Já Amélia, veio a falecer em 26 de dezembro de 1975 em Rubiataba-GO, sem deixar bens a inventariar, sendo a causa da morte natural. Em sua certidão9 de óbito, pode-se ler:

“Certidão de Óbito

Nome: Amélia da Silveira Branquinho […]
Sexo: Feminino, Cor: Branca, Estado Civil e Idade: solteira, N/D do lar […]
Naturalidade: Araguari-MG […]
Residência e filiação: residente Município de Rubiataba/GO, filho(a) de José Bernardo Evangelho e Maria Silveira Branquinho.
Data e hora do falecimento: vinte e seis de dezembro de mil novecentos e setenta e cinco às 21:30hs […]
Local do falecimento: Em domicílio neste município de Rubiataba/GO.
Causa da morte: natural
Sepultamento […]: Cemitério local
Declarante: Lázaro Claudino da Silva [..]
Observações / Averbações: não deixou bens a inventarias. Deixou cinco filhos maiores. […]”

Foram filhos de Amélia da Silveira Branquinho e Joaquim Ribeiro dos Santos:

  1. ANTÔNIA (ANTONINHA) DA SILVEIRA RIBEIRO (Tia Fia) nasceu no dia 10 de agosto de 1908 e foi batizada no dia 16 de setembro do mesmo ano, com o nome de Antoninha, em Araguari-MG. Foram padrinhos Saturnino de Mendonça Ribeiro e Rita Angélica da Silveira.
  2. JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS nasceu no dia 27 de abril de 1910 e foi batizado aos 14 de agosto do mesmo ano em Araguari-MG. Foram padrinhos Antônio Jerônimo de Mendonça e Anna Rita de Jesus.
  3. ANTÔNIO nasceu no dia 19 de novembro de 1911 e foi batizado em 22 de abril de 1912 em Araguari-MG. Foram padrinhos Joaquim Ferreira Godoy e Lulmira Mendes de Paula.
  4. MARIA RIBEIRO DOS SANTOS nasceu no dia 3 de maio de 1913 e foi batizada em 15 de agosto do mesmo ano em Araguari-MG. Foram padrinhos Antônio Maranhão e Maria Candida de Deus.
  5. ARACIDES RIBEIRO DOS SANTOS, nasceu no dia 15 de abril de 1915 e foi batida em 16 de agosto do mesmo ano em Araguari-MG. Foram padrinhos Bernardino Ferreira de Godoy e Rita Fernandes da Silva. Foi batizada com o nome de Maria (por engano ou proposital). Aracides foi casada com João Borges de Araújo. O casamento ocorreu no dia 27 de julho de 1935 em Cumari-GO.
  6. ANTÔNIO RIBEIRO DOS SANTOS nasceu aos 19 de agosto de 1919 em Cumari-GO.
  7. LEARTINO RIBEIRO DO SANTOS (Tio Fiico), nasceu aos 7 de outubro de 1922 em Cumari-GO.
  8. OLANDA RIBEIRO DOS SANTOS, nasceu aos 20 de junho de 1924 em Cumari-GO.
  9. ESAÚ RIBEIRO DOS SANTOS, nasceu aos 14 de janeiro de 1927 em Cumari-GO.
  10. ELFRIDA RIBEIRO DOS SANTOS (Capítulo I – Um resumo de sua história).

Capítulo III – Os Avós

Antônio Ribeiro dos Santos Sobrinho e Placedina Maria de Jesus

Antônio Ribeiro dos Santos Sobrinho nasceu por volta de 1854, muito provavelmente na região que hoje corresponde aos municípios de Ituverava-SP e Igarapava-SP. Era filho de Domingos Ribeiro dos Santos e de Maria de Jesus do Nascimento.

Por parte de pai, Antônio tinha um tio homônimo, Antônio Ribeiro dos Santos, que também residiu na região de Igarapava-SP. É possível que o uso do sobrenome Sobrinho tenha surgido como forma de distinguir o tio e sobrinho no convívio social e nos registros da época, prática relativamente comum em contextos onde nomes repetidos eram frequentes dentro da mesma família.

Antônio se casou com Placedina Maria (Angelica) de Jesus, filha de José Francisco de Mendonça e de Anna Angélica do Nascimento. O casamento ocorreu muito provavelmente antes de 1874, data de nascimento estimado da primeira filha do casal de que se tem conhecimento. O casal morou na fazenda Cana Braba, nos arredores de Igarapava-SP.

A informação sobre o parentesco de ambos veio do registro de nascimento civil do filho Pedro, nascido no ano de 1878 em Igarapava-SP. No registro10 de nascimento civil, pode-se ler:

“No Duzentos e Quarenta e Tres
Aos oito de Dezembro de mil oitocentos e Setenta e oito nesta Villa de Santa Rita do Paraizo, comarca de Franca, Provincia de São Paulo, em meu Cartorio compareçeu ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS SOBRINHO em prezença das testemunhas abaixo assignadas declarou que no dia de Dezanove de Outubro do corrente anno em sua caza pelas onze horas do dia nasceu uma criança do sexo masculino, foi nascido na fazenda da Cana Braba, Filho legitimo de ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS SOBIRNHO e de sua mulher PLACEDINA MARIA DE JESUS, foi batizado com o nome de PEDRO, e por parte paterno DOMINGOS RIBEIRO DOS SANTOS e MARIA DE JESUS DO NASCIMENTO e por parte materna JOSÉ FRANCISCO DE MENDONÇA e ANNA ANGELICA DE JESUS, forão padrinhos Manoel da Silva Barboza Sobrinho e Dona Maria Angelica de Jesus do que para constar lavrei este termo e em que commigo assignarão o declarante e as testemunhas abaixo assignadas.
Eu José Feliz da Silva Prado Escrivão do Juizo de Paz [?]
José Feliz da Silva Prado
Antonio Ribeiro dos Santos Sobro
Ma André Ribeiro de Mendonça”

Assinatura de Antônio Ribeiro dos Santos Sobrinho no registro de nascimento civil do filho Pedro. Pode-se notar que a assinatura não é rustica ou mal feita, o que indica que Antonio teve boa alfabetização.

Além disso, como forma adicional de comprovação documental, no registro de casamento de sua filha primogênita, Maria Joanna de Jesus, informa que ela era parente em 3º grau e 2º grau misto de seu marido, Noé de Mendonça Ribeiro, filho de Jerônimo de Mendonça Ribeiro e Rita Angélica da Silveira. Pesquisas genealógicas indicam que ambos eram descendentes de André de Mendonça Ribeiro e de Silvéria Ferreira de Santo Antônio, sendo esse casal avós de Noé e bisavós de Maria Joanna de Jesus, o que comprova a informação contida no registro de casamento de ambos.

Antônio Ribeiro dos Santos Sobrinho veio a ser sepultado no dia 8 de março de 1889, em Igarapava-SP, com 35 anos de idade, tendo causa da morte uma febre intermitente. No seu registro11 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos 8 dias do mez de Março (de 1889) foi sepultado ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS SOBRINHO, idade de 35 anos casado com D.a PLACEDINA MARIA DE JESUS. Não houve encomendação por não haver Padre; foi falecido de febre intermitente. O Secretario interino João Pereira Lima.”

Foram filhos de Placedina Angelica de Jesus e Antônio Ribeiro dos Santos:

  1. MARIA JOANNA DE JESUS, que teria nascido por volta de 1874, se casou com Noé de Mendonça Ribeiro, filho de Jerônimo Mendonça Ribeiro e de Rita Angélica de Jesus. O casamento foi celebrado na igreja matriz de Santa Rita do Paraíso, em Igarapava-SP, aos 24 de novembro de 1888. O registro de casamento indica que eles tinham parentesco de consanguinidade de 3o grau, misto em 2o, significando que o ancestral comum era bisavô(ó) de um e avô(ó) do outro. Essa informação pode estar um pouco incorreta. É mais provável que eles tinham consanguinidade de 4o grau, misto em 3o.
  2. ANNA, nascida aos 27 de outubro de 1876 e foi batizada aos 20 de novembro do mesmo ano em Igarapava-SP. Foram padrinhos Joaquim Paulino de Gouveia e D. Anna Esméria da Conceição.
  3. PEDRO, nascido aos 19 de outubro de 1878 e foi batizado aos 8 de novembro do mesmo ano em Igarapava-SP. Foram padrinhos Manoel da Silva Barboza Sobrinho e D. Maria Angelica de Jesus.
  4. JOAQUINA, nascida aos 26 de outubro de 1880 e foi batizada aos 21 de novembro do mesmo ano em Igarapava-SP. Foram padrinhos José Francisco de Mendonça e Anna Angelica de Jesus, seus avós maternos.
  5. CAROLINA, foi batizada aos 22 de novembro de 1883 em Igarapava-SP. Foram padrinhos João Antônio Vieira e Anna de Jesus.
  6. JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS (Capítulo I – Os Pais).
  7. PATRICIA, nascida por volta de 1887. Faleceu aos 5 de abril de 1888 em Igarapava-SP.
  8. PETRONILA, nasceu por volta de janeiro de 1888 e foi batizada aos 4 de março de 1889, em Igarapava-SP. Foram padrinhos Joaquim Ribeiro dos Santos e Maria Joanna de Jesus.

José Bernardes Rangel e Maria Candida de Jesus

José Bernardes Rangel era filho de José Bernardes Corrêa Rangel e de Maria Lucinda da Silveira. Ele era muito natural da região entre Franca-SP et Igarapava-SP. Ele se casou com a sua sobrinha por parte de mãe, Maria Candida de Jesus (ou Angélica de Jesus, Candida Branquinho, da Silveira Branquinho), filha de João Damasceno Branquinho e Candida Maria da Silveira. Ela era também muito provavelmente natural da região entre Franca-SP e Igarapava-SP.

O casamento foi realizado aos 2 de abril de 1883, na Igreja Matriz de Santa Rita do Paraíso, em Igarapava-SP. No registro12 de casamento pode-se ler:

“Aos 2 de Abril 1883 com despença Apostolica, recebi em matrimonio a José Bernades Rangel, e Maria Candida de Jesus, elle filho dos finados José Bernardes Rangel e Maria Lucinda da Silveira, e ella filha de João Damaceno Branquinho e D. Candida Maria da Silveira, lhes dei as bençãos nupciais (?) Testemunhas foram José Francisco da Silveira, e João Candido Branquinho. O Vigr.° Angelo Petralha.”

Após o casamento, José Bernardes Rangel e Maria Angélica de Jesus estabeleceram nos arredores de Rifaina-SP, região onde foram localizados registros de batismo de alguns afilhados do casal, o que evidencia seus vínculos comunitários e religiosos. No entanto, chama a atenção a ausência de registros de batismo de filhos próprios nesse período, algo atípico para a época. Era comum que, logo após o casamento, os casais tivessem filhos em intervalos regulares, frequentemente a cada dois anos, o que, neste caso, não se verificou.

Por volta de 1899, o casal migrou para o estado de Minas Gerais. Essa mudança provavelmente foi viabilizada pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que, à época, havia recém-inaugurado o trecho ferroviário ligando o interior paulista a Araguari-MG.

É a partir desse momento que José Bernardes Rangel e Maria Angélica de Jesus começam a aparecer nos registros paroquiais da freguesia de Nossa Senhora da Cana Verde, atual Araguari-MG, sinalizando o início de sua fixação no território mineiro e o fortalecimento de sua presença na comunidade local.

Foram filhos de Maria Angélica de Jesus e de José Bernardes Rangel:

  1. AMÉLIA DA SILVEIRA BRANQUINHO (Capítulo II – Os Pais).
  2. JERONYMO, nasceu aos 1 de agosto de 1899 e foi batizado aos 5 de novembro do mesmo ano. Foram padrinhos Américo de Mendonça Ribeiro e Maria Lucinda da Silveira.
  3. IZAU, foi batizado aos 9 abril de 1901 e foi batizado no dia 21 de maio do mesmo ano. Foram padrinhos João Fernandes Rangel e Rita Candida do Nascimento.
  4. JOSÉ PRIMO, nasceu aos 11 de janeiro de 1904 e foi batizado aos 31 de março do mesmo ano. Foram padrinhos Joaquim Ribeiro de Mendonça e Anna Angélica de Oliveira.

Capítulo IV – Os Bisavós

Domingos Ribeiro dos Santos e Maria de Jesus do Nascimento

Domingos Ribeiro dos Santos nasceu no dia 12 de fevereiro de 1830 e foi batizado no dia 12 de abril do mesmo ano, na Capela do Carmo em Franca-SP. Ele era filho de Joaquim Ribeiro dos Santos e de Joaquina Roza da Silveira (de Oliveira). No seu registro13 de batismo, pode-se ler:

“Aos doze de Abril de mil oito centos e trinta annos na Capela do Carmo o Padre Joze Joaquim Teixeita baptizou e poz os Santos Olios a DOMINGOS de doiz meses filho legitimo de JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS e de JOAQUINA ROZA DA SILVEIRA. Padrinhos Joze Ferreira de Menezes e sua mulher Anna Roza da Silva todos desta Freguesia. O Vigr.o Encardo Manoel Coelho Vital”

Domingos se casou com Maria de Jesus do Nascimento. O casamento foi realizado após o ano de 1848, pois Domingos consta como solteiro no censo realizado no mesmo ano na região de Franca-SP. O casamento deve ter acontecido em Igarapava ou Ituverava, já que não foi encontrado nenhum registro de casamento em Franca-SP.

Foram filhos de Maria de Jesus do Nascimento e Domingos Ribeiro dos Santos:

  1. ANTÔNIO RIBEIRO DOS SANTOS SOBRINHO (Capítulo III – Os Avós).
  2. (A CONFIRMAR) JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS, nascido por volta de 1860. Ele se casou com Antônia da Silva Pereira, filha de Antônio da Silva Pereira e de Maraia Luiza de Jesus, aos 22 de maio de 1916, em Igarapava-SP.

José Francisco de Mendonça e Anna Angélica de Jesus

José Francisco de Mendonça nasceu no dia 25 de novembro de 1828 e foi batizado no dia 25 de dezembro do mesmo ano, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Ele era filho de André de Mendonça Ribeiro e de Silvéria Ferreira de Santo Antônio. No seu registro14 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e sinco de Dezembro de mil oito centos e vinte oito annos nesta Matriz de Franca baptizei e pus os Sanctos Olios a JOZE de hum mez, filho legitimo de ANDRÉ DE MENDONÇA RIBEIRO e de SILVERIA FERREIRA DE SANCTO ANTONIO Padrinhos Zeférino Paula Silva e sua mulher Rita Angelica de Jesus todos desta freguezia. O Coadjor Manoel Coelho Vital”

José Francisco de Mendonça se casou com Anna Angélica de Jesus. O casamento deve ter acontecido em Franca-SP, onde vários registros de batismo dos filhos foram encontrados.

Ainda estavam vivos no ano de 1880, quando foram padrinho e madrinha da neta Joaquina, filho de Antonio Ribeiro dos Santos Sobrinho e de Placedina Maria de Jesus.

Foram filhos de Anna Angélica de Jesus e José Francisco de Mendonça:

  1. PLACEDINA MARIA DE JESUS (Capítulo III – Os Avós).
  2. CHRISTINO DE MENDONÇA RIBEIRO, nasceu no dia 30 de julho de 1865 e foi batizado aos 20 de agosto do mesmo ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José de Mendonça Ribeiro e Anna Constância do Espírito Santo. Ele se casou com Maria Clara da Conceição.
  3. JOÃO, nasceu no dia 5 de agosto de 1867 e foi batizado aos 26 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Joaquim Paula Coelho, da freguesia de Franca e Maria das Dores Alves Ferreira, moradora na freguesia de Batatais.
  4. ANTÔNIO, nasceu no dia 19 de outubro de 1869 e foi batizado aos 15 de novembro do mesmo ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José Francisco de Paula e Anna Roza de Jesus, todos da freguesia de Franca-SP.
  5. JOAQUIM.
  6. JOAQUINA.
  7. MARIA.

José Bernardes Corrêa Rangel e Maria Lucinda da Silveira

José Bernardes Corrêa Rangel era natural da freguesia de N.S. da Conceição de Aiuruoca, Bispado de Mariana, atual Aiuruoca-MG. Ele foi batizado aos 18 de maio de 1812 na Igreja Matriz da cidade sendo filho de Manoel Corrêa Rangel e de Maria Antonia do Sacramento. No seu registro15 de batismo, pode-se ler:

“Aos dezoito de Maio de mil oito centos e doze annos nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição da Aiuruoca, o Padre Francisco Joze Augustiniano baptizou e pôs os Sanctos oleos a JOZÉ, inocente, filho legitimo do Capitão MANOEL CORREA RANGEL, e de Dona MARIA ANTONIA DO SACRAMENTO: forão Padrinhos o Ajudante Bernardo Joze Pimenta, morador na Villa de Campanha, e Dona Maria Claudina Villela, casada com o Capitão José Esau dos Santos e para constar fiz este assento que assignei. O Vigr.o J.e de Abreu e S.”

Ele se casou primeiramente com Francisca Angelica da Silveira, natural da freguesia de Congonhas, Bispado de Mariana, atual Congonhas-MG, nascida por volta de 1813. Ela era filha de Francisco de Paula Silveira e de Lucinda Ferreira de Barcellos. O casamento foi celebrado na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP aos 7 de janeiro de 1832, as dez horas da manhã. No registro16 do primeiro casamento, pode-se ler:

“Aos sete de Janeiro de mil oito centos e trinta e dois annos nesta Matriz de Franca as dez horas do dia feitas as admoestações Canonicas sem resultar em impemento algum com Palavras do Reverendo Vigario da Vara Joaquim Martins Rodrigues e em prezença do dito se receberão em Matrimonio com palavras de presente JOZE BERNARDES CORREIA, natural da Iuruoica, Bispado de Mariana, filho legitimo do Capitão MANOEL CORREIA RANGEL e Dona MARIA ANTONIO DO SACRAMENTO, e FRANCISCA ANGÉLICA DA SILVEIRA, natural de Congonhas do dito Bispado, filha legitima de FRANCISCO DE PAULA SILVEIRA e de LUCINDA FERREIRA DE BARCELOS, e logo lhes conferio as Benções Nupciais em forma de Ritual Romona. Testemunhas Heito Ferreira de Barcelos e Miguel Gomes Gaia, cazados todos desta Freguesia. O Vigario MAnoel Coelho Vital”

Francisca Angélica da Silveira veio a falecer aos 28 de janeiro de 1840, com 27 anos de idade, em Franca-SP. No seu registro17 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos vinte e oito dias do mez de Janeiro de mil oitocentos e quarenta annos nesta Frequezia falecêo sem Sacramentos FRANCISCA ANGELICA DA SILVEIRA de idade vinte e sette annos cazada, com JOZE BERNARDES CORREIA RANGEL; seo corpo envolto em pano preto jaz no Simiterio da Soledade desta Freguezia. O Vigr.o Pedro Celestino Dias Fonsêca”

Foram filhos de Francisca Angélica da Silveira e José Bernardes Corrêa Rangel:

  1. MARIA FRANCISCA DA SILVEIRA, nasceu aos 21 de fevereiro de 1835 e foi batizada aos 1 de março do mesmo ano, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Joaquim Silvério Correia e Silvéria Ferreira do Sacramento, todos de Franca-SP. Ela se casou com Antônio Alves Ferreira, filho de Dominicano Alves Ferreira e de Francisca Maria De Jesus. O casamento ocorreu aos 31 de maio de 1848 em Igarapava-SP.
  2. DINAH CAROLINA DA SILVEIRA, nasceu aos 2 de agosto de 1835 e foi batizada aos 2 de outubro do mesmo ano, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Francisco de Paula Silveira e sua mulher Lucinda Ferreira de Barcellos, avós maternos. Se a data de nascimento contida no registro estiver exata, Dinah deve ter nascido prematura. Ela se casou com João de Arantes Marques.
  3. CAROLINA BALBINA DA SILVEIRA, nasceu aos 15 de dezembro de 1837 e foi batizada aos 15 de abril de 1838, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Francisco de Arantes Marques e sua mulher Maria Joaquina do sacramento, da freguesia de Cana Verde. Ela se casou com Francisco de Arantes Marques.

Após a morte de sua primeira esposa em 1832, José Bernardes Corrêa Rangel se casou por uma segunda vez, agora com Maria Lucinda da Silveira, irmã de sua primeira esposa, filha de Francisco de Paula Silveira e de Lucinda Ferreira de Barcellos. Ela era natural de Franca-SP, nasceu aos 25 de outubro de 1822 e foi batizada no dia 25 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. No seu registro18 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e cinco do mez de Dezembro de mil e oito Centos, e vinta, e dois annos nesta Matriz da Franca baptizei, e puz os Sanctos Oleos a MARIA, de dois mezes, filha legitima de FRANCISCO DE PAULA SILVA e LUCINDA FERREIRA DE BARCELLOS. Padrinhos Manoel de Mendonça Ribeiro e sua mulher Maria Angelia de Jesus, todos desta Freguesia.”

O casamento foi celebrado as onze horas da manhã do dia 25 de julho de 1840 na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. No registro19 do segundo casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e sinco dias do mez de julho de mil oito centos e quarenta annos nesta Matriz da Franca feitas as Admoestações Canonicas e não havendo impedimento com provisão do Rev. digo pelas onze horas do dia em presença do Reverendo Manoel Coelho Vital de licença minha se receberão em Matrimonio os Contraentes JOZE BERNARDES RANGEL, viuvo por obito de FRANCISCA ANGELICA DA SILVEIRA sepultada no Simiterio da soledade desta Freguezia; e MARIA LUCINDA d’Oliveira, digo da SILVEIRA natural desta Freguezia filha legitima de FRANCISCO DE PAULA SILVEIRA e de LUCINDA FERREIRA DE BARCELLOS, e dei lhes as Benções Nupciais na forma do Ritual Romano sendo testemunhas presentes Manoel de Mendonça Ribeiro e Silverio Corrêa Rangel e para constar faço este assento. O Vigr.o Pedro Celestino Dias Foncêca.”

No censo de 1848 realizado na região de Franca, informa que José e a família moravam no 5o quarteirão. No documento20, pode-se ler:

“[…] 795 Joze Bernardes Correia Rangel
796 Maria Lucinda
797 Maria
798 Dina
799 Baldoina
800 Joaquina
801 Roldão
802 Candida
803 Francisco […]”

A partir do ano de 1863, José Bernardes Corrêa Rangel é citado em diversos registros de batismo e de casamento nos livros paroquiais da freguesia Santa Rita do Paraíso, em Igarapava-SP, relativos aos seus escravos e em alguns outros, sendo padrinho de escravos de outras pessoas.

Em novembro 1863, temos o batismo de João, filho de Joaquim e Emerenciana, escravos de José Bernardes Corrêa Rangel. No registro21 de batismo, pode-se ler:

“Aos onze de Novembro de 1863 baptizei solenemente JOÃO de um mez filho de JOAQUIM e EMERENCIANA escravos de JOZE BERNARDES: forão Padrinhos Joze Joaquim Branquinho, e Maria Luiza. E para constar faço este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo”

no mesmo mesmo dia, temos o batismo de Maria, filha de Manoel e Leonor, escravos de José Bernardes Corrêa Rangel. No registro22 de batismo, pode-se ler:

“Aos onze de Novembro de 1863 baptizei solenemente MARIA de um mez filha de MANOEL e LEONOR escravos de JOZE BERNARDES CORREIA: forão Padrinhos Antonio Ignacio, e Maria Roza. E para constar faço este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo”

Em 1865, osé Bernardes Corrêa Rangel é citado em um registro de casamento de Matthias Bernardes, escravo liberto pelo próprio José, com Joaquina Rangel, escrava de Roldão Bernardes Rangel, provavelmente seu filho. No registro de casamento, pode-se ler:

“Aos dez de Septembro de 1865 nesta Igreja de Santa Rita do Paraíso […] contrairão MANOEL, e ANGELICA, escravos de JOZE BERNARDES CORRÊA RANGEL […]”

Em 1867, temos o batismo de Hermenegilda, filha de Joaquim e Emerenciana, escravos de José Bernardes Corrêa Rangel. No registro23 de batismo, pode-se ler:

“Aos sette de Julho de 1867 baptizei solenemente a HERMENEGILDA de dois mezes, filha de JOAQUIM, e EMERENCIANNA, escravos de JOZE BERNARDES CORREIA: PP. Michelino de Paula Silveira e Constancia Angelica da Silveira. E para constar faço este assento. O Pe Carmo”

Em 1885, já falecido, José Bernardes Corrêa Rangel é citado em um registro de casamento de Matthias Bernardes, escravo liberto pelo próprio José, com Joaquina Rangel, escrava de Roldão Bernardes Rangel, provavelmente seu filho. No registro24, de casamento pode-se ler:

“Aos sete de Fevereiro de mil oito centos e oitenta e cinco, na Matriz da Franca […] receberam-se em matrimonio Matthias Bernardes e Joaquina Rangel; elle, escravo liberto pelo finado JOSÉ BERNARDES RANGEL, e ella escrava de Roldão Bernardes Rangel; aquelle, Africano, esta Brazileira. […]”

José Bernardes Corrêa Rangel e Maria Lucinda da Silveira faleceram antes de 1883, pois, constam falecidos na data do casamento do filho José.

Foram filhos de Maria Lucinda da Silveira e de José Bernardes Corrêa Rangel:

  1. ROLDÃO BERNARDES DE ANDRADE (RANGEL), nasceu por volta de 1842. Ele se casou com Maria Francisca de Almeida, filha de João Venâncio de Moraes e de Maria de Almeida Ramos, aos 22 de novembro de 1862 na Igreja Matriz de Santa Rita do Paraíso, em Igarapava-SP. Ao que tudo indica, se casou uma segunda vez com, por volta de 1877, com Carolina Cândida Branquinho, filha de João Damasceno Branquinho (Júnior) com a sua primeira esposa, Anna Candida de Jesus. Roldão veio a falecer aos 14 de novembro de 1912, com 70 anos de idade, na cidade de Rifaina-SP.
  2. CANDIDA MARIA DA SILVEIRA (Capítulo IV – Os Bisavós).
  3. JOAQUINA, nasceu aos 18 de agosto de 1846 e foi batizada no dia 1 de outubro do mesmo ano, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP.
  4. FRANCISCO BERNARDES RANGEL, nasceu aos 28 de fevereiro de 1847 e foi batizado no dia 28 de abril do mesmo ano, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Francisco de Paula Silveira, avô materno, e Maria das Neves de Jesus, casados, todos de Franca-SP. Ele se casou com Anna Francisca do Patrocínio, filha de Anna Candida das Neves e de pai desconhecido, aos 15 de junho de 1880 em Igarapava-SP.
  5. ANNA ANGÉLICA DA SILVEIRA, foi batizado no dia 24 de junho de 1850, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos João Damasceno Branquinho (Junior) e sua primeira esposa Anna Candida de Jesus, todos de Franca-SP. Ela se casou com Silvestre de Mendonça Ribeiro, filho de André de Mendonça Ribeiro e de Silvéria Ferreira de Santo Antônio, aos 31 de agosto de 1865, em Igarapava-SP. O casal migrou para Minas Gerais (Araguari-MG) em meados de 1899, junto com seu irmão, José Bernardes Rangel e família.
  6. MARIA DA LUZ RANGEL, se casou com Michelino de Paula Silveira, filho de Antônio de Paula Silva e de Joaquina Angélica da Silveira, aos 23 de janeiro de 1872, em Igarapava-SP.
  7. JOÃO FERNARDES (BERNARDES) RANGEL, nasceu aos 11 de outubro de 1863 e foi batizado no dia 11 de novembro do mesmo ano, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Roldão Bernardes de Andrade e Candida Maria da Silveira.
  8. JOSÉ BERNARDES RANGEL (Capítulo III – Os Avós).
  9. CAROLINA MARIA DA SILVEIRA, ela se casou com Magdaleno de Oliveira Soares, filho de João da Silveira Soares e de Maria do Carmo de Jesus, aos 14 de novembro de 1870, em Franca-SP.

João Damasceno Branquinho Júnior e Candida Maria da Silveira

João Damasceno Branquinho Júnior era natural da freguesia de Sant’Anna de Lavras, atual Lavras-MG, sendo batizado aos 2 de agosto de 1821. Ele era filho de João Damasceno Gomes Branquinho e de Joaquina Antônia da Silva. No registro25 de batismo, pode-se ler:

“Aos dois dias do Mez de Agosto de mil e oito sentos e vinte hum O Rmo Andre Martin Ferra batizou solenemente a JOÃO inocente Filho legitimo do Capm JOÃO DAMACENO BRANQUINHO e Dona JOAQUINA ANTONIA DA SILVA. forão Padrinhos o Capm José Alves de Figueiredo e Candida Viceria Branquinho. E Para consta faço este asento que asigno. O Vigro Francisco de Paula Dinis”

Ele se casou primeiramente com Anna Candida de Jesus, nascida por volta de 1821 e provavelmente natural da região de Lavras-MG, onde também deve ter ocorrido o casamento, realizado antes de 1844. Anna veio a falecer de mal-estar interior com 36 anos, aos 19 de dezembro de 1857 em Igarapava-SP. No registro26 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos dezenove de Dezembro de mil oito centos e sincoenta sette sepultou-se no Cemiterio desta Freguesia ANNA CANDIDA, cazada com JOÃO GOMES BRANQUINHO, que faleceo de Mal estar interior com trinta e seis annos de idade; para constar faço este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo”

Foram filhos de Anna Candida de Jesus e João Damasceno Branquinho:

  1. ANNA RICARDA BRANQUINHO, nascida aos 7 de fevereiro de 1844 e foi batizada aos 5 de março de 1844 na igreja Matriz de Santo Antônio do Amparo, atual municipio mineiro de mesmo nome. Foram padrinhos Capitão João Damasceno Branquinho, avô paterno, e Mafalda Carolina da Silva. Ela se casou com Theodoro Venâncio de Carvalho, filho de Francisco Theodoro Venâncio de Carvalho e de Delfina Eleuteria de Oliveira e Cunha, aos 2 de agosto de 1858 em Franca-SP.
  2. JOAQUINA CANDIDA BRANQUINHO, nasceu aos 20 de dezembro de 1845 e foi batizada aos 15 de janeiro de 1846 na Oratório da Boa Vista, freguesia de Sant’Anna de Lavras, Lavras-MG. Foram padrinhos o Alferes João Felisberto Rodrigues Lara e Joaquina Antonia da Silva, avó paterna. Ela se casou com Manoel Martins Ferreira Costa, filho de André Martins Ferreira Costa e de Ana Euzébia Carolina Diniz, aos 1 de maio de 1861 e, Igarapava-SP. Ela veio a falecer aos 26 de dezembro de 1910 em Pedregulho-SP.
  3. MAFALDA CAROLINA BRANQUINHO, se casou com Francisco Alves Junqueira, filho de Antônio Glauceste Junqueira e de Ignácia Justina Alves, aos 16 de janeiro de 1865, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foi o segundo casamento de Francisco.
  4. MARIA CANDIDA BRANQUINHO, se casou com Augusto Cesário Ferreira de Souza, filho de João Batista de Souza Diniz e de Urbana Carolina Branquinho, aos 17 de outubro de 1866, na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP.
  5. CAROLINA CANDIDA BRANQUINHO, nasceu aos 10 de fevereiro de 1854 e foi batizada aos 22 de março do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José Joaquim Gomes Branquinho e sua mulher Maria Luiza Branquinho, todos de Franca-SP. Ela se casou com Roldão Bernardes de Andrade, filho de José Bernardes Corrêa Rangel e Maria Lucinda da Silveira.
  6. ANTÔNIA, nascida aos 19 de julho de 1856 e foi batizada aos 19 de novembro do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José Francisco da Silveira e Maria Joanna da Silveira.

Após a morte de sua primeira esposa Anna Candida de Jesus, João Damasceno Branquinho Júnior se casou com Candida Maria da Silveira, filha de José Bernardes Corrêa Rangel e de Maria Lucinda da Silveira. Ela nasceu no dia 27 de julho de 1844 e foi batizada aos 17 de novembro do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. No seu registro27 de batismo, pode-se ler:

“Aos dezasete de Novembro de mil oito centos e quarenta e quatro nesta Freguezia de Franca, O Reverendo Zeferino Baptista Carmo, baptizou e os Santos Oleos a CANDIDA de tres mezes e vinte e hum dias filha legitima de JOZÉ BERNARDES CORREIA RANGEL e MARIA LUCINDA DA SILVEIRA, Padrinhos Silverio Correia Rangel, e Maria Clementina de Castilha, cazados, todos desta Freguezia. O Vigr.o Joaqm Miz Roiz”

O casamento foi celebrado aos 19 de janeiro de 1858, as 10 horas da manhã, na Igreja Matriz de Santa Rita do Paraíso, em Igarapava-SP. No registro28 de casamento, pode-se ler:

“Aos dezenove de Janeiro de mil oito centos e sincoenta e oito nesta Igreja de Santa Ritta do Paraiso, pelas dez horas do dia assisti o matrimonio, que contrairão JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO JUNIOR, viuvo, e CANDIDA CAROLINA DA SILVEIRA, e lhe dei as bençãos nupciais sendo testemunhas Antonio Correia Rangel e Camillo Joze Gomes; e para constar faço este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo”

A partir do ano de 1872, João Damasceno Branquinho é citado em diversos registros nos livros paroquiais em Igarapava-SP e Rifaina-SP, relativos aos seus escravos.

No dito ano, temos o batismo de Ricardo, filho Marcolino e Januária, escravos de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro29 de batismo, pode-se ler:

“Aos 24 de Junho de 1872 na Capella de Santo Antonio da Rifaina […] baptizou a RICARDO, nascido a treis de Abril do corrente, filho legitimo de MARCULINO, e JANUARIA, escravos e JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO, por quem lhe foi feita, escrita a indicação do dia de nascimento e do baptizado livre […]”

No registro seguinte, no mesmo dia, mês e ano, foi batizada Dorothea, filha natural de Julia, escrava de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro30 de batismo, pode-se ler:

“Aos 24 de Julho de 1872 na Capella de Santo Antonio da Rifaina […] baptizou a DOROTHEA, filha natural de JULIA, escrava e JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO, por quem lhe foi feita a indicação de ter nascido o menino livre a 3 de Junho do corrente […]”

Um fato interessante observado nos registros acima é que ambos os indivíduos já nasceram livres, em virtude da sanção da Lei do Ventre Livre31, de 28 de setembro de 1871. De acordo com essa legislação, as crianças nascidas de mulheres escravizadas após a promulgação da referida lei ficavam sob a responsabilidade dos senhores de suas mães, os quais eram obrigados a criá-las até os oito anos de idade. Ao completarem essa idade, o senhor poderia optar por entregá-las ao Estado, mediante indenização, ou mantê-las sob sua tutela, usufruindo de seus serviços até que atingissem os 21 anos.

Embora os registros de batismo que se seguem tenham sido lavrados após a entrada em vigor da Lei do Ventre Livre, não há neles menção explícita ao nascimento livre dos recém-nascidos. Ainda assim, é razoável supor que todas as crianças mencionadas também tenham nascido livres, conforme estabelecido pela legislação vigente à época.

Em novembro 1875, temos o batismo de Gregório, filho de Januária, escrava de João Damasceno Branquinho Júnior, transcrito nos livros paroquiais de Igarapava-SP. No registro32, pode-se ler:

“Aos vinte, e oito de Fevereiro de mil oito centos, e setenta, e cinco na Capella da Rifana […] baptizou […] GREGORIO, prêto, nascido a onze do mesmo mez, filho natural de JANUARIA, escrava de JOÃO DFAMASCENO BRANQUINHO […]”

No mesmo ano e local, temos o batismo de Cecilia, filha de Faustino e Eva, escravos de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro33 de batismo, pode-se ler:

“Aos quatoze de Outubro de mil oito centos e setenta e cinco nesta Matriz de S. Rita do Paraíso, baptizou […] CECILIA, filha legitima de FAUSTINO E EVA, escravos de JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO, nascida aos 25 de Septembro deste anno […]”

No ano de 1878, temos o batismo de Jannacia, filha de Valentim e Delfina, escravos de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro34 de batismo, pode-se ler:

“No mesmo dia, B.S. a JANNACIA nascida a 29 de 9bro […] f. le de VALENTIM e DELFINA, escravos de JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO […]”

No ano de 1882, temos o batismo de Getrude, filha natural de Theodora, escrava de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro35 de batismo, pode-se ler:

“Aos 13 de Agosto de 1882 baptizei a GERTRUDE, de 20 dias preta filha de THEODORA, escrava de JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO […]”

No mesmo ano de 1882, temos o óbito de Luzia, escrava de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro36 de sepultamento, pode-se ler:

“Aos 4 de Julho de 1882 falleceu LUZIA escrava de JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO, cuja escrava era cazada com JOAQUIM e foi sepultada no Cemiterio de S. Antonio de Rifaina […]”

No ano de 1883, temos o batismo de Leocádio, filho de Faustino e Eva, escravos de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro37 de batismo, pode-se ler:

“Aos vinte e cinto de Dezembro de mil oito centos e oitenta e três, baptizou […] LEOCADIO, de idade de vinte e trez dias, filho legitimo de FAUSTINO, e EVA, crioulos, escravos de JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO […]”

No ano de 1888, temos o casamento de Pedro e Marcia, sendo o noivo, ex-escravo de João Damasceno Branquinho Júnior. No registro38 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte e quatro de Junho de mil oitocentos e oitenta e oito, na Capella Curada de S. Anto da Rifaina, pelas duas horas da tarde, […] receberão em matrimonio por palavras de presente, PEDRO FER.A e MARCIA FELIZARDA DE JESUZ, aquele viuvo por obito de sua mulher RITA, ex escravo de JOÃO DAMASCENO BRANQUINHO, esta ex esca de Joana Maria de Jesus. […]”

O casal ainda estava vivo no ano de

Foram filhos de Candida Carolina da Silveira e João Damasceno Branquinho:

  1. JOAQUINA ANTÔNIA BRANQUINHA, nasceu aos 11 de agosto de 1863 e foi batizada aos 11 de novembro do mesmo ano em Igarapava-SP. Foram padrinhos José Bernardes Corrêa Rangel, avô materno, e Joaquina Antônia da Silva. Ela se casou com Leopoldo Alves Ferreira, filho de Antônio Alves Ferreira e de Maria Francisca da Silveira, aos 6 de outubro de 1880 em Igarapava-SP.
  2. JOSÉ, nasceu aos 26 de julho de 1865 e foi batizado aos 26 de outubro do mesmo ano em Franca-SP. Foram padrinhos José Joaquim Gomes Branquinho e de Maria Luiza Branquinho, todos de Franca-SP.
  3. JOAQUIM, nasceu aos 5 de março de 1868 e foi batizado aos 5 de julho do mesmo ano em Franca-SP. Foram padrinhos José Joaquim Gomes Branquinho e de Maria Luiza Branquinho, todos de Franca-SP. Foram padrinhos por procuração Antônio Alves Ferreira e sua mulher Maria Francisca da Silveira.
  4. MARIA CANDIDA DE JESUS (Capítulo III – Os Avós).
  5. ANTÔNIO, nasceu aos 10 de março de 1878 e foi batizado aos 6 de maio do mesmo ano na Capella de Santo Antônio de Rifaina-SP. Foram padrinhos Francisco Bernardes Rangel e Rosalina Maria do Carmo.
  6. CANDIDA, foi batizada aos 13 de junho de 1882 na Capela de Santo Antônio de Rifaina-SP. Foram padrinhos Miguelino de Paula Silveira e Maria Candida Branquinho. Ela se casou com João Antônio de Paula, filho de Francisco Antônio de Paula e Silveria Rita de Jesus, aos 20 de janeiro de 1902 em Igarapava-SP.

Capítulo V – Os Trisavós

Joaquim Ribeiro dos Santos e Joaquina Roza da Silveira

Joaquim Ribeiro dos Santos era natural da freguesia do Inficionado, Bispado de Mariana, atual município de Santa Rita Durão-MG. Seu registro de batismo foi encontrado nos registros paroquiais da Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Mariana-MG. Ele foi batizado aos 12 de junho de 1796 e era filho de José Ribeiro dos Santos e de Joanna Umbelina Roza Fernandes. No seu registro39 de batismo, pode-se ler:

“Aos doze de Junho de mil Sette Centos e noventa e Seis de Licença o Pe Mel Frco da Conceição baptizou e poz os Santos Oleos em JOAQUIM ? filho legitimo de JOZE RIBRO DOS SANTOS, e de JOAQUINA UMBELINA ROZA, foi matrinha Marcelina Roza de Jesus de que diz este assento. O Coad Anto João Roiz Pimentel”

Ele se casou com Joaquina Roza da Silveira, nascida por volta de 1806 e natural da freguesia de Congonhas do Campo, Bispado de Mariana, atual município de Congonhas-MG. Ela era filha de Francisco de Paula e Silva e de Maria Joanna da Silveira. O casamento foi celebrado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP no dia 16 de janeiro de 1822, ao meio-dia. No registro40 de casamento, pode-se ler:

“Aos dezaseis do mez de Janeiro de mil oito centos e vinte dois annos nesta Matriz da Franca ao meio dia feitas as ? canonincas sim impedimento algum com Provizão do Reverendo Vigádio da Cura Joaquim Martins Rodrigues, e na presença do Reverendo Manuel Gonçalves Cintra de licença minha receberão em Matrimonio por palavras de prezente JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS, natural da Freguezia do Inficionado, Bispado de Marianna, filho legitimo de JOZE RIBEIRO DOS SANTOS, e de JOANNA UMBELINA ROZA, e JOAQUINA ROZA DA SILVEIRA, natural da Freguesia de Congonhas do Campo do mesmo Bispado, filha legitima do Alferes FRANCISCO DE PAULA SILVA, falecido, e de MARIA JOANNA DA SILVEIRA, e logo lhes confirio as Benções Nupciais na forma do Ritual Romano. Forão testemunhas o Reverendo Miguel Martins de Souza e Joze de Paula Silva, cazado, todos desta Freguesia. O Vigro Joaqm Miz Rz”

Joaquim e sua família aparecem no censo de 1848 realizado na região de Franca-SP. No documento41, pode-se ver:

“[…] JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS
JOAQUIN ROZA DE OLIVEIRA
FRANCISCO RIBEIRO
DOMINGOS RIBEIRO
JOAQUIM RIBEIRO JUNIOR
BALBINA MARIA
JOSÉ RIBEIRO
JOSÉ MANUEL NETO
ANTONIO RIBEIRO
MOYSÉS RIBEIRO
MARIA THEREZA
JOZE
ALEXANDRINA […]”

Joaquina Roza da Silveira provavelmente faleceu antes de 1848, uma vez que não é mencionada no censo desse ano ao lado do marido. A partir desse período, Joaquim Ribeiro dos Santos passa a aparecer em diversos registros como casado com outra esposa, Joaquina Francisca de Oliveira. No entanto, ainda não é possível afirmar essa transição com total certeza, pois não foram localizados nem o registro de óbito de Joaquina Roza da Silveira, nem o eventual registro de novo casamento de Joaquim — o que também levanta a possibilidade de tratar-se de um homônimo que vivia na mesma região.

Um elemento que pode reforçar essa hipótese é o registro de casamento de seu filho, Francisco Ribeiro dos Santos, datado de 1862, no qual a mãe não é mencionada como falecida, informação que, se fosse conhecida à época, provavelmente constaria no documento com algum grau de precisão. Vale destacar que, nessa mesma época, o suposto Joaquim Ribeiro dos Santos, agora casado com Joaquina Francisca de Oliveira, já havia tido diversos filhos com a nova esposa.

Foram filhos de Joaquina Roza da Silveira e Joaquim Ribeiro dos Santos:

  1. FRANCISCO RIBEIRO DOS SANTOS, nasceu por volta de 1823. Ele se casou primeiramente com Joanna Florinda da Silva. Ele se casou em seguida com Maria Ferreira de de Menezes, filha de José Jacob Ferreira e de Maria Ferreira de Menezes, aos 8 de maio de 1862 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP.
  2. ANNA ROSA DA SILVEIRA, nasceu aos 2 de junho de 1824 e foi batizada aos 24 do mesmo mês e ano na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos João de Paula e Silva, viúvo, e Joanna Umbelina Roza, casada, todos de Franca-SP. Ela se casou com Gabriel Nogueira Villela, filho de José Machado Baptista e de Maria Clara Gonçalves Nogueira, aos 5 de novembro de 1839, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP.
  3. MANOEL RIBEIRO DOS SANTOS, nasceu aos 27 de fevereiro de 1826 e foi batizado aos 27 de março do mesmo ano na Capela do Carmo, Franca-SP. Foram padrinhos Zeferino de Paula e Silva e Thomazia Angélica da Silva, solteiros. Ele se casou com Anna Rosa da Silveira, filha de Manuel de Paula e Silva e de Francisca Antônia Xavier, aos 29 de maio de 1844, na capela do Carmo em Missões, Franca-SP.
  4. MARIA JOANNA DA SILVEIRA, nascida por volta de 1828. Ela se casou com seu primo de primeiro grau, José de Paula e Silva, filho de Manoel de Paula e Silva e de Francisca Antônia Xavier, aos 10 de janeiro de 1841, na Igreja Matriz de Igreja Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP.
  5. DOMINGOS RIBEIRO DOS SANTOS (Capítulo IV – Os Bisavós).
  6. JOAQUIM RIBEIRO DOS SANTOS, nascido aos 23 de fevereiro de 1832 e foi batizado aos 23 de abril do mesmo ano, na Capela do Carmo, Franca-SP. Foram padrinhos Vicente Gomes Pinheiro e sua mulher Francisca Angélica da Silva, todos de Franca-SP. Ele se casou com Mariana Claudina (Clara) de Jesus.
  7. MARIA THEREZA, foi batizada aos 30 de março de 1834 na Capela do Carmo, Franca-SP. Foram padrinhos Francisco Rodrigues da Costa e Victoria Alves de Figueiredo, todos de Franca-SP.
  8. BALBINA, nascida aos 9 de abril de 1835 e foi batizada aos 9 de maio do mesmo ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Joaquim Gomes Pinheiro e sua mulher Maria Joanna da Silveira, todos de Franca-SP.
  9. JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS, foi batizado aos 11 de janeiro de 1841 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José Ribeiro dos Santos e Maria Joanna.
  10. ANTÔNIO RIBEIRO DOS SANTOS, nasceu aos 2 de novembro de 1841 e foi batizado aos 2 de fevereiro de 1842 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Manoel de Paula e Silva e sua mulher Francisca Antônia Chavier. Ele se casou com Hipólita Maria dos Anjos Figueiredo, filha de José Calazans de Figueiredo e de Maria Victória de Figueiredo. Antônio veio a falecer aos 3 de dezembro de 1899, em Guará-SP.
  11. MOYSÉS, que nasceu aos 10 de janeiro de 1844 e foi batizado aos 28 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos o Capitão Antônio Theodoro de Carvalho e sua mulher Dona Maria Vicência de Jesus. Ele se casou com Maria de Paula da Silveira, filha de José de Paula e Silva e de Maria Joanna da Silveira.
  12. JOSÉ MANOEL NETO.

André de Mendonça Ribeiro e Silvéria Ferreira de Santo Antônio

André de Mendonça Ribeiro era natural da freguesia de Bambuí, atual município de mesmo nome situado no estado de Minas Gerais. Ele era filho de Theodósio de Mendonça Ribeiro e de Rosa Maria de Jesus.

Ele se casou com Silvéria Ferreira de Santo Antônio, nascida por volta de 1793, também natural da freguesia de Bambuí, atual Bambuí-MG. Ela era filha de Heitor Ferreira de Barcellos e de Anna Angélica de Jesus. O casamento ocorreu aos 17 de fevereiro de 1817 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. No registro42 de casamento, pode-se ler:

“Aos dezasette do mez de Fevereiro de mil oitocentos de dezasette annos nesta Matriz de Franca as nove horas do dia feitas as Admoestaçõens Canonicas sem resultar impedimento algum com Provizão do Reverendo Vigario da Vara Joaquim Matrins Rodrigues em prezença do Reverendo Manoel Golçalves Cintra de licença minha se receberãop em Matrimonio por palavras de prezentes ANDRE MENDONÇA RIBEIRO, natural da Freguersia de Bambuhy, Bispado de Marianna, filho legitimo de THEODOZIO DE MENDONÇA RIBEIRO, e de ROZA MARIA DE JESUS, e SILVERIA FERREIRA DE SANTO ANTÔNIO, natural da Freguesia do mesmo Bispado, filha legitima do Alferes ETOR FERREIRA DE BARCELLOS, e de ANNA ANGELICA DE JESUS, e logo lhes conferio as Bençoes Nupciais na forma do Ritual Romano. Forão Testemunhas o Alferes Joze Ferreira de Menezes e Vicente Borges Talluros, cazados todos desta Freguesia. O Vigro Joaqm Miz Roz”

No ano de 1865, dois de seus escravos, Julião e Theodora contraíram matrimônio. O casamento foi realizado aos 20 de agosto de 1865 na Igreja Matriz de Santa Rita do Paraíso, atual Igarapava-SP. No registro43 de casamento, pode-se ler:

“Aos vinte de Agosto de 1865 nesta Igreja de Santa Ritta do Paraíso as onze horas da manham procedendo as diligencias do ? assisti o matrimonio, que contrahirão JULIÃO, e THEODORA, esvravos de ANDRÉ DE MENDONÇA RIBEIRO, e lhes dei as benções nupciaes em presença das testemunhas, que abaixo assignarão. E para consta faço este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo
Theodozio de Mendonça Ribeiro
Francisco Bernardes da Silva Bueno”

No ano de 1867, podemos ver o de Vicência, filha de Thomazia, escrava de André de Mendonça Ribeiro, com pai desconhecido. No registro de batismo, pode-se ler:

“A quatro de Agosto de 1867 baptizei solenemente a VICENCIA de vinte dias, filha de Thomazia escrava de ANDRE RIBEIRO DE MENDONÇA; foram Padrinhos Antonio Zefirino de Paula, e Bernardina Maria de Jesus. E para consta faço este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo”

No ano de 1876, podemos ver o batismo de Urias, filho natural de Innocencia, escrava de André de Mendonça Ribeiro. No registro44 de batismo, pode-se ler:

“Aos seis de Janeiro de mil oito centos e setenta e seis, nesta Matriz de S. Rita baptizei solemnemente a URIAS, filho natural de INNOCENCIA, esvrava de ANDRÉ RIBEIRO DE MENDONÇA, com vinte e um dias de idade; forão padrinhos Joaquim Lins Barboza e Joaquina Angélica de Jezus. Para consta faço este assentamento. Patocho Pe Antonio Gomes Xavier”

Silvéria veio a falecer de hidropisia com idade de 70 anos. O enterro foi realizado no cemitério de Igarapava aos 12 de agosto de 1863. No seu registro45 de sepultamento, pode-se ler:

“aos doze de Agosto de 1863, sepultou-se no Cemiterio SILVERIA MARIA cazada com ANDRE DE MENDONÇA RIBEIRO, que faleceo de hydropesia com settenta annos de idade; e para consta fiz este assento. O Pe Zeferino Baptista Carmo”

Foram filhos de Silvéria Ferreira de Santo Antônio e André de Mendonça Ribeiro:

  1. MARIA ANGÉLICA DE JESUS, nasceu aos 31 de dezembro de 1817 e foi batizada aos 8 de janeiro de 1818 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos os avós maternos, o Alferes Heitor Ferreira de Barcellos e sua esposa Anna Angélica de Jesus, todos de Franca-SP. Ela se casou com Manoel Machado Denis, filho de Antonio Machado Diniz e de Thereza Ferreira de Meneses, aos 3 de abril de 1837 em Franca-SP.
  2. JOÃO ANDRÉ DE MENDONÇA RIBEIRO, nasceu em fevereiro de 1819 e foi batizado aos 20 de março do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos o Alferes Heitor Ferreira de Barcellos, casada, e Roza Maria, casada, todos de Franca-SP. Ele se casou com Anna Angélica da Silveira, filha de José de Paula e Silva e de Joaquina Ferreira de Jesus, aos 18 de outubro de 1843 em Franca-SP.
  3. MANOEL DE MENDONÇA RIBEIRO (FRANCISCO DE MENDONÇA), irmão gêmeo de João acima, nasceu em fevereiro de 1819 e foi batizado aos 20 de março do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Ignácio José Rebello e sua mulher Thereza Maria de Sant’Anna, todos de Franca-SP. Ele se casou com Maria Joana da Silveira, nascida por volta de 1833, filha de Zeferino de Paula Silveira e Rita Angélica de Jesus, aos 30 de janeiro de 1848 em Franca-SP. Ele teria falecido aos 22 de agosto de 1882 em Igarapava-SP.
  4. ANNA ANGÉLICA DE JESUS, nasceu aos 23 de abril de 1820 e foi batizada no dia 21 de maio do mesmo ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Joaquim de Paula e Silva e sua mulher Anna Roza de Jesus, todos de Franca-SP. Ela se casou com Joaquim de Paula e Silva, filho de Joaquim de Paula e Silva e de Anna Roza de Jesus, aos 14 de janeiro de 1835 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Franca-SP.
  5. JOÃO, nasceu no dia 1 de março de 1822 e foi batizado no dia 11 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Manoel de Mendonça Ribeiro e sua mulher Maria Angélica, todos de Franca-SP.
  6. ANDRÉ DE MENDONÇA RIBEIRO JÚNIOR, nasceu no dia 30 de novembro de 1824 e foi batizado aos 26 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José de Paula e Silva e sua mulher Joaquina Ferreira de Jesus, todos de Franca-SP. Ele se casou com Marianna Moreira da Assunção, filha de Ignácio Moreira de Souza e Luiza Perpétua da Assunção, aos 9 de janeiro de 1849, na igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP.
  7. MARIA SILVERIA DE JESUS, nasceu aos 1 de setembro de 1827 e foi batizada aos 8 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Norberto de Mendonça Ribeiro e sua mulher Hipólita Ferreira de Barcellos, todos de Franca-SP. Ela se casou com João Marques dos Reis, filho de Francisco Marques dos Reis e de Maria Roza de Sant’Anna, aos 1 de novembro de 1843 em Franca-SP. Ela veio a falecer aos 7 de novembro de 1915 em Ipuã-SP.
  8. JOSÉ FRANCISCO DE MENDONÇA (Capítulo IV – Os Bisavós).
  9. ANTÔNIO FRANCISCO DE MENDONÇA, nasceu por volta de 1830. Ele se casou com a sobrinha por parte de mãe, Maria Joaquina dos Santos, filha de José de Paula e Silva e Joaquina Ferreira de Menezes, aos 8 de outubro de 1843 na Igreja Matriz de Cana Verde, atual Ribeirão Preto-SP. Ele teria se casado por uma segunda vez com Maria Cândida da Silveira, irmã da primeira esposa, em data e local desconhecidos.
  10. JOAQUINA ROSA DO SANTO ANTÔNIO, nasceu no dia 15 de março de 1830 e foi batizada aos 30 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos José de Barcellos Ferreira e sua mulher Constância Angélica da Silveira. Ela se casou com Heitor de Paula e Silva, filho de José de Paula e Silva e de Joaquina Ferreira de Jesus, aos 17 de janeiro de 1847 em Franca-SP.
  11. JERONIMO DE MENDONÇA RIBEIRO, se casou com Rita Angélica da Silveira, nascida por volta de 1841, filha de Zeferino de Paula da Silveira e Rita Angélica de Jesus, aos 25 de julho 1855 em Franca-SP.
  12. BERNARDINA SILVEIRA DE JESUS, se casou com Antônio de Paula e Silva, nascido por volta de 1836, filho de Zeferino de Paula da Silveira e Rita Angélica de Jesus, aos 25 de fevereiro de 1854 em Franca-SP.
  13. SILVESTRE DE MENDONÇA RIBEIRO, nasceu aos 5 de março de 1841 e foi batizado no dia 25 do mesmo mês e ano na Igreja Matriz de N.S. da Conceição de Franca-SP. Foram padrinhos Silvestre Pontilho de Magalhães e sua mulher Maria Hipólita da Silveira. Ele se casou com Anna Angélica da Silveira, filha de José Bernardes Corrêa Rangel e Maria Lucinda da Silveira, aos 31 de agosto de 1865 em Igarapava-SP. Ele veio a falecer aos 9 de dezembro de 1909 em Uberlândia-SP.

Referências

  1. Certidão de nascimento de Elfrida Ribeiro dos Santos. ↩︎
  2. Certidão de Casamento de Lázaro Claudino da Costa e Elfrida Ribeiro dos Santos. ↩︎
  3. Certidão de óbito de Lázaro Claudino da Costa. ↩︎
  4. Certidão de óbito de Elfrida Ribeiro dos Santos. ↩︎
  5. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑F6SS‑ZW. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑F6SS‑ZW. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  6. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑F69B‑WV. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑F69B‑WV. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  7. Certidão de óbito de Joaquim Ribeiro dos Santos. ↩︎
  8. [TO BE ADDED] ↩︎
  9. Certidão de óbito de Amélia da Silveira Branquinho. ↩︎
  10. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑F6S9‑SF. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6VWG-NVCX. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  11. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N‑F6S9‑SF. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑F6S9‑SF. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
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  13. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N-7C35-J. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-7C35-J. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  14. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N-7C3P-M. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-7C3P-M. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  15. FAMILYSEARCH. Record Image 9Q97‑Y33Z‑FL1. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97‑Y33Z‑FL1. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
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  31. WIKIPÉDIA. Lei do Ventre Livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_do_Ventre_Livre. Acesso em: 2 ago. 2025. ↩︎
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  41. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 3Q9M-CS23-Y9YN-V. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS23-Y9YN-V. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  42. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N-7Z9J-8. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-7Z9J-8. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎
  43. FAMILYSEARCH. Record Image 939N‑F69B‑81. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑F69B‑81. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  44. FAMILYSEARCH. Record Image 939N‑F69R‑KF. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N‑F69R‑KF. Acesso em: 30 de julho de 2025. ↩︎
  45. FAMILYSEARCH. FamilySearch Record Image 939N-F6S9-ST. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-F6S9-ST. Acesso em: 27 de julho de 2025. ↩︎